RELATÓRIO DA VIVÊNCIA VER-SUS LEUCINÉIA SCHMIDT Frederico Westphalen, setembro, 2016 Dia 26/08 A vivência do VER-SUS iniciou-se no dia 26 de agosto de 2016. A recepção e acolhimento se deu na 19a Coordenadoria Regional de Saúde de Frederico Westphalen pela comissão organizadora e pela coordenadora da 19a Coordenadoria Regional de Saúde. Em seguida fomos até a cidade de Seberi na sede do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), onde ficamos alojados durante os 7 dias da vivência. Após a acomodação nos dormitórios ocorreu uma apresentação inicial, onde cada um deveria dizer o seu nome, cidade, instituição e as expectativas que tinha para o estágio de vivência, colando em um cartaz no chão uma folha que todos receberam por e-mail. Após a apresentação de todos se verificou a formação do símbolo do VER-SUS, mas ele apesentava algumas lacunas devido à ausência de alguns participantes, mas nem por isso deixou de ser interpretado corretamente. Isso nos demonstrou que todos nós tínhamos um papel importante na vivência do VER-SUS bem como na construção do Sistema Único de Saúde (SUS), e que para superarmos as lacunas precisamos nos unir, pensar e lutar juntos. Pela parte da noite foi realizada a construção de uma mandala coletiva, onde cada um colocou algo de valor simbólico, relatando o seu significado, foi um momento muito emocionante. Dia 27/08 Neste dia a professora e vivente Tina Reinheimer nos falou sobre a história, estruturação e princípios do SUS. Relatou também sobre os níveis de acesso (primário, secundário e terciário) bem como os serviços e funcionamento de cada um, ressaltando que a atenção primária deve ser eficaz e resolutiva, pois é onde se consegue fazer prevenção, assim essa deve ser a porta preferencial para a entrada do indivíduo. Se refletiu sobre o significado da saúde para cada um, chegando-se a um pensamento de saúde como um resultado da busca pela felicidade e da capacidade de sonhar. Pela parte da tarde fomos conhecer o espaço do MPA, onde pude verificar que sim é possível a produção sem agrotóxicos. O projeto alimergia é maravilhoso, pois utiliza técnicas renováveis de recuperação do meio ambiente, visando a soberania alimentar e energética das comunidades de forma harmônica com a natureza. Conhecemos uma cachoeira, que apesar dos difíceis obstáculos do caminho todos se ajudaram, e foi maravilhoso estar em contato com esta natureza. Ao retornarmos para os alojamentos, tivemos uma conversa com o coordenador do projeto alimergia, que nos relatou sobre as lutas do MPA, dificuldades encontradas e benefícios deste modelo de produção agroecológico. Pela parte da noite assistimos um documentário sobre como era antigamente a saúde pública e como surgiu o SUS. Dia 28/08 Pela parte da manhã tivemos uma palestra com a professora Marines Aires, que nos relatou sobre o modelo excludente e campanhista que se tinha antes da estruturação do SUS, explicou sobre o surgimento do SUS e sobre as diferenças entre o modelo biomédico e de saúde da família. Comentou sobre as leis 8080/90 e 8142/90. Colocou vários questionamentos, fragilidades e desafios que ainda precisam ser enfrentados da realidade do SUS. Finalizando, colocou-nos a seguinte questão: você seria usuário do seu próprio serviço? O que nos fez refletir sobre a importância de desenvolvermos um trabalho de qualidade e com amor ao próximo. Pela parte da tarde se realizou a dinâmica das desigualdades, que nos fez refletir sobre situações da nossa vida que nos deixaram mais atrás, no meio ou à frente. Após tivemos uma conversa sobre o SUS com três convidadas. Destacou-se a importância da gestão compartilhada para um trabalho de qualidade, que foi demonstrado através de um vídeo feito por duas profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) de São Leoplodo. Dia 29/08 Neste dia iniciamos as visitas da vivência nos serviços de saúde na cidade de Tenente Portela. Pela parte da manhã, com o meu grupo de vivencia “As Marias” fomos conhecer o hospital Santo Antônio, onde fomos recepcionados pela presidenta do hospital. Nesta oportunidade a mesma nos relatou sobre o funcionamento do hospital que possui 61 anos e atende 60 municípios, tendo 24 horas de plantão clínico, 120 leitos, 46 médicos e 430 funcionários. A entrada dos pacientes no hospital ocorre 90% através das secretarias de saúde dos municípios. Se realiza pesquisa de satisfação e se trabalha com o projeto terapêutico singular. Estão sendo implantados no hospital diversos serviços como: a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta, a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) Neonatal, o banco de leite e o parto humanizado. Ainda, nos chamou a atenção o jardim sensorial e a liberação do uso de chás por mulheres indígenas no parto, pois este fato faz parte da cultura das mesmas. Além disso, tivemos a