Sobre o tratamento possível do autismo

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Resumo
Proponente : Elisa Carvalho de Oliveira
Psicanalista, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica – IP/UFRJ
Bolsista do Cnpq
Endereço:
e-mail: [email protected].
Telefone:
25564296
96260242-(cel.)
Título do trabalho: “ Sobre o tratamento possível do autismo”
Ao longo da apresentação do caso clínico de uma criança de cinco anos de idade, cujo estado
ao chegar para o tratamento poderia ser considerado como um caso de autismo, propomos
circunscrever uma questão em torno da forma particular como esta paciente se articulou, se assim
poderíamos dizer, no dispositivo analítico.
A partir dos efeitos do tratamento citado acima, e das conseqüentes mudanças na posição
subjetiva da paciente, pretendemos centrar o presente trabalho em uma discussão acerca da
Direção da Cura no tratamento do autista.
Para abordar o tema do autismo, nos basearemos no referencial teórico de Jacques Lacan, em
seu retorno à letra de Freud. Em seu percurso, Lacan vai formular que o sujeito se constitui em
função do campo do Outro.Ressaltando contudo, que a esta primeira determinação o sujeito,
qualquer que seja a sua estrutura, vem dar uma resposta.
No autismo, uma grave problemática atinge a relação do sujeito com a linguagem. E uma de
suas mais devastadoras conseqüências se refere à quase total inexistência de uma fala articulada
pelo sujeito, que adquira valor de comunicação com o Outro.
Contudo, a primeira constatação da ausência de um laço com o Outro, não impede, como
assinala Lacan, que o autista esteja de alguma forma na linguagem. E que por meio de seus sons,
estereotipias e de suas incessantes atividades, enquanto um sujeito em sua singularidade, o
autista articule muitas coisas. Ou seja, realize articulações enquanto uma resposta ao que para ele
foi possível escutar ou mesmo apreender.
Dessa forma, a partir das questões suscitadas pela clínica, e especificamente pela forma
particular como no caso citado, foi se operando a cada sessão, um trabalho em torno das
articulações realizadas pela paciente, propomos em função do referencial teórico da psicanálise,
sustentar uma aposta, baseada no desejo do analista, para uma possibilidade de tratamento do
autismo.
Com referência ao caso clínico, inclusive, abordaremos a incidência dos efeitos do tratamento da
paciente sobre os membros de sua família, e as questões que surgiram acerca das possibilidades
de intervenção do analista com os pais .
Para concluir, gostaríamos de considerar a situação desta paciente ter sido atendida,
inicialmente, em uma instituição para crianças autistas e psicóticas.
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