Prevenção da Febre Reumática Acadêmicos: Arthur Luiz de Souza Neiva Tatiana Peixoto Ribeiro Medicina 4ºPeríodo Prevenção da Febre Reumática Orientação: Profª Maria de Fátima Leite PREFERE : Programa de Prevenção da Febre Reumática Elaborado por membros de uma equipe multidisciplinar e institucional e que conta com a parceria de setores governamentais e da sociedade Tem como objetivo promover um programa nacional de prevenção primária através do reconhecimento precoce e tratamento das faringoamigdalites bacterianas O que é então a Febre Reumática? É uma doença inflamatória ,multissistêmica, com base imunológica, que surge após um quadro de faringoamigdalite causada pelo Streptococcus B-hemolítico do Grupo A de Lancefield (Streptococcus piogenes), acometendo os tecidos articular, cardíaco neurológico e cutâneo; Atinge,preferencialmente ,a faixa etária de 5 a 15 anos e classes sociais menos favorecidas; No Brasil ,estima-se a incidência de FR em torno de 30.000novos casos/ano ; É a principal causa de cardiopatia adquirida entre crianças e adolescentes ; No entanto, é considerada a cardiopatia de mais fácil prevenção,já que depende do tratamento adequado das amigdalites estreptocócicas. O que é então a Faringoamigdalite Estreptocócica? É considerada a infecção bacteriana mais comum na infância. O agente etiológico é o Streptococcus B-hemolítico do Grupo A . A transmissão da bactéria se dá por contato direto entre pessoas,via gotículas de saliva ou secreção nasal. A duração da doença é de pequeno impacto, visto que habitualmente esta é auto limitada. Diagnóstico diferencial Amigdalite Viral x Estreptocócica Amigdalite Viral - - Febre Tosse Coriza Conjuntivite Odinofagia Rouquidão Hiperemia orofaringe Amigdalite bacteriana - febre alta( >38º ) - Início súbito,odinofagia intensa - Linfonodo doloroso cervical (30% dos casos) - Hipertrofia,hiperemia amígdalas - Exsudato amigdalas - Dor abdominal e vômito em criança - Petéquias no palato Diagnóstico Amigdalite Estreptocócica Exames Laboratoriais Cultura de “swab”de orofaringe Testes Rápidos para detecção do antígeno estreptocócico OBS:Sempre que houver suspeita clínica sem a possibilidade de realização de exames laboratoriais , o tratamento deve ser instituído TRATAMENTO: - Penicilina Benzatina intramuscular – dose única OU - Amoxicilina, por via oral, durante 10 dias Evolução entre infecção do orofaringe e o aparecimento dos sintomas da Febre Reumática - 1 a 3 semanas : Primeiras manifestações articulares; - 2 semanas : manifestações cardíacas - 2 a 6 meses:manifestações neurológicas DIAGNÓSTICO: É basicamente clínico; Os exames laboratoriais são complementares com objetivo de confirmar a atividade inflamatória e avaliar os resultados da terapêutica adotada; Febre Reumática Critérios de Jones modificados, 1992 Essencial para o diagn. Critérios Maiores a) 2 crt. Maiores ou - Cardite b) 1 crt. Maior e 2 Menores - Coréia - Artrite Mais evidência de infec. - Eritema Marginado estreptocócica prévia - Nódulos Subcutâneos - ASO - Cultura Positiva Critérios Menores - Artralgia - Febre -Reaç. fase Ag - PR prolongado FORMAS CLÍNICAS POLIARTRITE Acomete 80% dos pacientes É migratória Aparece em grandes e várias articulações Permanece por 4 a 5 dias em cada articulação FORMAS CLÍNICAS CARDITE Ocorre em 50% dos pacientes em fase aguda Pode deixar seqüelas e causar óbito. O quadro se inicia com dor precordial inespecífica,cansaço aos esforços e taquicardia As válvulas mais comprometidas em ordem são:mitral, FORMAS CLÍNICAS CORÉIA DE SYDENHAM É a manifestação mais tardia; Ocorre em até 20% dos casos; Apresenta-se como movimentos incoordenados, involuntários, em troncos, face e extremidades, que FORMAS CLÍNICAS NÓDULOS SUBCUTÂNEOS São raros; Com freqüência se associam à cardite; São nódulos duros, indolores, imóveis que se apresentam na superfície articular ou em proeminências ósseas FORMAS CLÍNICAS ERITEMA MARGINATUM É uma manifestação rara Ocorre em cerca de 3 a 5 % dos pacientes; Caracteriza-se pelo aparecimento do lesões de bordas nítidas, avermelhadas,com o centro claro, localizada no tronco e porções proximais dos membros DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Evidência de Infecção Estreptocócica Prévia O exame mais utilizado é a dosagem da anti-estreptolisina O (ASO ou ASLO) Cultura de Swab de orofaringe DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Provas de Atividade Inflamatória As Principais provas de fase aguda são: *VHS - Velocidade de hemossedimentação; *PCR - Proteína C reativa; *Mucoproteína; *Eletroforese de proteína; AVALIAÇÃO DO ACOMETIMENTO CARDÍACO Eletrocardiograma – as alterações são comuns, principalmente a taquicardia sinusal Radiografia do tórax – pode evidenciar cardiomegalia e congestão pulmonar, nos casos moderados e graves de cardite Ecocardiograma bidimensional com Doppler- tem sido sugerido sua CARDIOPATIA REUMÁTICA CRÔNICA A lesão valvar mais comum em crianças e