Dificuldades de Aprendizagem

Propaganda
A Arte Terapia ou Reconstrução?
-DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
. DA Primarias e Secundarias
- PROBLEMAS DA CRIANÇA – Transtornos que interferem
na aprendizagem.
1 - Depressão
2 - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade –
TDAH
3 - Transtornos de Ansiedade na Infância
4 – Deficiência Mental
. Síndrome de Down.
. Síndrome do X-Frágil
Rose Valverde - 2008
"Há pessoas que nos falam
e nem as escutamos;
há pessoas que nos ferem e nem
cicatrizes deixam mas há pessoas que
simplesmente aparecem em nossa vida e
nos marcam para sempre."
(Cecília Meireles)
Arte - Terapia ou Reconstrução?
Nise da Silveira - Fundou o
Museu de Imagens do
Inconsciente em 1952.
Desenho de Rose Valverde
“Através do desenho a Psicologia e a
psiquiatria tem procurado diagnosticar e
avaliar distúrbios comportamentais e
reencaminhar pessoas em desequilíbrio
utilizando das ferramentas que a arte
faculta no processo de reequilíbrio
emocional. Mas, além disto a arte tem
mais ampla função e eu diria até que
não deveríamos vê-la como uma terapia
tão somente, mas sim, como uma
atividade capaz de resgatar ou mesmo
reconstruir no ser humano emoções que
se achavam reprimidas e aflorá-las.
Durante anos pude observar no desenho de vários
alunos os traços que denunciavam problemas
emocionais, tais como, inquietação, agressividade e até
insegurança.
Através das linhas, analisando sua pressão assim como
a nitidez, o vigor, a direção, a velocidade e a leveza ou
rigidez do traço muitas vezes conseguia entender as
emoções dos meus alunos e lhes chamava a atenção
sobre algum problema, perguntava se estavam tristes ou
alegres ou mesmo se estavam angustiados com alguma
coisa.
Muitos se surpreendiam com o fato de que através do
desenho eu conseguia traçar-lhes o perfil, como se
estivessem me contando seus problemas; a resposta é
que através do desenho podemos analisar o ser
humano assim como uma radiografia o faz em relação
aos seus órgãos internos.
É lógico que há uma grande diferença entre se analisar
uma radiografia e um desenho mas a emoção se
materializa através do desenho e pude então me
perguntar, se podemos diagnosticar problemas
emocionais por que não podemos construir novos
rumos?
Porque não podemos reconstruir através do desenho as
emoções que estão em desalinho e tentar orientar estes
alunos para uma atitude mais positiva e construtiva na
qual ele próprio vai ser capaz de gerenciar seu processo
de reconstrução?
A partir do momento que trabalhava com o aluno
ensinando as técnicas de desenho percebi que não
estava lhes ensinando somente técnicas diferentes,
mas, que poderia também lhes fornecer algo mais
importante ainda, ferramentas necessárias para
recompor sua auto-estima e reafirmar sua personalidade
fazendo com que eles através da construção artística
obtivessem mais segurança e iniciativa.
Vários alunos entre adolescentes e adultos com os quais
trabalhei falaram claramente sobre a mudança que se
processou com eles relacionado ao seu comportamento e
a sua atitude diante das coisas.
Analisar o processo pelo qual o desenho pode
transformar muitas pessoas, sempre foi uma coisa que
me inquietou. Muitas vezes observei o desenvolvimento
de alunos, que de início, tinham dificuldades de atenção e
um controle motor ainda muito bruto, sem definir muito
bem detalhes, ou perceber nuances do desenho que
precisavam de uma atenção e percepção visual mais
desenvolvida e que em alguns meses de curso
conseguiram demonstrar um aprendizado consistente e
surpreendente para eles mesmos.
Desde 2002 quando iniciei o curso de desenho artístico
no CEM, passaram pelo curso cerca de 300 alunos e
além da riqueza de talentos que descobrimos, houve
ainda um grande aprendizado de minha parte em relação
aos caminhos que o ser humano trilha ao buscar a sua
expressão através do desenho.”
Rose Valverde
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ou
Dificuldades de Escolares
Apresentaremos a seguir algumas definições e reflexões a
respeito das Dificuldades de aprendizado e algumas
observações a respeito do ensino de Arte neste contexto.
Trecho do artigo da psicóloga Renata da Rocha
Mazarakis sobre Dificuldades de Aprendizagem:
"Para reconhecer em uma criança a dificuldade de
aprendizagem, se faz necessário primeiramente entender o
que é aprendizagem e quais os fatores que nela interferem.
Pode-se dizer que a aprendizagem é um processo
complexo que se realiza no interior do indivíduo e se
manifesta em uma mudança de comportamento.
Para se estabelecer se houve ou não aprendizagem é
preciso que as mudanças ocorridas sejam relativamente
permanentes.
Existem pelo menos sete fatores fundamentais para que
tal aprendizagem se efetive, são eles: saúde física e
mental, motivação, prévio domínio, maturação,
inteligência, concentração ou atenção e memória.
A falta de um desses fatores pode ser a causa de
insucessos e das dificuldades de aprendizagem que irão
surgindo.
A partir disso pode-se entender que uma criança é dita
com dificuldades de aprendizagem, quando apresenta
desvios da expectativa de comportamento do grupo
etário a que pertence, ou seja, quando ela não está
ajustada aos padrões da maioria desse grupo, e
portanto seu comportamento é perturbado, diferente dos
demais.”
Pode-se destacar algumas das principais causas das
dificuldades de aprendizagem, como: causas físicas,
sensoriais, neurológicas, intelectuais ou cognitivas,
sócio econômicas e emocionais, sendo esta última uma
das principais causas que podem dificultar a
aprendizagem.
Como resultado, as crianças com dificuldades de
aprendizagem têm muitas vezes baixos níveis de autoestima e de autoconfiança, o que pode conduzir à falta de
motivação, afastamento, crises de ansiedades e estresse e
até mesmo depressão.
A atribuição multifatorial para as causas dos problemas
psiquiátricos, é bastante ilustrado na questão da criança
que começa na escola. Ela traz consigo, invariavelmente,
as características de seu aspecto biológico, psicológico e
social.
O que seria uma Dificuldade de Aprendizagem ou Escolar?
Não existe ainda uma definição consensual acerca dos critérios e nem
mesmo do termo. De modo acadêmico, vamos chamar esse quadro
de Dificuldades da Aprendizagem (DA).
