1 Marketing de Causas Sociais e os Dilemas Éticos do Mundo Corporativo: uma boa imagem é tudo? Jorge Cleber Pereira da Silva1 RESUMO A conjuntura social contemporânea traz uma relevante oportunidade de reflexão sobre que estratégias organizacionais devem ser utilizadas para garantir vantagem competitiva. Assim, as práticas empresariais voltadas para o Marketing de Causas Sociais devem ser moldadas com o intuito de solucionar necessidades e desejos mútuos, tanto organizacionais como sociais. O presente estudo permite o enaltecimento das políticas de Marketing Social por meio da aplicação de filosofias éticas e do aumento da qualidade de vida da população quando bem gerenciadas forem estas práticas. Este estudo utilizou-se da pesquisa bibliográfica com o intuito de se investigar as publicações sobre o tema e, com isso, oferecer novas contribuições que venham a completar as já existentes. Desta forma, nota-se que a utilização desse modelo de vantagem competitiva é viável diante da acirrada concorrência e mudança constante na concepção de organização por parte dos consumidores. Palavras-chave: Marketing. Responsabilidade Social. Brand Equity. Ética Corporativa. Bacharel em Administração pela Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão – FACEMA. Pósgraduando em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera. Pós-graduando em Auditoria e Controladoria pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano – IESF. Instrutor de Administração no Serviço Nacional da Indústria – SENAI. E-mail: [email protected] 1 2 1 INTRODUÇÃO No processo histórico das organizações destacou-se sempre a necessidade da criação de processos mercadológicos que as viabilizassem na perspectiva de lucro e fidelização da clientela. Nesse momento surge o marketing com a função de servir de sustentáculo para o alcance desses objetivos. Com a evolução do pensamento administrativo a cultura e a estrutura organizacionais sofreram mudanças drásticas. As políticas de marketing tornaram-se atividades complexas e de suma importância na manutenção das empresas no contexto econômico. Nos dias atuais, em um ambiente caracterizado pelo alto fluxo e volatilidade das informações, emerge uma nova perspectiva do marketing: o Marketing de Causas Sociais. Segundo Silva (2005), o Marketing Social, destacado como diferencial competitivo, tem seu foco na criação de valor ao consumidor por meio da criação ou mudança de atitudes e comportamentos dos seus stakeholders. Partindo desse pressuposto, muitas organizações passam a utilizar as práticas sociais como estratégias de Brand Equity, ou seja, atrelam essas práticas às suas marcas com o intuito de torná-las fortes e com alto grau de fidelização. Consoante a isso, as causas sociais tornam-se as identidades das organizações deste século e surge o paradigma entre ética e objetivos organizacionais. Mas em meio a todo esse contexto indaga-se: Que relações existem entre uma boa imagem empresarial e as práticas éticas adotadas pelas empresas na criação de uma marca de sucesso? Kotler (2006, p. 712) destaca que “para elevar o nível de marketing socialmente responsável, é preciso atacar em três frentes: comportar-se de maneira apropriada nos âmbitos legal, ético e da responsabilidade social". Desta forma, percebe-se a necessidade de disseminação de políticas de marketing social mergulhadas numa filosofia ética visando à melhoria da qualidade de vida dos grupos sociais por meio de mudanças de atitudes e comportamentos. Para tanto, foram traçados os seguintes objetivos específicos: caracterizar o marketing de causas sociais e a responsabilidade empresarial e, delimitar as vantagens e desvantagens da utilização dessas práticas sob a perspectiva ética. O tema do presente artigo justifica-se pela forma como ele é percebido pelas organizações nas sociedades emergentes. Visto sob a perspectiva de tendência de mercado, o 3 Marketing de Causas Sociais é utilizado como uma maneira de garantir vantagem competitiva diante das contingências da conjuntura econômica. 