adolescentes é a insuficiência mitral, com espessamento e redução de mobilidade dos folhetos, perda da coaptação e ruptura de cordoalhas. A gravidade de regurgitação é variável, sendo maior na fase TRATAMENTO Erradicação do foco Estreptocócico ou profilaxia primária. Tratamento dos sintomas. Prevenção de recorrência ou profilaxia secundária. TRATAMENTO PROFILAXIA PRIMÁRIA: Visa erradicação do estreptococo, sendo a antibiótico de escolha a penicilina benzatina em dose única via intramuscular ( Em caso de alergia usar eritromicina durante dez dias) TRATAMENTO *Tratamento Sintomático: Visa bloquear a resposta imunológica e restabelecer o equilíbrio hemodinâmico, quando houver insuficiência cardíaca. *Tratamento da Coréia: É indicada a permanência em ambientes tranqüilos. Uso de medicamentos com haloperidol e/ou benzodiazepínicos entre outros TRATAMENTO *Tratamento da Artrite Visa diminuir a dor e o processo inflamatório, utiliza-se AAS em dose antinflamatória • Nódulos Subcutâneos e Eritema Marginado Não necessitam tratamento TRATAMENTO PROFILAXIA SECUNDÁRIA: * É realizada com o objetivo de prevenir as infecções estreptocócica e recorrência da FR. *Os novos surtos podem agravar lesões pré existentes ou causar novas lesões. TRATAMENTO PROFILAXIA SECUNDÁRIA: * Penicilina Benzatina a cada 3 semanas * Pacientes que não apresentaram quadro de cardite devem manter a profilaxia até os 21 anos ou pelo nos , por 5 anos após o último surto. * Pacientes que evoluíram com cardite e lesão residual leve devem manter a profilaxia no mínimo até 25 anos. TRATAMENTO * Pacientes portadores de lesões cardíacas moderadas e graves devem manter a profilaxia por toda a vida. * Pacientes alérgicos , a profilaxia com penicilina banzatina pode utilizar eritromicina ou sulfadiazina, mantendo a por igual período. TRATAMENTO Obstáculos da profilaxia: Receio da dor causada pela aplicação intramuscular da penicilina benzatina: Temor a reação alérgica, que na verdade é muito baixo o índice de alergia PREFERE Como a Febre Reumática é considerada a cardiopatia de mais fácil prevenção o Prefere vem tentando de várias formas divulgar como ela pode ser efetuada e assim evitar que crianças e adolescentes passem a ser portadoras de tal patologia e tenham que carregá-la para o resto de sua vida ,ocasionando diversas limitações. PREFERE METODOLOGIA: População alvo: Professores da rede de ensino fundamental e médio; Estudantes do ensino fundamental e médio; Profissionais que compõem a equipe multidisciplinar em saúde das unidades básicas. PREFERE Projeto piloto O local a ser determinado deve ter características área urbana com bolsões de aglomeração e pobreza Treinamento dos profissionais de saúde e multiplicadores Treinamento dos professores da rede de ensino fundamental e médio PREFERE Treinamento de alunos do ensino médio Elaboração de material educativo Estabelecer registros de casos encaminhados e efetivamente tratados através de banco de dados padronizados a ser elaborado PREFERE Do ponto de vista metodológico,será dividido em 3 partes: 1 - Projeto Pedagógico Construir, a partir do espaço escolar uma rede de informação/formação/ação que socialize conhecimentos sobre amigdalite estreptocócica e FR. PREFERE 2 – Proposta de Capacitação da rede básica de saúde Treinar o profissional da área de saúde no reconhecimento das faringoamigdalite bacterianas e FR aguda, e orientar a utilização principalmente de penicilina na profilaxia primária e secundária. PREFERE 3 – Sistema de Referência>Contra Referência O encaminhamento precoce dos casos é de vital importância para diagnóstico e tratamento adequados, para impedir a disseminação no meio escolar e na comunidade. Todos os estudantes que forem encaminhados para atendimento nas unidades básicas de saúde ou centros de referência/unidades de emergência deverão portar da ficha de referência escolar preenchida e ao retornar à escola deverão trazer a ficha de contra-referência escolar preenchida com a VOCE SABIA? 30% das amigdalites são de origem estreptocócica 10 milhões de pessoas são infectadas todos os anos no Brasil pela amigdalite estreptocócica, entre 5 e 25 anos De 0,3 a 3% das amigdalites evoluem para Febre Reumática 30.000 casos novos de Febre Reumática aguda são registrados no Brasil todos os anos. VOCÊ SABIA? 96 milhões de reais foram gastos em 2003 com cirurgias cardíacas em decorrência da FR. 11.000 cirurgias valvares são feitas por ano no Brasil, o que representa 40% das cirurgias cardíacas do país. 65 milhões de reais foram gastos pelo Ministério da saúde com pacientes de FR> CONCLUSÃO Depois de termos participado do Projeto a respeito da Prevenção da Febre Reumática realizada pela UNIGRANRIO e na possibilidade de Participar ativamente do PREFERE estivemos aqui atuando como multiplicadores daquilo que tivemos a oportunidade de aprender. Referências Bibliográficas Apostila de orientação para Prevenção da Febre Reumática - INCL OBRIGADO!