RelatorioFinal - Rede-Observatório do Programa Mais Médicos

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Relatório de Vivência VER SUS VERÃO IJUÍ 2015
23 janeiro de 2015
Na manha do dia 23 de janeiro tivemos nosso primeiro contato com todos os viventes e
facilitadores, em um primeiro momento foi realizado uma apresentação entre todos,
inclusive do COLETIVO AMASUS, além disso podemos conhecer o que é o projeto
VER SUS, tivemos uma conversa dinâmica com a Professora Adriana, que nos
esclareceu o quanto a busca de tratamento por um paciente é burocrática, além disso ela
contextualizou o quanto a profissão de cada um é importante para o funcionamento do
sistema, o tema mais debatido foi a atenção primária e a importância da prevenção e
promoção da saúde. Após o almoço, fizemos uma caminhada até a 17ª Coordenadoria
Regional de Saúde para conhecer a estrutura física e a equipe de profissionais que
agora conta com um biólogo. Foi apresentado cada setor e suas respectivas
competências. Visitamos também o CACON, onde fomos divididos em dois grupos.
Assim, conhecemos a estrutura da oncologia e da radioterapia, onde foi possível tirar
várias dúvidas com relação ao trabalho dos profissionais e o tratamento dos pacientes.
Foi enfatizado a necessidade de se aumentar a estrutura para dar conta da demanda que
está cada vez mais crescente. Pela noite, finalizamos o trabalho fazendo o diário de
campo, bem como uma roda de conversa para refletirmos com relação ao que foi
conhecido no dia.
2º dia de vivência 24 de janeiro de 2015
Hoje nosso grupo ficou responsável pela organização do café para o coletivo, após
servir e organizar a cozinha participamos da roda de conversa com a enfermeira do ESF
e dois ACS. O assunto principal da conversa foi os princípios e diretrizes do SUS,
durante a conversa pode ser debatido bastante os pontos positivos e negativos do
sistema, foi possível tirar varias duvidas sobre o funcionamento da rede no município de
Ijuí. Após o almoço fomos visitar a SABEVE, levamos algumas doações para o lar e
passamos a tarde trocando experiências com os usuários. A noite, fomos surpreendidos
como uma forte pancada de chuva que deixou o alojamento feminino alagado, após nos
reacomodar, fizemos uma interação para conhecer todos os integrantes em suas
particularidades.
Deslocamento até a SABEVE.
SABEVE
3° dia de vivência
No terceiro dia de vivência fomos para o interior de Catuipe, para a localidade de Passo
do Araça, onde se concentra a comunidade de Quilombolas, os quais foram
recentemente reconhecidos, em 2008 foi dada a entrada no processo de reconhecimento
da comunidade Quilombola, o qual saiu seu reconhecimento definitivo em 2011,no
entanto ainda aguardam a liberação da verba que seja direcionada para construção e
ampliação das dependências do local, hoje vivem em torno de 8 a 11 famílias no local.
Ainda na comunidade quilombola tivemos o contato com a Médica cubana que atende
na UBS de Catuipe, a mesma respondeu as curiosidades do grupo frente a CUBA e suas
particularidades, saúde, segurança, economia, e sua percepção diante da saúde do Brasil
e estilo de vida. Para finalizar o dia na comunidade fomos conhecer a cachoeira da
cidade junto com alguns moradores da comunidade. Ao retornar para o alojamento
debatemos sobre alguns pontos importantes da semana, como o sarau cultural, e como
estratégia de integração foi distribuído a função de anjo entre os participantes.
Comunidade Quilombola Catuípe -RS
26-01-2015
No quarto dia de vivência começou com a visita às UBS e ESF do município de Ijuí,
cada um tem suas particularidades, mas um elemento primordial dessa visita foi
diferenciar a UBS de ESF, a ESF oferece cobertura a família, necessita da presença de
um enfermeiro e no mínimo 3 técnicos de enfermagem, 1 dentista mais uma equipe
auxiliar com nutricionista, fisioterapeuta e psicólogo.
O sistema como um todo apresenta tanto fragilidades quanto potencialidades, falta de
profissionais, estruturas precárias, falta de acessibilidade, e não abrangência de todas as
famílias, mas um grande problema que identificamos é como a prevenção da saúde não
é trabalhada, o que seria de grande importância e diminuiria o fluxo de trabalho, a
gestão também acaba interferindo em vários fatores, mas ser gestor de uma cidade
muito grande também é considerado um fator importante. Como estávamos divididos
em grupos ao retornar das visitas utilizamos o momento para discutir sobre as realidades
visualizadas.