2 MARKETING E VALOR PARA O CLIENTE O sucesso financeiro das organizações, na maioria das vezes, depende da aplicação de estratégias de marketing na sua forma mais tradicional. Mas, com o crescimento das organizações, devido ao intenso fluxo informacional, e à dinamização da economia as práticas de mercado devem ser mais ousadas e ir além através da criação de valor ao cliente, por meio da satisfação de suas necessidades e desejos. Para Kotler (2006, p. 23), O valor reflete os benefícios e os custos tangíveis e intangíveis percebidos pelo consumidor. De maneira primária, o valor pode ser visto como uma combinação da qualidade, serviço e preço, denominada a ‘tríade do valor para o cliente’. O valor aumenta com a qualidade e o serviço e reduz com preço, embora outros fatores também possam desempenhar um papel importante. Dessa forma, a concepção de valor torna-se fundamental na administração de marketing e, para sua criação a empresa precisa identificar, de forma holística, as oportunidades de valor, entender as necessidades e desejos dos mercados-alvo e analisar os fatores que influenciam nas escolhas desses clientes. Tradicionalmente, os profissionais de marketing desenvolvem papéis que fazem referências às práticas internas da organização tais como planejamento, organização, direção e controle. Todavia, com o advento da globalização, as empresas tiveram que expandir seu leque de atuação para alcançarem vantagem competitiva. E nesse momento surge o Marketing de Causas Sociais. Essa nova prática organizacional passa a ser vislumbrada como nova tendência do século XXI, pois, segundo Kotler (2006), a empresa torna-se mais humanizada e os consumidores são capazes de desenvolver um veículo forte e singular, que ultrapassa as transações normais de mercado. 2.1 Responsabilidade Social Corporativa Não é de hoje que o comportamento social e ambiental são temas que começaram a ganhar visibilidade nos meios de comunicação e fazer parte do cotidiano das empresas. No mundo corporativo, a maximização do lucro sempre foi vista como foco primordial. Porém, observa-se hoje uma mudança na ideologia das organizações, voltada para 4 os efeitos socioambientais. Essa mudança ideológica, muitas vezes, tem o objetivo de contribuir com o bem comum e para a melhoria da qualidade de vida das comunidades. A Responsabilidade Social busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania individual e coletiva. Sua ética é centrada no dever cívico (...). As ações de Responsabilidade Social são extensivas a todos os que participam da vida em sociedade – indivíduos, governo, empresas, grupos sociais, movimentos sociais, igreja, partidos políticos e outras instituições. (MELO NETO e FROES, 2001, p. 26-27). Partindo desse pressuposto, temos uma visão mais ampla do que venha a ser Responsabilidade Social, proposta por Ashley et al (2006, p. 6), como “toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida em sociedade”. Nessa visão organizacional, a Responsabilidade Social Corporativa é delineada basicamente como uma espécie de empreendedorismo consciente, preocupado com o desenvolvimento sustentável do planeta definido em atitudes que consideram o crescimento econômico ajustado à proteção do meio ambiente e ainda atividades que possam trazer benefícios para essa geração e gerações futuras. E qual seria o objetivo dessa nova ideologia? Segundo Mackena (1992) apud Mota (2006, p. 4-5), “esse novo pensamento visa ao desenvolvimento de relacionamentos duradouros e, portanto fundamenta-se no ininterrupto, complexo e multifacetado processo de interação social, a comunicação”. Devido a isso, é crescente a utilização de práticas mercadológicas estratégicas pelo segmento de Marketing de Causas Sociais, que, adaptada à realidade das empresas e, coordenadas por uma série de procedimentos, objetivam resultados mensuráveis e periodicamente reavaliáveis relativos à criação ou manutenção de uma imagem organizacional sólida e confiável. À luz do marketing, uma das práticas constantes nesse processo de criação de imagens refere-se ao Brand Equity. Kotler (2006, p. 268) afirma que “o gerenciamento estratégico da marca envolve o desenvolvimento e implementação de atividades e programas de marketing para criar, avaliar e gerenciar marcas, a fim de maximizar o seu valor”. Uma marca bem gerenciada destaca-se como insumo de grande importância na consecução dos objetivos organizacionais, uma vez que, quando bem posicionada, ela gera vantagem competitiva e evoca grande fidelidade. Nas palavras de Kotler (2006, p. 269): Uma marca é portanto um produto ou serviço que agrega dimensões que, de alguma forma, o diferencia de outros produtos ou serviços desenvolvidos para