FARMACODINÂMICA

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FARMACODINÂMICA
Farmacologia
Básica
Professor Luis
Carlos Arão
FARMACODINÂMICA


Conceito: estudo dos mecanismos de
ação de uma droga.
Estuda a maneira como as drogas
influenciam os processos do organismo pela
sua interação com receptores específicos.
CONCEITOS IMPORTANTES



Sítio de ação: local onde o fármaco atua
(intracelular, extracelular ou membrana).
Efetor: onde se verificam os efeitos.
Eficácia: quantificação do efeito benéfico de
um fármaco na espécie humana.
CONCEITOS IMPORTANTES
Receptores: macromoléculas
complexas, dotadas de sítio de ação do
ligante para interagir com drogas
específicas, bem como de um sítio
efetor para iniciar resposta
farmacológica.

FARMACODINÂMICA
MECANISMOS DE AÇÃO

EFEITOS RESULTANTES
FARMACODINÂMICA
DROGA + RECEPTOR = EFEITO FARMACOLÓGICO

LIGAÇÕES QUÍMICAS

AFINIDADE DO RECEPTOR PELA DROGA
DROGA-RECEPTOR
Ligação droga-receptor = fraca, reversível,
porém, dinâmica.
D
R
D
R
Ligações fortes e irreversíveis = inseticidas
organofosforados.

Destruição dos receptores
DROGA-RECEPTOR

Afinidade = tendência com que as
moléculas da droga são atraídas
para seus receptores.
Quanto maior a afinidade
pelo receptor,
mais potente será a droga.
DROGA-RECEPTOR
Maioria dos fármacos: ação dependente
da interação fármaco-receptor.

Ligações químicas + transformações
celulares características da ação.

Efeito
DROGA-RECEPTOR

Classificação das drogas:




Agonistas;
Antagonistas.
Atividade intrínseca: respostas celulares
ativas.
Podem ser excitatórias ou inibitórias.
AGONISTAS
Drogas Agonistas: drogas que induzem
resposta em um tecido.
Causam alterações na função celular,
produzindo vários tipos de efeitos.
 A potência de um agonista depende de dois
parâmetros: a afinidade e a eficácia.
 Tipos de agonistas: totais e parciais.

AGONISTAS


Agonistas Totais: produzem efeitos
máximos.
Exibem alta eficácia;
Agonistas Parciais: efeitos máximos
menores que os agonistas totais.
Produzem uma resposta mais baixa, mesmo
com a ocupação completa dos receptores.
ANTAGONISTAS



Drogas Antagonistas: drogas que se ligam
ao mesmo receptor do agonista, mas que
possuem atividade zero.
Sua ação é superável por uma dose alta do
agonista.
Os antagonistas ligam-se ao receptor, mas
não o ativam.
ANTAGONISTAS


Seus efeitos evitam que os agonistas (outras
drogas ou subst. endógenas) se liguem aos
receptores, ativando-os.
Podem ser: competitivo ou não competitivo
(químico, farmacocinético ou fisiológico).
ANTAGONISTAS

Antagonista competitivo: ambas as
drogas ligam-se aos mesmos
receptores. Pode ser reversível ou
irreversível.


Na presença de uma concentração fixa de
agonista, concentrações crescentes do
antagonista inibem a ação do agonista.
Altas concentrações do antagonista podem inibir
completamente a ação do agonista.
ANTAGONISTAS
“Os antagonistas competitivos são
também conhecidos como
bloqueadores de receptores.”

Bloqueiam os receptores para evitar que
agonistas formem complexos agonistareceptor funcionais.
ANTAGONISTAS

Exemplos de grupos antagonistas
competitivos:




Antimuscarínicos;
Anti-histamínicos;
Β-bloqueadores adrenérgicos;
Anestésicos locais.
ANTAGONISTAS


Antagonista não competitivo:
drogas que anulam ativamente os
efeitos de drogas agonistas ou
substâncias endógenas.
Podem ser de três tipos:
Químico;
 Farmacocinético;
 Fisiológico.

ANTAGONISTAS

Antagonista Químico: forma ligação
química com o agonista, por meio da qual
diminui sua afinidade por seus sítios de
ligação nos receptores.

Exemplos: agentes quelantes como o
dimercaprol (envenenamento por arsênio) e
protamina que reduz o efeito da heparina por
ligações químicas iônicas.
ANTAGONISTAS


Antagonista Farmacocinético: reduz a
concentração do agonista tanto pela
aceleração da biotransformação quanto da
excreção.
Podem ser também chamados de
antagonistas bioquímicos.
ANTAGONISTAS

Antagonista Fisiológico: quando o
antagonista é um agonista que agem em um
sistema de receptores diferentes, no qual
produz efeitos fisiológicos opostos àqueles
produzidos pelo agonista inicial.

