MENINGITE BACTEIRANA

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Meningite Bacteriana
Autores: Carlos Alberto Maurício Junior
Manoel Menezes da Silva Neto
Rafael Guedes da Araujo Dias (PM)
Renato Augusto de Oliveira Lourenço
Orientador: Dr. Paulo R. Margotto
DEFINIÇÃO
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A meningite é um processo inflamatório
do espaço subaracnóide e das membranas
leptomeníngeas (pia-aracnóide), que envolvem o
encéfalo e a medula espinhal, provocando reação
purulenta detectada no líquor.
Na terminologia médica, as situações de
meningomielite, meningoencefalite e meningomieloencafalite são referidas tão-somente pelo
termo “meningite”.
ETIOLOGIA
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As meningites bacterianas (ou purulentas) têm
sua etiologia baseada na faixa etária e na provável porta
de entrada do agente infeccioso.
Didaticamente, verificam-se:
A) Em recém-nascidos (RN) e lactentes até 3 meses de
vida, predominam em ordem crescente: Streptococcus
agalactiae (estreptococo B), Listeria monocytogenes
e bacilos Gram-negativos, como Escherichia coli e
salmonelas e, por último, Streptococcus pneumoniae
(pneumococo).
ETIOLOGIA
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B) Dos 4 meses até os 5 anos de idade:
Haemophilus influenza tipo b, Neisseria
meningitidis (meningococo) e, por último,
Streptococcus pneumoniae.
C) Dos 5 anos até a idade adulta: predominam
Streptococcus pneumoniae e Neisseria
meningitides, o qual ocupa o primeiro lugar em
períodos de epidemia.
EPIDEMIOLOGIA
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*No Brasil, segundo Farhat (1992), as meningites
bacterianas agudas de causa determinada têm como
agentes mais comuns :
- Haemophilus influenza b (20,3% dos casos); este com
signifacativa redução devido ao uso da vacina na rede
pública, a partir dos 2 meses de vida;
- Neisseria meningitidis (20,2%);
- Streptococcus pneumoniae (11,6%).
* 2/3 dos casos em pacientes menores de 15 anos, sem
diferenças de suscetibilidade entre as várias raças.
EPIDEMIOLOGIA
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*A taxa de letalidade das meningites bacterianas
é bastante variável em diferentes partes do
mundo. Alguns autores descrevem taxas de 5 a
40%, dependendo do agente etiológico.
*Além da mortalidade, podem ocorrer sequelas
neurológicas graves e muitas vezes permanentes,
como surdez ou hipoacusia, amaurose e/ou
retardo neuropsicomotor.
Fatores de risco para MB
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-prematuridade;
-baixo peso ao nascer;
-RNs cujas mães tiveram bolsa rota por mais de 24 horas,
corioamniorrexe, infecções urinárias ou genitais e
complicações no parto, como sofrimento fetal e trauma
obstétrico;
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-negligência na lavagem das mãos das pessoas que
manipulam o RN, assim como material e
equipamentos contaminados(“mãos sujas são mãos
assassinas” P.R. Margotto)
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**OBS.: a mortalidade em RNs é de 15 a 40%, e as
sequelas neurológicas são encontradas em 30 a 50%
dos sobreviventes.
Fisiopatologia
A infecção pode atingir a leptomeninge por 3 mecanismos básicos:
1) Via hematogênica: primária ou secundária a foco de infecção à
distância (infecção de pele, pulmão, coração, trato intestinal e
geniturinário)
2) Infecção adjcente às meninges: faringite, sinusite, otite média.
3) Solução de continuidade: traumatismo craniano, infecção dos ossos,
vasos sanguíneos.
Fazem opsonização do patógeno
Fatores de virulência:
Pneumococo, Hemofilus e menigococo: proteases (clivam IgA) e capsula
(dificultaa ação do complemento).
Bacteremia
Invasão do ESA
Fácil colonização
OBS: No SNC, aimunidade humoral é deficiente
Fisiopatologia
Recém-nascido:
A colonização bacteriana ocorre de início na pele, coto umbilical,
nasofaringe e reto promovendo bacteremia e invasão meningea
Os prematuros têm niveis diminuidos de IgG e o recém-nascido normal
tem baixas concentração de IgM e IgA: isso facilita infecções por germes
G- e penetração da bactérias pelo trato respiratório e gastrointestinal (isso
explica a maior prevalência de G- em RN).