Alguns autores dividem as DA em Primárias e
Secundárias:
DA consideradas Primárias, seriam aquelas cuja
causa não pode ainda ser atribuída à elementos psiconeurológicos bem estabelecidos ou esclarecidos.
Esses casos englobam, principalmente, as chamadas
disfunções cerebrais e, dentro das dessas disfunções,
teríamos os Transtorno da Leitura, Transtorno da
Matemática e Transtorno da Expressão Escrita, bem
como os transtornos da linguagem falada, os quais
englobam o Transtorno da Linguagem Expressiva e o
Transtorno Misto da Linguagem Receptivo-Expressiva.
DA consideradas Secundárias seriam aquelas
conseqüentes à alterações biológicas específicas e bem
estabelecidas e alterações comportamentais e emocionais
bem esclarecidas.
Em relação às alterações biológicas (neurológicas)
teríamos as lesões cerebrais, Paralisia Cerebral, Epilepsia
e Deficiência Mental.
Envolvem também os sistemas sensoriais, através da
Deficiência Auditiva, hipoacusia, deficiência visual e
ambliopia.
Teríamos ainda, dentro das causas biológicas, as situações
de DA conseqüentes a outros problemas perceptivos que
afetam a discriminação, síntese, memória e relação
espacial e visualização.
Problemas de comportamento
Em relação aos problemas de comportamento, um dos fatores mais
marcantes para desenvolvimento de DA são os quadros classificados
como Comportamento Disruptivo e, dentro deles, o Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade e o Transtorno Desafiador e
Opositivo.
Quanto ao problemas emocionais que favorecem as DA, principal item
abordado por nós, temos a Depressão Infantil e a Ansiedade (de
Separação) na Infância.
A importância do diagnóstico dos problemas emocionais que levam
a criança a apresentar um baixo rendimento escolar se justifica por:
1. - Dentre as principais razões para as DA, as emocionais são,
atualmente, uma daquelas com melhor possibilidades de tratamento;
2. - Importantíssimo para fazer diagnóstico diferencial com a Deficiência
Mental, quadro muito traumático para familiares e com mau prognóstico;
3. - Proporcionar um desenvolvimento satisfatório o mais rapidamente
possível.
Muito embora as crianças estejam sujeitas à maioria
dos transtornos emocionais encontrados nos
adultos, a maioria das pessoas ainda acredita que
criança não fica "nervosa", porque criança não tem
problemas, ou coisas assim. Outros, infelizmente
mais ignorantes ainda, acham que "criança nervosa"
é falta de correção enérgica, porque quando eram
crianças apanhavam se não se comportassem
adequadamente.
Enfim, a falta de informação sobre psiquiatria infantil
é a responsável pela maioria das dificuldades de
relacionamento, escolares e sociais das crianças,
bem como, responsável por inúmeras seqüelas
emocionais no futuro.
Cada caso deve ser avaliado particularmente, incluindo
na avaliação o entorno familiar e escolar. Se as DA estão
presentes no ambiente escolar e ausentes nos outros
lugares, o problema deve estar no ambiente de
aprendizado e não em algum "distúrbio neurológico"
misterioso e não-detectável (Jan Hunt).
• Essa dificuldade, digamos, seletiva para o ambiente
escolar, é detectada quando a criança aprende bem em
outros cursos (inglês, música...), aprende manipular
aparelhos eletro-eletrônicos com facilidade, tem boa
performance em atividades lúdicas, enfim, quando ela
mostra fora da escola que pode aprender como as
demais.
• Muitas vezes as DA são reações compreensíveis de
crianças neurologicamente normais, porém,
obrigadas a adequar-se às condições adversas das
salas de aula.
Podemos ver na clínica diária, muitas crianças sensíveis
e emocionalmente retraídas que passam a apresentar
DA depois de submetidas à alguma situação
constrangedora não percebida pelos demais.
Trata-se de uma situação corriqueira agindo sobre uma
criança afetivamente diferenciada, que nem sempre a
escola, incluindo a professora, orientadora,
coordenadora e demais colegas de classe, percebem.
• Normalmente as crianças que apresentam dificuldades
específicas no início da escolarização, embora não
tenham nenhum problema neuropsiquiátrico,
provavelmente são aquelas que precisarão de maior
atenção.
• Quando o problema é da escola, uma exagerada
restrição das atividades podem favorecer falsos
diagnósticos de Crianças Hiperativas, se as aulas
carecem de atrativos pedagógicos, podem surgir falsos
diagnósticos de Déficit de Atenção", se a criança é
assediada, se apanha de grupos delinqüentes, se é
submetida à situações vexatórias (para ela,
especificamente), podemos observar falsos diagnósticos
de Fobia Escolar e assim por diante.
• Dois extremos podem comprometer a escola em
relação às DA; ou a escola superestima a
questão, acreditando comodamente que a
criança é um problema, logo deve ter algum
comprometimento neuropsiquiátrico quando, de
fato, o problema é de relacionamento ou de
adequação difícil às normas da escola ou, ao
contrário, subestima um verdadeiro
comprometimento neuropsiquiátrico levando à
DA, pensando tratar-se de algum problema
disciplinar, de método de ensino, de má
vontade, etc.
Problema da Criança???
Primeiramente devemos questionar se, de fato, a criança
apresenta DA ou se seu rendimento não satisfaz as
expectativas do professor (da escola).
Um desenvolvimento incomum nem sempre denuncia
alguma patologia (a gravidez de gêmeos é anormal
estatisticamente e normal medicamente), podendo refletir
dificuldades pessoais eminentemente circunstanciais.
Convém sempre lembrar que a medicina é apenas uma
das muitas maneiras de avaliar o ser humano, o qual
pode ser argüido pela sociologia, psicologia, antropologia,
pela religião, pela pedagogia e assim por diante. Mas a
medicina, por sua vez, funciona na base da avaliação,
diagnóstico e tratamento e, havendo um diagnóstico
MÉDICO, a medicina não abre mão do tratamento.
• Portanto, é demagógico o discurso que fala em "rotular
pacientes" e coisas do gênero; a medicina diagnostica
pacientes, ela não rotula pessoas. Profissionais
completamente desfamiliarizados com o diagnóstico
médico, até por uma questão de conforto emocional,
preferem considerar o diagnóstico uma inutilidade ou um
mecanismo de discriminação. Não vale nem a pena
comentar...
