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Originalmente publicado em:
GUILHARDI, H. J.; MADI, M. B.B.P.; QUEIROZ,
P.P. e SCOZ, M.C. Sobre Comportamento e
Cognição. Santo André,SP: ESETec, 2001, V. 8.
pp. 1-13.
Síndrome do Carro na Garagem
Fobia ou Perfeccionismo? (Análise Funcional e Plano
terapêutico)
Marilza Mestre1
UFPR
Neuza Corassa 2
Psicóloga clínica - UTP
RESUMO
O presente artigo trata de uma pesquisa clínica realizada com clientes
do CPEM ( Centro de Psicologia Especializado em Medos Curitiba/PR), que procuraram atendimento psicológico em busca de
auxílio ao medo de dirigir (Síndrome do carro na garagem, SCG).
Esse transtorno causa problemas sociais àqueles que o apresentam e
que só vêm em busca de ajuda quando a estratégia de fuga/esquiva
por eles desenvolvida proporciona custo elevado em relação aos
ganhos obtidos. Foram analisados 124 casos clínicos no período de
1 Psicóloga clínica (UFPR/1981); mestre em Psicologia Experimental (USP – SP/1996); doutoranda em História (UFPR/ término
provável 2003); sócia fundadora do Centro de Psicologia Especializado em Medos (CPEM/Curitiba); professora de Psicologia na
graduação e pós – graduação da PUC- PR e UTP (Tuiuti).
2 Psicóloga clínica (UTP/1989); sócia fundadora do Centro de Psicologia Especializado em Medos (CPEM/Curitiba); profesora
de Psicologia na pós-graduação (capacitação de psicólogos do trânsito) da PUC-PR.
2
setembro de 1997 a setembro de 2000, com os objetivos de : 1)
Identificar o perfil psicológico da pessoa portadora de fobia de dirigir;
2) verificar se os dados, encontrados na clínica psicológica, de
caracteristicas típicas do fóbico de dirigir, se aplicam a outros tipos de
fobia. O procedimento usado foi a análise caso a caso das respostas
dadas a dois inventários: Histórico de vida e Inventário de Medos; as
respostas sofreram tratamento através da correlação matemática do
percentual de suas respostas. Como resultados, foram obtidos: 1)
delineamento do perfil do fóbico de dirigir (Síndrome do Carro na
Garagem); 2) indícios de características comuns aos fóbicos em geral;
3) indícios de características de perfeccionismo evidentes nesse
perfil. Além do relato de pesquisa, o artigo descreve como as autoras
realizam a análise funcional desses casos e propõem plano
terapêutico.
Palavras-chave: fobias, perfeccionismo, trânsito.
ABSTRACT
The present article treats of a clinical research accomplished with
customers of CPEM (Center of Psychology Speciliazed in Fears –
Curitiba/PR), that sought psychological attendance in search of the
fear of driving (Syndrome of the car in the Garage, SGC). That
upset causes social problems those that introduce him/it and that
only come in search of help when the escape strategy/it avoids for
them developed it provides high cost in relation to the obtained
eamings 124 clinical cases were analyzed in the period of
September from 1997 to September of 2000. The objectives of the
study were: 1. To identify the psychological profile of the person
bearer of phobia of driving; 2. Verify the data, found at the
psychological clinic, of typical characteristics of the fobico of
driving, the other phobia types are applied. The used procedure
was the analysis case to I, married of the the answers given to
2 inventories: Historical of life and Inventory of Fears; the
answers suffered treatment through the mathematical correlation
of the percentile of your answers. As results obtained-if: 1)
the delineamento of the profile of fobico of driving (Syndrome of
the car in Garage); 2) indications of evident perfectionism
characteristcs describes as the authors they accomplish the
functional analysis of those cases and they propose therapeutic
plan.
Key words: phobias, perfection, traffic
3
Segundo Watson (conforme citado por Millenson, 1975), o medo é uma das três
emoções básicas do ser humano. Trata-se de um estado corporal, uma reação
automática, que não necessita de aprendizagem e que visa gerar energia à
evitação ou afastamento de estimulação nociva ao
ser (Ross, 1979). Seguir pela
vida requer sentir medo, e esse é um amigo precioso que mantém os animais
longe do perigo. A diferença entre os outros animais e o homem é que os
primeiros sentem, basicamente, medo de morrer e daquilo que ponha sua vida em
risco imediato. Quando vivem longe do ser humano, não se encontra no animal
medo do futuro.
