é uma tese de doutorado - ambientes

Propaganda
Mestrado em Estudos de Linguagens
Disciplina: Ambientes Sociotécnicos para ensino/aprendizagem de línguas
Profa. Dra. Maria Raquel de Andrade Bambirra
Aluno: Sérgio José Batista Gomes
Resenha do texto:
PARREIRAS, V. A. A rede interacional no ambiente digital de aprendizagem. In: A sala de
aula digital sob a perspectiva dos sistemas complexos: uma abordagem qualitativa. Tese
de doutorado. Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. 2005. cap. 2, p.
61-79.
Parreiras discute, neste capítulo, as ideias de diferentes autores sobre interação em sala
de aula e no ambiente virtual formada por aprendizes e professores, os quais podemos citar os
autores como: Allwright, Ellis, Figueiredo, Freire, Leffa, Paiva, Swain, Tsui e Vygotsky,
entre outros. Para Allwright, interação segue um modelo baseado na comunicação entre
emissor e receptor e cita como exemplo o professor na sala de aula, onde o professor detém o
turno e é o elemento fundamental deste processo vista que o fracasso ou sucesso do
aprendizado está relacionado à eficácia da interação na sala de aula.
Parreiras faz um confronto entre as ideias de Piaget e Vygotsky. Lembrando os
estudos de Piaget (estudioso da origem do conhecimento), diz que o conhecimento é
construído sucessivamente e que este é obtido na relação entre o sujeito e o objeto, podendo
haver um desequilíbrio o que provocaria uma adaptação e readaptação do sujeito. Sobre
adaptação o autor entende que constitui de dois processos: assimilação (incorporar elemento
exterior ao seu conhecimento) e acomodação (o exterior age sobre o sujeito).
Para Vygotsky o desenvolvimento acontece conforme se aprende. Ainda segundo o
autor o desenvolvimento cultural da criança se dá entre pessoas (social) e internamente
(individual). Lembra que a convivência com o adulto é fundamental para o desenvolvimento
infantil e afirma que a linguagem apresenta importância como instrumento do pensamento
onde o meio interfere na aprendizagem e através desta interação que o aprendiz aprende.
Freire é citado por também fazer observações a cerca do meio. Reforça que somente
com intercomunicação haverá compreensão.
Figueiredo e Paiva acreditam que a interatividade possibilita a interação entre sujeito e
objeto do conhecimento e que é mediado por instrumentos técnicos, mecânicos e
psicológicos. O autor caracteriza níveis de desenvolvimento potencial e real. A distância entre
ambos é denominada Zona de Desenvolvimento Proximal. Dá-se através da interação e
reflexão. Ainda sobre a questão, Parreira discute as semelhanças apontadas por Paiva no
conceito de zona de desenvolvimento baseadas em Vygotsky e Krashen e ao citar Figueiredo,
Paiva mostra divergências entre os autores acima citados.
2
Para Paiva, a interação pode acontecer de diferentes modos, como apresenta no seu
Modelo de Interação e esta pode relacionar-se a outros modelos. Forma também citada por
Morim. Ambos, segundo Parreiras, referem-se ao ensino/aprendizagem cujo foco é o
aprendiz.
Ellis e Leffa têm um papel de importante destaque, pois seus trabalhos são baseados
em investigações de sala de aula de língua estrangeira. Ainda segundo Ellis, o aprendizado se
dá segundo um processo de interação. Hipótese também confirmada pelos interacionistas que
veem a interação com o meio como principal fonte de aprendizado da língua.
Warschauer defende o uso das redes sociais como benéfico para a aquisição da língua,
pois possibilita um maior tempo para compreender a língua escrita. O autor cita dois
exemplos de comunicação: a escrita e a face a face. Para ele a escrita pode ser refletida por
um maior tempo, como também a resposta entre interlocutores nem sempre é imediata. Para o
autor um modo de interação é o ambiente virtual. O computador promove satisfatoriamente a
interação e a internet é um mecanismo de livre comunicação onde há combinações entre a
fala e a escrita. Souza também compartilha das ideias de Warschauer no aprendizado da
língua estrangeira e sugere a utilização de Chat e e-mail.
De acordo com Morim, a cultura influencia o comportamento do indivíduo através da
linguagem. Existem fatores que possibilitam a interação no ambiente digital dos quais destaca
a descentralização do poder do professor. Um controle hierárquico e rígido ao ensinar não
acrescenta em nada o aprendizado. Quem coloca muito limite dificulta a aprendizagem.
Também Leffa acredita que a reciprocidade/ troca é que produz mudança.
A importância do objeto para Parreiras na interação dependerá do pesquisador, ou
seja, para alguns autores ele influência na aprendizagem para outros não. Lévy é um dos
autores que dá importância ao objeto na interação e coloca como exemplo, o computador que
interfere no trabalho e pensamento das pessoas. O uso do computador é benéfico para o
professor e alunos e pode transformar o ensino.
Parreira conclui este capítulo afirmando a necessidade de reformular o ensino e
aprendizagem organizando de outra maneira o conhecimento. Deixar de lado velhas
concepções que não possibilitam ao aluno ampliar sua aprendizagem. É através do ambiente
virtual o aluno estabelece seu caminho, abre novas possibilidades e interage com outros
aprendizes.
Belo Horizonte, 26 de outubro de 2011.
Download