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ERRAR, CORRIGIR (-SE), TENTAR. É ASSIM QUE ACONTECE NO PROCESSO
ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS?
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MANFIO, A. K. ([email protected]).
Professora do Curso de Letras Habilitação Português/Espanhol-UEMS/Dourados – Doutoranda em Letras
UFMS/CPTL.
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As incorreções, desvios ou erros cometidos pelos aprendentes no processo ensino/aprendizagem
de línguas suscitam discussões acerca do que é certo ou errado, do que deve ser corrigido ou não,
de que maneira essa correção deve ser feita pelos docentes e de que modo os alunos devem
encarar a correção para auxiliá-los rumo a uma aprendizagem autônoma. Devido a uma tradição
herdada da Análise Contrastiva (1945), concebida por Fries, que preconizava que os erros são um
pecado a ser evitado a todo custo nas aulas, os professores e alunos preocupam-se
demasiadamente com os erros e suas consequências sem refletir sobre seu real significado e valor
no processo educativo e cognitivo. A partir da Análise de Erros (1967), idealizada por Corder,
percebe-se que há uma valorização dos erros como uma etapa inerente à aprendizagem, já que
são considerados uma transgressão involuntária da norma estabelecida por determinada
comunidade linguística. Já com os Estudos de Interlíngua (1972), modelo investigativo
concebido por Selinker, os erros são reorientados para uma perspectiva menos rígida, passandose a considerar que o processo de aquisição/ aprendizagem é o produto do esforço do aprendente
em desenvolver uma competência satisfatória na nova língua ao deparar-se com as exigências
comunicativas de determinada situação. Para entender a evolução do papel dos erros e das formas
de correção no processo de aquisição/aprendizagem de línguas, pesquisamos autores como os já
citados, além de Lado (1971), Santos Gargallo (1993), Fernández (1997), Baralo (1999), Briones
(2001), Cruz (2004), González (2005), entre outros. Neste trabalho traçamos um panorama
teórico do significado dos erros ao longo do tempo para mostrar o seu lado positivo que poderia
ser adotado e mais difundido entre professores e alunos para um ensino de línguas mais efetivo e
significativo. Conforme o que podemos averiguar nas considerações anteriores, os erros tiveram
variadas interpretações no processo ensino/aprendizagem de línguas, claramente orientadas por
diferentes concepções teóricas e modelos de investigação. Não obstante, o uso da língua pode
implicar desvios que não configuram um quadro exato da competência do aprendente porque um
grande número de erros não significa maior dificuldade de aprendizagem. Pode acontecer que
aqueles que têm menor domínio do idioma recorram à “inibição” ou “evitamento”, pois
determinadas estruturas se apresentam muito difíceis para eles. A aparição de um número elevado
de erros pode denotar um estágio mais criativo da Interlíngua, porque demonstra que o aluno
ensaia e se arrisca mais na Língua-alvo.
Palavra-chave: Ensino de línguas, Erros, Correção.
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