Dois historiadores, Delumeau, 1996 e Duby, 1995, fazem uma análise dos medos
no ocidente entre os anos 1000 até o ano 2000
e
apresentam um panorama
muito parecido, nesta virada de milênio, ao que ocorreu na virada do milênio
anterior. Os mesmos medos afetam o homem de agora em relação ao homem do
passado: medo da miséria, do outro, das epidemias, da violência, do além. Hoje,
acrescentamos um grande medo ao montante já existente: o medo da solidão. O
homem do passado acreditava em seus pares e sabia que podia contar com sua
família, seus amigos, seus “patrícios”. Nos períodos de fome, ficavam solidários;
na doença, se ajudavam; e mesmo quando segregados, isso ocorria
em bando, e
dentro desse se auto-ajudavam. Hoje, esse medo de ficar só gera outros medos, tão
diversos quanto a história de cada homem.
O homem é o único ser que tem
“medo do medo”
e
quando fica sob o
controle dessa emoção antecipatória de contingências prováveis (e temidas) ele
pode estar (e assim o é normalmente) agindo de forma adaptativa; porém, esse
novo sentimento, a ansiedade, pode ser geradora de um sofrimento sem medida.
Então, ansiedade seria o nome dado pela comunidade verbal para a emoção que
segue a percepção de que há ameaça de alguma punição. Ela antecede a perda e
tenta prevenir a frustração. Se tal perda já ocorreu, se já perdermos algo (ou
alguém) o que sentimos chama-se tristeza (Graeff, Guimarães e Deakin, 1993). A
ansiedade pode então surgir
tentar evitar novas perdas.
como sub-produto que visa alertar o organismo e
4
A ansiedade diz respeito à apresentação de reforçadores negativos e é vivenciada
como uma sensação de apreensão quanto a algum perigo futuro não bem delineado; é
uma experiência universal que tem como função a sobrevivência e pode se
manifestar de quatro maneiras: fuga, agressão (defesa agressiva), submissão (Bernick,
1989) e imobilidade (depressão).
Na ansiedade ocorrem mudanças:
•
Fisiológicas: ritmo cardíaco, taxa respiratória, condutância cutânea...;
•
Motoras: tremores musculares, hiperatividade, desorganização motora, baixo limiar
para respostas motoras (sobressaltos), evitação ou afastamento;
•
Subjetivas: (acessíveis, graças ao relato verbal de pessoas que se dizem
ansiosas) apreensão, preocupação, previsão de ameaças e sensações de medo,
particulares ou generalizadas.
1. O CPEM e a percepção de um PADRÃO COMPORTAMENTAL em clientes
com FOBIAS
A fobia é um caso especial de medo. A diferença entre a fobia e o medo é que
o segundo diz respeito a uma emoção de aversão a algo que estando presente
ameaça o organismo. Na fobia existe um medo de objetos (ou situações) que, no
imaginário da pessoa, oferece perigo desmedido.
A diferença entre Fobia e a Ansiedade, segundo Falcone (1995), é basicamente
quantitativa; depende de quanto tempo dura o episódio de ansiedade, o quanto de
ansiedade a pessoa experimenta, a freqüência em que esta ocorre, em que nível o
comportamento evitativo disfuncional é precipitado pela ansiedade e como é a
avaliação dada
pela
pessoa que está
ansiosa. Na
fobia,
há uma
ansiedade
generalizada que se tornou específica no momento em que a pessoa identifica
em um determinado foco o objeto de sua aversão.
A DSM-IV (American Psychiatric Association, 1994) caracteriza a fobia em subtipos: 1) Fobias Específicas (FE) , 2) Fobias Sociais ou generalizadas (FSG) e 3) a
5
Fobia social circunscrita (FSC) . A SCG, segundo a ótica do CPEM, encaixa-se
nesse último caso.
Desde a fundação do CPEM3 , suas psicólogas vêm atendendo aos mais diversos
tipos de queixas em que o medo aparece como relato principal. Entre eles, o de
maior ocorrência é a Fobia de Dirigir, conhecido como SÍNDROME do CARRO
na GARAGEM (SCG), pois os seus portadores já possuem carro e carteira de
habilitação, mas fogem de dirigir deixando-o na garagem. Quando pensam em
fazê-lo, passam a sentir tremores nas pernas e mãos, perdem o fôlego, ficam
com placas vermelhas pelo corpo, suas mãos ficam geladas e pegajosas de suor,
dormem mal na noite anterior a dirigir e, mesmo sendo pessoas muito honestas,
se obrigam a “ inventar” desculpas que justifiquem o não dirigir, sofrem por não
fazê-lo e sofrem mais ainda se tentam fazê-lo.
Corassa (1996 a e b) ao longo de sua prática clínica foi registrando um padrão
típico do comportamento desses clientes. Eles se classificam
basicamente em
dois grupos:
1. Grupo menor: é constituído de pessoas que já passaram por uma experiência
com acidente (em relação a elas mesmas, um familiar ou amigo);
2. Grupo maior: simplesmente o
ansiedade só
que
aparece
é um
grau
elevadíssimo
de
de pensar em sair com o carro. As pessoas evitam, inclusive,
realizar coisas muito pequenas como abrir porta- malas do carro ou apanhar
qualquer objeto que tenham esquecido dentro do mesmo.
