CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS Ambientes Sociotécnicos para o Ensino Aprendizagem de Línguas Área de Concentração: Estudos de Linguagens Professor(a): Drª. Maria Raquel Bambirra Aluna: Andréia Maria Honório Belo Horizonte, MG 2011 A Rede Interacional no Ambiente Digital de Aprendizagem Vicente Aguimar Parreiras Prof(º) Dr(º). Vicente A. Parreiras Doutor em Letras - Linguística Aplicada ao Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005); mestre em Letras - Estudos Linguísticos pela UFMG (2000), com especialização em Língua Inglesa pela PUC-MG (1996) e graduado em Letras Português/Inglês e suas Literaturas pela Faculdade de Filosofia Ciência e Letras de Belo Horizonte - FAFI-BH (1993). Interação e Aprendizagem de Língua Estrangeira • A interação decorre de fatores e aspectos inerentes à rede formada por aprendizes e professor; • Quando aplicada no contexto do ensino de línguas a interação é semanticamente mais abrangente; • Modelo tradicional de Interação - baseado na comunicação unidirecional: emissor - receptor (Tiffin e Rajasingham 1995) citado por Gomes (2002); - “Era Industrial” - “Fordismo e Taylorismo” • Allwringht (1984) – Interação aspecto fundamental da pedagogia; • Professor – elemento indispensável no processo de gerenciamento da construção da aprendizagem; • O conhecimento é resultado das relações entre o sujeito e o objeto o sujeito constitui uma totalidade com o meio (Piaget 1974); • Totalidade passível de desequilíbrio em função das perturbações do meio: Assimilação + acomodação = equilíbrio; • Vygotsky (1987) desenvolvimento da inteligência sucedia à aprendizagem; •Desenvolvimento cultural: intersubjetivo (entre o sujeitos) – intrasubjetivo (internamente na criança); • A importante mediação do adulto como forma de ampliar e exercitar os limites e as capacidades para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores; • Suporte biológico + fundamento psicológico + homem-mundo (cultura); • A linguagem é principal instrumento de apropriação dos significados culturais; conceitos socialmente compartilhados e ações externas internalizadas; • Vygostsky (1991), o meio interfere no processo de aprendizagem do sujeito e é internalizado por meio da interação; • Freire (1987); contextualização de forma interativa na sala de aula, tendo o aluno como sujeito de sua própria aprendizagem; • Figueiredo (2000) e Paiva (2002), com base na teoria sócio – interacionista, implicações postulada da por interatividade Vygotsky como a (1987) finalidade discutem do as processo pedagógico; • A interatividade permite a interação entre o sujeito e objeto do conhecimento, mediados por “instrumentos técnicos, mecânicos e psicológicos” • Figueiredo (2000) discutindo a mediação instrumental em Vygotsky(1987) cita Donato e McCormick(1994), os quais afirmam que a mediação em processos de aprendizagem em salas de L2; • Formas de mediação contextualizadas (livro didático, materiais audivisuais, instruções diretivas e outras); • Instrumentos mediadores para atividade mental do individuo influencia diretamente (Figueiredo, 2000); a Zona de Desenvolvimento Proximal Nível desenvolvimento real – Nível desenvolvimento potencial • A interação com o externo produz movimentos internos de processamento das informações adquiridas através de mediação; • A qualidade das mediações exercidas pelos agentes culturais (pessoas ou produtos culturais – “O Outro”) que formam funções psicológicas superiores; • Paiva (2002) ao contrário de Figueiredo (2000) aponta semelhança entre o conceito ZDP de Vygotsky (1984) e o conceito de input+1 de Krashen (1985) • Stephen Krashen, professor emérito da University of Southern California (USC), é um linguísta renomado, pesquisador militante da área de educação. Ficou conhecido por sua contribuição para a Linguística aplicada, na área de aquisição de segunda língua, educação bilíngue e compreensão de textos. • Krashen é mais conhecido por sua Teoria da Aquisição da Segunda Língua - en:Second language acquisition e por ter sido cofundador (com Tracy D. Terrell) da chamada Abordagem Natural (Natural Approach) à aprendizagem de línguas estrangeiras. Uma das hipóteses de Krashen (1985) é de que, para adquirir uma língua, o aprendiz deve ser exposto a amostras de linguagem que estejam em um nível ligeiramente acima do que ele pode processar. Ele faz distinção entre ‘assimilação natural’ e ‘estudo formal’. ‘Aquisição’ (acquisition) - situações comunicativas no mundo real. ‘Aprendizagem’ (learning) ocorre em ensino formal (sala de aula). • Krashen (1985) acredita que os aprendizes de língua devem construir seu conhecimento através de processamento de enunciados de linguagem ligeiramente além de suas habilidades, como se subissem degraus de uma escada: ‘competência presente + 1’ (i+1). Teoria semelhante foi desenvolvida por Vygotsky, com suas Zonas de Desenvolvimento Proximal. Paiva (2002) – apresenta uma noção do sistema dinâmico para propor um modelo de aquisição de línguas; (teoria sociocultural); Modelo Fractal de Aquisição de Língua • Neste modelo de aquisição, a interação pode ser “ real, simulada, virtual, negociada, em grupo, em par, centrada no professor, com outros aprendizes, com nativos ou com falantes mais competentes” • Neste modelo Morin (1990), defende a organização de ensino e aprendizagem com foco nos aprendizes, em situações de colaboração; • Ellis (1999) afirma que o pressuposto interacional é a criação de condições que tornem possíveis os processos internos responsáveis pelo desenvolvimento da interlíngua dos aprendizes; • A aquisição de L2 na