Exemplo: Histamina (vasodilatador) é
antagonista fisiológico da Adrenalina
(vasoconstritor).
Relação entre Agonistas e
Antagonistas

Reação anafilática → Histamina (agonista
dos receptores H).


Uso de anti-histamínicos (antagonistas
competitivos de H1) não controla a anafilaxia,
uma vez que a liberação maciça de histamina
desloca o anti-histamínico dos receptores.
Intervenção emergencial com antagonista
fisiológico da histamina (adrenalina).
Relação entre Agonistas e
Antagonistas

Uso de glicocorticóides: ação catabólica que
leva ao aumento da glicemia.



Glicocorticóide e insulina atuam em sistemas
diferentes;
Uso de insulina → reduz a glicose no sangue.
Tumor inoperável no córtex adrenal →
administração de insulina.
CLASSIFICAÇÃO DOS
RECEPTORES

Os receptores são classificados da
seguinte maneira:





Ligados a canais iônicos;
Ligados a proteínas estruturais;
Ligados a enzimas;
Ligados às moléculas transportadoras;
Interação com os ácidos nucléicos.
RECEPTORES LIGADOS A
CANAIS IÔNICOS


Alguns canais se abrem apenas quando o
receptor a eles acoplado for ocupado por um
agonista.
Outros bloqueiam fisicamente o canal pela
molécula da droga (antagonistas).

Ex: Anestésicos locais bloqueiam canais de
sódio, levando a alterações na voltagem da
membrana  bloqueiam a propagação do
impulso nervoso.
RECEPTORES LIGADOS A
CANAIS IÔNICOS

Outro exemplo:

Sulfoniluréias modulam os canais de K+
causando uma despolarização na membrana das
células β pancreáticas, estimulando a secreção
de insulina.

Bloqueadores


Permeabilidade bloqueada.
Moduladores

Probabilidade de abertura aumentada/diminuída.
RECEPTORES LIGADOS A
ENZIMAS

Quando o fármaco é um substrato
análogo que age como um inibidor
competitivo da enzima. Pode ser:
Reversivelmente: quando a enzima se
regenera.
 Irreversivelmente: quando a enzima
não se regenera ou tem regeneração
muito lenta.

RECEPTORES LIGADOS A
ENZIMAS

Exemplos:


Inibidores da enzima conversora de
angiotensina (ECA): Captopril, Enalapril e
Lisinopril.
Inibidores da transpeptidase (essencial para
a síntese de peptideoglicanos: Penicilina e
Cefalosporinas  bacteriostático.
RECEPTORES LIGADOS A
ENZIMAS

Exemplos:



Inibidores da COX (catalisa a síntese de
prostaglandinas): Antiinflamatórios não esteróides.
Inibição irreversível.
Inibidores da MAO (degrada aminas
neurotransmissoras na fenda sináptica): Antidepressivos.
Inibidores da Acetilcolinesterase: Inseticidas
organofosforados (irreversível) e Neostigmina
(reversível).
MOLÉCULAS
TRANSPORTADORAS

Proteínas transportadoras necessárias
para moléculas muito polares
insuficientemente lipossolúveis para penetrar
nas membranas lipídicas.

Exemplo: transporte de glicose, aminoácidos,
íons sódio e cálcio para fora da célula,
neurotransmissores pelos terminais nervosos
(NOR e 5-HT).
MOLÉCULAS
TRANSPORTADORAS


Algumas drogas podem bloquear o sistema
de transporte.
Exemplos:



Antidepressivos tricíclicos → captação de
NOR.
Diuréticos de alça → Transporte de
Na+/K+/2Cl-.
Glicosídeos cardíacos → bomba de sódio e
potássio.
MOLÉCULAS
TRANSPORTADORAS

Transporte normal:

Inibidor do transporte:
“Transporte bloqueado”
DROGAS QUE INTERAGEM
COM OS ÁCIDOS NUCLÉICOS

Drogas que interferem nos ácidos
nucléicos:


Antibióticos (tetraciclinas, aminoglicosídeos,
cloranfenicol e eritromicina) interferem na
síntese protéica, ao nível dos ribossomas,
dificultando a tradução da informação genética.
Agentes antineoplásicos ( mercaptopurinas e
metrotexato) interferem na síntese do RNA e do
DNA.
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