Hidrodinâmica Aula 01 (10 Sem./2017) 1 Parte I – Movimento Relativo: referenciais acelerados Motivação: o estudo da circulação global das grandes massas de ar atmosférico e das correntes oceânicas se faz a partir de sistemas de observação (referenciais) fixos na Terra. Esses sistemas de referência são acelerados (não - inerciais). As equações de movimento (segunda lei de Newton) precisam ser adaptadas à estes referenciais. 2 Movimento Relativo: sistemas de referência (aproximação não-relativística) Velocidade: * r (t ) r (t ) h (t ) * dr dr dh dt dt dt * u u uh 3 Aceleração: * 2 * 2 2 du du duh d r d r d h 2 2 2 dt dt dt dt dt dt * a a ah Se O é um referencial inercial 2ª Lei de Newton no referencial acelerado O* * m.a m.a mah m.a F F , resultante de forças * m.a F m.ah 4 Na aproximação não-relativística assumimos que: - as velocidades envolvidas são muito menores que a velocidade da luz (c = 3x108 m/s); - o tempo é uma grandeza absoluta, não dependendo do referencial considerado; - a massa é uma grandeza absoluta, independente do estado de movimento do corpo em observação 5 * m.a F m.ah Força fictícia ou Força inercial. * m.a F m.ah 0 0 0 * m.a F m.ah m.ah * a ah 6 Sistema de Coordenadas Girantes; Referenciais Girantes. sistema - O iˆ, ˆj , kˆ (eˆ1 , eˆ2 , eˆ3 ) B B1.eˆ1 B2 .eˆ2 B3 .eˆ3 sistema - O * iˆ* , ˆj * , kˆ* (eˆ1* , eˆ2* , eˆ3* ) B B1* .eˆ1* B2* .eˆ2* B3* .eˆ3* 7 iˆ.B B1 B1* .(iˆ.iˆ* ) B2* .(iˆ. ˆj * ) B3* .(iˆ.kˆ* ); ˆj.B B2 B1* .( ˆj.iˆ* ) B2* .( ˆj. ˆj * ) B3* .( ˆj.kˆ* ); ˆ k .B B3 B1* .(kˆ.iˆ* ) B2* .(kˆ. ˆj * ) B3* .(kˆ.kˆ* ). iˆ.iˆ* iˆ . iˆ* .cos x1 , x1* 1.1.cos11 a11 B1 B1* .cos(11 ) B2* .cos(12 ) B3* .cos(13 ) ... B1 B1* .a11 B2* .a12 B3* .a13 8 aij cos ij 3 Bi B *j .aij , i 1,2,3 j 1 Notação do somatório: Bi aij .B*j j é o índice mudo: subentende uma soma de 1 a 3. 9 Derivada temporal: dB B(t t ) B(t ) lim B t 0 dt t B B1.eˆ1 B2 .eˆ2 B3 .eˆ3 Bi .eˆi ou B Bi* .eˆi* dB B i .eˆi eˆi são constantes em O. dt * d B * B i .eˆi* derivada temporal em O*, dt eˆi* são constantes em O * . 10 No sistema O, podemos escrever: * ˆ d ( e dB d ( Bi* .eˆi* ) d ( Bi* ) * * i ) ˆ .ei Bi . dt dt dt dt (soma em i de 1 à 3) Considere que o sistema O* gira em torno do sistema O com velocidade angular como indicado na figura ao lado: 11 Se o vetor B está fixo em O* podemos concluir que: d *B 0 dt dB B dt (1.1) 12 d (eˆi* ) dB d ( Bi* .eˆi* ) d ( Bi* ) .eˆi* Bi* . dt dt dt dt dB d ( Bi* ) .eˆi* Bi* .( eˆi* ) dt dt dB d * B B (2.1) dt dt Relação fundamental, válida mesmo na situação em que não seja constante no tempo. Se B é constante no sistema O* a relação 2.1 se reduz a relação 1.1. 13 A derivada segunda: * d dB d d B B dt dt dt dt 2 * d B d d B d ( B) (3.1) 2 dt dt dt dt * *2 * d d B d B d B (4.1) 2 dt dt dt dt * d d ( B) ( B) ( B) dt dt * d B d * d ( B) B ( B) (5.1) dt dt dt 14 Substituindo 5.1 e 4.1 em 3.1 obtemos o seguinte resultado: *2 * * d B d d B d B 2. B ( B ) 2 2 dt dt dt dt Por sua vez, temos que, * * d d d dt dt dt Se assumimos que B é o vetor posição (r ) de uma particula, 2 *2 * d r d d r d r 2 . r ( r ) 2 2 dt dt dt dt 2 Teorema de Coriolis 15 Teorema de Coriolis d * r d d 2 r d *2 r 2 2. r ( r ) 2 dt dt dt dt d *r 2. aceleração de Coriolis dt ( r ) aceleração centripeta 16 Se o sistema O é um referencial inercial, d r m. 2 F , resultante de forças sobre a particula de massa m. dt 2 Podemos escrever para o referencial girante o seguinte resultado final: d *r d *2 r d m. F m. ( r ) 2.m.( ) m. r (6.1) dt 2 dt dt Força centrifuga Força de Coriolis A expressão anterior 6.1 é a expressão da Segunda Lei de Newton para um referencial girante. Se a velocidade angular () do referencial girante é constante no tempo o último termo de 6.1 se reduz a zero, d *r d *2 r m. F m. ( r ) 2.m.( ) (7.1) dt 2 dt 18 Algumas conseqüências do Teorema de Coriolis 19 Aceleração da gravidade efetiva d *r d *2 r m. 2 F m. ( r ) 2.m.( ) dt dt F m.g Se assumimos uma partícula * d r de massa m em repouso 0 dt próxima à superfície do *2 d r planeta, temos: g efetivo 2 dt m.g efetivo m.g m. ( r ) 2.m.( 0) g efetivo g ( r ) 20 21 Efeito da força de Coriolis sobre a circulação geral do ar atmosférico 22 centro de baixa pressão Ciclone anti-horário no hemisfério norte resultante de um centro de baixa pressão combinado com a aceleração devida ao termo de Coriolis. (Física, um curso universitário, Vol.1- Mecânica; Alonso e Finn; Editora Edgard Blücher Ltda, 1972). 23 Mesma situação no hemisfério sul. O sentido de rotação é o reverso do hemisfério norte! (Física, um curso universitário, Vol.1- Mecânica; Alonso e Finn; Editora Edgard Blücher Ltda, 1972). 24 25 Parte II -Tipos básicos de fluxo • Fluxo ou escoamento laminar • Fluxo turbulento 26 Fluxo laminar 27 28 cilindro Vortices von Karman formados atrás de um cilindro. Fotografado por Sadatoshi Toneda por precipitação eletrolítica em água (An Album of Fluid Motion , M.Van Dyke, Parabolic Press, Stanford, California,USA, 1982). 29 30 Fluid Mechanics of the Atmosphere, R. A. Brown, Academic Press, Inc., 1991) 31 Fluid Mechanics of the Atmosphere, R. A. Brown, Academic Press, Inc., 1991) 32 Teresópolis, Fevereiro de 2006. Autor: Prof. Helio S. Amorim 33 Teresópolis, Fevereiro de 2006. Autor: Prof. Helio S. Amorim 34 Teresópolis, Fevereiro de 2006. Autor: Prof. Helio S. Amorim 35 Transição do regime laminar para o turbulento formando-se atrás de uma esfera. Fluid Mechanics of the Atmosphere, R. A. Brown, Academic Press, Inc., 1991) 36 37 38 FIM 39