Interacções medicamentosas Exemplo Baseado no Álcool Carolina Folques Alves Carolina Abreu Catarina Parra Catarina Silva Cátia Faria Cátia Cristina Clara Pardinhas Cláudia Pinto SO 14 2010/2011 TURMA 1 Índice Interacções medicamentosas, exemplo baseado no álcool 1 O que são xenobióticos? 2 Metabolismo dos xenobióticos 3 Qual a função do citocromo P450? 4 O que são interacções medicamentosas? 5 Como é metabolizado o álcool? 6 Interacções associadas ao álcool Quais os mecanismos? XENOBIÓTICOS O que são • Compostos químicos estranhos a um organismo ou sistema biológico o Componentes alimentares o Toxinas ambientais o Fármacos o Drogas de abuso Destoxificação de xenobióticos influenciada por: INEFICIÊNCIA Variabilidade individual Factores ambientais A disfunção hepática prejudica a destoxificação Estilo de vida Constituição genética Algumas doenças como cancro, doença de Parkinson, fadiga crónica, alterações do sistema imunitário Doenças crónicas Metabolismo dos Xenobióticos Onde ocorre? FÍGADO Apresenta várias enzimas e complexos enzimáticos especializados • Monoxigenases do complexo CYP • Redutases • Esterases • Transferases CÉLULAS • • • • • Epiteliais Tracto gastrointestinal Pulmões Rins Pele Metabolismo dos xenobióticos Quais as etapas? Absorção Do local de administração para a corrente sanguínea Distribuição Os xenobióticos lipossolúveis interagem muito prontamente com os lípidos componentes das biomembranas e não podem ser excretadas, a não ser que passem por um processo de aumento da sua solubilidade em água A biotransformação Da circulação sistémica para os tecidos Biotransformação Processo de metabolização- transformação em fracções menores, hidrossolúveis Excreção Maioria é eliminada quase totalmente pelos rins Metabolismo dos xenobióticos Biotransformação – Fase I Um grupo funcional, como um grupo -OH, é introduzido ou exposto, no xenobiótico por citocromos P450 (entre outras enzimas). Metabolismo dos xenobióticos Biotransformação – Fase I Modificação estrutural do fármaco resulta em: Oxidação Inactivação •Activação farmacológica da substância • •Caso Modificação estrutural do fármaco dos pró-fármacos •Formação de metabolitos tóxicos (carcinogéneos) Hidrólise ponto de ataque para o sistema conjugador, que fixa a ele um substituto maior, como um grupo glucuronil, sulfato ou acetil Redução Metabolismo dos xenobióticos Biotransformação – Fase II Conjugação com substâncias endógenas Ácido glucorónico Sulfato Glutationa Aminoácidos Acetato Facilita excreção Metabolismo dos xenobióticos Biotransformação FASE I Oxidação – citocromo P450 Oxidação – outros Redução Hidrólise Hidratação Isomerização Miscelâneas FASE II Glucuronidação/ Glucosidação Sulfatação Metilação Acetilação Conjugação com aminoácidos Conjugação com glutationa Conjugação com ácidos gordos Condensação FASE III Exportação Os processos das fases I e II, são independentes ou seja, o fármaco pode sofrer apenas reacções de fase I ou de fase II, ou as duas, sequencialmente Citocromo P450 O que é? Superfamília de enzimas, as mono-oxigenasases Cataliza o metabolismo oxidativo de uma grande variedade de substratos (endógenos e exógenos) Grupo mais versátil das chamadas enzimas metabolizadoras de fármacos – Fase I CYP é uma proteína (tem grupo prostético heme ou grupo ferro-porfirina) O seu cofactor é o NADPH Codificadas por genes polimórficos Variantes alélicas influenciam actividade catalítica Abundantes no fígado Citocromos P450 Isoformas indutíveis e não indutíveis A indução pode reduzir a concentração de alguns fármacos no plasma , por aumentar a actividade de destoxificação. Citocromo P450 Os genes CYP Desenvolvimento da célula/organismo Identidade ou fenótipo de tecido em causa Acção de agentes reguladores endógenos e exógenos (como agentes químicos indutores ou repressores) Estado hormonal e nutricional Condiciona a expressão de um vasto nº de genes que codificam o citocromo P450 Inibição do metabolismo de xenobióticos Inibição por formação de complexos inactivos com o citocromo P450 Inibição por co-substratos competitivos/não competitivos Inibição através da destruição do citocromo P450 hepático Diminuição Falta da síntese de cofactores Interacções medicamentosas Influência recíproca de um medicamento com outra substância Medica mento Efeito inesperado •Medicamento •Alimentos •Tabaco, drogas de abuso •Insecticidas, produtos de limpeza, cosméticos Outra substân cia Interacções medicamentosas Influência recíproca de um medicamento com outra substância Potencialização do efeito terapêutico Respostas decorrentes da interacção Nenhuma modificação no efeito desejado do medicamento Redução da eficácia Aparecimento de reacções adversas Distintos