• Na realidade, temos visto que a família só é mobilizada
a procurar ajuda especializada para suas crianças
quando fica evidente ou ameaçado o rendimento escolar
e a aprendizagem. Infelizmente, na maioria das vezes
essa ajuda é procurada incorretamente, pois, na medida
em que a família se sente ameaçada por algum estigma
cultural, qualquer coisa parece servir, desde que não
seja o psiquiatra. Serve o neurologista, o psicólogo,
terapeutas e pedagogos, mas psiquiatra, decididamente
não.
• Uma vez esclarecido que psiquiatras não são médicos
que só tratam de loucos, vejamos os transtornos que
interferem na escolaridade e aprendizagem das
crianças:
1 - Depressão Infantil
2 - Déficit de Atenção por Hiperatividade
3 - Ansiedade (de Separação) na Infância
4 - Deficiência Mental
Ballone, GJ - Dificuldades de Aprendizagem - in. PsiqWeb,
Internet, disponível em
<http://www.psiqweb.med.br/infantil/aprendiza.html>revisto em 2003
1 - Depressão
O que é?
Todos nos sentimos desanimados de vez em quando. Podemos
ficar abatidos e desapontados se alguém briga conosco, se não
vamos bem na vida escolar ou profissional ou se aquela pessoa
por quem estamos apaixonados nos ignora. A tristeza em casos
assim é compreensível.
A depressão, no entanto, é algo diferente. Não é só estar triste ou
desapontada por algum motivo. É uma condição séria que não
melhora e que pode ser uma ameaça à vida.
A depressão é resultado de desequilíbrios químicos ou
hormonais. Essa instabilidade pode ser disparada por uma
situação estressante ou pode ser hereditária, já estar "em seus
genes".
Quando sentimos que a tristeza é mais do
que o sentimento simples de desânimo,
caso os sintomas descrevam aquilo que
sentimos, não devemos esperar nem um
minuto mais para procurar ajuda.
Quais os sintomas da depressão?
Pessoas deprimidas têm pelo menos 5 destes sintomas,
sendo que os 2 primeiros são sentidos, no mínimo, há 2
semanas.
• Sentem-se tristes o tempo todo.
• Não se empolgam mais com coisas de que gostavam
antes.
• Têm grandes alterações de apetite.
• Dormem muito ou, ao contrário, não conseguem dormir.
• Sentem-se ansiosas ou hiperativas o tempo todo ou, ao
contrário, têm muito pouca energia.
• Sentem-se cansadas.
• Sentem-se mal consigo mesmas.
• Sentem-se confusas, apresentando dificuldade em
tomar decisões.
• Pensam em morrer ou cometer suicídio.
Quem é alvo da depressão?
A depressão é muito mais comum nas mulheres do que nos
homens. É também comum entre as adolescentes: 6% das garotas
entre 9 e 17 anos têm depressão.
Nesta fase da adolescência, talvez você não seja muito habilidosa
em demonstrar os sentimentos. Talvez não consiga, queira ou
precise contar às outras pessoas quando sente-se mal e, por isso,
não obtenha a ajuda necessária. Além disso, seus pais ou
professores podem achar que é só uma questão de seu mau humor
natural e não levar o problema a sério.
•
•
•
•
•
•
•
Há alguns indícios que você deve procurar em si mesma se achar
que está deprimida. Talvez você:
Tenha muitas dores estranhas
Falte às aulas ou não tenha desempenho nem próximo do que tinha
antes
Tente fugir ou fale em fugir
Tenha crises de choro ou acessos de raiva
Use álcool ou drogas
Tenha medo de morrer
Sinta-se muito sensível à rejeição e ao fracasso
Transtorno Afetivo Sazonal
O que é?
O Transtorno Afetivo Sazonal é um tipo de depressão que atinge as
pessoas no final do outono ou inverno por causa do tempo menor
de luz do sol.
Se você sentir os seguintes sintomas na mudança das estações, pode
ser que tenha o problema e precise de tratamento:
• falta de energia
• muitas horas de sono
• necessidade de muita comida, especialmente doces
• aumento de peso
• sentimento de desespero e angústia
• dores físicas
2 - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade - TDAH
O que é o TDAH?
• O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na
infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida.
Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e
impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit
de Atenção).
Existe mesmo o TDAH?
• Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados
Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a
receberem tratamento diferenciado na escola.
O TDAH é comum?
• Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes
encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5%
das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi
pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o
indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam
mais brandos.
Quais são os sintomas de TDAH?
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de
sintomas:
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e
no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As
crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e
geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por
um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo).
Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e
impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos.
Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais
problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com
regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do
cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito
esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem
mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos
("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em
avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à
sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm
uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o
uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.
Quais são as causas do TDAH?
• Já existem inúmeros estudos demonstrando que a prevalência do
TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o
transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de
determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os
filhos ou resultado de conflitos psicológicos.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm
alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do
cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no
ser humano em comparação com outras espécies animais e é
responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou
inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar
atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
O que parece estar alterado nesta região cerebral é o
funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas
neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina),
que passam informação entre as células nervosas (neurônios).
Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos
neurotransmissores da região frontal e suas conexões.
A) Hereditariedade:
Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma
predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente,
a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a
presença de parentes também afetados com TDAH era mais freqüente do
que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da
doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes
mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familial).
Os estudos com gêmeos comparam gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos
(bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do TDAH (presença ou não, tipo,
gravidade etc...). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de
semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança
genética), se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que
os fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos
(os pais são iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais
parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas
características, maior é a influência genética para a doença.
Realmente, os estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos
são muito mais parecidos (também se diz "concordantes") do que os
fraternos, chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma
importante participação de genes na origem do TDAH.
A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa
genética do TDAH foi começar a procurar que genes poderiam ser
estes. É importante salientar que no TDAH, como na maioria dos
transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca
devemos falar em determinação genética, mas sim em
predisposição ou influência genética. O que acontece nestes
transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e
não um único gene (como é a regra para várias de nossas
características físicas, também).
• Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único
"gene do TDAH". Além disto, genes podem ter diferentes níveis de
atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um
modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se
ainda as influências ambientais.
• Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar
(antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso
de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.
B) Substâncias ingeridas na gravidez:
Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos
durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do
cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas
indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com
problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar
que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação
entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e
efeito.
C) Sofrimento fetal:
Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no
parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance
de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez
mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar
mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a
carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que
estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.
D) Exposição a chumbo:
Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem
apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há
nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue
para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e
pode ser facilmente identificado pela história clínica.
