PMBok x PRINCE2

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PMBok x PRINCE2
Flávia David de Oliveira Gomes
Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel
[email protected]
Prof. Msc. Guilherme A. Barucke Marcondes
Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel
[email protected]
Víctor Hugo Rodrigues de Barros
Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel
[email protected]
Resumo - Com o grande aumento da competição de
mercado, o gerenciamento de projetos vem recebendo
maior destaque entre as empresas. Minuciosas revisões da
estratégia empresarial vêm acontecendo devido às
necessidades impostas pelo mercado. Com o intuito de
atender a essas demandas e também à estratégia das
empresas, a gestão de projetos vem sendo aperfeiçoada,
para que os objetivos de um projeto sejam alcançados.
Para isso, o melhor gerenciamento dos riscos, do tempo e
dos recursos disponíveis (de pessoal, orçamentário e físico),
é essencial para se atingir a qualidade e o produto
desejado, havendo assim várias metodologias que podem
ser utilizadas no desenvolvimento de um projeto.
Abstract - With the great increase of market competition,
the project management has received greater prominence
among companies. Thorough reviews of business strategy
are happening due to the needs imposed by the market. In
strategy, project management has been improved, so that
the objectives of the project are achieved. For this, the best
risk management, time and available resources (staff,
budget and physical), is essential to achieve the desired
product quality and with so many methodologies that can
be used in developing a project.
Palavras Chave - PMbok, Prince2, Gerenciamento de
Projetos, Estratégia Empresarial, Mercado.
Keywords - PMBOK, Prince2, Project Management,
Business Strategy, Marketing.
I.
INTRODUÇÃO
Atualmente, mudanças em diversos aspectos da vida humana
(culturais, tecnológicos, políticos, econômicos, sociais) estão
ocorrendo em velocidade cada vez maior. De uma maneira
geral, é comum associarmos as mudanças significativas ao
resultado de projetos. Como consequência, gerenciar projetos
de forma eficiente nessa era de grandes mudanças é um dos
grandes desafios do engenheiro dos tempos modernos. Superar
esse desafio é estar preparado para gerenciar projetos de forma
planejada e profissional.
Nesse contexto, estudar e comparar metodologias existentes
em gerenciamento de projetos e verificar qual dentre estas é a
mais eficiente pode ajudar as organizações na produtividade e
qualidade dos produtos, aumentando a sua participação no
mercado.
Portanto, neste trabalho será feita a comparação entre o guia
PMBoK e a metodologia para gerenciamento de projetos
PRINCE2. Como se pode notar, diferentemente do que
pensam a maioria dos gerentes de projeto, o PMBoK não é
uma metodologia e sim um conjunto de conhecimento em
gerenciamento de projetos baseado em experiências e
promovido pelo PMI (Project Management Institute).
O PRINCE2, ao contrário do PMBoK, é uma metodologia de
gerenciamento de projetos que tem critérios para sua
adaptação conforme o tipo de complexidade, servindo assim
para qualquer tipo de projeto. Porém, o Prince2 também pode
auxiliar projetos baseados no guia PMBoK.
O objetivo deste trabalho é verificar como se obter resultados
mais satisfatórios nos projetos que seguem tais guia e
metodologia citadas anteriormente e entender como funciona
um gerenciamento de projetos que faz uso dos mesmos. Ao
final de tal estudo, pode-se notar que ambos, tanto o guia
PMBoK quanto a metodologia PRINCE2, podem caminhar
separados ou em paralelo para obtenção de um projeto
qualificado e satisfatório.
II. PROJECT MAGAGEMENT BODY OF
KNOWLEDGE (PMBoK)
O PMbok é um guia que possui um conjunto de boas práticas
aplicáveis amplamente à maioria dos projetos. Originado nos
Estados Unidos, foi elaborado pelo PMI (Project Management
Institute) e define gerenciamento de projetos como sendo uma
aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e
técnicas as atividades do projeto a fim de atender seus
requisitos. Possui 44 processos divididos em nove áreas de
conhecimento, elencadas a seguir. [1]
1. Gerenciamento da Integração do Projeto - Inclui os
processos e as atividades necessárias para identificar,
definir, combinar, unificar e coordenar os vários
processos e atividades dos grupos de processos de
gerenciamento.
