Infecções do aparelho respiratório

Propaganda
Infecções do aparelho respiratório
Aproximadamente 80% das infecção do aparelho respiratório são de origem viral.
As de origem bacteriana, 15% são devidas ao Streptococcus pyogenes
Barreiras anatómicas de defesa do organismo
Natureza mecânica
 pelos que actuam como filtros
 células secretoras de muco
 cílios que removem as partículas
Natureza imunológica





tecido linfático
amígdalas
adenóides
macrófagos alveolares
IgA secretória
Substâncias antibacterianas não específicas
 lisozima
 transferrina
 α antitripsina
Flora comensal das vias aéreas superiores
Bactérias aeróbias ou aero-anaeróbias
Streptococcus  e não hemolíticos
Neisseria
Corynebacterium
Staphylococcus epidermidis
Lactobacillus
Bactérias anaeróbias
Fusobacterium
Bacteroides
Peptostreptococcus
Veillonella
Bactérias patogénicas específicas
Streptococcus do grupo A e C
Streptococcus pneumoniae
Neisseria meningitidis
Haemophilus influenzae
Staphylococcus aureus
Aida Duarte
FFUL
1
Infecções do aparelho respiratório
Infecções do aparelho respiratório superior
Faringite
Infecção aguda, dolorosa e febril da mucosa faríngea de origem bacteriana ou viral.
Angina
Estado inflamatório agudo da mucosa faríngea.
 Angina eritematosa (anginas vermelhas )
Streptococcus hemolítico A ou C
Streptococcus pneumoniae
Staphylococcus aureus
 Angina pseudo membranosa (anginas brancas)
Corynebacterium diphtheriae
Infecções do aparelho respiratório inferior
Bronquites agudas
Infecções do epitélio ciliado dos brônquios, que se caracterizam por uma inflamação aguda com
tosse acompanhada de secreções muco purulentas, dispneia moderada e febre inconstante.
A etiologia destas infecções é de origem viral, normalmente antecedidas de rinite viral
Sobreinfecção por bactérias comensais das vias aéreas superiores favorecida pela fragilidade do
epitélio ciliado
Pneumonias
Infecções do parênquima pulmonar habitualmente localizadas num segmento ou num lóbulo
pulmonar. As bactérias, que não são destruídas pelos macrófagos alveolares, proliferam nos
alvéolos induzindo uma reacção inflamatória com fluxo de polimorfonucleares.
Infecções pulmonares crónicas
Algumas bactérias podem induzir infecções do parênquima pulmonar de evolução crónica.
Manifestam-se por sinais pulmonares discretos e variáveis consoante o agente infeccioso:
Mycobacterium tuberculosis
Actinomyces israelii
Nocardia asteroides
Pleurisia
 Infecções da cavidade pleural acompanhado de um exsudado inflamatório.
 Consequência de pneumonias agudas, intervenção cirúrgica torácica
 Contaminação através da via linfática ou sanguínea.
Streptococcus pneumoniae
Staphylococcus aureus
Aida Duarte
FFUL
2
Infecções do aparelho respiratório
Streptococcus spp.
Características gerais





Cocos de Gram positivo
Imóveis
Anaeróbios-aeróbios tolerantes
Desprovidos de catalase e citocromo
Homofermentativos produzem ácido láctico a partir da glucose
Classificação
O género Streptococcus compreende 35 espécies que podem ser classificados de acordo com
várias características:
 Tipo de hemólise
 α hemólise
 β hemólise
 ausência de hemólise
 Propriedades antigénicas do polissacarideo da parede - grupo de Lancefield
 Propriedades fisiológicas e bioquímicas
Entre as várias espécies mais importantes para o homem
Streptococcus pyogenes
Streptococcus agalactiae
Streptococcus viridans
Streptococcus pneumoniae
Poder patogénico
 Bactérias invasivas extracelulares. Infecções agudas com formação de um exsudado purulento
acompanhado de febre
 Escarlatina
 Erisipela infecções do tecido linfático
 Infecção sistémica devido a produção de toxinas
 Infecções não supurativas: febre reumática e glomerulo-nefrites
Factores de virulência
 Factores de adesão e anti-fagocitários
 capsula
 proteína M
 ácidos lipoteicoicos
 Exo-Toxinas e Enzimas
 estreptolisina O
 estreptolisina S
 toxinas eritrogénicas Hemolisinas
Aida Duarte
FFUL
3
Infecções do aparelho respiratório
Corynebacterium diphtheriae
A gravidade da doença deve-se à acção da toxina (exotoxina) que interfere na síntese proteica e
ao difundir-se por via sanguínea pode afectar o coração, os rins, o fígado e o sistema nervoso.
Características gerais



