Mestrado em Estudos de Linguagens Disciplina: Ambientes Sociotécnicos para ensino/aprendizagem de línguas Profa. Dra. Maria Raquel de Andrade Bambirra Aluno: Édson de Freitas Pinto Resenha do texto: PARREIRAS, V. A. A complexidade como base teórica para compreensão da rede formada pelo fluxo das interações de aprendizes em ambientes digitais. In: A sala de aula digital sob a perspectiva dos sistemas complexos: uma abordagem qualitativa. Tese de doutorado. Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. 2005. cap. 3, p. 80-102. Parreiras descreve o conceito da ciência do caos e a complexidade em sistemas adaptativos aplicados na sala de aula digital. A teoria do caos tem utilidade em várias áreas do conhecimento humano. Caos diz respeito à desordem, imprevisibilidade, significa abismo, vazio e está incluso nas leis da natureza juntamente com as noções de probabilidade e irreversibilidade. A seguir, Parreiras comenta o termo complexidade que se remete a ideia de estarmos cercados por inúmeros seres vivos e outros inanimados, os quais apresentam uma complexidade no todo com propriedades que não são perceptíveis apenas nas partes. Nessa perspectiva, a complexidade se consiste em um tecido heterogêneo tornando-se ao mesmo tempo uma estrutura estável. Os sistemas dinâmicos possuem forte ligação com o caos. A complexidade, a organização e a desorganização desses sistemas dependem de vários fatores. A soma do todo é maior que a soma de suas partes e vice-versa dependendo do sistema analisado. A relação entre os sistemas e o meio é necessária para alterações e existência desses sistemas. Como ideia principal, o autor exibe o ambiente digital de aprendizagem como um sistema complexo e dinâmico devido ao fluxo das interações decorrentes em seu interior. Para analisar tal ambiente é necessário observar as características individuais dos elementos que o compõem, para posteriormente delinear suas particularidades e seus atratores estranhos. A definição de rede é apresentada como modelo caracterizado por conexões de comunicação entre uma pluralidade de pontos constituídos a partir de certas relações, há entre eles reciprocidade, complexidade e forma ilimitada. Assim, uma rede pode ser vista como grupo de agentes individuais que possuem algo em comum além das interações habituais. Independente das formas que as apresente, as redes pressupõem interação entre indivíduos que detém pontos em comum. 2 Uma justificativa para a adoção do modelo de redes de interação no ambiente digital de aprendizagem de línguas é que se o professor utilizar o agrupamento das competências oferecidas pela dinâmica das redes ele poderá identificar e solucionar problemas de gerenciamento de aprendizagem. A mesma organização de poder que é constatada na sala de aula presencial pode ser encontrada no modelo digital estruturada com as características particulares à rede mundial de computadores. Considerando a rede de computadores como rede social é possível perceber o fluxo interacional que se estabelece entre as pessoas participando e criando novas redes dentro da rede principal. Sob tal perspectiva, Parreiras descreve a formação e o movimento das comunidades desenvolvidas no ambiente digital, a concepção de laços de afinidade e os traços peculiares a comunicação que acontece no ciberespaço. O autor também delineou pontos que precisam ser analisados para avaliar os processos interativos que ocorrem no ambiente digital de aprendizagem de línguas estrangeiras. Belo Horizonte, 26 de outubro de 2011.