oportunidade de conhecer o Centro Especializado em Reabilitação (CER III) que dispõe de atendimentos de média e alta complexidade, habilitado para as modalidades de reabilitação física, visual e auditiva. A equipe especializada é composta de: enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, nutricionista, neurologista, oftalmologia, ortopedista, psicólogo, terapeuta ocupacional e técnico em órteses e próteses. São dispensados diversos recursos como: cadeiras de roda, muletas, órteses, próteses, óculos, etc. Como pontos negativos, se verificou que o hospital ainda possui uma gestão centralizada, se tem muitos juízos de valor e a culpabilização do sujeito. Pela parte da tarde tivemos a oportunidade de conhecer a saúde indígena, polo base Guarita que atende 3 municípios. O polo atende 8.000 indígenas, tendo 14 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Têm-se profissionais indígenas e brancos, mas os agentes comunitários e os agentes de saneamento devem ser indígenas. Apesar de terem ocorridos alguns avanços em termos de acesso às faculdades, ainda existem muitas dificuldades para a permanência e realização de provas de concurso. Realiza-se um trabalho de apoio matricial e não individual, de acordo com a realidade e cultura da comunidade, através de uma equipe multidisciplinar. São realizadas visitas e acompanhamentos dos profissionais nas aldeias, sendo a medicina tradicional a primeira a ser utilizada, evitando desta forma a medicação. A perda da identidade é o que esta resultando nas doenças. Dia 30/08 Pela parte da manhã fomos até o município de Vista Alegre, onde conhecemos a UBS deste município. Nesta oportunidade conseguimos conhecer o Programa Primeira Infância Melhor (PIM) que funciona muito bem neste município. É composto por visitadores, monitores e Grupo Técnico Municipal (GTM). As visitadoras realizam visitas domiciliares para as famílias onde se têm gestantes e crianças de zero a quatro anos, desenvolvendo atividades de acordo com a realidade de cada família. No interior são atendidas 17 famílias por visitador e na cidade 20 famílias por visitador. A aceitação por parte das famílias é boa, o maior problema é o difícil acesso nas áreas do interior. Nesta UBS também tivemos a oportunidade de conhecer o trabalho maravilhoso desenvolvido por um dentista, que é um apoiador do SUS, conhece as leis e normas que regem este sistema, bem como sabe fazer gestão. Este profissional realiza um trabalho de educação permanente desde o pré-natal com as gestantes, acompanha as crianças nas escolas, realiza visitas domiciliares, faz palestras e debates com os adolescentes, realiza atendimentos agendados para os funcionários e demais indivíduos. Devido a este trabalho não se tem no município problemas sérios relacionados à dentição, com exceção daquelas pessoas que recentemente vieram de outros municípios. Além disso, o profissional destacou sobre a qualidade dos serviços em odontologia, pois são realizados na UBS todos os tipos de tratamento dentário. Ainda, pela parte da manhã fomos até o município de Taquaruçu do Sul, onde tivemos a oportunidade de conhecer a UBS e o hospital São Roque de pequeno porte, que é 100% SUS. A enfermeira nos mostrou os dados do município, onde se tem uma população em torno de 3.049 habitantes, 7 agentes comunitários de saúde, cerca de 787 pacientes hipertensos e 102 pacientes diabéticos. No município morrem mais homens do que mulheres por diversas causas. Se tem uma academia de saúde, grupo de gestante e o NAAB. Contudo, se percebe que muitos profissionais não conhecem as normas que regem o SUS, por isso a população também não participa do conselho de saúde, pois tem pouco incentivo. Dia 31/08 Pela parte da manhã fomos até o município de Seberi, onde visitamos um Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), que é uma unidade pública, de referência local, responsável pela organização e oferta dos serviços de proteção social básica e das ações socioassistenciais e socioeducativas. É responsável pelo desenvolvimento do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), bem como pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). O público alvo são famílias e indivíduos que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco social, beneficiários do Programa Bolsa Família, BPC e demais inscritos no cadastro único. As formas de acesso são por procura espontânea, busca ativa, encaminhamento da rede socioassistencial e demais políticas públicas. A equipe de trabalho é composta pela assistente social, psicóloga, orientadores sociais, facilitador de oficinas e coordenador. Os recursos muitas vezes são cortados pela falta de equipe mínima, por isso todos os profissionais do CRAS deveriam ser concursados, até por causa da vulnerabilidade e continuidade do trabalho. São realizadas diversas atividades e