Aula 19: Wundt e depois

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Aula 20:
Funcionalismo na Europa
Aulas anteriores:
18 - Evolução e funcionalismo
19 - Funcionalismo nos EUA - Behaviorismo
Nesta aula:
Etologia
Teoria Psicogenética de Piaget
Psicanálise freudiana
Psicossociologia
Teoria Etológica
Etologia comparada – déc. 30 – Lorenz (1903- 1989),
Tinbbergen (1907- )
Base funcionalista – pesquisa e teorização
Formas de interação e adaptação específicas de
cada espécie
Efeitos de comportamentos nas espécies:
Se é vantajoso, como contribui para
sobrevivência??? (epistemologia)
Comparações de sucessos reprodutivos – finalidade
do comportamento (intencionalidade x mecanicismo)
Técnicas comparativas:
elementos só podem ser compreendidos
simultaneamente (x atomismo)
espécies, nichos ecológicos
Manipulações experimentais: animais em
cativeiro e livres
Modelo hidráulico (Lorenz) x causalidade
fisiológica – não eliminam dominância do
funcional
Resolução de conflitos
Conflitos interindividuais
Sociedades: primatas humanos e não
humanos
Relações sociais
Cardumes de peixes: sociedades podem e
existem na ausência de relações sociais
individualizadas
Então pra que servem as relações???
Relações são investimentos que beneficiam
os indivíduos (Kummer, 1978)
Tipos de relações: generalizadas x amizades
Defesa cooperativa contra ameaças externas
Aumento de acesso a recursos
Formação de aliança para aumentar poder
individual
Relações são adaptativas a todos os primatas
Comparação entre espécies
Conflitos agressivos podem levar a imediata
ruptura de interações sociais em primatas não
humanos e em crianças e adolescentes
Grupos de crianças caracterizados por conflitos
sem resolução não possuem condições para
aprendizagem e desenvolvimento
Manejo de conflitos:
Convenções; encenações; formas inofensivas;
consolo e proteção; resolução
Resolução:
Acordos, divisão e reconciliação;
aquiescência e desistência; concordar
em discordar.
Auxiliar a criança na aquisição de
habilidades para a resolução de conflitos
facilita a realização acadêmica e o
estabelecimento de identidade e ordem
social na classe.
Teoria Psicogenética de Piaget
Como chegamos a conhecer algo?
Categorias básicas de pensamento:
Tempo, espaço, causalidade e quantidade
Explica porque as crianças têm dificuldade
com determinados conteúdos em certas fases
do desenvolvimento.
“Conhecimento é um processo e não um
estado”
A inteligência é um sistema de operações vivas e
atuantes, e não uma substância. Designa formas
superiores de organização ou de equilíbrio entre as
estruturas cognitivas. Suas fontes se fundem com
com as da própria adaptação biológica.
“É exatamente na explicação da passagem de
uma estrutura a outra que intervém a análise
funcional”
“Há interação entre o sujeito e o mundo externo. O
conhecimento da criança muda na medida em que o
seu sistema cognitivo se desenvolve. Como o
conhecedor muda, o conhecimento muda também”
(interacionista)
O desenvolvimento cognitivo é uma
embriologia mental (da biologia)
Assimilação
Acomodação
Adaptação
Organização
Estrutura
Estágios de desenvolvimento
Níveis cognitivos distintos propiciam
diferentes maneiras de adaptação ao
meio
Espiral: oscilação - equilíbrio,
preparação - culminância.
Sensório-motor
(até 2 anos) cognição do bebê
Modificação de reflexos
Reações circulares primárias (1- 4)
Reações circulares secundárias (4- 8)
Coordenações de esquemas secundários (8- 12)
Reações circulares terciárias (12- 18)
Invenção de novos meios através de combinações mentais (18- 24)
Pré-operacional
(2- 7 anos)
Noções de função, regulação e identidade
Operacional concreto
Noções transformam-se em operações na medida em que se
tornam mais complexos, diferenciados, quantitativos e
estáveis
Operacional formal
Operações sobre operação: o pensamento final é lógico,
abstrato e flexível; reflexão.
Psicanálise Freudiana e funcionalismo
Nada ocorre por acaso. Todos os fenômenos
psíquicos estão inter-relacionados, e o
indivíduo é um todo cujas partes são
indissociáveis – nenhuma se esclarece sem
que se estabeleçam suas relações com o
conjunto.
Estudo da personalidade sob um ponto de
vista funcional
Determinismo funcional (totalitário)
Menos quanto aos conflitos...
Psicanálise Freudiana
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Enfoque Dinâmico
Enfoque Estrutural
Enfoque Topográfico
Enfoque no desenvolvimento de estágios
Contínuo normal-anormal
Método psicanalítico
1. Dinâmico
Energia física: é transformada e não destruída
Energia psicológica: é transformada em
angústia, sintomas físicos e de pensamento
Energia – instintos biológicos – excitação
corpórea estimula mente e cria
necessidade – energia psíquica deriva da
biológica – mente e corpo interagem.
2. Estrutural
Estruturas (arquitetura da mente) mediam pulsões
e comportamento
Id: princípio do prazer; a energia é investida na
ação ou em imagens que trarão satisfação parcial.
Processo 1ário de pensamento: alucinação do
objeto satisfaz. Sonhos – desejos óbvios ou
mascarados.