A hipótese clínica era de que as causas prováveis de tal padrão comportamental
fossem: a) histórico-culturais , com padrões de educação diferenciadas para os
gêneros: como a “direção” da vida era dada ao masculino e à mulher cabia
dependência desse ‘saber’; desta mesma forma, a mulher ficava exposta a regras
sociais onde só homens dirigiam e a ela era a
passageira; outro padrão cultural
diferenciado era o referente à forma de brincar , em que as meninas se expunham às
_____________________________________
3
1997 é a data da fundação do CPEM, no entanto Mestre vem tratando de fobias desde 1981 e Corassa
desde 1989.
6
contingências modeladoras com brinquedos ditos ‘femininos’, como bonecas, e os
meninos, aos brinquedos ‘masculinos’, como carrinhos; ainda mais: era esperado que
as mulheres se preocupassem com o bem estar do ‘outro’ e, dos homens, esperavase que fossem mais arrojados;
b) filogenéticas, com diferenças cerebrais entre
mulheres e homens; até chegar-se à c) evolução tecnológica do último quartil do
século XX, que possibilitou
que a força física fosse dispensável ao ato de
dirigir.
Analisando o relato clínico dessas pessoas, certas
características aparecem
enquanto falam de suas vidas. Algumas são repetitivas para o fóbico em geral e
ajudam na compreensão do quadro por eles apresentado.
Perfil psicológico do fóbico 4
SCG (Medo de dirigir)
Muito competentes
Excesso de responsabilidade
Detalhistas
Necessidade de controlar
“Olhar” do outro
Dificuldade de receber críticas
Organizadas
Críticos
Sensíveis aos sentimentos
Inteligentes
Elevada consciência social
Outras Fobias
Competentes
Responsáveis
Tende a ser detalhista
Necessidade de controlar
“Olhar do outro”
Dificuldade de receber críticas
Críticos
Sensíveis aos sentimentos
Inteligentes
Consciência social
Ao identificar um padrão de comportamentos comuns entre os clientes que se
queixavam de fobia de dirigir, desde uma
uma pesquisa
avaliação clínica, o CPEM realizou
com 124 clientes que forneceram autorização para análise dos
dados coletados com eles. Graças a isso, pôde-se traçar um perfil fidedigno de
um padrão comportamental típico das pessoas que se queixam dessa Síndrome.
Foram utilizados como instrumento de coleta, então, além da avaliação clínica,
dois inventários: o de Medos, proposto por Wolpe (1976), e o Histórico de Vida,
proposto por Lazarus (1977).
__________________
4
Publicado anteriormente em 1996 e 1999.
7
Dos 124, a maioria é constituída por mulheres; apenas 4 são do sexo masculino.
Todos
são adultos, com idade variando de 21 a 76 anos, mas cuja média fica
por volta dos 40 anos. Desses, 66,6% são casados (entendendo-se por casado
qualquer relação em que o casal coabite debaixo do mesmo teto). A profissão e
a escolaridade também têm ampla diversidade , desde faxineira, salgadeira e babás
(com 1o grau) a advogados, jornalistas, professores universitários, médicos ; desde
aquelas que se formaram e deixaram de exercer a profissão após o casamento e
que se intitulam “donas de casa” até
aqueles que têm pós-graduação e o
reconhecimento do mercado de trabalho.
Noventa e cinco por cento deles têm o
carro e os que ainda não, já providenciaram poupança ou consórcio para fazê-lo.
Quanto à habilitação, 88% já a possuem
e o tempo decorrido entre tirar a
habilitação e deixar de dirigir varia de 2 a 31 anos.
No inventário de Medos, os resultados mostram que para essas 124 pessoas, além
de se queixarem de temer dirigir, sentem aversão por: falar em público, 69,2%; ser
dominado, caçoado, ignorado, cheirar mal, rir ou chorar sem controle, 76,9%;
ser
desaprovado, fracassar, parecer bobo, 85,3%; sentir-se rejeitado, pessoas que
maltratam outros, 92,4 %
e perder o controle, cometer erros ou ser criticados ,
100%.
Do Histórico de Vida extraíram-se os seguintes dados
em relação às alterações
autonômicas ou cognitivas: dores de cabeça, problemas estomacais e ou intestinais,
sentimento
de
sentimento de
covardia, 38,4%;
aceleração cardíaca, tristeza, insônia, fadiga,
inferioridade, 53,8%;
solidão, timidez, terrores, sensação de
incompetência, suor excessivo nas mãos, conflito e culpa em relação ao dirigir,
61,5%; raiva
e tremores nas mãos e pernas, 69,2%; ansiedade geral, 92,2%
e
tensão muscular, 100%.