satisfazer a mesma necessidade. Essas diferenças podem ser funcionais, racionais ou tangíveis – isto é, relacionados ao desempenho do produto. E podem também ser mais 5 simbólicas, emocionais ou intangíveis – isto é, relacionadas ao que a marca representa. Ao utilizarem as causa sociais como dinamizadores de suas marcas, as empresas buscam a fixação de ideias no psicológico do seu público-alvo e, os consumidores, por sua vez, passam a vislumbrar o mundo corporativo como sendo os “heróis” na busca por soluções para os problemas estruturais das sociedades. A maioria das empresas reconhece que atividades socialmente responsáveis melhoram suas imagens junto aos consumidores, acionistas, comunidade financeira e outros públicos relevantes. Elas descobriram que práticas éticas e socialmente responsáveis simplesmente são negócios saudáveis que resultam em uma imagem favorável, e, no final das contas, em maiores vendas. O contrário também é verdadeiro: percepções de falta de responsabilidade social por parte de uma empresa afetam negativamente as decisões de compra do consumidor. (SCHIFFMAN, 2000, p. 12) Isso decorre devido ao crescimento da conscientização dos mercados consumidores e consequente procura por produtos, serviços e práticas que agregam valor social às pessoas. As práticas de responsabilidade social servem como elo entre as empresas e os seus públicos socialmente conscientes, ou seja, aqueles que juntamente com elas procuram adotar comportamentos politicamente corretos em sua vida. Peter Drucker, citado por Ashley (2002, p.07), "chama a atenção para o fato de que é justamente em função de a empresa ser bem-sucedida no mercado que cresce a necessidade de atuação socialmente responsável, visando diminuir os problemas sociais." Desta forma, as práticas de responsabilidade social têm ganhado destaque nos últimos anos, através do desenvolvimento e gestão de projetos sociais, uma vez que o Estado não pode mais ser visto como agente exclusivo no que tange a ter responsabilidade para com a sociedade. Como diz Silva (2001), a sociedade já se conscientizou de que o Estado não possui recursos, capacidade de investimentos e competência gerencial suficiente para resolver, sozinho, os graves problemas sociais que afligem a humanidade. Disso surge a certeza básica de que governos, instituições e empresas devem agir em conjunto, no sentido de buscarem soluções tangíveis aos problemas sociais que assolam o mundo. A preocupação das empresas com as causas sociais tem se tornado uma questão de estratégia e de sobrevivência no mundo corporativo. As organizações do século XXI não possuem somente a preocupação com a qualidade de seus processos. Elas, além de terem um excelente produto com preço competitivo e bom serviço agregado devem buscar qualidade no relacionamento com os diversos públicos estratégicos com o intuito de chegarem ao sucesso pleno. 6 2.2 Ética Empresarial As decisões empresariais geram efeitos de diversas naturezas devido às vulnerabilidades dos agentes sociais que podem propagar-se tanto no ambiente interno quanto no ambiente externo. Aqui surge a ética nos negócios, pois as organizações têm uma imagem a resguardar, uma reputação, uma marca. Segundo Matos (2008), a Ética Empresarial é a alma do negócio. E firma-se como a garantia do conceito público e da perpetuidade da empresa. Desta forma, é notável que em organizações que apresentam clima ético há uma filosofia básica de educação empresarial baseada numa ética consciente que vislumbra a manutenção da imagem da empresa no mercado. As estratégias internas de marketing tornam-se eficazes à medida que se somam a elas doses de responsabilidade social. Vários são os motivos que levam as empresas a praticar um nível mais alto de responsabilidade social corporativa. Dentre eles, Kotler (2006, p. 712) destaca: “a ascensão das expectativas dos clientes, a mudança nas expectativas dos funcionários, legislações e pressões por parte do governo, o interesse dos investidores em critérios sociais e as práticas de aquisição de negócios”. A máxima ‘servir aos interesses das pessoas, não apenas aos seus próprios’ passa a ganhar força, pois, na maioria das vezes, o sucesso organizacional e a satisfação das necessidades e desejos dos clientes estão intrinsecamente ligados à adoção e à implementação de padrões de conduta salutares tanto nos negócios como no