VI M T E VER - Colégio Estadual do Paraná

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O Projeto PolíticoPedagógico do Colégio
Estadual do Paraná :
fundamentos teóricometodológicos.
Docente: Maria Madselva F. Feiges
Diretora Geral
CEP, fev/ 2008
1. Igualdade de condições
para acesso e permanência
do educando no processo
educativo, organizando as
possibilidades de
aprendizagem para todos os
alunos com qualidade
político- pedagógica.
Essa igualdade pressupõe
a construção coletiva de
uma concepção de
educação intimamente
vinculada ao conceito de
aprendizagem, entendendo
ritmos e contextos sociais
diferentes.
2. Gestão Democrática:
abrange além do princípio
constitucional, as dimensões
administrativa, pedagógica e
financeira. Pressupõe o
exercício democrático da
crítica e do diálogo, através da
atuação coletiva de todos os
sujeitos da prática educativa.
A gestão democrática
possibilita a eliminação de um
grande número de problemas
que constantemente entravam
o funcionamento da escola,
quando se reconhece as
relações de interdependência
entre sociedade e educação e o
verdadeiro sentido de
reinterpretar e recriar o mundo.
3. Liberdade e autonomia: constituem a
própria natureza do ato pedagógico na
busca de formas adequadas de
desenvolvimento do trabalho
pedagógico: trata-se da organização
dos meios (conteúdos, espaço, tempo e
procedimentos) através dos
quais,progressivamente cada indivíduo
singular realize, na forma de segunda
natureza, a humanidade produzida
historicamente. (SAVIANI, 1992, p. 30)
A perspectiva política e
pedagógica são dimensões
indissociáveis, porque
propiciam a vivência
democrática necessária à
participação de todos os
membros da comunidade
escolar e o exercício da
cidadania.
A defesa da cidadania plena
na sociedade brasileira,
precisa considerar:
- a existência de Projetos
políticos particulares;
- as determinações alienadoras
do capitalismo;
-Os conflitos resultantes de
diferentes projetos políticos na
escola;
Esses princípios exigem o
reconhecimento e a
construção de uma prática
educativa que dialogue com
autores, teorias e conceitos
para promover as rupturas
necessárias na prática
docente e na gestão da
escola.
A participação coletiva e
responsável de todos os sujeitos
do processo educativo
possibilita autonomia ,
cooperação e respeito à
identidade cultural do aluno,
além da definição de estratégias
e enfrentamento das
desigualdades sociais e
educacionais.
4. Valorização dos trabalhadores em
educação, enquanto eixo central na busca
da qualidade e do sucesso na tarefa educativa
de formação de cidadãos capazes de
participarem na vida sócio-econômica,
cultural e política porque está relacionada
diretamente com formação inicial e
continuada, condições de trabalho: recursos
didáticos, físicos, materiais, dedicação
integral, número de alunos por turma e
carreira e salário como elementos
indispensáveis à profissionalização do
professor.
Assim, a formação continuada é um
direito de todos os trabalhadores em
educação, na perspectiva da
especificidade de sua função, o que
possibilita mudanças efetivas na prática
pedagógica .
A hora – atividade constitui um espaço
de organização coletiva dos
professores, possibilitando uma reflexão
crítica sobre a própria prática e a
reformulação do Plano de Trabalho
Docente.
O Projeto Político-Pedagógico da
escola deve combater:
- a perversa lógica da seletividade,
da classificação, da exclusão e da
discriminação...
- a concepção pedagógica
reducionista dos conceitos de
aprovação ou reprovação.
o controle e a supremacia da nota
que produz um educando dócil,
aplicado, silencioso e passivo.
O Projeto Político-Pedagógico do
CEP deve combater:
a prática docente articulada
exclusivamente à obtenção da nota
seis (6,0), pois a idéia de média
representa apenas uma referência
para enfrentar o debate
educacional em determinado
momento histórico, em relação à
reprovação na escola pública.
O Projeto Político-Pedagógico
do CEP deve combater:
a fragmentação do processo
pedagógico que divide o trabalho
entre pedagogos e docentes,
caracterizando uma separação
arbitrária entre os profissionais
que ensinam e os que organizam as
condições didático –pedagógico
para efetivação do ensinoaprendizagem.
-a desvalorização cultural do aluno
que por sua vez desrespeita a
diversidade.