E) Problemas Familiares:
Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de
discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um
dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível
socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas
crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades
familiares podem ser mais conseqüência do que causa do TDAH
(na criança e mesmo nos pais).
Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não
causá-lo.
• Sintomas em crianças e adolescentes
- As crianças com TDAH, em especial os meninos, são agitadas ou
inquietas.
- Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se agitadas,
movendo-se sem parar pelo ambiente, mexendo em vários objetos
como se estivessem “ligadas” por um motor.
- Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira, falam muito e
constantemente pedem para sair de sala ou da mesa de jantar.
- Têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas,
repetitivas ou que não lhes sejam interessantes.
- São facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas
também se distraem com pensamentos "internos", isto é, vivem
"voando". Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram
sinais, vírgulas, acentos, etc.). Como a atenção é imprescindível
para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas
como "esquecidas": esquecem recados ou material escolar, aquilo
que estudaram na véspera da prova, etc. Quando elas se dedicam
a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem
permanecer mais tranqüilas. Isto ocorre porque os centros de
prazer no cérebro são ativados e conseguem dar um "reforço" no
centro da atenção que é ligado a ele, passando a funcionar em
níveis normais.
- O fato de uma criança conseguir ficar concentrada em alguma atividade não
exclui o diagnóstico de TDAH. É claro que não fazemos coisas interessantes ou
estimulantes desde a hora que acordamos até a hora em que vamos dormir: os
portadores de TDAH vão ter muitas dificuldades em manter a atenção em um
monte de coisas.
- Elas também tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não lêem a
pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem antes de
pensar). Freqüentemente também apresentam dificuldades em se organizar e
planejar aquilo que querem ou precisam fazer.
Seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua capacidade
intelectual. O TDAH não se associa necessariamente a dificuldades na vida
escolar, embora esta seja uma queixa freqüente de pais e professores. É mais
comum que os problemas na escola sejam de comportamento que de
rendimento (notas).
- Um aspecto importante: as meninas têm menos sintomas de hiperatividadeimpulsividade que os meninos (embora sejam igualmente desatentas), o que
fez com que se acreditasse que o TDAH só ocorresse no sexo masculino.
Como as meninas não incomodam tanto, eram menos encaminhadas para
diagnóstico e tratamento médicos.
•
Sintomas em adultos
A existência da forma adulta do TDAH foi oficialmente reconhecida apenas
em 1980 pela Associação Psiquiátrica Americana. E, desde então inúmeros
estudos têm demonstrado a presença do TDAH em adultos. Passou-se
muito tempo até que ela fosse amplamente divulgada no meio médico e
ainda hoje, observa-se que este diagnóstico é apenas raramente realizado,
persistindo o estereótipo equivocado de TDAH: um transtorno acometendo
meninos hiperativos que têm mau desempenho escolar. Muitos médicos
desconhecem a existência do TDAH em adultos e quando são procurados
por estes pacientes, tendem a tratá-los como se tivessem outros problemas
(de personalidade, por exemplo). Quando existe realmente um outro
problema associado (depressão, ansiedade ou drogas), o médico só
diagnostica este último e “deixa passar” o TDAH.
Atualmente acredita-se que em torno de 60% das crianças com TDAH
ingressarão na vida adulta com alguns dos sintomas (tanto de desatenção
quanto de hiperatividade-impulsividade) porém em menor número do que
apresentavam quando eram crianças ou adolescentes.
Para se fazer o diagnóstico de TDAH em adultos é obrigatório demonstrar
que o transtorno esteve presente desde criança. Isto pode ser difícil em
algumas situações, porque o indivíduo pode não se lembrar de sua infância
e também os pais podem ser falecidos ou estar bastante idosos para relatar
ao médico. Mas em geral o indivíduo lembra de um apelido (tal como “bicho
carpinteiro”, etc.) que denuncia os sintomas de hiperatividade-impulsividade
e lembra de ser muito “avoado”, com queixas freqüentes de professores e
pais.
•
Sintomas em adultos
Os adultos com TDAH costumam ter dificuldade de organizar e
planejar suas atividades do dia a dia.
Por exemplo, pode ser difícil para uma pessoa com TDAH determinar o que
é mais importante dentre muitas coisas que tem para fazer, escolher o que
vai fazer primeiro e o que pode deixar para depois. Em conseqüência disso,
quem TDAH fica muito “estressado” quando se vê sobrecarregado (e é
muito comum que se sobrecarregue com freqüência, uma vez que assume
vários compromissos diferentes), pois não sabe por onde começar e tem
medo de não conseguir dar conta de tudo.
Os indivíduos com TDAH acabam deixando trabalhos pela metade,
interrompem no meio o que estão fazendo e começam outra coisa, só
voltando ao trabalho anterior bem mais tarde do que o pretendido ou então
se esquecendo dele.
O portador de TDAH fica com dificuldade para realizar sozinho suas
tarefas, principalmente quando são muitas, e o tempo todo precisa
ser lembrado pelos outros sobre o que tem para fazer. Isso tudo
pode causar problemas na faculdade, no trabalho ou nos
relacionamentos com outras pessoas. A persistência nas tarefas
também pode ser difícil para o portador de TDAH, que
freqüentemente “deixa as coisas pela metade”.
Questionário - Adultos
O questionário a seguir é denominado ASRS-18 e foi desenvolvido
por pesquisadores em colaboração com a Organização Mundial de
Saúde. Esta é a versão validada no Brasil.
A referência é: Mattos P, Segenreich D, Saboya E, Louzã M, Dias G,
Romano M. Adaptação Transcultural para o Português da Escala Adult
Self-Report Scale (ASRS-18, versão1.1) para avaliação de sintomas do
Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) em adultos.
Revista Brasileira de Psiquiatria (in press).
IMPORTANTE: Lembre-se que o diagnóstico definitivo só pode
ser fornecido por um profissional.
Parte A
1. Com que freqüência você comete erros por falta de atenção quando tem de trabalhar num projeto chato ou
difícil?
2. Com que freqüência você tem dificuldade para manter a atenção quando está fazendo um trabalho chato ou
repetitivo?
3. Com que freqüência você tem dificuldade para se concentrar no que as pessoas dizem, mesmo quando elas
estão falando diretamente com você?
4. Com que freqüência você deixa um projeto pela metade depois de já ter feito as partes mais difíceis?
5. Com que freqüência você tem dificuldade para fazer um trabalho que exige organização?
6. Quando você precisa fazer algo que exige muita concentração, com que freqüência você evita ou adia o início?
7. Com que freqüência você coloca as coisas fora do lugar ou tem de dificuldade de encontrar as coisas em casa
ou no trabalho?