marketing. “Hoje, graças à Internet, as empresas que não se comportam eticamente correm maior risco de ser expostas”, afirma Kotler (2006. p. 712). Com isso nota-se a importância de se adotar, nas organizações, modelos de gestão da ética. Gestão esta que se perpassa de uma simples colheita de lucros para a consecução de objetivos de longo prazo. Matos (2008, p. 119) certifica que “certamente não se estabelece a Ética Corporativa por meio de códigos, mas de Diretrizes Éticas, que traduzem a Cultura e a Filosofia Organizacional em um Modelo Estratégico de Gestão”. As demais estratégias organizacionais de nada adiantarão se não houver, em primeira instância, o desenvolvimento de uma cultura ética. Nessa linha de pensamento, Matos (2008) coloca alguns pontos como primordiais ao desenvolvimento de um modelo de gestão da ética. Dentre eles destaca-se a criação de instrumentos institucionais para a gestão da ética, a definição da filosofia da 7 empresa, a definição das diretrizes éticas e, ainda, o desenvolvimento contínuo da consciência ética por meio da educação. A perda da reputação empresarial equivale à perda da confiança coletiva, uma situação traumática que pode assemelhar-se à trinca que um objeto de cristal sofre, à perda da inocência de uma criança ou à traição de uma longa amizade. São situações sem retorno, irreversíveis; são pesadelos que qualquer um gostaria de espantar. Para os negócios, as consequências não poderiam ser menos nefastas, porque vão do estigma ao boicote e à falência. (SROUR, 2003. p. 348) Observa-se, nas palavras de Srour (2003), que a ética perpassa pela manutenção da imagem/reputação e quando não gerida estrategicamente pode gerar efeitos não vislumbrados pela alta administração. Dessa forma, a adoção de qualquer política organizacional deve ser embebida de uma filosofia ética que priorize não somente os ativos da organização, mas também os desejos e necessidades de todos aqueles que estão direta ou indiretamente ligados aos riscos do negócio. A empresa é considerada ética se cumprir todos os compromissos éticos que tiver. Ou seja, agir de forma honesta com todos aqueles que têm algum tipo de relacionamento com ela. Estão envolvidos neste grupo os clientes, os fornecedores, os sócios, os funcionários, o governo e a comunidade como um todo." (TANSEY, 1995, p.100) Com isso podemos afirmar que os padrões éticos devem ser seguidos por todos colaboradores das organizações, desde aqueles que se encontram no nível mais baixo do escalão de trabalho até aqueles que se encontram no nível estratégico da gestão empresarial, visto que empresas jamais poderão exigir boas condutas de seus funcionários se suas práticas forem eivadas de vícios. 3 METODOLOGIA O presente estudo teve seu embasamento na pesquisa bibliográfica cujo objetivo foi investigar o problema a partir do referencial teórico existente em documentos e publicações, mais especificamente, pela utilização de livros, revistas e artigos científicos publicados acerca do tema Marketing de Causas Sociais. Trujillo (1974, p. 230) apud Lakatos (2007, p. 185) afirma que a pesquisa bibliográfica tem por objetivo “o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações”. Dessa forma notamos que essa modalidade de pesquisa não é mera repetição de informações, mas um modelo que propicia o exame das informações sobre um novo enfoque ou perspectiva, levando o pesquisador à conclusões diversas das já existentes. 8 O método utilizado foi o indutivo pelo fato de analisar os aspectos das publicações já existentes e pela tentativa de dar uma nova configuração às informações aqui expostas. Foram utilizadas as técnicas de levantamento e seleção de dados por meio de bibliografia especializada, leituras analíticas e fichamentos através da elaboração de esquemas e resumos. 