PNEUMOTÓRAX 1. INTRODUÇÃO Ambroise Paré, no séc. XVII, descreveu a presença de enfisema subcutâneo em 1 paciente com fratura de costela, e este parece ter sido o primeiro relato de pneumotórax encontrado na literatura. Littré, em 1713, descreveu uma situação semelhante em um caso de ferimento penetrante do tórax. Boerhorne, em 1724, descreveu o primeiro pneumotórax não relacionado com trauma torácico, um paciente com ruptura espontânea do esôfago. Meckel, em 1759, encontrou pneumotórax hipertensivo em necrópsia. Munro, em 1761, propôs pela primeira vez um tratamento através da toracocentese. Itard propôs o termo pneumotórax em 1800. Lannec, em 1819, descreveu os sinais e sintomas associados. Deviliers, em 1826, em função de um achado de necrópsia, atribuiu o pneumotórax à ruptura de uma bolha de enfisema. Noble, em 1873, descreveu a drenagem plural subaquática e demonstrou o escape do ar. Biachi, em 1880, estudou 819 casos de pneumotórax e associou 80% deles à tuberculose. Martin, em 1901, relatou pela primeira vez a documentação radiológica. Fussel e Riesman, em 1902, descreveram 58 casos de pneumotórax onde não havia evidência de tuberculose. Kjaaergaard, em 1932, seguiu 51 pacientes com pneumotórax e após 10 anos apenas um apresentou tuberculose. Esse mesmo autor definiu que o pneumotórax era resultante da ruptura de bolhas subpleurais de enfisema e documentou radiologicamente pela primeira vez a existência dessas bolhas. Bigger, em 1937, realizou a primeira ressecção cirúrgica das bolhas para tratamento de pneumotórax. Gaensler, em 1956, propôs a pleurectomia parietal para tratamento de pneumotórax ressidivante, e demonstrou que o procedimento não implicava em perda funcional pulmonar. 2. FISIOPATOLOGIA O pneumotórax resulta de uma comunicação da cavidade pleural com o meio externo, quer seja pela parede torácica ou pela árvore brônquica. Isto quebra a situação de equilíbrio da pressão intrapleural, que é responsável pelo perfeito funcionamento dos movimentos respiratórios.