Os dados obtidos na pesquisa podem servir de auxílio na elaboração da análise
funcional (ou diagnóstico clínico)
terapêutica.
2. Análise Funcional
que irão permitir o sucesso na intervenção
8
Quando a pessoa procura o CPEM , via de regra o faz porque acredita que sua
queixa, de algum modo, está relacionada com medos. Mas qualquer que seja a
queixa, faz-se indispensável a operacionalização daquilo que essa pessoa relata.
Nesse momento, já se iniciou uma ANÁLISE FUNCIONAL, como a proposta por
Skinner. Há várias formas de proceder tal análise. Mestre (1991) descreve um
modelo por ela adaptado, em que obedece ao paradigma:
SD/∆∆
R
K
S +/S +/S a
C
A contingência de três termos (Skinner, 1978) foi proposta como explicação para o
controle da emissão do comportamento humano. Bernardes e Mayer (1982)
apresentam esse tipo de controle
comportamento.
Mestre (1991)
como
as
causas
de
manutenção de
diz que o primeiro passo é descobrir de qual
comportamento se fala, antes de se poder saber o que o controla, e
R é o
comportamento que trouxe o cliente até a clínica, é sua queixa, o seu mando , seu
pedido de ajuda que vem tateado de “n” formas. Nem sempre o repertório verbal
do cliente é claro a ponto de ao relatar se fazer compreender, nem sempre (ou
quase nunca) o repertório verbal do cliente é o mesmo do terapeuta, portanto
requer-se que o terapeuta operacionalize a fala do cliente de modo a entender
seu mando, que pode ocorrer por déficit ou por excesso comportamental. No caso
da SCG, quase sempre ela vem explícita , isto é, a pessoa chega se queixando de
que não consegue
dirigir e isso é dito de uma forma que vem com muito
sofrimento, com uma autocrítica
que anula toda sua competência no restante de
seu repertório e que só enxerga aquilo de que não é capaz, embora desde a
primeira sessão evidenciem-se fatos em que se destacaram ou pela profissão ou
pelo desempenho social. A análise continua com investigação do contexto onde a
queixa (não dirigir) se insere.
9
Faz-se necessário descobrirem-se as causas de manutenção dessa classe de
respostas que constitui a queixa. O S refere-se aos estímulos discriminativos que
o ambiente (interno ou externo ao organismo) controla de modo antecedente à
emissão dessa queixa e a eliciação de sentimentos correlacionados a ela. Por
exemplo, pode-se perguntar quais os sinais do ambiente que levam o sujeito da
ação ficar sob esse tipo de controle? Por exemplo, o que estava acontecendo com
a pessoa quando ela procurou ajuda?
OC
significa as conseqüências que podem ocorrer de forma
imediata ou em
médio e longo prazo após a emissão da resposta. Faz-se necessário descobrir quais
os ganhos e quais os custos dessa resposta. Os ganhos por inclusão, os
reforçadores positivos, pessoais ou sociais; os ganhos por exclusão, ou os
reforçadores
negativos; esse
comportamento
como um todo afasta estimulação
aversiva? Mas sabe-se que é impossível ter ganhos sem custo, e sabe-se também
que a pessoa só procura ajuda quando esse custo for maior que os ganhos. Então
resta descobrir : quais são os custos que o cliente vem pagando? De que forma?
Será que, ao reduzir os custos , ele também não perderá os ganhos?
São ainda Bernardes e Mayer quem apontam para outro tipo de causa que se
deve ter em conta numa análise funcional. Trata-se das causas de origem. É
importante descobrir quem é essa pessoa que fala. Quais são os seus valores? No
que ela acredita? O que ela pensa e sente sobre si mesma e sobre o mundo?
Essa é a tarefa a ser feita na análise
do O . Quais são suas características
biofísicas? Apresenta algum déficit orgânico? Quais são suas características? Aqui
é que a pesquisa realizada pelo CPEM
portador da SCG
pode auxiliar, na medida em que o
tem apresentado o padrão descrito; se o cliente em pauta
apresentar padrão similar, pode-se pensar em que ele feche o quadro característico
da Síndrome.
Por fim,
resta investigar sua história, que, segundo Skinner (1981), deve ser
analisada desde três aspectos: filogenético ou o da evolução da espécie, que contém
a seleção natural que alguns comportamentos sofreram e que cumprem funções de
sobrevivência para o ser humano; a história pessoal (ontogenética) daquele que se
comporta: quais os esquemas de reforços e punições ao longo de sua vida?