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO Diante da atual realidade em que estão inseridas as organizações (globalização, Era da Informação, concorrência forte) tornou-se quase que inviável permanecer no mercado sem uma mudança constante de estratégia. O Marketing de Causas Sociais traz consigo a função de ser mais uma estratégia de grande poder na solução desse dilema corporativo. Porém, muito mais importante que a estratégia é a imagem que será perpetuada por meio da utilização das causas sociais. O comportamento do consumidor, nos últimos anos, mudou de forma rápida e inconstante. Dessa forma, os profissionais de marketing devem buscar entender essas novas necessidades e desejos, transformá-los em produtos e serviços e, por fim, entregá-los sob a forma de valor para os clientes. Hoje, as empresas recebem funções que vão além do simples ato de produzir e abastecer mercados e passam a agregar a difícil, mas tão necessária tarefa de inserir nas suas práticas o compromisso social e ambiental. Essas mudanças já podem ser visualizadas e passam a ser uma realidade no cotidiano das organizações. Aeker (2002) apud Kreutz e Machado (2008, p. 5) afirma “que a construção de uma marca é um processo estratégico, pois a organização a adota de forma consciente para que o público possa identificá-la e diferenciá-la das demais organizações”. O que se pode notar é que em meio à dupla necessidade, manter a marca forte e com elevada reputação, as organizações começam a atrelar as práticas sociais às suas marcas com o intuito de solucionar problemas seculares e ganhar visualização e vantagem competitiva com relação aos concorrentes. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O uso de práticas sociais como estratégia na busca de solidificação das empresas no turbulento mundo globalizado já se tornou um fato inquestionável. Nesse momento, as marcas deixam de ser apenas simbologias e passam a ser causas sociais, entrega de valor, satisfação dos mercados consumidores. 9 Porém, vale destacar qual é a dose de ética que as organizações estão utilizando nessa busca exagerada de vantagem competitiva. Marketing de Causas Sociais é muito mais que uma brincadeira com a sociedade. É uma das maneiras mais salutares de estar próximo dos stakeholders (pessoas que influenciam direta ou indiretamente o negócio da organização: clientes, fornecedores, colaboradores). A sociedade quer muito mais que empresas-heróis; ela necessita de empresascidadãs que tratam os problemas sociais não somente como fonte de lucro, mas também como uma entrega de valor aos clientes quando esses são solucionados. A empresa ética precisa solidificar seu relacionamento com os públicos com base na honestidade. Quando assim nos posicionamos, estamos destacando o papel das relações públicas na efetivação de uma postura ética por parte das organizações. Para Nash (1993), entre os valores compreendidos pela conduta ética nos negócios está a honestidade, a justiça, o respeito pelos outros, o serviço, a palavra, a prudência e a confiabilidade. As ações de responsabilidade social praticadas pelas empresas devem ser reforçadas pelas estratégias de comunicação, já que é através delas que a empresa se torna visível para os consumidores e para o mercado. Para isso, é fundamental a definição de um posicionamento junto aos seus públicos. Segundo Ries e Trout (1999, p.14) "o posicionamento é um sistema organizado para se encontrar uma janela para a mente. Baseiase no conceito de que a comunicação só pode ter lugar no momento certo na circunstância certa". E é isso que as empresas socialmente responsáveis e éticas precisam: ter um lugar na vida e na mente de seus públicos, onde elas sejam lembradas como empresas comprometidas com os problemas sociais. Toda essa contextualização nos permite concluir que uma boa imagem não é tudo diante das mudanças epistemológicas pelas quais passam os consumidores. É necessário embeber as organizações nos preceitos da ética e da moral para que elas possam garantir essa boa imagem perante a sociedade e conquistar fatias sólidas de mercado. As organizações devem entender essa nova ordem para que possam sustentar-se nas entrelinhas do mercado e garantir a sua sobrevivência por longos períodos. REFERÊNCIAS ASHLEY, Patrícia Almeida (coordenação). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2002. 10 ARRUDA, Maria Cecília Coutinho; WHITAKER, Maria do Carmo; RAMOS, José Maria Rodrigues. Fundamentos de Ética Empresarial e Econômica. 2. ed. São Paulo: Atlas S/A., 2003. BAKER, J. Michael. Administração de Marketing. 5. ed. 4. reimpr. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. BARROCAL, André. Um plano para acabar com a miséria. Revista Desafios do desenvolvimento. Ano 8, n. 67, p. 20 – 28. BONDARIK, Roberto; PILATTI, Luis Alberto; FRANCISCO, Antonio Carlos de. Ética managerial: a ética nas organizações empresariais. 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