Plasticidade Neuronal Plasticidade do cérebro normal • Mecanismos de plasticidade cerebral incluem a capacidade para mudanças neuroquímicas, na estrutura neural e nos receptores; • A natureza paralela e distribuída da organização cerebral surge para desempenhar um importante papel na capacidade de flexibilidade e adaptação do cérebro; • Células do indivíduo e sistemas neurais têm a habilidade de auxiliar em mais de uma função; • Elementos neurais são inerentemente flexíveis, respondendo de acordo com os padrões de uso e à capacidade de ganho funcional. Aprendizado motor, treinamento e plasticidade • Alterações funcionais no cérebro associadas a treinamento e uso, de modo específico, com o aumento do uso de uma parte do corpo ou o aumento do feedback sensorial da mesma , o aumento do uso é acompanhado por ganho funcional para o indivíduo; • O aprendizado é refletido em alterações no padrão das interconexões naqueles sistemas motores e sensitivos envolvidos no aprendizado de uma tarefa específica. • A eficácia das conexões existentes é aumentada pela prática e pelo aprendizado em qualquer idade. Aprendizado • É a geração de representações internas permanentes dependentes da experiência ou modificações dessas representações. É uma alteração do comportamento resultante da experiência. • para que seja permanente temos que aumentar a força das conexões sinápticas, através da repetição. • é preferível fazer menos exercícios, porém com mais repetições. • não adianta fazer repetição se a pessoa não está focada. • sistema límbico: responsável pela motivação. Aprendizado associativo • Permite ao animal chegar a conclusões sobre as relações casuais no seu ambiente. Aprendizado não-associativo • Não envolve qualquer relação temporal entre os estímulos. Memória • É a capacidade de armazenar e se lembrar de experiências aprendidas. • Memória declarativa: associada a lembranças conscientes de fatos, conceitos e eventos. • Memória não-declarativa: memória para habilidades, hábitos, condicionamento clássico e operante; sensibilização e habituação. • As memórias são armazenadas por meio de alterações altamente seletivas da força das conexões sinápticas entre os neurônios, portanto o armazenamento de informações parece envolver a alteração persistente e dependente do uso da eficácia da transmissão sináptica. • A duração da memória, tanto para o aprendizado implícito quanto para o explicito, é graduada e está relacionada ao número de tentativas de treinamento. Memória • O armazenamento de memória está associado a um programa de atividade enzimática, à expressão genética, à alteração da síntese protéica e ao crescimento. • Memória de curta duração: envolve uma alteração de conexões sinápticas preexistentes e não requer que ocorra a síntese de macromoléculas, como a transcrição genética ou a síntese protéica. • Memória de longa duração: é induzida somente após múltiplas tentativas de treinamento, regulando genes de indução rápida e expressão dos genes de indução tardia – as proteínas codificadas pelos genes de indução tardia são responsáveis pela estabilização da memória de longa duração pelo crescimento de novas conexões sinápticas. Plasticidade pós-lesão cerebral disponibilidade de recursos treinamento experiência Efeitos similares no cérebro lesado ou mesmo se aumentariam a recuperação funcional. Plasticidade pós-lesão cerebral • A reorganização após uma lesão cerebral acontece como resultado de modificações estruturais e funcionais. • Alterações anatômicas incluem brotamento axonal e dendrítico. • Mudanças fisiológicas incluem modificações na sensibilidade de determinados locais para determinados neurotransmissores. Mecanismos de recuperação • Cerebelo: capacidade de compensar um processamento modificado resultante de uma lesão cortical; • Hemisfério cerebral: pode assumir funções normalmente executadas pelo hemisfério lesado; • Vias motoras ipsilaterais: podem exercer um papel na recuperação da função motora; • Parece evidente que diferentes aspectos do aprendizado motor são processados em diferentes partes do sistema sensorio motor. Recuperação • Recuperação espontânea: em virtude de processos reparadores que ocorrem imediatamente após a lesão; • Reorganização dos mecanismos neurais: influenciados pelo uso e experiência; • Recuperação espontânea precoce: representa o retorno à função das partes não danificadas do cérebro – 3 a 4 semanas após lesão; • Recuperação tardia: ocorre após 3 a 4 semanas e incluem o desmascaramento de vias antes funcionalmente inativas, brotamento e fibras de células nervosas sobreviventes com formação de novas sinapses e redundância , onde vias paralelas múltiplas desempenham funções semelhantes. • Efeito do ambiente no comportamento e na recuperação: o ambiente (objetos, suas posições e orientações) guia o padrão motor em uma ação. • Adaptação do desempenho motor: o comportamento compensatório ou adaptativo ilustra a tentativa do indivíduo responder, imediatamente após a lesão, com os melhores sistemas neurais disponíveis. • Adaptação muscular: aparece após uma lesão cerebral aguda como resultado direto da inatividade muscular imposta pela lesão cerebral e, de forma secundária, como resultado de desuso subsequente. O que o cérebro pode conseguir sob condições ótimas? Como categorizar os pacientes de acordo com a probabilidade do treinamento intensivo resultar em independência verdadeira ou na necessidade de uma assistência maior? •A recuperação é possível. •O prognóstico varia de acordo com vários fatores. •O cérebro altera sua configuração funcional em resposta a estímulos internos e ambientais. •Os terapeutas têm um papel importante em intensificar a recuperação da função após uma lesão cerebral (intervenção precoce, especifica e conjugada). •Processos celulares e moleculares responsáveis pela plasticidade neuronal são propriedades onipresentes dos sistemas neurais e, conseqüentemente, alterações funcionais podem ser induzidas em todos os níveis da organização neural. Percebemos cada vez mais como os processos fisiológicos dinâmicos associados à reorganização e aprendizado podem ser manipulados de forma a acelerar e otimizar a recuperação da função.