Quadro Clínico
Quadro Clínico
Quadro Clínico
Diagnóstico Laboratorial
Diagnóstico Laboratorial
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Bacterioscopia do Líquor
Cultura do Líquor
Hemocultura
Exames de Imagem
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TC Cerebral deverá ser feita nas seguintes
eventualidades:
presença de sinais focais
Manutenção de Coma após 72h do tratamento
Meningite de repetição
Casos de história de otite média crônica
Quando houver aumento do Perímetro Cefálico
US Cerebral em lactentes com fontanela anterior aberta
para acompanhamento
Tratamento
Medidas Gerais:
- Evitar hiperidratação;
- Elevar a cabeceira da cama;
- Diurese osmótica: Manitol 20% na dose
0,25-1g/Kg IV lentamente por 20-30min, ou furosemida na
dose de 1-4mg/Kg/dia associada a dexametasona;
- Entubação e hiperventilação nos casos de coma e/ou
arritmias respiratórias;
- Em casos de convulsões contínuas ou prolongadas,
administrar benzodiazepínicos (diazepam na dose 0,250,5mg/Kg IV lentamente);
- Pausa Alimentar e uso de sonda nasogástrica aberta;
- Em pacientes hipotensos deverá ser feita reposição
hidroeletrolítica o mais rápido possível com SF ou RL
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Tratamento
Microorganismo
1ª escolha
2ª escolha
Neisseria meningitidis
Penicilina G ou ampicilina
Cefalosporinas de 3ª geração
Streptococus pneumoniae
Penicilina G ou ampicilina
Cefalosporinas de 3ª geração
Haemophilus influenzae
Ampicilina ou cloranfenicol
Cefalosporinas de 3ª geração
Enterobacteriaceae
Cefalosporinas de 3ª geração
Piperacilina,
azlocilina+aminoglicosídeo ou
aztreonam ou quinolonas
Pseudomonas aeruginosa
Ceftazidime+aminoglicosídeo
Piperacilina,
azlocilina+aminoglicosídeo ou
aztreonam ou quinolonas
Streptococus agalactiae
Penicilina G ou ampicilina
Cefalosporinas de 3ª geração
Listeria monocytogenes
Penicilina G ou ampicilina
Co-trimoxazol
Staphylococus aureus
Oxalicina
Vancomicina, Co-trimoxazol (em
caso de resistência à Vancomicina)
Complicações
Complicações Iniciais:
- Choque;
- Miocardite;
- Encefalopatia;
- Insuficiência Renal
 Complicações Tardias, 2-3 semanas após início da doença:
- Coleções Subdurais;
- Empiemas Subdurais;
- Ventriculites
? Suspeita:
- Persistência ou Reaparecimento da Febre;
- Líquor com sinais de dissociação proteico-citológica
- TC de Crânio alterado
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Seqüelas
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Surdez ou Hipoacusia em 10% dos casos;
Amaurose;
Labirintite ossificante com perda auditiva;
Retardo Neuropsicomotor
Profilaxia
As medidas visam a eliminação da Neisseria meningitidis da
orofaringe do portador
 Utilizam-se Antimicrobianos apenas para contatos
íntimos e prolongados com o caso inicial:
- Rifampicina 10mg/Kg em 2 doses, VO, por 2 dias e
600mg para adultos a cada 12h por 2 dias
OBS: Nos pacientes tratados com Ceftriaxona não é
necessária a profilaxia, pois ela erradica o Meningococo da
orofaringe.
 A grávida e o RN podem ser submetidos à
quimioprofilaxia, que deve ser iniciada nas primeiras 24h
mas pode ser realizada até 30 dias após contágio
 Também se utiliza Ciprofloxacina dose única, VO, 250mg
para criança e 500mg para o adulto
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Profilaxia
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Vacina contra o Hib (2-4-6 meses de idade)
No caso do pneumococo não há necessidade de
profilaxia.
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