10
Quem foram os agentes dessas conseqüências passadas?; e a história do grupo
social: quais são os valores do grupo cultural ao qual o indivíduo pertence? Que
tipo de controle esse grupo exerce sobre o comportamento dessa pessoa? No
paradigma é a letra K, que segundo Keefe e colegas (1980) diz respeito ao meio
ambiente , o qual é uma constante na vida de todos os humanos. De novo a
pesquisa confirma os achados clínicos do CPEM. Os aspectos histórico-culturais
do cliente que apresenta a SCG corresponde
à hipótese das causas geradoras que
aparecem em cada caso: considerando que a maioria das pessoas estão na média
dos 40 anos de idade e que o avanço tecnológico só nos últimos 10 anos
permitiu que a classe média pudesse ter mais de um carro, então havia uma
realidade de que as contingências de haver mulheres dirigindo era muito pouco
provável; também via de regra , vêm de uma estrutura familiar tradicionalista em
que o homem comandava o lar. Dentro
“treinar” a
psicomotricidade
com
dessa estrutura não lhes foi dado
brincadeiras
lateralidade, a orientação temporo-espacial e
habilidades essas
que
lhes
desenvolvesse
a
dissociação dos membros entre si,
necessárias a um motorista. Além disso, sua auto-estima foi
baseada na percepção que o ‘outro’ faria de si.
Quando se investigam esses dados, tem -se uma idéia do que é a queixa e o que a
controla; quem é a pessoa que se comporta e seu meio ambiente, pois quando
um comportamento se altera, modifica-se também as relações da pessoa com seu
meio.
Os instrumentos utilizados pelo CPEM para realizar tal avaliação são:
a) a
Entrevista Clínica (Silvares e Gongorra, 1998), que ocorre num processo
contínuo ao longo da terapia e que é utilizada tanto na obtenção de dados,
como instrumento de observação e inquérito, como instrumento de persuasão e
mudança comportamental;
b) o Histórico de Vida do modelo de Lazarus (1977) e que o CPEM adaptou
após conhecer o perfil do fóbico que nos procura. Por exemplo, nele incluem-se
perguntas sobre ter ou não carteira de habilitação e há quanto tempo, se houve
11
ou não “reciclagens”1 e frases inacabadas que revelem
a existência ou não de
características do perfil descoberto pelo CPEM;
c) o Inventário de Medos,
(o modelo encontrado em Wolpe , 1976) também
adaptado pelo CPEM. Quando o cliente assinala valor 4 e/ou 5, pede-se a ele que
sinalize na linha ao lado, qual o sentimento e/ou pensamento que ele tem a
respeito do item. Isso ajuda na demarcação dos temas fóbicos;
d) outro instrumento usado é o que o CPEM denomina de “Videograma”. O
material utilizado é composto de :
folhas de sulfite e caneta ou lápis colorido.
Pede-se para a pessoa imaginar o “filme de sua vida” e quais são os pontos que
ela considera que são marcantes. Tanto os bons quanto os “não- bons”. A pessoa
deverá escolher uma cor que gosta para as coisas boas e uma cor que não gosta
para as “não-boas” . O desenho será feito com duas linhas quebradas em “picos”.
A linha superior contendo as coisas boas que já lhe ocorreram. A linha inferior
contendo os picos inversos das experiências que ela julga desagradáveis. Pode
ser feito em uma só folha, como pode-se utilizar mais de uma. Pode ser feito
dentro da sessão ou como tarefa de casa. O objetivo é auxiliar a visão do todo,
pela própria pessoa. Uma segunda parte desse instrumento é fazê-la refletir de
forma simbolizada no desenho, sobre suas metas, a curto, médio e longo prazo.
Nesse momento, alguns encobertos podem ser revelados: por exemplo, aparecerá
o motivo da consulta? Veio para dirigir e não o menciona como meta.
Após investigar-se tudo isso e descobrir o perfil do cliente em particular e se ele
se encaixa no perfil do fóbico de modo geral, é que então se pode pensar em
um plano terapêutico.
3. Plano Terapêutico
No caso do fóbico, se constatado que esse é do primeiro grupo, de reação a
acidentes traumáticos,
pode-se
pensar
em
tratá-lo
com
Dessensibilização
Sistemática, como proposto por Wolpe (1976).
Caso faça parte do segundo grupo (sem causa aparente) e não se enquadre no perfil
________________
1
Reciclagem é o termo usado quando alguém já tem a carteira de habilitação e precisa repetir aulas de
volante. O CPEM optou por usar este termo para todas as fobias que utilizem auxílio técnico de outros
profissionais.
12
psicológico,
é
conveniente
desistir
de
Dessensibilização
e
tentar
outras
estratégias,
e aí cada caso será único e dependerá da habilidade do terapeuta
em criar alternativas ao tratamento.
Mas caso ele encaixe-se no segundo grupo e possua as características do perfil
fóbico delineado, principalmente os quesitos de ser detalhista, responsabilidade
aguçada e preocupação com o “ olhar” do outro , então pode-se pensar num
prognóstico favorável, caso utilize-se de Dessensibilização Assistemática (Variações
da Dessensibilização: Wolpe, 1976).