2. Gerenciamento do Escopo - Descreve os processos
envolvidos na verificação de que o projeto inclui todo
o trabalho necessário para que seja concluído com
sucesso.
3. Gerenciamento do Tempo - Descreve os processos
necessários para assegurar a conclusão do projeto no
prazo devido.
4. Gerenciamento dos Custos - Descreve os processos
envolvidos no planejamento, estimativa, orçamento e
controle dos custos de modo que o projeto termine
dentro do orçamento estimado.
5. Gerenciamento de Qualidade - descreve os processos
necessários para assegurar que todas as necessidades
que originaram o desenvolvimento do projeto serão
atendidas.
6. Gerenciamento dos Recursos Humanos - Descreve os
processos que organizam e gerenciam a equipe
proporcionando o uso mais efetivo das pessoas
envolvidas no projeto.
7. Gerenciamento das Comunicações - Descrevem os
processos relativos à geração, coleta, disseminação,
armazenamento e destinação final das informações
do projeto de forma oportuna e adequada.
8. Gerenciamento dos Riscos do Projeto - Descreve o
processo sistemático de identificação, análise e
resposta aos riscos do projeto.
9. Gerenciamento das Aquisições do Projeto - Descreve
os processos necessários para a aquisição de
produtos, serviços ou resultados, além dos processos
de gerenciamento de contratos.
produto. Por exemplo, uma mudança no escopo costuma afetar
o custo do projeto, mas talvez não afete o plano de
comunicações ou a qualidade do produto. Com frequência,
essas interações entre processos requerem compensações entre
os requisitos e os objetivos do projeto, e as compensações de
desempenho especificas vão variar de um projeto para outro e
de uma organização para outra. O gerenciamento de projetos
bem-sucedido inclui gerenciar ativamente essas interações
para cumprir os requisitos do patrocinador, do cliente e de
outras partes interessadas.
Os processos de gerenciamento de projetos são agrupados em
cinco categorias, conhecidas como grupos de processos de
gerenciamento de projetos (ou grupos de processos):
1. Grupo de processos de iniciação - São os processos
realizados para definir um novo projeto ou uma nova
fase de um projeto existente através da obtenção de
autorização para iniciar o projeto ou a fase.
2. Grupo de processos de planejamento - Os processos
realizados para definir o escopo do projeto, refinar os
objetivos e desenvolver o curso de ação necessário
para alcançar os objetivos para os quais o projeto foi
criado.
3. Grupo de processos de execução - Realizados para
executar o
trabalho definido no plano de
gerenciamento do projeto para satisfazer as
especificações do mesmo.
4. Grupo de processos de monitoramento e controle –
São necessários para acompanhar, revisar e regular o
progresso e o desempenho do projeto, identificar
todas as áreas nas quais serão necessárias mudanças
no plano e iniciar as mudanças correspondentes;
5. Grupo de processos de encerramento - Os processos
executados para finalizar todas as atividades de todos
os grupos de processos, visando encerrar
formalmente o projeto ou a fase.
A figura a seguir detalha a relação entre áreas e processos de
conhecimento.
Figura 1 – Áreas de conhecimento x Processos
Em paralelo as áreas de conhecimento, há um grupo de
processos que tem como objetivo manter a conexão com
outros processos facilitando a coordenação do projeto ou
III. PRINCE2
O PRINCE2 é considerado uma metodologia para a gestão de
projetos e foi elaborado na Inglaterra para assegurar maior
confiabilidade aos projetos, de qualquer natureza,
desenvolvidos. Criado em 1989, define gerenciamento de
projetos como planejamento, delegação, acompanhamento e
controle de todos os aspectos do projeto e da motivação das
pessoas envolvidas, a fim de atingir objetivos de desempenho
esperado para o tempo, custo, qualidade, escopo, riscos e
benefícios [2].