8. Com que freqüência você se distrai com atividades ou barulho a sua volta?
9. Com que freqüência você tem dificuldade para lembrar de compromissos ou obrigações?
Parte B
1. Com que freqüência você fica se mexendo na cadeira ou balançando as mãos ou os pés quando precisa ficar
sentado (a) por muito tempo?
2. Com que freqüência você se levanta da cadeira em reuniões ou em outras situações onde deveria ficar sentado
(a)?
3. Com que freqüência você se sente inquieto (a) ou agitado (a)?
4. Com que freqüência você tem dificuldade para sossegar e relaxar quando tem tempo livre para você?
5. Com que freqüência você se sente ativo (a) demais e necessitando fazer coisas, como se estivesse “com um
motor ligado”?
6. Com que freqüência você se pega falando demais em situações sociais?
7. Quando você está conversando, com que freqüência você se pega terminando as frases das pessoas antes
delas?
8. Com que freqüência você tem dificuldade para esperar nas situações onde cada um tem a sua vez?
9. Com que freqüência você interrompe os outros quando eles estão ocupados?
Como avaliar:
Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) E/OU os itens de hiperatividadeimpulsividade da parte B (1 a 9) têm várias respostas marcadas como
FREQUENTEMENTE ou MUITO FREQUENTEMENTE existe chances de ser
portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma das partes).
O questionário ASRS-18 é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério
A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são
necessários.
IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas
com os sintomas descritos na tabela! Veja abaixo os demais
critérios.
CRITÉRIO A: Sintomas (vistos na tabela acima)
CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes desde
precocemente (antes dos 7 ou 12 anos).
CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos
2 contextos diferentes (por ex., no trabalho, na vida social, na faculdade e no
relacionamento conjugal ou familiar).
CRITÉRIO D: Há problemas evidentes por conta dos sintomas.
CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência
mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.
3 - Transtornos de Ansiedade na Infância
A ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo e apreensão,
caracterizado por tensão ou desconforto derivados de uma antecipação de perigos.
As crianças em geral não reconhecem quando seus medos são exagerados ou
irracionais. Uma maneira prática de diferenciar ansiedade normal de ansiedade
patológica é avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, auto limitada e
relacionada ao estímulo do momento. Os sintomas de ansiedade podem ocorrer em
varias outras condições psiquiátricas tais como: depressões, psicoses, transtornos
do desenvolvimento, transtorno hipercinético, entre outros. A causa dos transtornos
ansiosos infantís é muitas vezes desconhecida e provavelmente multifatorial,
incluindo fatores hereditários e ambientais diversos, com o peso relativo de cada
fator variando de caso a caso.
Transtorno da Ansiedade de Separação
Esse é o mais comum dos transtornos de ansiedade, acometendo 4% das crianças. Caracterizase por uma ansiedade não apropriada e excessiva em relação à separação do lar (pais) ou de
figuras importantes cuidadoras para a criança, inadequada para a fase do desenvolvimento da
criança. Essas crianças, quando ficam sozinhas, temem que algo possa acontecer para elas ou
para seus cuidadores (acidentes, seqüestro, assaltos, ou doenças) que os afastem
definitivamente de si. Demonstram um comportamento excessivo de apego aos seus cuidadores,
não permitindo o afastamento desses ou telefonando repetidamente para eles afim de
tranqüilizar-se sobre seus temores. É comum nessas crianças a ocorrência de recusa escolar. Se
a criança sabe que seus pais vão se ausentar apresenta manifestações somáticas de ansiedade
(dor abdominal, dor de cabeça, náusea, vômitos, palpitações, tonturas e sensação de desmaio).
Em muitos casos de crianças afetadas os pais foram ou são portadores de algum transtorno de
ansiedade.
A perturbação tem uma duração mínima de quatro semanas e causa sofrimento significativo no
funcionamento da vida da criança.
O tratamento requer psicoterapia individual com orientação familiar e intervenções
farmacológicas quando os sintomas são graves e incapacitantes. Quando há recusa escolar, o
retorno às aulas deve ser o mais rápido possível para evitar cronicidade e evasão. É muito
importante haver uma sintonia entre pais, escola e terapeuta.
•
•
•
Como nos adultos, a prevalência dos transtornos da
ansiedade na criança é elevada, embora um pouco
menos que nos adultos.
Os mais comuns são o de ansiedade de separação com
4% das crianças, transtorno de ansiedade excessiva
com aproximadamente 4% também, as fobias
específicas em torno de 3%, a fobia social 1% e o pânico
0,6%.
Esses problemas incidem igualmente em meninos e
meninas: nos adultos é mais comum nas mulheres.
Tanto nas crianças como nos adolescentes esses
transtornos apresentam flutuações, isto é, há épocas em
que melhoram e épocas em que pioram. As pioras
sempre são justificadas pelos pais por algum
acontecimento externo e nas fases de melhora não há
mais motivos para se levar ao psiquiatra. Assim a visita
ao profissional é adiada deixando que o paciente sofra
desnecessariamente podendo inclusive ter a formação
da personalidade influenciada por isso, desenvolvendose num adulto inseguro e medroso.
4 – Deficiência Mental
O que é "doença mental“
A ABP - Associação Brasileira de Psiquiatria aproveita a experiência do
“The Royal College of Psychiatrists’ da Inglaterra e do National Institute of
Mental Health dos Estados Unidos da América para trazer ao conhecimento
de todos interessados material informativo a respeito da Doença Mental ou
Transtornos Mentais.
A Saúde mental é componente chave de uma vida saudável.
Durante séculos as pessoas com sofrimento mental foram afastadas do
resto da sociedade, algumas vezes encarcerados, em condições precárias,
sem direito a se manifestar na condução de suas vidas. Hoje em dia, as
atitudes negativas os afastam da sociedade de maneiras mais sutis, mas
com a mesma efetividade.
O termo “doença mental” ou transtorno mental, engloba um amplo espectro
de condições que afetam a mente. Doença mental provoca sintomas tais
como, desconforto emocional, distúrbio de conduta e enfraquecimento da
memória. Algumas vezes, doenças em outras partes do corpo afetam a
mente; outras vezes, desconfortos, escondidos no fundo da mente pode
desencadear outras doenças do corpo ou produzir sintomas somáticos.
O que causa a “doença mental?”
