Análise Comparativa

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Análise Comparativa
Preciso “Ensinar” o Letramento, Ângela B. Kleiman
O que é letramento e alfabetização, Magda Soares
Observamos nas leituras a origem, o significado e o porquê do conceito letramento
ser bem mais abrangente que o de alfabetização, segundo Soares, “Letramento resultado da
ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita. O estado ou condição
que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da
escrita e de suas práticas sociais” (1999 : 39). A autora defende a possibilidade da
criticidade do indivíduo perante o domínio das práticas sociais.
Kleiman afirma que “o sujeito letrado passa a ter não um, mas pelo menos dois
sistemas para se comunicar: o falado e o escrito. Entretanto, usará o escrito somente se for
tão fluente nele como é na fala e, para tal, é preciso trabalhar abordagens, estratégias e
recursos de desvendamento do texto, ensinar o processo sócio-cognitivo que está por trás
da compreensão da palavra escrita” (2005 : 57) . A autora aborda que quando o indivíduo
domina as estratégias de leitura e escrita ele se apropria desse saber e faz uso dele
funcionalmente.
Concordo com Kleiman e Soares quando defendem a importância do letramento em
nossa sociedade, os professores devem respeitar as práticas sociais e os conhecimentos
prévios dos alunos e oportunizá-los a novas e variadas práticas lingüísticas, em minhas
aulas procuro contar história; ouvir e cantar músicas; registrar, planejar e avaliar com as
crianças o nosso dia; ler com elas poesias e noticias; corresponder-se através de cartas e
bilhetes; na roda da conversa as crianças contam novidades, histórias, debatem diversos
assuntos falam de suas experiências, construímos textos coletivos... Enfim “nosso problema
não é apenas ensinar a ler e a escrever, mas é, também e sobretudo, levar os indivíduos –
crianças e adultos – a fazer uso da leitura e escrita, envolver-se em práticas sociais e de
leitura e escrita” (Soares : 58 ).
Kleiman enfatiza: “para formar leitores, o professor, além de ser plenamente
letrado, é claro, precisa ter os conhecimentos necessários para agir como um verdadeiro
agente social. Ele tem de ser um gestor de recursos e de saberes – tanto dos dele (que
talvez até nem saiba que possui porque deles nunca precisou) como dos de seus alunos.”
(2005 : 51 e 52). Realmente o professor, precisa ser o portador da cultura para poder
mostrar aos alunos os diferentes uso da escrita na sociedade, compreendendo que a relação
do aprendiz efetua-se a partir de sua própria história e através do significado da própria
aprendizagem .
Soares e Kleiman em seus estudos abordam o conceito letramento de forma direta e
abrangente, enquanto Soares volta-se mais para formação dos professores, Kleiman procura
enfatizar para todos os professores a importância das práticas de letramento na escola e para
vida de todo e qualquer indivíduo, trazendo um texto bem didático, ilustrativo e reflexivo.
A partir dos estudos de Kleiman e Soares é possível observar que a leitura e escrita
são ferramentas suporte para todo vida do individuo, “o letramento nos permite aprender a
continuar aprendendo” (Kleiman : 51), é possível verificar também que o aprendiz pode
não conseguir produzir em um primeiro momento uma carta argumentativa sozinho, mas
com a ajuda dos seus pares e/ou professor ele pode realizar esta tarefa e futuramente o
mesmo produzirá de forma autônoma.
Kleiman nos tranqüiliza quando afirma: “O agente de letramento consegue, por
meio de sua liderança, articular novas ações, mobilizando o aluno para fazer aquilo que
não é imediatamente aplicável ou funcional, mas que é socialmente relevante, aquilo que
vale a pena ser aprendido para que o aluno seja plenamente inserido na sociedade letrada.
Outra estratégia importante é ampliar os horizontes de ação do grupo.” (2005 : 51 e 53).
Observamos que o professor engajado em práticas de letramento, propiciará atividades
colaborativas com a participação de todos.
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