PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO OS PRIMEIROS DOIS ANOS CAISM – Psiquiatria Infantil INTRODUÇÃO Infância e adolescência: período de desenvolvimento Ao longo do tempo – mudanças nas várias esferas do psiquismo e comportamento: pensamento, afetividade, comportamento social, motricidade, grau de autonomia, autocuidado, linguagem PERÍODOS DO CRESCIMENTO/DESENVOLVIMENTO neonatal pré-escolar 0 28d 2a lactente puberdade 7a 11/12a escolar 18/20 adolescência ESCALAS X ESTÁDIOS Escalas: descritivas; organizadas em idade – ordem cronológica; valor estatístico (ex. Gesell) Estádios: operacionais; conhecimento aprofundado do modo de organização da criança e das formas que assumem seus diversos comportamentos durante sua evolução; obedece sucessão funcional (ex.: Piaget) DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR ARNOLD GESELL e STELLA CHESS Desenvolvimento do sistema nervoso Segue sempre o mesmo escalonamento de etapas Todas as condutas da criança: reações reflexas, voluntárias, espontâneas, aprendidas 1. Conduta motora 2. Conduta adaptativa 3. Conduta de linguagem 4. Conduta pessoal-social Desenvolvimento Neuro-PsicoMotor (DNPM) - Gesell Conduta Motora: Capacidade motora (ou aquisições no desenv. motor) – estimação da maturidade Desenvolvimento Neuro-PsicoMotor (DNPM) - Gesell CONDUTA MOTORA: 15d 16s 28s 40s 12m 18m 2a cça fixa os olhos cabeça firme, abre as mãos, postura simétrica senta-se inclinando p/ frente, pega bolinha permanece sentado só, engatinha, põe-se de pé caminha com ajuda, precisão para pegar caminha sem cair, senta só, torre com 3 cubos corre, torre de 6 cubos Desenvolvimento Neuro-PsicoMotor (DNPM) - Gesell Conduta Adaptativa: Adaptações da cça diante de objetos e situações que lhe são propostas; reflete a capacidade de adaptação/acomodação às novas experiências, e para servir-se de experiências passadas Desenvolvimento Neuro-PsicoMotor (DNPM) - Gesell CONDUTA ADAPTATIVA: 4s 16s 28s 40s 12m 18m 2a olha ao redor, persecução ocular incompleta correta persecução ocular, olha as mãos passa cubos de uma mão p/ outra combina 2 cubos solta um cubo dentro de uma caixa imita uma linha c/ lápis imita linha circular Desenvolvimento Neuro-PsicoMotor (DNPM) - Gesell Conduta de Linguagem: Inclui toda a forma de comunicação visível e audível, movimentos posturais em relação a sons, vocalizações, palavras e orações, imitação e compreensão do que dizem outras pessoas Desenvolvimento Neuro-PsicoMotor (DNPM) - Gesell CONDUTA DE LINGUAGEM: 4s 16s 28s 40s 12m 18m 2a pequenos ruídos guturais, atende sons campainhas murmúrios, ri, vocalização social balbucia, vocaliza e escuta própria vocalização diz 1 palavra, atende seu nome diz 2 ou mais palavras jargão, nomeia desenhos usa frases, compreende ordens simples Desenvolvimento Neuro-PsicoMotor (DNPM) - Gesell Conduta Pessoal Social: Reações individuais da cça ante outras pessoas e estímulos culturais; adaptação à vida doméstica, grupos sociais e às convenções da comunidade; é o setor mais dependente do temperamento da cça e das condições ambientais Desenvolvimento Neuro-PsicoMotor (DNPM) - Gesell CONDUTA PESSOAL-SOCIAL: 4s 16s 28s 40s 12m 18m 2a olha no rosto das pessoas brinca c/ as mãos, c/ a roupa, conhece a mamada brinca c/ pés, brinquedos, expectativa p/ comer brincadeiras simples, come bolacha sozinho ajuda a se vestir, come c/ dedos, pega brinquedos usa colher, derruba um pouco, início contr esfincter pede p/ banheiro, brinca c/ bonecos DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - PIAGET Processos envolvidos com o desenvolvimento cognitivo: Esquema de ação Assimilação Acomodação Equilibração DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - PIAGET 1. 2. 3. 