Um grande espectro de fatores – nosso mapa genético, química
cerebral, aspectos do nosso estilo de vida. Acontecimentos que nos
acometeram no passado e nossas relações com as outras pessoas
– participam de alguma forma. Seja qual for a causa, a pessoa que
desenvolve a “doença mental” ou o transtorno mental, muitas vezes
se sente em sofrimento, desesperançada e incapaz de levar sua
vida na sua plenitude.
Existe tratamento para a “doença mental?”
Uma notícia muito boa é que existem muitos tratamentos efetivos
para a doença mental. Eles podem incluir medicamentos e outros
tratamentos físicos, ou tratamentos pela fala (Psicoterapias) de
várias espécies, aconselhamento e/ou apoio no dia a dia da vida
em diferentes formas.
Diferentes profissionais, médicos e não médicos, podem estar
envolvidos na assistência da pessoa que está mentalmente
enferma: clínico geral, psiquiatras, psicoterapeutas, conselheiros,
assistentes sociais e grupos de apoio voluntários
A Psiquiatria trabalha no diagnóstico e permite o conhecimento e
previsão do curso natural da doença, e a escolha do tratamento
mais adequado.
Síndrome de Down
A síndrome de Down (SD) é a síndrome genética melhor conhecida. É responsável
por 15% dos portadores de atraso mental que frequentam instituições próprias para
crianças especiais. Sua primeira descrição clínica foi publicada em 1866 por Langdon
Down. É também chamada de mongolismo devido à aparência facial de seus
portadores (fig. 1).
Fig. 1.
Aparencia facial
de pacientes
com SD.
A causa da SD é o excesso de material
genético proveniente do cromossomo 21. Seus
portadores apresentam três cromossomos 21,
ao invés de dois, por isto a SD é denominada
também Trissomia do 21.
Há uma relação importante entre a concepção
de crianças com a SD e a idade materna. Após
os 35 anos a mulher tem maior probabilidade
de ter filhos com a SD. Aos vinte anos o risco
é de 1 para 1600, enquanto que aos 35 anos é
de 1 para 370. A SD ocorre em todas as raças e
em ambos os sexos.
• Evolução na primeira infância
Entrevista no site de Drauzio Varela com Dra. Adriana Buhrer Medica geneticista-clínica e atua junto a associações que envolvem
pais e amigos de crianças com alterações genéticas.
Drauzio – É lógico que deve haver enormes variações individuais, mas
seria possível estabelecer uma comparação genérica entre a evolução
das crianças com Down e a evolução de crianças sem a síndrome na
primeira infância?
Adriana Buhrer – Inicialmente, o desenvolvimento motor (sentar,
engatinhar, andar) pode ficar um pouco atrasado. Até um ano e seis
meses de idade, crianças normais começam a andar. Portadores da
SD começam um pouquinho mais tarde, aos dois anos, embora alguns
consigam andar mais cedo, porque fizeram fisioterapia e foram
estimulados precocemente. Os déficits na coordenação motora, tanto
grossa quanto fina, costumam responder bem aos exercícios de
motricidade e à terapia ocupacional.
Aos dois anos, a criança normal tem domínio razoável da linguagem e
é capaz de construir frases. Já a criança com síndrome de Down tem
dificuldade para organizar as idéias e expressar-se com fluência.
Apesar desses atrasos, o ideal é que portadores da trissomia 21
freqüentem uma escola comum em classes com crianças normais da
mesma idade, atendendo ao que se chama de esquema de inclusão
social, e recebam reforço pedagógico, caso se faça necessário.
Drauzio – Elas conseguem acompanhar o ritmo das que não têm a
síndrome?
Adriana Buher – No começo, é provável que não consigam, mas
isso não descarta a possibilidade de escolarização. Muitas chegam
a completar o ensino fundamental. O que se sabe é que, quanto
mais alto o QI e a formação sociocultural dos pais, melhor irá a
criança reagir.
Andrea Mantegna - Camara
Degli Sposi
1474 – Palazzo Ducale –
Mantua
Entre as primeiras
Representações artísticas
de uma criança com
sindrome de Down
• Inserção social
Drauzio – Toda criança depende do suporte que a família lhe dá, mas
esse suporte tem de ser mais consistente para as que apresentam a
SD.
Adriana Buhrer – É importante oferecer-lhes as terapias de apoio
precocemente para vencer as primeiras dificuldades físicas provocadas
pela hipotonia e estimular sua inserção nas atividades normais da
família. Ampliar as possibilidades de colocação no mercado de trabalho,
nas escolas e na sociedade como um todo é sempre um objetivo de
quem lida com essas pessoas.
• Adolescência e sexualidade
Drauzio – As alterações hormonais são idênticas às que ocorrem na
vida dos outros adolescentes?
Adriana Buhrer – São idênticas. Normalmente, pessoas com SD não
são agressivas. Ao contrário, são afetivas, comunicativas e procuram
fazer amigos. Como qualquer adolescente, interessam-se pelo sexo
oposto, querem namorar. Os pais precisam estar cientes disso a fim de
orientá-las para a vida reprodutiva e sexual, respeitando seu nível de
compreensão, como fariam com qualquer outro filho.
Via de regra, os meninos são estéreis, mas o desenvolvimento dos
genitais é absolutamente normal. As meninas são férteis e, se engravidarem, a possibilidade de terem um filho com a síndrome é de 50%. Por
isso, é conveniente levá-las ao ginecologista para discutir com ele o uso
de anticoncepcionais.
• Características comportamentais
Drauzio – O comportamento não agressivo é uma característica
marcante nas pessoas com SD?
Adriana Buhrer – Costuma ser. Na infância, elas podem ter crises de
birra e insistir na satisfação de seus desejos e vontades, mas esse
comportamento é corrigível pela educação. Um número bem pequeno
apresenta transtorno de atenção e hiperatividade ou autismo,
transtornos que interferem em sua sociabilidade. A grande maioria,
porém, tem temperamento afável, comunicativo e interessa-se por
participar do ambiente ao redor.
Depois dos 40 ou 50 anos, mudanças de comportamento podem ser
indicativas de depressão, para a qual há tratamento, e 30% das
pessoas com trissomia 21 podem manifestar demências como o mal de
Alzheimer.
Drauzio – Essas demências se instalam precocemente?
Adriana Buhrer - Mais precocemente do que na população em geral.
Por volta dos 40 anos, parte dos portadores da síndrome apresentam
alterações nos exames de ressonância nuclear magnética compatíveis
com as do mal de Alzheimer. O quadro clínico, porém, só é perceptível
um pouco mais tarde.