O PRINCE2 apoia-se em duas bases para seu funcionamento e
aplicação. A primeira, conhecida como “temas” ou
“componentes”, tem como objetivo básico guiar os processos
usados pela metodologia. Já a segunda, conhecida como
“processos”, define quais atividades serão utilizadas em cada
fase do projeto.
Os temas são abordados da maneira como descrita a seguir.
1. Business Case - Estabelece os mecanismos que avalia
se o projeto é, e continua sendo, desejável, viável e
realizável pela organização com o propósito de apoiar
as decisões de investimento nas suas atividades.
2. Organização
Desenvolve
uma
estrutura
organizacional
para
o
projeto,
definindo
responsabilidades e o relacionamento entre as
diversas equipes do projeto.
3. Qualidade - Define e implanta os meios pelos quais o
projeto irá criar e verificar os produtos certificando
que os mesmos estão de acordo com a proposta
inicial.
4. Plano - Objetiva definir meios que facilitarão a
comunicação e o controle. Define o produto a ser
realizado, as atividades pertinentes e quando elas
serão realizadas, os recursos, o tempo e as pessoas
necessárias, a sinergia necessária entre as atividades e
os pontos a serem monitorados e controlados.
5. Risco - Controla e contém os riscos que podem
influenciar e ter fortes impactos, positivos ou não, no
projeto. Os riscos, de acordo com a metodologia, são
os principais fatores a serem considerados e
controlados durante o gerenciamento do projeto.
6. Mudança - Visa a analisar e avaliar os impactos
causados pelas mudanças que ocorrem durante a
execução do projeto.
7. Progresso - Estipula uma série de controles que
apoiam a verificação do progresso do projeto,
visando a prever quaisquer alterações que venham a
ocorrer e controlando os desvios considerados
inaceitáveis pelo projeto.
Além disso, o Prince2 fornece um conjunto de atividades para
dirigir, gerenciar e entregar um projeto.
1. Starting up a Project – tem como objetivo prevenir e
evitar que projetos mal concebidos sejam iniciados e
também de garantir o início de projetos que trarão
bom retorno a seu investidor.
2. Dirigindo o Projeto – Delega responsabilidade ao
Project Board pelo sucesso do projeto. Atividades
como autorizar o início do projeto, autorizar o
projeto, autorizar o plano de estágio e execução e
autorizar o fechamento do projeto estão vinculadas a
esse processo.
3. Iniciando o Projeto – Seu intuito é estabelecer boa
estrutura ao projeto, possibilitando uma boa
compreensão do trabalho que necessita ser realizado
para sua entrega. Atividades vinculadas: preparar
estratégia de gestão da qualidade, preparar a
estratégia de gerenciamento de comunicação,
configurar o controle de projetos e criar o plano de
projeto.
4. Controlando Estágios – Tem como principal papel a
distribuição e divisão do trabalho, monitoramento do
projeto, além de tomar ações corretivas quando
necessário. Dessa forma, riscos e problemas podem
ser mantidos sob controle. As principais atividades
vinculadas são: autorizar um pacote de trabalho,
rever o estado desses pacotes periodicamente, receber
pacotes concluídos e fazer relatórios de desempenho.
5. Gerenciamento da Entrega do Produto – Processo
utilizado com o intuito de controlar a ligação entre
gerente do projeto e gestão da equipe a fim de
entregar o trabalho do projeto.
6. Gestão do Limite de Estágios – Processo que garante
o sucesso do atual estágio do projeto através da
interação do gerente com o Project Board.
7. Fechamento do Projeto – Tal processo é capaz de
reconhecer que os objetivos traçados no início do
projeto foram alcançados, além de fornecer um ponto
fixo onde a aceitação do projeto será confirmada.
Atividades do processo: avaliar o projeto, entregar o
produto e preparar um possível encerramento
prematuro.