Ego: inabilidade do id de produzir objetos
desejados leva ao desenvolvimento do eu. Processo
2ário de pensamento: atividades intelectuais;
consciência; predomínio.
• Mediação: ameaças do id aumentam angústia:
mecanismos de defesa
Formação reativa
Projeção
Regressão
Fixação
Sublimação
Identificação
Deslocamento
Superego: Resolução do Complexo de Édipo; Ideal
do eu: padrões de conduta
Os sistemas se combinam para produzir um
comportamento ou um pensamento. O ego é central
nesta relação estrutural: todos o querem de aliado.
Não são três homúnculos; não se referem a partes
do cérebro.
3. Topográfico
Inconsciente: material recalcado e desconhecido
Pré-consciente: capaz de se tornar consciente.
Imagens mentais e ligações com a linguagem
Consciente: Poucos pensamentos podem ser
conscientes ao mesmo tempo. Necessita de
energia.
4. Enfoque dos estágios
Os 1ºs anos são os mais importantes
O desenvolvimento envolve estágios psicossexuais
• “A criança é o pai do homem”
Cada estágio é definido em termos da parte do
corpo ao redor da qual as pulsões estão contidas:
4 estágios e um período de latência
•
•
•
•
•
Estágio oral (1º ano)
Anal (1- 3 anos)
Fálico (3- 5 anos)
Período de latência (5 anos até a puberdade)
Estágio genital (adolescência)
Cada estágio apresenta novas necessidades –
estruturas mentais precisam lidar
Movimento é determinado biologicamente –
maturação física (diferença de Piaget)
O estágio oral não se torna anal
Nenhum estágio desaparece completamente
5. Contínuo normal-anormal
Estudo das doenças para entender o normal
Não há uma clivagem
Apenas lugares diferentes no contínuo
Idéia quantitativa: aumento ansiedade – aumento
doenças
6. Metodologia psicanalítica
Infância permanece conosco sempre
Método para retirar informações sobre a
infância dos adultos
• Associação livre, análise dos sonhos,
transferência
• Associação livre: o pensamento em andamento,
divã, relaxamento, analista fora da visão.
Quatro modelos implícitos:
Arco-reflexo: da neurologia; tendência de
organismos responderem quando recebem
estimulações (mundo interno ou externo)
Energia: + pulsão interna, + gasto de
energia = homeostase (modelo hidráulico de
Lorenz/leis de distribuição, transformação e
descarga de energia)
Darwiniano genético: ponto de vista
biológico evolucionário. Dividimos instintos
com os animais – estágios psicossexuais.
Evolução= adaptação – influencia
personalidade.
Hierarquia neural: sistema nervoso
integrado: níveis mais altos controlam os
mais baixos (id, ego, superego)
Psicossociologia
Durkheim, Malinowski, Radcliffe-brown,
Parson, Merton etc.
Estrutura modelo funcionalista: funções e
complementaridade
Sociedade = organismo
Partes desempenham funções
complementares = necessária à conservação
e reprodução da vida social
Na sociedade o desempenho das funções é
submetido a um sistema normativo que
ofereça padrões de interação
Teoria dos papéis
Ênfase na institucionalização da ação de
forma a assegurar a harmonia social
Socialização (reprodução social)=
aprendizagem de papéis, que envolve
aquisição de expectativas acerca dos papéis
Saber o que se espera de si e dos outros
Aprendizagem de habilidades cognitivas e
motoras – desempenho eficiente
Desempenho e auto-imagem
Socialização = aquisição de identidade
social
Cooley: natureza especular da identidade:
auto-imagem como reflexo das reações de
outros sujeitos a ele.
Mead: gesto= ação recebida e interpretada
por um outro organismo que, ao responder,
estabelece um comércio de informações, uma
conversação.
O significado do gesto é o comportamento que
ele evoca no organismo que o interpreta.
Gestos corporais- aprendidos pela visão
Gestos vocais- aprendidos pelo ouvido
Partilha social dos significados
emergentes no processo da comunicação
é a raiz da auto-consciência
No início: Consciência reflexiva – dependência
de significados compartilhados
Linguagem: experiência efetiva e simbólica de
outros papéis sociais – imagem de outro
generalizado (reações integradas)
Estabilidade aos significados compartilhados que
permite a emergência de uma autoconsciência do
sujeito enquanto personalidade total
Surgem simultaneamente: o outro generalizado e a
identidade social = eu tratado de modo reflexivo
Essa identidade não exibe contradição com o
sistema social pois que a representação
individual da sociedade e a representação
social do indivíduo seriam as duas faces da
mesma moeda.
Signo lingüístico – socialmente condicionado
Mente e eu autoconsciente aparece em um
processo social através da internalização da
comunicação gestual pelo pensamento
Indivíduo ganha mente (origem dos
pensamentos) e self (no sentido de identidade)
Sociedade “ganha” indivíduo controlado
Patologia social – resultado dos maus
comportamentos – doença mental =
resposta adaptativa
Problema na trama das relações sociais
conflitivas e ambíguas,
ausência/incongruência normas sociais
Patologias reproduzidas pelo processo de
socialização
Socialização- incapaz de reproduzir
identidades sociais adequadas – papel do
psicólogo
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