•
Problemas de saúde
Drauzio – Há problemas de saúde a que as pessoas com síndrome de Down são
mais predispostas?
Adriana Buhrer – No passado, a sobrevida das pessoas com síndrome de Down
era muito pequena. Hoje se sabe que 40% são portadoras de cardiopa-tias
congênitas, têm sopros no coração. A causa mais comum desse distúrbio é um
defeito no septo atrioventricular, o septo que separa as aurículas dos ventrí-culos
cardíacos e que pode ser corrigido por cirurgia.
Embora a cardiopatia favoreça a incidência de hipertensão pulmonar e de
pneumonias, não interfere no desenvolvimento da criança porque não as impede
de fazer fisioterapia. De qualquer modo, a criança cardiopata está mais sujeita a
complicações provocadas por doenças infecciosas comuns na infância, como
resfriados que viram pneumonias e hepatites difíceis de curar. Às vezes, infec-ções
de ouvido que passam despercebidas podem levar à perda da audição. Tão logo
manifestem qualquer sintoma, essas crianças devem ser levadas ao pediatra, para
serem tratadas no tempo adequado.
Drauzio – Por que as infecções de ouvido podem passar despercebidas?
Adriana Buhrer – Porque a criança não consegue dizer exatamente o que sente.
A dificuldade com a linguagem atrapalha a comunicação. Por isso, vale sempre a
pena fazer uma avaliação auditiva para verificar se não está ocorrendo alguma
perda. Como parte dessas crianças apresenta deficiência auditiva do tipo sensorial
ao nascer, no berçário de algumas maternidades é feito o teste da orelhinha para
saber como ela está ouvindo. Esse teste é muito importante, mas não exclui que
todas passem por avaliação do otorrino no primeiro ano de vida. Adultos com a SD
também devem avaliar anualmente as condições em que se encontram a
audição e a visão.
Drauzio – O que pode acontecer com a visão?
Adriana Buhrer – O que se sabe é que 4% dessas crianças têm catarata
congênita, e outras têm estrabismo ou miopia, que devem ser corrigidos.
Drauzio – Que outros problemas de saúde essas crianças podem apresentar?
Adriana Buhrer – Essas crianças podem apresentar alterações da tireóide. O
teste do pezinho feito na maternidade vai mostrar se elas têm hipotireoidismo
congênito. Criança com SD nasce mais molinha e é mais lenta. Tais
características podem ser agravadas pelo hipotireoidismo, que pode ser
controlado com tratamento a base de hormônios.
Outro problema presente em uma em cada 150 crianças com SD é a alteração
dos glóbulos brancos do sangue, que vai desde uma reação transitória até a
leucemia, um dos cânceres mais comuns na infância. O tratamento é o mesmo
indicado para todas as crianças, mas as que têm a síndrome apresentam
pequena diferença na resposta às medicações quimioterápicas habituais.
Drauzio – Além disso, o hipotireoidismo pode agravar o déficit mental.
Adriana Buhrer – É verdade e pode aparecer em qualquer fase da vida. Por
isso, é recomendável fazer a avaliação da tireóide uma vez por ano.
• Sobrevida
Drauzio – Crianças e adultos com síndrome de Down exigem um
seguimento médico mais cauteloso. Qual é a sobrevida das pessoas se
forem bem cuidadas? Elas envelhecem mais depressa do que as que
não têm a síndrome?
Adriana Buhrer - Acredito que o envelhecimento precoce esteja mais
relacionado com o que ocorria no passado, quando se optava pela
institucionalização na maior parte das vezes. Hoje, a mudança de
postura diante da educação, visando à participação e à inclusão social,
e o controle dos problemas que possam prejudicar sua evolução
fizeram com que chegassem aos 50, 60 anos, com boa qualidade de
vida.
Drauzio – Um dos problemas das pessoas com SD que envelhecem é
a perda dos pais. Por isso, os pais têm medo de morrer e deixar os
filhos desprotegidos. Como isso é resolvido na prática?
Adriana Buhrer – Essa preocupação não é exclusiva dos pais. É de
todos que lidam com portadores da síndrome. Por isso, os esforços se
concentram em torná-los independentes para cuidarem de si próprios e
terem uma ocupação, um trabalho para que não representem um peso
na vida dos familiares. Outra opção é criar lares protegidos, ou seja,
entidades ou casas que ofereçam certo suporte para atender pessoas
com dificuldades e necessidades especiais. Não se trata de isolá-las,
mas de criar um espaço que favoreça o convívio dentro da sociedade.
Síndrome do X-Frágil
• A Síndrome do X-Frágil é uma doença de difícil diagnóstico, só
perde para a Síndrome de Down no segmento de retardo mental. O
principal sintoma é a dificuldade de aprendizado, a doença afeta o
desenvolvimento intelectual e o comportamento do portador, com
prevalência é de 1 caso para cada 4 mil homens (1:4000) e 1 para
cada 6 mil mulheres (1:6000).
• A doença chama-se "X-Frágil" porque é decorrente da anomalia de
um gene defeituoso no cromossomo X (determina o sexo, sendo X Y
nos homens e X X nas mulheres). A única maneira de detectar a
doença precocemente é a predisposição pelo estudo do DNA. A
doença pode ser evitada se o casal fizer o exame de DNA quando
planejar filhos, principalmente se tiver casos na família.
• Os sinais e sintomas clínicos são: macrocefalia (cabeça
desproporcional ao corpo), baixo tônus muscular (inclusive com
dificuldade para mamar); comprometimento do tecido conjuntivo, pés
planos, hiperextensibilidade das articulações, palato alto, prolapso da
válvula mitral, prega palmar única, estrabismo, escoliose e calosidade
nas mãos (decorrente do hábito de morder as mãos).
• O comportamento do portador da Síndrome do X-Frágil
é dócil, mas apresenta sinais característicos, como:
hiperatividade, impulsividade, concentração
rebaixada, ansiedade social, dificuldade em lidar
com estímulos sensoriais, imitação, desagrado
quando a rotina é alterada, comportamentos
repetitivos, irritação ou "explosões emocionais" e
traços de autismo como: agitar as mãos, evitar
contato tátil e evitar contato visual.
• Características clínicas
Os sinais da Síndrome do X Frágil são algo diferentes
entre portadores homens e mulheres, assim também
como é diferente a freqüência dessa ocorrência entre os
dois sexos: 1 a cada 660 nascimentos em homens e 1
para cada 1.250 nascimentos em mulheres.