IV. PMBOK x PRINCE2
Mudanças e Controle
É evidente a importância de ambos os métodos para o
ambiente gerencial de projetos. Cada um deles possui visões
diferentes sobre um projeto e como gerenciá-lo a curto, médio
ou longo prazo. Enquanto o PMBoK é largamente reconhecido
nos EUA, o PRINCE2 é bastante aceito no Reino Unido e na
Europa. O Prince2 é estruturado sobre sete componentes, que
usados de forma consciente, permite reduzir largamente os
riscos de um projeto. Por outro lado, o PMBOK, utiliza nove
áreas que permitem um enfoque mais global sobre o projeto.
Outro bom ponto de comparação é a questão didática. O
PMBOK preocupa-se em manter uma boa didática a seus
leitores mesmo que de forma teórica enquanto o PRINCE2 é
mais direto e menos compreensível.
O objetivo das comparações é apontar diversas maneiras de se
gerir um projeto, como aplicar da melhor maneira as
metodologias e evidentemente apresentar pontos fortes e
fracos de cada uma delas. Como comparar processo a
processo não é o ideal, optou-se por comparar áreas de
conhecimento. Com o intuito de facilitar a compreensão, uma
ordem será adotada. Primeiro será apresentada uma área do
PMBoK e posteriormente a equivalente do PRINCE2.
Integração x Mudanças e Controle
Integração
O gerenciamento de integração é composto por seis processos
que são apresentados na Figura 2.
Figura 2 – Processos vinculados ao Gerenciamento de Integração [1]
Ele contém processos importantes e essenciais para a gestão
do projeto. Os processos incluem elaboração de documentos
como o termo de abertura do projeto, onde o seu início e
execução são autorizados para que assim haja o
desenvolvimento do plano de gerenciamento, que é de grande
importância para o sucesso do projeto. A posteriori, há o
acompanhamento da realização do trabalho definido no plano
de gerenciamento, que pode gerar ações corretivas e
preventivas, comumente necessárias durante o projeto onde há
a necessidade de revisão e ajustes de suas atividades, a fim de
controlar as mudanças do mesmo e encerrá-lo atendendo às
expectativas e requisições do cliente.
Já as mudanças são inevitáveis durante a vida do projeto, além
do que, todos os projetos necessitam de uma abordagem
sistemática para identificar, avaliar e controlar os problemas
que poderão resultar em mudanças. Entenda-se por problemas,
qualquer evento relevante que pode vir a ocorrer, não
programado e que requer ações dos gestores. Portanto, em um
projeto, precauções precisam ser tomadas quando se trata de
mudanças, com o intuito de avaliar e garantir que todas as
questões que podem afetar suas linhas de base estão sendo
controladas. O controle das mudanças no projeto, o
gerenciamento das mudanças e configurações são definidas no
processo “Iniciando o projeto” e revisadas, com atualizações,
sempre que necessárias, ao fim de cada estágio.
Tabela I – Integração x Mudança e Controle
Área de conhecimento
PMBoK
Integração
PRINCE2
Mudança e Controle
Diferenças
Similaridades
Está definido em todos os
Controlar o andamento do
grupos de processos
projeto com intuito de que
Definido apenas no grupo o mesmo obtenha sucesso
"Iniciando o Projeto"
Escopo, Tempo e Custos x Planos, Business Case e
Progresso.
Escopo
O escopo do projeto de acordo com o PMBoK, assegura que o
projeto inclui todo trabalho necessário, e apenas o necessário,
para atingir seu objetivo com sucesso. Está totalmente
relacionado com a definição de controle do que está e do que
não está incluído no projeto.
Estão incluídos nesse gerenciamento a coleta de requisitos,
que tem como objetivo documentar a necessidade das partes
interessadas em alcançar o objetivo do projeto, a definição do
escopo propriamente dita, que nada mais é que uma descrição
detalhada do projeto ou produto, a criação de EAP (Estrutura
Analítica do Projeto), que é um processo de subdivisão das
entregar e do trabalho do projeto além de verificação e
controle do escopo que formaliza a aceitação das entregas
terminadas do projeto.