perspectiva da mediação em Vygotsky é vista como um processo essencialmente psicossocial. • Embora haja semelhanças entre a ZDP de Vygotsky (1984) e a Input Hipothesis de Krashen (1985), Ellis (1999) aponta diferenças fundamentais entre essas teorias; • Ellis (1999) afirma que a hipótese interacional ocupa-se da interação social e da negociação de significados, já a interação sob o ponto de vista da teoria sócio-cultural, pode ocorrer tanto no âmbito social quanto no privado – prática social que da significado à aprendizagem; • Segundo Ellis (1999) os modelos tradicionais de processamento de informação são de orientação cognitiva onde a interação é tida como o meio para o alcance da atividade mental; • Tipos de memória: registros sensoriais + armazenamento de curto prazo + armazenamento de longo prazo; • Ellis (1999) conclui com base nos estudos de Craik e Lockhart (1972) que interação interpessoal e intrapessoal desempenha papel fundamental na criação de condições essenciais para aquisição de primeira e segunda língua; • De que formas a interação/input contribuem para a aquisição de segunda língua? • Que tipos de interação/input promovem aquisição de segunda língua? • Que tipo de pedagogia da linguagem é necessária para promover interações na sala de aula que sejam ricas em aquisição? • A importância da interação no processo de aprendizagem de Língua; • Chapelle (1997), A investigação da aquisição de L2 pode ser trabalhada na perspectiva interacionista de aquisição que Warschauer (1998) denomina tradição investigativa de input-processing; • As interações aprendiz-aprendiz e aprendiz-professor torna o input compreensível aquisição; - output modificável, promovendo consequente • Warschauer (1998) verifica que as interações online como chats, em que as mensagens são recebidas e respondidas em tempo real oferece mais tempo ao aprendiz para processar a língua escrita do que a interação face-a-face, podendo ser muito mais eficiente na promoção da aquisição de línguas. • Van Lier (1997) aponta a interatividade em sala de aula de língua motivada por uma análise das relações de poder (autoritário, autoritativo, exploratório), refletindo o “modo de transmissão” de conhecimento (monológica/dialógico – simetria comunicativa); • Interação face a face X interação mediada por computador; • Embora exista uma superioridade da interação sincrônica para a produção do discurso (semelhante à interação face-a-face) para a aprendizagem de Línguas, as interações assíncronas pode ser mais eficaz para a aprendizagem de línguas; • Além de Warschauer (1998), que propõe a interação como um campo de socialização, atividade discursiva e aprendizagem, outros teóricos como: Josson(1998); Souza(2000) e Khan(1997) apontaram índices diferenciados de interatividade na aprendizagem, mediada por computador; • Souza (2000) utilizou o sistema de chat eletrônico para identificar e descrever traços de oralidade em interações realizadas por escrito e percebeu traços do discurso oral e de funções comunicativas próprias da interação face a face; Tandem ou sprachtandem Aprendizagem em regime de Tandem Interação e Ambientes Digitais • A dinâmica da interação é antes de tudo um fenômeno de natureza biológica cuja explicação pode ser obtida por mecanismos de transmissão genética (MORIN, 1999); • O sistema de complexidade sociocultural constitui-se de componentes que influenciam modos e comportamentos por meio cognitivo da linguagem; • A interação deve ser avaliada em ambientes digitais de aprendizagem, considerando a multidisciplinaridade e a influência dos fatores tecnológicos (LÉVY, 1999) A adoção de práticas pedagógicas sócio-interacionistas como a Pedagogia de Projetos (Richards, Platt, 1992), favorece a descentralização do poder docente e garante a autonomia do aprendiz; •A imposição de limites sobre as possibilidades de compartilhamento de experiências entre os aprendizes dificulta a interação; • Citando os sistemas de autoria, Leffa (2003) – Na análise simulada em PC e entre aluno e professor a interação ocorre de forma interpessoal e intrapessoal (entre subjetividades diferentes e subjetividade e objeto); • Em discussões em torno do 3º elemento da interação (objeto), o autor conclui que este não só muda as relações de trabalho como também a maneira de pensar das pessoas; • Na perspectiva interacionista, Soares (1993) em um modelo de escola transformadora, defende o bidialetalismo como proposta para todas as atividades escolares em que a língua se torna o instrumento básico de comunicação. • Sugere que a escola se instrumentalize para a transformação social, por meio de suas disciplinas e atividades, conduza os alunos das camadas populares à aquisisção do capital linguístico cultural, (monopolizado pela classe dominante); • As dimensões técnicas e políticas em ambientes de aprendizagem de línguas estrangeiras possibilitam conexões simultâneas dos aprendizes a uma rede de interação, com nova dimensão de contexto, espaço e tempo. Considerações Finais Em uma rede de interação no ambiente digital de aprendizagem, é preciso substituir sistemas conceituais fundados em ideias de hierarquia e linearidade por sistemas embasados na dinamicidade não linear; Deve-se propor um ambiente onde os aprendizes estabeleçam suas próprias rotas de interação cujos percursos determinem fluxos internacionais úteis ao gerenciamento do aprendizagem. GRATA PELA ATENÇÃO! processo ensino Bibliografia PARREIRAS, Vicente Aguimar. A rede interacional no ambiente digital de aprendizagem. Tese de doutorado, Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais. 2005.