Bacilos de Gram positivo, finos ligeiramente encurvados, em agrupamentos característicos
Não formam esporos
Detecção do poder toxinogénico
Teste de Elek - reacção de Imunoprecipitação em gel com um soro anti-toxina específico.
Mycobacterium tuberculosis
Características gerais





Bacilos ligeiramente encurvados
Parede celular muito complexa, rica em lípidos principalmente ácido micólicos
Resistentes ao álcool e acido
Coram pelas técnicas de coloração ácido resistente - Ziehl-Neelsen
Crescimento lento em forma de micelio ou filamentosos
Poder patogénico
Responsáveis pela tuberculose
 Multiplicação intracelular nos macrófagos
 Pode afectar qualquer órgão principalmente, pulmão, rim ou epífise óssea.
 Imunidade humoral não tem papel protector apenas a imunidade celular
Factores de virulência
Os componentes estruturais e produtos da parede celular são responsáveis pela virulência e pela
habilidade de sobreviver no meio ambiente hostil
Aida Duarte
FFUL
4
Infecções do aparelho respiratório
Legionella pneumophila
Características gerais







Bacilos de Gram negativo
Membrana celular constituída por ácidos gordos
Mobilidade por um ou mais flagelos polares
Ausência das enzimas oxidase, nitrato redutase e urease
Auxotróficas, necessitam de L-cisteína e ferro
Quimio-organotróficas, utilizam os aminoácidos como fonte de energia e carbono
Crescimento lento 3 a 7 dias
Ecologia





bactérias ubíquas
ambientes aquáticos não salinos (rios, lagos, nascentes, solo húmido, fontes termais)
ambientes aquáticos artificiais (sistemas de distribuição de água potável
formação de biofilmes
Associação com:
 bactérias heterotróficas e algas que segregam produtos necessários ao seu crescimento
 protozoários ciliados e principalmente ao grupo amibas de vida livre Naegleria onde se
multiplicam intracelularmente
Mecanismos de patogénese
Bactéria facultativa intracelular e apresenta como característica principal a habilidade de
sobreviver leucócitos, monócitos e macrófagos alveolares.
 Macrophage infectivity potentiator (Mip) proteína de 24 kD potência a penetração da
bactéria nos macrófagos e promove a sobrevivência da bactéria na célula
 Fosfolipase C
 Fosfatase enzima que inibe a produção de radicais superóxidos diminui a quantidade de
oxigénio necessário à destruição bacteriana dentro dos macrófagos
 Hemolisinas
Poder patogénico
1. Pneumonia ou doença dos Legionários
 Manifestações clinicas agudas com febre alta e dores musculares, entre 2 a 10 dias
 Invasão pulmonar com tosse seca e dificuldade de respirar
 Manifestações neurológicas e intestinais
 Requer internamento hospitalar
2. Febre de Pontiac
 Estado febril que ocorre 24 a 48 horas após o contacto que se caracteriza por um acesso
súbito de febre, dores de cabeça, diarreias e mal estar
 Ocasionalmente podem ocorrer sinais neurológicos ou uma tosse seca
 Muitos doentes restabelecem-se sem tratamento numa semana
Aida Duarte
FFUL
5
Infecções do aparelho respiratório
Download