Tempo
O tempo inclui os processos necessários para gerenciar o
término pontual do projeto. Faz definição de atividades que
identificam ações específicas a serem realizadas, sequenciar as
atividades que identifica e documenta relacionamentos entre
as atividades do projeto, estimar os recursos e durações,
desenvolver cronograma com intuito de analisar a sequência
das atividades e controla-lo com intuito de monitorar o
andamento do projeto.
Custos
Tabela II - Escopo, Tempo e Custos x Planos, Business Case e
Progresso
Busca definir e gerenciar os processos necessários para
assegurar que o projeto termine dentro do orçamento aprovado
e previsto. Para facilitar o gerenciamento, existem alguns
processos chave como, por exemplo: Estimativa de custos,
orçamentação, e controle de custos.
Área de conhecimento
PMBoK
PRINCE2
Planos
Como base em qualquer projeto, os planos são de extrema
importância. São extremamente detalhados quando se diz
respeito à como, quando e por quem metas serão atingidas.
Tais metas sendo produtos do projeto como prazos, custos e
benefícios alcançados.
O PRINCE2 recomenda três níveis de planos para atender o
gerenciamento. Esses planos estão apresentados na Figura 3.
Diferenças
Similaridades
Preocupa-se basicamente
com construir a Estrutura
analítica do projeto
Escopo, Tempo e Custos
(EAP) aplicando a
medida tempo a ela com o Controlar o andamento do
objetivo de reduzir custos projeto com intuito de que
o mesmo obtenha sucesso
Visa o custo benefício do
projeto analisando o que
Planos, Business Case e Progresso foi planejado e através
disso, avalia seu
progresso.
Qualidade x Qualidade
Qualidade
O PMBoK sugere a dedicação de um tempo extenso no
controle da qualidade utilizando diversas ferramentas e
técnicas para realizá-la, onde as mesmas são voltadas em
grande parte para um ambiente de produto físico. Praticamente
todas as entregas internas do projeto (aquelas necessárias para
gerenciar o projeto em si) e muitos resultados intermediários e
centrados no cliente, no entanto, são relatórios, especificações,
gráficos, entre outros.
Qualidade
Figura 3 – Planos de atendimento ao gerenciamento [2]
Business case
Tem como objetivo apresentar justificativas para realizar e/ou
dar continuidade a um projeto. O tema também analisa
possíveis impactos que o projeto sofrerá se verificado a
necessidade de mudanças ou caso enfrente algum risco.
O tema ainda objetiva obter informações corretas para que
decisões possam ser tomadas, avaliar custo benefício do
projeto, além de confirmar se objetivos foram alcançados
buscando medidas confiáveis para comprovar tais benefícios.
O PRINCE2 utiliza de uma excelente técnica para realizar o
controle de qualidade de tais produtos – A revisão da
qualidade. Onde a mesma estabelece as etapas e os recursos
necessários para avaliar a conformidade dos resultados
apresentados, utilizando a descrição de produtos como base
para tal avaliação. Técnicas como esta para fornecer
orientações sobre o manuseio dessa situação desafiadora de
qualidade, são difíceis de encontrar. Esta técnica pode ser
aplicada como um todo e utilizada em qualquer ambiente de
projeto (uma capacidade compartilhada por outros aspectos do
PRINCE2).
Tabela III – Qualidade x Qualidade
Área de conhecimento
Progresso
Visa a medir o progresso real do projeto se comparado às
metas definidas no início deste. Toda medição é possível
graças à delegação hierárquica de responsabilidades dentro do
projeto.
PMBoK
Qualidade
PRINCE2
Qualidade
Diferenças
Similaridades
Utiliza de diversas ferramentas e técnicas,
dedicando assim extenso tempo para
Tanto o guia PMBoK
realização do controle de qualidade. As
quanto a metodologia
mesmas são voltadas em grande parte para
PRINCE2 utilizam de
ambientes de produto físico.
técnicas para realização do
controle de qualidade para
Utiliza de uma técnica principal para
obtenção de um projeto
controle de qualidade: A revisão da
qualidade. Esta técnica pode ser aplicada satisfatório e de sucesso.
em qualquer ambiente de projeto.