-a comparação entre resultados de
rendimento escolar dos alunos de
uma turma e entre escola pública e
escola privada como se a última
fosse a melhor, não percebendo que
tais comparações estão carregadas
de discriminação.
- práticas anti- democráticas
que articulam a divisão do
trabalho entre docentes e
funcionários, mas ao mesmo
tempo, solicitam que estes
realizem tarefas difíceis
“como o controle disciplinar
do aluno em pátios e
corredores”.
A escola não é apenas um espaço
de produção e distribuição
de conhecimento, mas também um
espaço para atualizar e completar a
formação cultural do aluno, porque a
educação não se limita à sala de aula.
O CEP possui uma estrutura
privilegiada em relação a outras
escolas públicas.
Assim, a oferta de atividades
culturais, artísticas e esportivas
constitui parte de uma política
educacional.
Desafios do Projeto
Político- Pedagógico :
1- O acesso à educação
como necessidade de uma
escolarização mínima, de
efetiva e igual duração, que
seja equivalente quanto à
qualidade para todos.
2- A igualdade no que se
refere a possibilidade de
permanecer no sistema
educacional: a escola deve
possibilitar que os
desfavorecidos recuperem a
distância que os separam
dos mais privilegiados.
3- A igualdade de
tratamento interno: os
alunos têm o direito de
receber uma educação de
igual qualidade – em
termos de professores,
currículo, meios técnicos
e condições ambientais.
“
’
”
4- A igualdade de realização, na
saída, dos objetivos fixados
pela instituição escolar:
garantir a recuperação dos
desfavorecidos, sem esquecer
do progresso dos demais, o
que requer estratégias
pedagógicas que permitam a
cada um desenvolver as
possibilidades que tem.
5- A igualdade quanto à
oportunidade na transição para
o mundo adulto e produtivo: se
as desigualdades ao sair
correspondem às mesmas ao
entrar, a escola terá realizado o
papel de reproduzir as
diferenças sociais.
SACRISTÀN, J. G. Educar e conviver na cultura global: as exigências da
cidadania. Trad. Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2002.
Desta forma pretendemos
desenvolver:
-o respeito à diversidade cultural
como perspectiva humano-cultural
-a formação humano-social dos
educandos, criando a possibilidade
de cada aluno desenvolver ao longo
de sua vida:
- a prática de aprender
permanentemente;
- a reflexão crítica de
forma responsável
- o agir com
responsabilidade individual e
social;
- a participação no
trabalho e na vida
coletiva;
- formas solidária de
viver numa sociedade
desigual
- valorização do
planejamento participativo
como instrumento de
debate e de decisão coletiva
sobre as práticas
pedagógicas, superando a
divisão entre trabalho
material e intelectual.
- enfrentamento dos problemas
novos, construindo soluções
originais com agilidade e
rapidez, a partir de utilização
metodologicamente adequada
de conhecimentos científicos,
tecnológicos e sóciohistóricos;
KUENZER, A. Z. (org.) Ensino médio: construindo uma proposta para
os que vivem do trabalho. São Paulo, Cortez,2000.
QUE AÇÕES
DEVEM SER PRIORIZADAS
PARA REALIZAR
ESSES DESAFIOS?
1REDIMENSIONAMENTO
DA FUNÇÃO DO
CONSELHO DE CLASSE
-Estudo e análise dos problemas
existentes em sala de aula, explicitando
as dificuldades específicas no que se
refere aos conteúdos , metodologia,
práticas avaliativas e processo de
recuperação de estudos, enquanto
direito do aluno atingir a apropriação da
totalidade dos conteúdos, com vistas á
obtenção de resultado de
aprendizagem mais próximo possível a
100% e, não apenas atingir a média 6,0
para efeito de aprovação.
- Construção coletiva de uma
concepção de prática avaliativa
emancipadora que incorpore a
utilização de diferentes
instrumentos de avaliação, em
diferentes momentos e metodologia
diversificadas, numa perspectiva
de totalidade da prática
pedagógica.
Essa nova abordagem pressupõe a
incorporação de uma prática
avaliativa que considere as
necessidades dos alunos. Todo aluno
tem direito à recuperação de
conteúdos, logo após o recebimento
da nota da avaliação,com vistas à
apropriação imediata da totalidade
dos conteúdos trabalhados pelo
docente.