Nessa
forma
de
aproveita constantemente as CRB2 (Kolemberg, 1997)
cognitivas,
controle
de
contingências
por
trabalhar,
o
terapeuta
para trabalhar mudanças
conseqüências, treino
assertivo
e
aumento de empatia, além de análise de possíveis alternativas de solução de
problemas.
Os passos usados no Centro de Psicologia Especializado em Medos - CPEM para a
Dessensibilização Assistemática são:
3. 1. Treino em Relaxamento:
A ansiedade é uma constante na vida do fóbico e torná-lo menos ansioso é a
primeira necessidade do trabalho terapêutico. A adrenalina faz com que ele fique
numa prontidão de alerta que o impede de colocar-se sob efeito de contingências
que pudessem fazê-lo
mudar suas antigas regras fóbicas. Quando se treina a
pessoa no relaxamento, ela começa a produzir, gradualmente, endorfinas endógenas
que bloqueiam a adrenalina e a pessoa permite-se entrar sob o efeito de novas
contingências, além de aumentar sua sensibilidade a tais efeitos.
Mestre (1979)6
adaptou o modelo de relaxamento de Jacobson (em Wolpe,
1976). Tal adaptação parte do pressuposto da lei da somação de subliminares de
Sherrington (em Millenson, 1975) , quer dizer, se o relaxamento muscular por si
só já é suficiente
para produzir endorfinas, é de se esperar que o efeito seja
maior se somado a outros fatores de produção dessa mesma enzima. É sabido que
_____________________
6
Mestre enquanto aluna de Psicologia fez adaptação como trabalho exigido para avaliação na disciplina
de Psicoterapia Comportamental, a partir daí vêm aperfeiçoando tal adaptação a partir dos resultados
relatados por seus clientes.
13
a seleção natural dotou os humanos de algumas respostas reflexas de controle da
ansiedade: o velho “suspiro” é um exemplo disso. Quando se está triste, cansado
ou com medo, naturalmente o suspiro aparece; quando a emoção é a raiva,
aparece o “bufar” e a ansiedade que acompanha tais emoções tende a aliviar.
Então ensina-se ao cliente a suspirar enquanto procede o relaxar. Mas, outra
unidade é aí somada. Pede-se à pessoa que imagine um lugar seguro e agradável
para finalizar o exercício. Aí a idéia é retirada de Schultz ( em Wolpe 1976),
que pressupõe que quando as pessoas estão em lugares ou situações seguras elas
automaticamente produzem endorfinas e relaxam. Então a junção dos três
procedimentos, exercitados durante três semanas seguidas todo dia com repetição
de três vezes cada elemento, garantem o início do contracondicionamento com a
pessoa quase que completamente relaxada.
Com o passar do contracondicionamento, pode-se ir retirando o número de
exercícios. Na 4a semana, já pode se fazer duas vezes cada elemento do exercício
total; na 5a semana, uma vez cada elemento; na 6a semana, reduz-se para duas
vezes
o exercício total; na 7a semana, uma vez semanal, e depois passa-se para
cada 15 dias, um mês e se a pessoa quiser conservar o efeito do relaxamento,
recomenda-se que o repita pelo menos uma vez cada elemento num período de
cada dois meses. O modelo usado é o descrito:
Relaxamento
1ª Parte: Respiração: imagine que seu pulmão contém um balão de “gás”, desses
de festa, e que ele vai até a barriga, você vai inspirar tentando encher o balão que
está na barriga para só depois encher o pulmão. (Ajuda se você colocar a mão
sobre a barriga, sentirá o “balão” encher e, ao suspirar, ajuda se você fizer
“barulho” com a boca como se fosse o esvaziar de um pneu).
A respiração deve acompanhar cada exercício, quando você inspirar, contrair;
quando expirar, relaxar. Inspirar. Expirar lentamente “até que o pulmão fique sem ar =
suspiro.”
2ª PARTE: fazer 3 x cada exercício
I. Mãos: Fechar fortemente ambas as mãos.Tencionar.
Abrir lentamente. Relaxar. Suspirar .
14
II. Braços: Dobrar ambos os braços. Tencionar.
Abrir lentamente. Relaxar. Suspirar .
III.Ombros: Elevar os ombros em direção às orelhas. Tencionar.
Soltar lentamente. Relaxar. Suspirar .
IV.Pescoço: CUIDADO com
torcicolos
(vértebras) Giro Completo: Frente/
Direita/Trás/Esquerda. Suspirar.
V. Face: Faça uma careta bem forte, tencionar.Solte lentamente. Relaxe. Suspirar
VI. Pescoço: ( para lado oposto) Só um giro Completo. Suspirar .
VII . Tórax/Costas:
A) Dê um grande abraço em você mesmo .Tencionar. soltar lentamente. Suspirar .