Risco x Risco
Risco
Assim como no PMBoK, para a metodologia Prince2, o
gerenciamento de risco é uma parte essencial do
gerenciamento de projeto, tendo em vista que um trabalho
projetizado é inerentemente menos previsível que um trabalho
repetitivo. Para conter os riscos durante o projeto, eles devem
ser gerenciados de uma maneira disciplinada.
PMBoK e o Prince2 abordam o gerenciamento de riscos de
forma bem semelhante. Ambos acreditam que gestão de risco
é uma aplicação sistemática de procedimentos com o objetivo
de identificar e avaliar os riscos e, em seguida, planejar e
implementar respostas a estes riscos para as ameaças e
oportunidades identificadas. Porém o PMBoK divide os
mesmos em subprocessos, sendo estes: identificação dos
riscos, análise qualitativa de riscos, análise quantitativa de
riscos , planejamento de respostas a riscos e monitoramento e
controle de riscos, diferenciando-se assim do Prince2 que
aborda os mesmos assuntos de forma objetiva e direta dentro
de um único processo, sendo este, gestão de riscos.
Riscos
O PRINCE2 defende que é necessária a comunicação dos
riscos, com o objetivo de assegurar que as informações
relatadas dos riscos e das oportunidades enfrentadas pelo
projeto serão passadas adiante para seus gestores e partes
interessadas, detalhando assim separadamente cada qual e suas
responsabilidades, diferente do guia PMBoK que não entra em
profundos detalhes sobre os mesmos.
Ao estudar o guia PMBoK e a metodologia Prince2 a principal
diferença que pode ser notada entre os mesmos é que o
PMBoK abrange todos os assuntos de forma extensa e igual,
enquanto o PRINCE2 dentre todos os processos demonstra
que o processo de risco é o mais importante dentro de um
projeto decorrente dos impactos que o mesmo pode causar no
projeto.
Tabela IV – Risco x Risco Área de conhecimento
PMBoK
Risco
PRINCE2
Risco
Diferenças
Similaridades
Julgam a área de conhecimento uma
Divide gestão de riscos em 5 subprocessos de
parte essencial do gerenciamento de
forma extensa. Trata este processo como todos
projetos. Ambos possuem o objetivo de
os outros encontrados no guia.
identificar e avaliar os riscos e, em
seguida, planejar e implementar
Aborda o assunto objetivamente dentro de um
único processo. Demonstra que o processo de respostas a estes riscos para as ameaças
e oportunidades identificadas.
risco é o mais importante dentro de um projeto.
Comunicações x Mudanças
Comunicações
O gerenciamento das comunicações do projeto contido no guia
PMBOK inclui os processos necessários para assegurar que as
informações do projeto sejam geradas, coletadas, distribuídas,
armazenadas, recuperadas e organizadas de maneira oportuna
e apropriadas. Os processos incluem os seguintes itens:
identificar as partes interessadas, Planejar as comunicações,
distribuir as informações, gerenciar as expectativas das partes
interessadas, reportar o desempenho.
Dentro de cada item o guia oferece as ferramentas e técnicas a
serem utilizadas para que haja comunicação eficiente entre
todas as partes interessadas durante todo o ciclo de vida do
projeto. Quando se refere à comunicação, quer dizer que todas
as informações do projeto estão sendo passadas para os
devidos responsáveis e interessados, sejam informações de
mudanças ou não.
Mudanças
Em contrapartida, o Prince2 destina tempo específico para
relatar, explicar e demonstrar sobre como deve ser feita a
comunicação das mudanças do projeto. O objetivo com essa
técnica é controlar as mudanças, verificando e validando seu
impacto.