graus de gravidade Interacções medicamentosas Inúmeras possibilidades teóricas de interferência entre medicamentos Factores relacionados com o indivíduo o Idade o Constituição genética o Estado fisio-patológico o Tipo de alimentação Administração do medicamento o Dose o Via o Intervalo o Sequência de administração Interacções medicamentosas Interacções físico-químicas •As interações físico-químicas ocorrem fora do paciente pois, entre drogas diferentes podem ocorrer numerosas incompatibilidades, que levam a reações quando estas são misturadas em infusão intravenosa, frascos ou seringas, podendo ocasionar a inativação dos fármacos em questão Interacções terapêuticas •Interacção Farmacocinética •Interacção Farmacodinâmica Interacção Farmacocinética Interferem no perfil farmacocinético do medicamento Pode afectar o padrão de absorção, distribuição, metabolização ou excreção Modificam a magnitude e duração do efeito A resposta final do medicamento é preservada Interacção Farmacodinâmica Causa modificação do efeito bioquímico ou fisiológico do medicamento Ocorre no local de acção dos medicamentos (receptores farmacológicos) ou através de mecanismos bioquímicos específicos Interacções medicamentosas GRUPOS DE RISCO Idosos Portadores de doenças crónicas Usuários de dispositivos para infusão de medicamentos intravenosos ou de sonda enteral Insuficientes renais, hepáticos, cardíacos ou respiratórios Doentes com hipotireoidismo Diabetes descompensada Como é metabolizado o álcool? Grande capacidade de interacção 2-10% absorvido é eliminado sem alterações 90-98% é oxidado no organismo (fígado) Como é metabolizado o álcool? Como é metabolizado o álcool? Álcool Desidrogenase Variedade de isoenzimas que oxidam álcoois de diferentes tamanhos de cadeia (classes 1 a 5) Presentes no citosol Não possuem mecanismos de regulação Classe 1 – mais específicas para o etanol e mais abundantes Classe 4 – mucosa gástrica atividade 60% reduzida nas mulheres Como é metabolizado o álcool? Sistema Microssomal de Oxidação do Etanol (SMOE) De 10 a 20% do etanol ingerido Aumenta com o aumento da ingestão Induzível pelo alcoolismo crónico Metabolismo do álcool Sistema Microssomal de Oxidação do Etanol (SMOE) Produz: • H2O • Radicais livres Necessita: • Proteínas do complexo do citocromo P450 (CYP2E1) • NADPH • O2 Metabolismo do álcool Catalase Utilizada em menor quantidade, quando há necessidade de reduzir H2O2 Ocorre nos peroxissomas Não produz NADH Interacções associadas ao álcool Interacções farmacocinéticas ao nível do sistema hepático microssomal Álcool pode interferir com fármacos metabolizados por enzimas do sistema hepático microssomal Consumidor agudo Competição álcool/fármaco Consumidor crónico Actividade microssomal (Indução) Metabolismo do fármaco Metabolismo do fármaco no citocromo Risco de Sobredosagem Concentrações plasmáticas Interacções associadas ao álcool Interacções farmacocinéticas ao nível do sistema hepático microssomal Aula T13 (BQ II) Consumo de bebidas alcoólicas Induz CYP2E1 Aumenta a produção de NAPQ1 Aumenta a toxicidade hepática induzida por xenobióticos como o paracetamol Interacções associadas ao álcool Fármacos que inibem a Aldeído Desidrogenase (ALDH) Interacções associadas ao álcool Fármacos que inibem a Aldeído Desidrogenase (ALDH) Dissulfiram Acetaldeído Usado para encorajar a abstinência em doentes alcoólicos que decidiram parar de beber oRubor oNáuseas oVómitos oPalpitações oHipotensão oTaquicardia oCefaleias oColapso cardiovascular oConvulsões oMorte Bibliografia •http://old.dqb.fc.ul.pt/cup/44324/pdfbiotox/aula12.pdf •http://old.dqb.fc.ul.pt/cup/44324/pdfbiotox/aula9.pdf •http://www.news-medical.net/health/Xenobiotics-and-Redox-Metabolism-(Portuguese).aspx •https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1284825419v35n1a04.pdf •http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/multimedia/paginacartilha/docs/intMed.pdf •http://www.fcf.usp.br/Ensino/Graduacao/Disciplinas/Exclusivo/Inserir/Anexos/LinkAnexos/etanol_07_parte_2.pdf •https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1285458165INTERACAO_ALCOOL_2.pdf http://www.ordemfarmaceuticos.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/doc2227.pdf http://old.dqb.fc.ul.pt/cup/44324/pdfbiotox/aula12.pdf http://www.marvial.oi.com.br/engqui/topicos/quimbiol08.html http://old.dqb.fc.ul.pt/cup/44324/pdfbiotox/aula17.pdf http://interacoesmedicamentosas.com.br/info/imabsorc.php •DEVLIN, Thomas M.; Textbook of Biochemistry With Clinical ; Wiley-Liss, 5th Edition, 2002 •BAYNES, John W., DOMINICZAK, Marek H.; Medical Biochemistry; Elsevier, 2nd Edition, 2007 •Aula teórica 13 (BQ II) Interacções Medicamentosas Exemplo baseado no álcool