•
Características clínicas
Nos homens:
1 - Região frontal algo protuberante.
2 - Fascie alongada
3 - Orelhas grandes e, freqüentemente, de implantação baixa.
4 - Leve prognatismo (projeção da mandíbula para frente).
5 - Macroorquidismo (aumento do tamanho dos testículos), em 80% dos
casos.
6 - Retardo no aparecimento da linguagem.
7 - Severos problemas de atenção.
8 - Instabilidade de conduta, oscilando de amigável a violento.
9 - Pode coexistir um quadro de Autismo Infantil.
10 - Padrão de personalidade retraída, grave e que se evidencia logo na
primeira infância
11 - Pode coexistir mutismo, indiferença interpessonal e atos repetitivos
sem sentido.
12 - Pobre contato visual (olhar evasivo).
13 - Onicofagia (comer unhas), desde muito cedo.
14 - Hipotonia (flacidez muscular). Este costuma ser o que motiva a
primeira consulta.
15 - Retardo intelectual de leve a profundo.
16 - Convulsões em 20% dos casos.
•
Nas mulheres
Conforme já tem observado alguns autores, é freqüente encontrar
meninas com a síndrome mas clinicamente normais ou quase
normais, sendo a causa da maior parte das consultas, as dificuldades
de aprendizagem e/ou de conduta. O prognóstico intelectual depende
da porcentagem de células afetadas. Se, por exemplo, apenas 4%
das células são afetadas a criança terá uma intelectualidade normal.
De um modo geral, pode-se dizer que a maioria das meninas são
assintomáticas (dois terços). A importância no diagnóstico da
Síndrome do X Frágil em mulheres, está mais relacionada ao
planejamento genético e transtornos de conduta do que à
intelectualidade.
Alguns estudos apontam que 1 entre 259 mulheres de todas as raças
é portadora de cromossomo X frágil e, embora assintomáticas (sem
sintomas), essas mulheres podem passar esse gen aos filhos
homens, os quais têm probabilidade muito grande de manifestar a
doença. Em Hones, as estatísticas dos portadores falam em 1 entre
800. Esses números sugerem que, embora a doença franca e
manifesta seja muito mais freqüente em homens, as mulheres são
muito mais acometidas como portadoras (sem a doença manifesta).
• Problemas de Atenção e Hiperatividade
Quase um terço das meninas e quase todos os meninos afetados
pela Síndrome do X Frágil apresentam significativas alterações da
atenção e hiperatividade. Na Europa e EUA a medicação de escolha
para esses quadros é na base de psicoestimulantes
• Oscilações do Humor e Agressividade
Oscilações do humor e rompantes agressivos são comuns em
meninos com Síndrome do X Frágil. A agressividade predomina nos
pacientes adolescentes e adultos jovens, incluindo aqui também as
meninas. Os antipsicóticos e tranquilizantes (benzodiazepínicos)
prescritos para esses casos no passado mostraram-se ineficazes.
Atualmente os estabilizadores do humor (não anticonvulsivantes) são
indicação formal para esses tipos de problemas afetivos e do
comportamento agressivo.
• A medicação não é o único tratamento útil para os portadores dessa
síndrome, sendo desejável que se utilize também a terapia
psicomotora e da fala, bem como os recursos da pedagogia
especializada.
Afortunadamente a maioria dos sintomas comportamentais, como por
exemplo a hiperatividade, impulsividade, oscilações do humor,
alterações da atenção, agressividade, ansiedade e comportamento
obsessivo respondem bem ao tratamento medicamentoso.
•
•
•
•
•
•
•
Dependendo das necessidades de cada caso, são realizados diversos
tratamentos ao longo das etapas de desenvolvimento de um indivíduo
afetado. Eles envolvem acompanhamento clínico em diversas
especialidades, com ênfase nas áreas de:
acompanhamento pediátrico, neurológico e/ou psiquiátrico (com
intervenções psicofarmacológicas);
estimulação precoce para o desenvolvimento da área psicomotora;
atendimento fonoaudiológico, para aquisição da fala (motricidade
oral / fonoarticulação), desenvolvimento e organização da linguagem
oral e escrita;
psicoterapia familiar e/ou individual;
atendimento psicopedagógico clínico (para os transtornos de
aprendizagem, organização e desenvolvimento do potencial
intelectivo);
educação escolar, especial ou regular;
terapia ocupacional e outros.
No tratamento é usado medicamentos mais específicos para atenuar
ou eliminar os sintomas da síndrome, terapias especiais e estratégias
de ensino que podem ajudar as pessoas afetadas a melhorar o seu
desempenho, facilitando a conquista da independência que lhe for
possível
O lar é de fundamental importância, por ser o primeiro
educandário do espírito em recomeço, numa
aprendizagem que lhe fixará diretrizes para toda a vida.
Sem advogar a defesa dos corretivos mais severos, não
podemos desconsiderar que alguns temperamentos
infantis, indóceis aos métodos da paciência e do diálogo,
da bondade e do esclarecimento diante das faltas,
necessitam de mais austeras disciplinas, que os
despertam para a compreensão e a anuência aos deveres
que se lhes gravam como hábitos para todo o tempo...
Todavia, o exorbitar de tal prática põe em ruína o
programa educativo, fazendo submeter pelo temor, antes
que produzindo o efeito desejado, que é conquistar pelo
amor.
O amor na educação, jamais pode ser conivência com o erro.
Ama, porém, com maior intensidade, quem
ajuda-corrigindo, apóia–educando, ampara–disciplinando.
Os instintos devem ser submetidos à razão e tal
Procedimento somente é possível mediante a educação.
Árdua Ascensão – Divaldo P. Franco.
“Quando imaginarmos que nada mais é possível fazer em benefício
de nosso semelhante, lembremo-nos de que uma palavra de carinho
ou um sorriso de compreensão às vezes podem afastar uma
desgraça.
Há outro aspecto do drama que requer meditação, é o que diz
respeito ao cuidado que devemos ter em nossas relações com os
nossos semelhantes.
Os árabes dizem com razão que somos donos das palavras que
calamos e escravos das que proferimos.”
O Solar de Apolo – Zilda Gama
Pesquisa e montagem:
Rose Valverde
Prof.a de Artes e
Especialista em Arte, Cultura e Educação – IAD / UJFJ
Fotos : Internet
www.rosevalverde.art.br
Página: Arte-Educação - Mais textos para download
Download