ações como: recepção e acolhida, atendimento social, encaminhamentos, oficinas e ações comunitárias. Ainda, são trabalhadas temáticas como a questão da autoestima, geração de renda, etc. Além disso, através do SCFV se tem quatro grupos, sendo o ciranda para crianças de 6 a11 anos, o recriar para adolescentes de 12 a 14 anos, o ser jovem para adolescentes de 15 a 17 anos e o grupo de idosos. Contudo, o maior problema verificado atualmente é a evasão escolar e a gravidez na adolescência. Em seguida fomos visitar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no município de Seberi que atende 26 municípios da 19a coordenadoria. O serviço é dividido em SAMU básico e avançado. O básico é composto pelo profissional técnico em enfermagem e o condutor. Enquanto, o avançado é composto pelo enfermeiro, médico e condutor. A ambulância só pode sair para atendimento com a ordem médica-autorização da Central de Regulação de Porto Alegre. Por isso, é importante que as informações prestadas através da ligação ao 192 sejam o mais corretas possíveis. Neste ano o SAMU realizou 32 atendimentos no mês de janeiro, 44 atendimentos no mês de fevereiro, 38 atendimentos no mês de março, 35 atendimentos no mês de abril, 38 atendimentos no mês de maio, 41 atendimentos no mês de junho e também 41 atendimentos no mês de julho. O SAMU é um serviço terceirizado, sendo que os profissionais não recebem nenhum suporte quanto à saúde do trabalhador, o que os leva a se tornarem “frios”, conforme relatado por um profissional da equipe. Ainda, pela parte da manhã fomos visitar a UBS, onde funcionam as equipes de ESF II e V. Nesta unidade apesar de se ter duas ESF, só se tem uma equipe de profissionais, o que dificulta muito a realização do serviço. São realizados grupos de hiperdia mensalmente, com as gestantes são realizados 5 encontros com intervalos de 15 dias. Contudo, se verifica que o atendimento na UBS ainda é praticamente clínico. Pela parte da tarde fomos até a cidade de Jabuticaba, onde visitamos o hospital Santa Rita. Este hospital possui 26 anos e 90% dos atendimentos realizados são através do SUS, possui 47 funcionários, apresenta 50 leitos e 18 leitos de saúde mental. É referência na região na área de dermatologia e saúde mental. Se tem protocolos para classificação de risco. O plantão dos médicos é presencial. A administração investe em capacitações para os profissionais e se tem uma boa parceria com os profissionais da atenção básica. Contudo uma das desvantagens do hospital é que muitos leitos e atendimentos ainda são somente particulares, como por exemplo o médico gastroenterologista atende somente convênios e particular. O serviço de saúde mental se iniciou no hospital Santa Rita no ano de 1999. Os pacientes ficam internados durante 21 a 30 dias. O espaço ainda é isolado, apresenta grades nas portas e janelas. As causas mais comuns de internação são a dependência química, o álcool e drogas. Todo o paciente vem com referencia, mas essa geralmente é precária. Ao dar alta, o paciente é encaminhado com a contra referencia de cada profissional. O trabalho de rede deveria ter continuidade, mas muitos pacientes depois que voltam para seus municípios não possuem suporte nenhum. Desta forma 80% dos casos de alcoolismo e drogas que dão alta do hospital acabam recaindo, porque não fazem o acompanhamento no município. Os pacientes que são tabagistas podem fumar 1 carteira por dia. Uma vez por semana os profissionais da equipe multidisciplinar se reúnem para discutir o plano terapêutico. Ocorrem atividades em grupo e confecção de materiais didáticos uma vez por semana. Também uma vez por semana se tem a visita dos familiares. Conforme a situação do paciente, a família também é atendida. Durante o dia se tem a socialização entre todos os pacientes, mas durante a noite é separado homens e mulheres. O idoso tem direito a ter acompanhante, o hospital exige que seja feito esse acompanhamento, mas os familiares deixam muito a desejar. Um dos grandes problemas é que muitas vezes a família e o município procuram se livrar deste paciente e assim encaminham para internação, e não que ele não poderia estar no convívio social. Em seguida fomos visitar uma UBS ainda no município de Jabuticaba, onde se faz um trabalho maravilhoso. Se trabalha todo mês com campanhas de saúde como: tabagismo, câncer de pele, doenças respiratórias, etc. sendo cada mês uma cor diferente. Então se realiza o dia D e nesse dia se fecha a unidade para se trabalhar com a campanha do mês. Também toda terça-feira são realizados grupos de saúde no interior, cada terça-feira o trabalho é realizado por uma equipe. Criou-se um mapa inteligente por ESF, colocando por áreas do município a prevalência de hipertensão, diabetes, hipertensão e diabetes, gestantes, crianças ˂ 2 anos, hanseníase, saúde mental, acamados, tuberculose, igrejas, grupos