- A autonomia do Conselho de
Classe e a competência políticopedagógica do professor e da
gestão da escola estão intimamente
ligados: requer um Projeto PolíticoPedagógico que articule uma reflexão
rigorosamente crítica por parte de todos
os sujeitos do processo educativo e
tomada de decisão coletiva sobre as
mudanças a serem efetivadas em
coerência com a função social da escola
pública.
- O estudo e análise dos
problemas existentes em sala de
aula explicitam as dificuldades
específicas no que se refere aos
conteúdos , metodologia,
práticas avaliativas e o processo
de recuperação de estudos,
enquanto direito do aluno atingir
a apropriação da totalidade dos
conteúdos.
Isso significa mudança radical
nas práticas avaliativas: defesa
de uma concepção de prática
docente e discente que possa
construir um resultado de
aprendizagem mais próximo
possível a 100% ,enquanto ponto
de chegada (e, não apenas
atingir a média 6,0 para efeito de
aprovação).
- distinção epistemológica entre
aprendizagem de qualidade social
dos alunos e o conceito de
aprovação, entre a concepção de
educação (neo)liberal e educação
democrática como fundamentos
organizadores de uma prática
avaliativa emancipadora, com vistas
à superação da idéia de reprovar,
mas incorporar a idéia de
aprender.
- superação da concepção
reducionista de que o Conselho de
Classe é um espaço apenas para
análise de notas, mas constitui um
“locus”privilegiado para reflexão
coletiva sobre o trabalho
pedagógico escolar, analisando os
limites e possibilidades da prática
docente, discente e da gestão
escolar com a finalidade de propor e
realizar as mudanças necessárias.
-participação representativa
dos alunos no Conselho de
Classe, através dos
Representantes de Turma,
possibilitando contribuições
desse segmento para efetivar
mudanças qualitativas na
aprendizagem do CEP.
- articulação dos processos
participativos de todos os alunos
na construção da qualidade da
aprendizagem, estabelecendo
relações de mútua responsabilidade
e cooperação entre os diferentes
sujeitos da prática educativa
(professor e alunos) , buscando a
democratização do conhecimento.
- assumir o caráter diagnóstico
da avaliação como instrumento
de compreensão da
aprendizagem, tendo em vista a
definição de medidas
pedagógicas que privilegiem a
transformação da ação docente,
superando aspectos meramente
classificatórios.
-compreender a auto- avaliação
( Professor - Ensino ; Aluno Aprendizagem) enquanto
processo que sintetiza o
constante desenvolvimento da
personalidade, da autonomia e da
auto- consciência em relação
aos progressos e dificuldades,
tanto por parte do professor,
quanto do aluno.
- assumir a concepção de
avaliação na perspectiva da
aprendizagem dos alunos, com
vistas à superação da lógica da
reprovação/ aprovação,
construindo a recuperação de
estudos durante o próprio
processo de aula, fazendo
intervenções e corrigindo as
diferentes trajetórias dos alunos.
- articular a competência
pedagógica à concepção de
planejamento que privilegia
a capacidade de re- elaboração
da prática docente e discente,
e a participação efetiva na
organização coletiva do
trabalho pedagógico para
equacionar e recuperar os
fundamentos de uma educação
democrática.
- valorizar e estimular o papel do aluno
nos processos de aprendizagem,
desafiando- o a superar seus
limites e a reconhecer-se como
sujeito questionador, ousado,
criativo, crítico, respeitoso de si
mesmo e do outro – expressando
responsabilidade individual e social
com a justiça e com a liberdade,
enquanto agente de transformação da
prática pedagógica.
(...) uma aprendizagem efetiva-se
quando o aluno encontra e supera
um obstáculo – difícil, mas
acessível na realização de sua
tarefa.(...)
Além disso, ele só pode envolver-se
em um trabalho, partindo da
representação mental da tarefa a
ser realizada; antes de começar, é
preciso ter uma idéia, mesmo que
aproximadamente, daquilo a que se
quer chegar.
Mas é preciso igualmente que,
no momento em que o aluno
encontre o obstáculo, ele
direcione sua energia cognitiva
para a transposição desse
obstáculo...