B) “Estufe” o peito. Tencionar. Soltar lentamente. Suspirar .
VIII. Abdômen: Estufar a barriga o máximo que puder. Soltar lentamente. Suspirar .
IX Nádegas: Contrair as nádegas fortemente. Tencionar. Soltar lentamente. Suspirar .
X. Pernas/Pés:
A) Esticar suas pernas para a frente, apontar os pés p/ cima e contrair.
Soltar lentamente. Suspirar.
B) Esticar as pernas p/ a frente, aponte os pés p/ a frente ( pés de bailarina).
Soltar lentamente. Suspirar .
3a
parte:
XI. Pensar num lugar seguro e/ou agradável. (cena segura) Suspirar.
A cena segura adequada ao cliente nem sempre é fácil de detectar, nem sempre
o que a pessoa julga agradável é seguro e vice-versa. É aconselhável pedir ao
cliente que a descreva com detalhes. Alguns chegam a trazer fotos, outros a
desenham (não esquecer que são detalhistas e se você apresenta uma descrição
que não corresponda ao que ele imaginou, isso pode ser um entrave ao invés de
ajuda).
Enquanto o treino no relaxamento prossegue, o terapeuta e o cliente começam
a focar o mando do cliente, fazendo-o relatar situações ligadas à fobia que
despertam o medo, e atribuindo valores a quanto de ansiedade elas provocam no
cliente. Aqui também o CPEM fez adaptações e se percebe a extrema importância
15
do terapeuta estar atento às descrições do cliente evitando assim que a hierarquia
das situações geradora de ansiedade (que é única e própria de cada um) seja
ferida e todo o tratamento se perca.
3. 2. Construção da Hierarquia : Foco Fóbico
Em sessão, inicia-se uma lista – modelo com as dificuldades. Explica-se que
essa lista vai funcionar como um rascunho que a pessoa reformulará a cada vez
que lembrar de novos itens. Na sessão seguinte, a pessoa traz a lista e recebe
fichas catalográficas comuns, uma para cada item da lista. Como tarefa de casa
ela transcreverá em cada ficha o item e os sentimentos que a cena lhe desperta
quando ela imagina estar vivendo a situação. Na próxima sessão, terapeuta e
cliente procedem à avaliação em escala de Ansiedade. (Wolpe, 1976).
3. 3. “Treino Psicomotor”
Como essas pessoas de modo geral não submetem-se a contingências geradoras
de repertório comportamental, é comum apresentarem algum tipo de déficit motor,
não por algum tipo de deficiência perceptual ou habilidade motora, mas por falta de
treino, puro e simples. No caso da Síndrome do Carro na Garagem algumas
estratégias são necessárias: orientação temporo-espacial, dissociação de membros,
atenção diferencial a estímulos do trânsito ao invés do “olhar” do outro. Aí cabe à
criatividade do terapeuta montar estratégias específicas para cada cliente.
3. 4. Contra-condicionamento
Quando o relaxamento já está fazendo efeito (e isso pode ser medido pelo relato
de um sono melhor; de mais calma em situações de stresse de ordem diferente da
queixa; de melhor capacidade de raciocínio; de diminuição de tensão muscular;
de um melhor conhecimento de seu próprio corpo), e a construção hierárquica já
foi concluída, pode-se pensar em começar a quarta fase, que é subdividida em 3
etapas:
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3. 4 . a . Contra - condicionamento IMAGINÁRIO
Nessa fase induz-se a pessoa a relaxar e apresenta-se cada cena da hierarquia,
passo a passo.
Aqui
o
cuidado
anterior
com
a construção hierárquica é
fundamental, para não apresentarmos situações de maior ansiedade do que o
relaxamento pode controlar. As paradas, intercaladas em cada sessão, se fazem
importante porque é comum nessa fase surgirem encobertos dos quais o cliente
não havia se dado conta e que fazem parte de seu quadro fóbico.
Quando nessa fase o cliente relata não sentir mais ansiedade, é sinal de que
está pronto para a próxima etapa.
3. 4 .b. Contra-condicionamento SIMBÓLICO
Nessa, dependendo do foco fóbico, adaptam-se situações simbólicas (às vezes
concretas) àquilo
que desperta o medo. No caso do dirigir pode-se usar um
simulador de direção, com ou sem filmes
de trânsito, ou, na falta de um
simulador, pode-se usar um carro desligado.
Para medo de injeção, utiliza-se no CPEM, um
“kit” contendo seringas e agulhas
de injeção, garrotes, agulhas de costura para o início; após o uso do “kit” pode-se
usar um filme com cenas graduais de injeção
diferentes (muscular, intravenosa,
intradérmica);
Para medo de dentista, também se utiliza um filme especialmente criado para essa
fase. Para cada medo, criam-se instrumentos que de forma simbólica permitam a
exposição gradual do sujeito ao perigo potencial.