O fato de o Prince2 ter uma área específica para
gerenciamento de mudanças ajuda no sucesso do projeto, pois
como há de perceber, durante a execução de um projeto é
quase evidente de que mudanças sempre ocorrerão e que, a
comunicação das mesmas é muito importante para a realização
eficaz do projeto, pois desta forma diminui a probabilidade de
falhas, tempo e custo, chegando assim ao ponto importante e
primordial de um projeto que é a obtenção de satisfação do
cliente. Porém, a comunicação de um projeto não é importante
apenas quando há mudanças sobre o mesmo, portanto quando
o fator é a comunicação geral de um projeto, o guia PMBOK
possui maiores vantagens e eficiência.
Tabela V – Comunicações x Mudanças
Área de conhecimento
Diferenças
PMBoK
Comunicações
Este processo é focado na comunicação
geral do projeto, ou seja, que qualquer tipo
de informação seja passada para as partes
interessadas. Utiliza de ferramentas,
recursos e divide esta área em 5 itens para
melhor estudo e esclarecimento.
PRINCE2
Mudanças
Foca especificamente na comunicação das
mudanças durante todo o ciclo de vida do
projeto.
Similaridades
Ambas as áreas destinam
processo para
comunicação do projeto,
Porém, cada qual de sua
maneira.
Recursos Humanos x Organização
Diferente do PMBOK, o Prince2 não possui a área de
conhecimento de Recursos humanos. Porém, há a área de
organização que abrange o assunto de forma semelhante e
limitada fazendo com que seja possível a comparação entre
ambos.
Para todo projeto faz-se necessário orientação, gestão, controle
e comunicação que só será possível fazendo-se uso de uma
estrutura organizacional bem definida e eficaz. Essa estrutura
é baseada em um cliente e, ou, fornecedor.
Recursos Humanos
Para isso o guia PMBOK, divide em processos o
gerenciamento de recursos humanos, onde estes são
necessários para proporcionar a melhor utilização das pessoas
envolvidas no projeto por meio da organização e
gerenciamento da equipe. Os principais processos que
proporcionam o gerenciamento são: Planejamento de recursos
humanos, contratar ou mobilizar a equipe do projeto,
Desenvolver a equipe do projeto e gerenciar a equipe do
projeto. Os mesmos abordam sobre a importância de
documentos, recursos, ferramentas e técnicas a serem
utilizadas em cada parte dos processos com o intuito principal
de melhorar as competências e a interação de membros da
equipe aprimorando o desempenho das pessoas e do projeto
andando em paralelo com o acompanhamento de tal
desempenho para que seja possível coordenar as mudanças
que puderem vir a serem feitas.
Organização
Em contrapartida, a estrutura de gerenciamento do Prince2
tem o intuito de definir de forma objetiva as
responsabilidades, os limites de autoridade, as habilidades, os
conhecimentos, experiências e o relacionamento de todas as
funções dos gerenciadores e responsáveis pelo projeto. Um
dos princípios fundamentais da estrutura organizacional é que
deve ser constituída em quatro níveis, sendo eles: Corporativa
ou Gestor do Programa, Direção do projeto, gerente e
membros da equipe. Onde dentro de cada nível há uma
explicação sobre os responsáveis e seus objetivos. As
responsabilidades concernentes às atividades organizacionais
são distribuídas pelo seu time de gestão.
Planejar as aquisições: este processo tem como objetivo de
identificar fornecedores e determinar o que comprar ou
adquirir, quando e como realizar esta aquisição. Para isso, é
feito o uso de documento e recursos necessários para a
realização de tal planejamento, além das ferramentas que serão
utilizadas para obtenção do resultado esperado.
Realizar as aquisições: Este é o processo necessário para obter
informações, cotações, licitações, ofertas ou propostas dos
fornecedores. Para a realização deste processo, também se
utiliza documentos e recursos necessários.
Administrar as aquisições: É o processo onde é feito o
monitoramento do desempenho do contrato e realização de
mudanças e correções conforme necessário. Gerencia o
contrato e a relação entre o comprador e fornecedor. Não
diferente dos processos anterior, o mesmo também possui seus
documento, recursos e ferramentas.