Após o almoço nos dirigimos para o município de Bozano afim de conhecer o projeto
de plantas bioativas que está sendo desenvolvido pelas ACS em parceria com a
EMATER do município, corresponde a um projeto muito interessante que trará grandes
benefícios para a população, também tivemos a oportunidade de conhecer a UBS de
Bozano, a qual está muito bem estruturada e tem uma equipe de profissionais completa.
Fomos a comunidade terapêutica e podemos conhecer o local e um pouco da história,
seu funcionamento e o local, o trabalho é realmente muito bom, bem estruturado e
acolhedor, porem em alguns momentos questionamos a questão da religião que é
utilizada no mesmo e a visão dos pacientes quanto a isso, porém não podemos ter
nenhum contato com os pacientes, é uma questão de privacidade e direito, mas seria
legal ter uma outra visão do sistema. Após a janta tivemos uma roda de conversa com
Ubirajara Cardoso e Carolina Gross.
Comunidade Terapêutica
27 de janeiro de 2015, iniciamos o dia preparando o café para o coletivo, após nos
dirigimos até o município de São Valério para conhecer a reserva indígena Inhacorá,
onde passamos o dia conhecendo a cultura indígena. Em um primeiro momento tivemos
uma conversa com os funcionários da Ubs da aldeia, a equipe conta com uma
enfermeira, três técnicos de enfermagem, 1 dentista e um médico do projeto mais
médicos, 2 agentes indígenas sanitários, 3 agentes indígenas de saúde, que atendem em
torno de 1500 pessoas. A UBS atende em livre demanda, porem os casos mais
complexos são encaminhados para os centros de referências. Em um segundo momento
tivemos a oportunidade de conversar com o cacique e vice cacique da aldeia, os quais
foram muito receptivos e esclareceram varias duvidas do grupo, diante de sua
organização e disciplina da aldeia. É a única aldeia que mantem a cultura kaigang,
cultivando a língua, sendo que as crianças até os 8 anos são alfabetizados na língua
kaigang e após ao entrar para a escola passam a aprender o português, porem sempre
cultivando as suas origens. A aldeia conta com escola de formação fundamental e
recentemente pode adquirir a formação média, os professores são indígenas que buscam
multiplicar o conhecimento. Ainda na aldeia tivemos um momento em que conversamos
com o pajé, figura importante na questão da saúde, pois mesmo, que haja métodos mais
atualizados de buscar saúde, os índios ainda mantêm a cultura de buscar a ajuda do pajé,
ele ainda pode falar sobre os métodos curativos que utiliza, fazendo um contraponto
entre passado e presente, e também como funciona a sucessão do dom de ser pajé. Ao
retornar para Ijuí começamos a trabalhar na devolutiva que deverá ser apresentada na
sexta-feira no auditório do Polivante.
28/01/15
Hoje no período da manha, conhecemos a unidade básica de saúde da
penitenciaria modulada de Ijuí-RS, sendo constituída por uma equipe de um medico
uma enfermeira, uma nutricionista, assistente social, psicóloga, e dentista. Com essa
unidade procura-se atender a demanda dos quase 600 apenados. São realizados os
atendimentos básicos e os casos que necessitam de atendimento especializado, sendo
assim, encaminhados ao Centro de Referencia do município.
PENITENCIÁRIA
Ainda pela manhã, fomos conhecer em “grupos distintos”, alguns serviços de
saúde do município, os quais são: O CEREST, Pró-Audi e SAE. No SAE, fomos
recepcionados pela enfermeira da unidade, que nos apresentou o trabalho realizado,
focado na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e outras doenças
como Hepatites A B e C, além do trabalho de grupos, voltado à prevenção em especial
nas escolas da rede municipal. Conhecemos o trabalho da Pró-Audi através da
apresentação do gerente da empresa e logo após a fonoaudióloga nos relatou de forma
resumida como funciona todo o processo de aquisição do aparelho auditivo pelo
paciente e também nos mostrou as dependências físicas. Já no CEREST, conhecemos
alguns serviços prestados à saúde do trabalhador, o qual abrange três Coordenadorias
Regionais de Saúde (9ª, 12ª e 17ª). Este é um órgão que recebe investimentos
municipais, estaduais e federais que são utilizados na reabilitação de trabalhadores,
notificações de acidentes de trabalhos, ações de prevenção às doenças relacionadas ao
trabalho ocorridas nos municípios de abrangência das Coordenadorias.
À tarde fomos conhecer o SAMU e a partir da conversa com o coordenador do serviço
fomos esclarecidos sobre as principais questões referentes ao modo de funcionamento
da unidade. O serviço conta com duas ambulâncias sendo uma para atendimentos
básicos e outra para atendimentos avançados, prestando uma média de seis
atendimentos por dia.