de terceira idade, clube de mães, escolas e áreas e violência. Criou-se tem um ambiente privativo para a realização do acolhimento do paciente, onde é realizada a escuta do mesmo e encaminhado para o profissional mais habilitado, conforme o problema do paciente. Esta UBS tem como objetivo ajudar a mudar as condições de vida da população para assim se evitar as doenças, trabalhando através da saúde como forma de prevenção das doenças. Dia 01/09 Pela parte da manhã fomos até o município de Frederico Westphalen, onde primeiramente visitamos o Hospital Divina Providência. Este hospital atende 70% através do SUS e 30% através de convênios e particulares. Não se tem o serviço de endoscopia através do SUS. Os pacientes que necessitam de serviços especializados que não são ofertados no hospital são cadastrados na central de leitos, e assim conforme disponível a vaga o paciente é transferido. Neste hospital se tem 12 leitos psiquiátricos e 2 psicólogos, sendo que a ala psiquiátrica não é fechada. Se tem casos na saúde mental em que os familiares abandonam o paciente no hospital e nunca mais voltam nem para fazer visitas. Entre os anos de 2012 a 2016 ocorreram várias reformas no hospital, contudo devido ao fato da UTI ainda não estar funcionando, cirurgias complexas ainda não são realizadas. Em seguida fomos visitar um Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), este atende famílias e indivíduos em situação de violação de direitos. Tem-se várias demandas advindas do ministério público e judiciário. Mensalmente são realizadas reuniões com toda a rede para discutir os casos. No município para ser secretário de assistência social o profissional deve ser assistente social, isso contribui muito para a eficiência e desenvolvimento dos serviços do CREAS. Uma das profissionais comentou a cerca de um caso em que várias famílias foram retiradas de um local onde estavam propensas a várias situações de risco e foram lhes dado casas em outro local. No entanto depois de um tempo estas famílias venderam as suas casas e voltaram ao local de origem. Notou-se que os profissionais não sabiam mais o que fazer diante dessa situação e que lhes faltava suporte para o entendimento de cada realidade particular dessas famílias. Pela parte da tarde visitamos a Liga Feminina de Combate ao Câncer, que é uma organização não governamental (ONG) que tem como objetivo oferecer cestas básicas e suporte para os pacientes com câncer e sua família. O dinheiro das cestas básicas é arrecadado através da promoção de eventos e recebimento de doações. É um trabalho maravilhoso que com certeza ajuda muitas pessoas que estão fragilizadas por esta doença, e assim necessitam de ajuda. Finalizado as visitas, fomos conhecer uma UBS onde funcionam as equipes de ESF I e V. Se verificou que estas equipes possuem uma demanda muito grande de populações carentes. Não se tem agentes comunitários de saúde no momento. Os serviços são precários, não se tem saneamento básico eficaz. Existem vários casos de sífilis e gravidez na adolescência. No entanto apesar das dificuldades os profissionais que ali trabalham desempenham um trabalho muito bom, realizam grupos de saúde todas as quintas-feiras de manhã, realizam visitas domiciliares todas as sextas-feiras e trabalham junto com a comunidade para assim verificar as situações de risco e poder fazer educação em saúde. Dia 02/09 Este foi o último dia da vivência, pela parte da manhã se refletiu sobre as questões que apresentaríamos à tarde na devolutiva na 19a Coordenadoria Regional de Saúde. E pela parte da tarde tivemos a devolutiva, onde se colocou os pontos positivos e negativos verificados nos municípios, bem como se refletiu sobre soluções que podem ser apresentadas para o melhoramento das questões negativas. Considerações finais: O VER-SUS me demonstrou que é possível sim a construção de arranjos dentro do sistema capitalista, que não podemos simplesmente aceitar as coisas como estão, que é possível mudar e que essa mudança deve partir de cada um. Devemos nos libertar, empoderar as pessoas para participarem da construção da sociedade e do SUS, começando pela participação no conselho de saúde. Conhecemos muitas realidades onde os profissionais somente realizam atendimento clínico dentro das UBS, esses profissionais necessitam de educação permanente para conhecer os princípios e funcionamento do SUS. Além disso, é necessário gestão compartilhada através de profissionais que conheçam sobre o funcionamento do SUS, pois quando se tem gestão de qualidade também se consegue resolutibilidade no serviço. Enfim, o VER-SUS foi para mim uma experiência transformadora de vida, que me possibilitou vivenciar diferentes realidades dentro do SUS, mas também fazer amizades, acolher e ser acolhida, ser transformada por palavras, atitudes e gestos de carinho.