Parte IV – P R O T O C O L O S D E T R A U M A [225] possuindo três pontos de fixação, que funciona como válvula unidirecional. Monitorizar o paciente com cardioscópio, oxímetro de pulso e PNI. Proceder a intubação orotraqueal caso estas medidas não sejam suficientes para manter a saturação da vítima maior que 92%. Iniciar ventilação sob pressão positiva e neste caso não há mais necessidade de manter o curativo em três pontos. Obter acesso venoso periférico. Monitorizar atentamente o paciente, devido ao risco de desenvolvimento de pneumotórax hipertensivo. Administrar analgésico opiáceo por via IV caso indicado. Manter o ritmo cardíaco, oximetria e PNI continuamente monitorizados. Transferir o paciente para hospital de referência, o mais breve possível. 102. PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO a.CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS DE AVALIAÇÃO Ocorre quando é criada em decorrência de lesão torácica um mecanismo de válvula unidirecional, que permite que o ar entre no espaço pleural na inspiração, mas impede sua saída na expiração. A pressão intra-pleural se eleva rapidamente acima da atmosférica, produzindo um grave distúrbio respiratório e comprometimento circulatório, com hipotensão e choque devido ao impedimento do retorno venoso. b. QUADRO CLÍNICO O paciente apresenta dispnéia, diminuição do murmúrio vesicular no lado acometido e hipertimpanismo. São comuns também sinais de choque com hipotensão e turgência jugular. O desvio de traquéia é um achado tardio e frequentemente não é observado no pré-hospitalar. A redução da complacência pulmonar de um paciente em assistência ventilatória deve sugerir o desenvolvimento de pneumotórax e torna obrigatório um exame de reavaliação para excluir esta possibilidade. O diagnóstico da condição é clínico e não radiológico. [226] protocolos das u nidades de pronto atendimento 2 4 h oras c.CONDUTA Executar a avaliação rápida do traumatizado. Abrir vias aéreas com manobra manual. Administrar oxigênio suplementar sob máscara com reservatório 10 a 15 litros por minuto. Assistir ventilação caso necessário com BMV e oxigênio. Administrar oxigênio por máscara com reservatório 10 a 15 litros por minuto. Introduzir a agulha no hemitórax afetado na altura do 2º espaço intercostal na linha hemiclavicular. Acoplar o catéter utilizado a uma válvula de Heimlich. Indicar a descompressão de tórax com agulha somente na presença de descompensação (distúrbio respiratório grave e choque). A realização de radiografia de tórax não deve atrasar a descompressão do tórax. Caso estas medidas não sejam suficientes para manter a oxigenação da vítima proceder a intubação orotraqueal e iniciar ventilação sob pressão positiva. Introduzir dreno de tórax tubular nos pacientes assim que possível. Avaliar o paciente durante o transporte para deterioração respiratória, elevação da pressão inspiratória, deterioração hemodinâmica. Observar escape aéreo e caso haja hemotórax associado avaliar a necessidade de adaptar dois frascos de drenagem e sistema de aspiração contínua. Manter o ritmo cardíaco, oximetria e PNI continuamente monitorizados. Transferir para hospital de referência assim que possível. 103. HEMOTÓRAX MACIÇO a.CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS DE AVALIAÇÃO É o acúmulo de sangue no espaço pleural. Pode ser causado por traumatismos torácicos fechados ou penetrantes. O sangramento pode originar-se de laceração das artérias intercostais, mamárias internas, parênquima pulmonar ou lesões ao coração e grandes vasos.