3. 4. C. Contra – condicionamento
com
EXPOSIÇÃO
AO REAL:
“RECICLAGEM”
Essa última fase é quando passo a passo a pessoa é exposta ao foco fóbico.
Também aqui há três fases:
c1. Com presença de pessoa de segurança: essa pessoa é escolhida dentro da
realidade de cada caso: fobia de dirigir: instrutor de auto escola; fobia de injeção:
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terapeuta e técnico de laboratório; de dentista: terapeuta e dentista; de aviões ,
elevador, lugares altos e/ou abertos: alguém da família, amigo ou terapeuta.
c2. Sozinho, com meia independência: a pessoa de segurança está por perto mas
não junto;
c3. Sozinho.
A alta ocorre quando a pessoa considera ter atingido seus objetivos, mas
sempre deverá ter um acompanhamento por parte do terapeuta após a alta. O
CPEM tenta fazê-lo de modo sistemático pelo prazo de dois anos.
4. Conclusão
Trabalhando com fóbicos do dirigir, as autoras se viram obrigadas a ampliar seu
conhecimento de uma realidade social que é o trânsito, contexto onde ocorre o
drama do cliente que procura o CPEM. Nesse estudo, o que se encontrou foi
que esse é o maior
e mais complexo ambiente democrático que o homem
ocupa7. Lá está o médico, o estudante , a feirante e o mecânico, o pós-graduado e o
analfabeto, o bombeiro e o bandido, o velho ancião e o jovem que recém tirou a
carteira, a pessoa pacata e feliz e o ansioso e beligerante. O que tem medo e o
que precisa fazer direção defensiva.
Para inserir no trânsito a pessoa com fobia foi necessário estudá-la. Foram constatados
três tipos básicos de comportamento neste espaço. os cautelosos são pessoas que
respeitam as normas de conviver e consideram o espaço do outro, da mesma maneira
que cuidam do seu; os conhecidos como donos do mundo: eles são briguentos ,
agitados, reclamões e agem como se os outros motoristas não soubessem nada e tudo
tivesse que girar em torno deles; os de comportamento encoberto: estes
comportamentos se verificam com pessoas que parecem adequadas no trabalho ou na
família. Porém, no trânsito se transformam, por não conseguirem se posicionar por elas
________________________
7 Corassa (1996, 1998 e 2000)
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mesmas, necessitam se fazerem fortes através de algo, geralmente para compensar uma
insegurança ou um sentimento de inferioridade. Agora
imaginem-se os horários de
pico, como levar os filhos para a escola ou ir para o trabalho, em que vão junto
consigo os valores de sua família de origem , vão também suas preocupações com
a família atual. Seu
lado profissional também estará aqui presente: é ele (a)
alguém que sente prazer ou tédio naquilo que exerce como ganha-pão? Como
está ele(a) administrando sua casa dentro da pós-modernidade em que os papéis e
funções masculina-feminina passam por transformações que geram crise, nem
sempre percebidas como crescimento? Sobra tempo na correria da vida, para
esse(a) motorista cuidar de si ? Do ponto de vista estético e da saúde? Não é
ele(a) alguém estressado por tantos afazeres? Onde anda o tempo para o lazer?
E o afetivo? Como anda a expressão das emoções pela pessoa amada (filhos,
namorados, pais, amigos)? O motorista ou o pedestre é alguém com todas essas
áreas do “ser pessoa” funcionando enquanto o trânsito corre.
Ao realizar a pesquisa, as autoras tinham como hipótese, baseadas em suas
observações clínicas, de que tais pessoas tenham desenvolvido tais características
ao longo
de
uma
aprendizagem de
incontrolável, através de
fuga e
ou esquiva
do imprevisível e
uma auto-exigência que modelou um repertório de
comportamentos com desempenho dentro
de
padrões
de
perfeição. Os
comportamentos em que se percebem como fora desse padrão de aprovação,
tornam-se foco de evitação (é o caso do dirigir). À medida que o custo da fugaesquiva torna-se socialmente inviável, elas entram em conflito e buscam formas de
adaptação.
A hipótese então é a de um perfeccionismo antecedendo a fobia e ambos como
parte de uma cadeia de comportamentos modelados.
Ter
presente esse
padrão
comportamental
na
análise
funcional
permite
a
construção de plano terapêutico mais eficaz e personalizado. E os achados do CPEM
têm sido de ajuda também para entender o trânsito e colaborar para torná-lo melhor.
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O modo como o CPEM vem fazendo tal análise funcional e a proposta
terapêutica para casos de SCG devem, no entanto, ser adaptados a cada cliente e
suas necessidades.
Os achados do CPEM têm sido de ajuda também para entender melhor o
trânsito e colaborar para torná-lo melhor.
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