4. Estádios: Sensório-motor (0 a 2 anos) Pré-operatório (2 a 6 ou 7 anos) Operações concretas (7 a 11 anos) Operações formais (a partir dos 12 anos) ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR (do nascimento aos 2 anos) - a criança desenvolve um conjunto de "esquemas de ação" sobre os objetos, que lhe permitem construir um conhecimento físico da realidade. Nesta etapa desenvolve o conceito de permanência do objeto, constrói esquemas sensório-motores e é capaz de fazer imitações, iniciando as representações mentais. ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR do nascimento aos 2 anos (Piaget) - Os esquemas sensório-motores , de início, são ligados ao presente imediato; reações a vários estímulos - A criança não se recorda de eventos no passado, não relaciona um evento a outro. ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR subestágios (Piaget) 0 – 1 mês reflexos 1 – 4 meses reações circulares primitivas 4 – 8 meses reações circulares secundárias 8 – 12 meses coordenação dos esquemas secundários 12 – 18 meses reações circulares terciárias 18 – 24 meses início do pensamento representativo ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR subestágios (Piaget) REFLEXOS (0 – 1 mês) Reflexos inatos, sugar e olhar. Ausência de imitação. Incapaz de integrar informações. ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR subestágios (Piaget) REAÇÕES CIRCULARES PRIMITIVAS (1 – 4 meses) Início da coordenação de esquemas de diferentes órgãos dos sentidos. Passa a olhar na direção de um som, suga qualquer coisa que alcance e traga à sua boca, mas ainda não relaciona as ações de seu corpo a algum resultado ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR subestágios (Piaget) REAÇÕES CIRCULARES SECUNDÁRIAS (4 – 8 meses) Torna-se mais consciente dos eventos externos a seu corpo e os faz acontecer novamente, numa espécie de aprendizagem por ensaio e erro. Pode ocorrer a imitação. Começa a compreender o conceito de objeto. ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR subestágios (Piaget) COORDENAÇÃO DOS ESQUEMAS SECUNDÁRIOS (8 – 12 meses) Comportamento claramente intencional meios-fins. O bebê não apenas busca o que quer, mas pode combinar dois esquemas para tal (utiliza um travesseiro para alcançar um objeto). Passa a imitar novos comportamentos ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR subestágios (Piaget) REAÇÕES CIRCULARES TERCIÁRIAS (12 – 18 meses) Começa a experimentar novas maneiras de brincar com os objetos ou manipulá-los. Exploração bastante ativa e intencional por tentativa e erro ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR subestágios (Piaget) INÍCIO DO PENSAMENTO REPRESENTATIVO (18 – 24 meses) Desenvolvimento do uso dos símbolos para representar objetos ou eventos. A criança compreende que o símbolo está separado do objeto. Desenvolvimento Social e da Personalidade Teoria do Apego (Vínculo): John Bowlby (1969, 73, 80, 88) Processo do apego na infância: Início com o vínculo afetivo dos pais com o bebê Desenvolvimento Social e da Personalidade Teoria do Apego (Bowlby) Fase 1: Orientação e sinalização não focalizada Há pouca evidência de apego no comportamento do bebê, mas aqui se encontram suas raízes. O bebê está construindo suas expectativas, esquemas, habilidade de discriminar a mãe e o pai das demais pessoas. Desenvolvimento Social e da Personalidade Teoria do Apego (Bowlby) Fase 2: Foco em uma ou mais figuras Por volta dos 3 meses, começa a direcionar de maneira mais ampla seus comportamentos de apego (sorri mais para a pessoa que cuida), mas ainda não possui um apego totalmente desenvolvido. Nesta fase ainda não apresenta ansiedade de separação dos pais (figuras de ligação). Desenvolvimento Social e da Personalidade Teoria do Apego (Bowlby) Fase 3: Comportamento de base segura Formação de um apego definido por volta dos 6/8 meses de idade e também de vários comportamentos relacionados. Passam a discriminar as várias expressões faciais. Passam a mostrar medo diante de estranhos e protestos pela separação