SAMU
Já na ACATA (Associação dos Catadores de Ijuí) pode-se observar o processo de
separação do lixo reciclável que é recebido na associação através de uma empresa
terceirizada. Através de parceria com a UNIJUÍ, ocorreram significativas melhorias na
estrutura física da associação, tais como a ampliação do local de armazenamento do
material e as máquinas necessárias para a realização do trabalho. Foi uma experiência
bastante produtiva no sentido de produzir reflexões sobre a maneira como a questão do
lixo é tratada.
ACATA
À noite participamos da reunião do COMUS (Conselho Municipal de Saúde) na
Secretaria Municipal de Saúde de Ijuí, no qual foi exposto um breve histórico sobre as
Conferências de Saúde e as principais questões que serão discutidas na próxima
conferência neste ano.
29/01/15
Hoje realizamos uma visita ao assentamento Rondinha, em Jóia, na casa do senhor
Roque, sendo que essa propriedade diferencia-se pelo fato de que há 12 anos não é
utilizado nenhum tipo de agrotóxico na produção de alimentos. Conhecemos a estrutura
do horto onde são cultivadas plantas bioativas, pois estas se constituem como uma
prática alternativa para a redução do consumo de fármacos. Mesmo sendo um projeto
recente, conta com o apoio da Secretaria de Saúde do município e a EMATER no
processo de ampliação dos conhecimentos sobre a produção e divulgação dos benefícios
proporcionados pelo uso de ervas medicinais. Foi possível conhecer a estrutura do
serviço de saúde prestado naquela localidade, pois embora possua uma estrutura física
definida, os atendimentos estão suspensos no momento devido à falta de profissionais
essências à equipe de saúde, sendo que, na necessidade de atendimento, os usuários são
encaminhados para a cidade de Jóia, distante 32 km daquela localidade.
30/01/15
No período da manhã fomos conhecer os CAPs colmeia, AD e Infantil. No CAPs
colmeia o qual é mantido pelo município, fomos recebidos pela psicóloga responsável
que nos apresentou as dependências físicas as quais apresentam algumas deficiências,
conhecemos a equipe multidisciplinar e também socializamos com alguns usuários do
local. Em seguida conhecemos os CAPs AD e Infantil, os quais são administrados pelo
Hospital Bom Pastor, onde observamos a principal diferença entre a população atendida
pelas três modalidades de CAPs. Enquanto o Colmeia atende pacientes acometidos com
transtornos mentais moderados e graves, o AD recebe usuários para o tratamento contra
o uso de álcool e drogas com idade a partir dos 18 anos e no Infantil são acolhidas
crianças de 0 a 18 anos que possuem algum tipo de transtorno mental.
Ainda na parte da manhã conhecemos a UNIR (Unidade de Reabilitação). Este é um
serviço mantido pela UNIJUÍ em parceria com diversos municípios, sendo que o
tratamento é gratuito para os pacientes. Conta com uma equipe de trabalho
multiprofissional e um amplo e moderno espaço para a realização das práticas de
reabilitação. São fornecidos órteses, próteses e meios de locomoção.
Na tarde foi feita a devolutiva onde participaram juntamente conosco trabalhadores e
usuários do SUS onde discutimos sobre a vivência do VER-SUS (vídeos, fotos, análise
do grupo sobre diversas questões relacionadas ao SUS e contamos com a contribuição
dos usuários do SUS).
31 janeiro de 2015
Hoje foi o dia de conhecer a casa Ama, que faz um trabalho importantíssimo frente a
saúde mental do município, trabalhando em uma lógica de sistema da Itália que inclui
os ex usuários como facilitadores do sistema. É um serviço de extrema importância
porque valoriza os usuários utilizando q sua potencialidade de vivência pra encorajar
não só os pacientes como os trabalhadores do local. Após de almoçarmos na casa ama,
nos dirigimos até a praça pra revelar o anjo e descontrair.
01 fevereiro de 2015.
Após acordar estava liberado para direcionar-se a sua casa.
Sobre a experiência do VERSUS pra mim foi uma quebra de paradigmas os quais me
fizeram uma pessoa melhor, por cada lugar que passei aprendi alguma coisa e levarei
junto de mim para sempre. Acredito eu que a atividade do gestor é mais complexa do
que imagino, e os problemas o qual enfrenta são muito maiores do que pudemos
perceber, o sistema de saúde de Ijuí não é perfeito, mas de certa forma é resolutivo para
quase metade da população.
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