Encerrar aquisições: Processo onde se finaliza todas as
aquisições do projeto, cada contrato e a resolução de quaisquer
itens em aberto. Todos os processos interagem entre sim e
com os processos das outras áreas de conhecimento. Utilizam
de ferramentas, recursos e documentos para finalização das
aquisições.
Diante de tal explicação é evidente a importância de tal área
para a realização total de um projeto, dado que em todo
projeto é necessário a aquisição de serviços e produtos.
Portanto, neste ponto o guia PMBoK possui maior vantagem
perante a metodologia Prince2.
Tabela VI – Recursos Humanos x Organização
Área de conhecimento
PMBoK
Recursos Humanos
PRINCE2
Organização
Diferenças
Similaridades
Divide em 4 processos o gerenciamento de
recursos humanos para proporcionar melhor
utilização das pessoas envolvidas no
projeto e melhor organização e
Ambos possuem estrutura
gerenciamento da equipe.
organizacional. Porém,
cada qual da sua maneira.
Divide em 4 níveis a estrutura
organizacional. Define de forma objetiva as
responsabilidades e afins de todos os
gerenciadores e responsáveis pelo projeto.
Aquisições
A metodologia Prince2 não possui e não há nenhuma outra
área de conhecimento que possa ser comparada com a área de
Gerenciamento das aquisições do projeto do guia PMboK.
Portanto, com o intuito de se finalizar o estudo de cada área
especificamente, será dado uma explicação sobre o área citada
acima do guia PMBoK.
O Gerenciamento de aquisições, segundo o PMBoK, descreve
os processos envolvidos na compra ou aquisição de produtos,
serviços ou resultados para o projeto. Onde o mesmo inclui:
Planejar, conduzir, administrar e encerrar aquisições.
IV.
CONCLUSÕES
O PMBOK apresenta uma linguagem mais clara e de fácil
acesso. Além disso, está organizado de forma mais didática,
facilitando a compreensão e sua aplicação. É mais abrangente
na abordagem sobre como realizar uma gestão de projetos,
apresentando, de uma maneira mais ampla, diretrizes e
conhecimentos a serem aplicados para o gerenciamento de
projetos de uma forma global. O PMBOK requer para sua
implantação de conhecimentos prévios sobre ferramentas e
técnicas, associadas à gestão de projetos, que não estão
explícitas no conteúdo do método e dependerão do
conhecimento do profissional ou usuário. Esse detalhe foi
completamente visível após as extensas leituras. Ler o
PMBoK não garantirá a ninguém o sucesso na gestão de um
projeto.
Apesar de determinadas dificuldades relativas ao pleno
entendimento do PRINCE2, exigindo dos usuários, muitas
vezes, uma bagagem de conhecimentos e experiência mais
significativa do que a do PMBOK, o PRINCE2 apresenta
outras vantagens quando aborda a gestão de riscos, para a
entrega dos produtos previstos, por meio de uma visão prática,
apresentando inclusive ferramentas e técnicas úteis, bem como
sugestões de aplicação e experiências de outros usuários.
O ponto mais incomum entre as duas metodologias é o fato de
ambas poderem ser aplicadas a qualquer tipo de projeto
independente do seu nível de detalhes. Evidentemente, por
possuir uma maior gama de processos e áreas de
conhecimento, é mais difícil utilizar o PMBoK em um projeto
mais simples.
Contudo, com os pontos expostos nesse artigo, pode-se
concluir que existe uma grande compatibilidade entre as
metodologias. Apesar de serem frequentemente interpretadas
como sendo metodologias de gerenciamento de projetos
concorrentes, nota-se, porém, que estas apresentam, por vezes,
fundamentos, técnicas, processos e práticas que se integram,
proporcionando, um em relação ao outro, conteúdos
complementares úteis e necessários para se realizar uma
adequada gestão de projetos.
REFERÊNCIAS
[1] PMI, A Guide to the Project Management Body of
Knowledge (PMBOK GUIDE), 4ed, 2008.
[2] Prince2.com, What is Prince2. Disponível em:
<http://www.prince2.com/what-isprince2.asp>. Acesso em: 20
ago. 2012
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