Ninguém conserva por toda vida
seus cadernos escolares... Mas é
de se esperar que todos conservem
por toda a vida aquilo que puderam
adquirir pelo trabalho em seus
cadernos. (Meirieu, 2005,p.54)
O professor deve encorajar
o aluno a buscar as condições de
aprendizagem e as informações
sobre o acesso ao
conhecimento.
Não pode esquecer, contudo,que
a tarefa mais complexa deve ser
realizada na presença do
professor para que possa
esclarecer dúvidas,
problematizar a realidade e
apresentar desafios.
O professor não pode mais
limitar-se a entrar na classe e
esperar que esta se coloque
espontaneamente em posição
de marcha. Ele deve
personificar, materializar,
tornar reconhecíveis e
mobilizadores os princípios
fundamentais do projeto da
escola. (Merieu,2005,p.32)
A efetivação do Projeto PolíticoPedagógico do CEP
pressupõe o desenvolvimento
de conhecimentos e valores que
reforcem o sentimento
de pertencimento, o que
favorece igualmente, a abertura
necessária à configuração de uma
prática educativa solidária e
responsável eticamente, na sua
dimensão individual e coletiva com a
transformação e inclusão social.
Assim, aprendizagem constitui:
- um processo onde o aluno presta
atenção, observa, faz anotações e
exercícios, discute em grupo, estuda,
exemplifica, generaliza, faz síntese
integradora, expõe as idéias com
as suas próprias palavras, toma
consciência das dificuldades, usa
materiais diversos, avalia, analisa
criticamente a sua inserção no mundo
e age para transformá-lo.
Desta forma :
Ensinar supõe querer
fazer alguém ascender a
um grau ou a uma forma
de desenvolvimento
intelectual e pessoal que
se considera desejável.
Pode- se afirmar que:
Educar, ensinar, é colocar
alguém em presença de
certos elementos da cultura
a fim de que ele, deles se
nutra, que ele os incorpore a
sua substância, que ele
construa sua identidade
intelectual e pessoal em
função deles. (Forquin, 1993,p.168)
É necessário compreender que:
O êxito acadêmico não
corresponde
obrigatoriamente
ao desenvolvimento
pessoal, ao grau de
responsabilidade social,
a um comportamento moral,
a atitudes de respeito
e solidariedade.
Não há docência sem
discência, as duas se
explicam e seus sujeitos,
apesar das diferenças que
os conotam, não se
reduzem à condição de
objeto, um do outro.
Quando vivemos a
autenticidade exigida pela prática
de ensinar-aprender
participamos de uma experiência
total, diretiva, política, ideológica,
pedagógica, estética e ética, em que
a boniteza deve achar-se de mãos
dadas com a decência e com a
seriedade.
Neste caso, é a força
criadora do aprender de que
fazem parte a comparação,
a repetição,a constatação, a
dúvida rebelde, a
curiosidade não facilmente
satisfeita, que supera os
efeitos negativos do falso
ensinar.
Ensino porque busco, porque
indaguei, porque indago e me
indaguei. Pesquiso para
constatar, constatando,
intervenho, intervindo educo e
me educo. Pesquiso para
conhecer o que ainda não
conheço e comunicar ou anunciar
a novidade.
Uma das tarefas mais importantes
da prática educativo-crítica é propiciar
as condições em que os educandos em
suas relações uns com os outros e
todos com o professor ou a professora
ensaiam a experiência profunda de
assumir-se. Assumir-se como ser
social e histórico, como ser pensante,
comunicante, transformador, criador,
realizador de sonhos, capaz de ter
raiva porque capaz de amar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Schilling. Porto Alegre: Artmed, 2003.
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Meirieu,P. O cotidiano da Escola e da Sala de Aula: o fazer e o
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DUARTE, N. Concepções afirmativas e negativas sobre o ato de
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1998.
VEIGA, I. P. A. Ensino e Avaliação: uma relação à organização do
Trabalho Pedagógico. In: Didática: o ensino e suas relações.
VEIGA, I.P.A. (org.). Campinas, SP: Papirus, 1996, p. 149-169.
SAVIANI, D. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da
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Autores Associados, 1988.
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações.
Campinas, SP:Autores Associados, 1997.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
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GIROUX, H. A. Os professores como intelectuais:rumo a uma
pedagogia crítica da aprendizagem.trad. Daniel Bruno: Artes Médicas,
1997.
KUENZER, A. Z. (org.) Ensino médio: construindo uma
proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo,
Cortez,2000.
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