FUNDAÇÃO PRÓ-RIM PARCERIA PARA TODA A VIDA INFECÇÃO URINÁRIA Dr. Carlos Alberto Rost Novembro/2011 www.prorim.org.br Infecção Urinária Uma das infecções mais comuns na clínica médica, muitas vezes evoluindo para qdros graves de sepse; Definição: condição na qual o trato urinário é infectado por um microorganismo. Diferentemente da simples colonização, estes microorganismos se multiplicam, causando ou não sintomas; www.prorim.org.br Epidemiologia - ITU • No 1o ano de vida – predomínio no sexo masculino (mal formações congênitas: válvula de uretra posterior,…); • Infância/ pré-escola – meninas (15X); • Vida adulta – mulheres (atividade sexual); • Após 5a década aumenta incidência nos homens devido HPB; www.prorim.org.br Classificação - ITU Qto ao Local: - baixa (cistite, uretrite) - alta (pielonefrite) Qto aos sintomas: - sintomática - assintomática Qto a presença de alt.estruturais/funcionais: -não complicada (TU normal) - complicada (algum tipo de alt. – gravidez, intrumentação, SVD, Tx,…) Qto a frequência: - episódio único - recorrente www.prorim.org.br Fatores complicadores das ITU Distúrbios do fluxo urinário Doenças associadas Outros Anatômicos Rins Policísticos DM Neurogênicos Nefropatia por analgésicos Anemia falciforme Gravidez Imunossupressão (TX) Cateterização urinária Prostatite www.prorim.org.br Etiologia - ITU • Escherichia coli (75 a 95%) • Staphylococcus saprophyticus (5 a 20%) • Outros: - Proteus mirabilis, Klebsiella, Enterobacter, Serratia - Gram+: Enterococcus Staphylococcus aureus e Streptococcus www.prorim.org.br Fatores implicados na patogênese da ITU: • Flora bacteriana: -Inóculo; -Caracteristicas de aderência bacteriana; -Virulência; -Produção de urease; • Fatores de defesa do hospedeiro: -Micção e esvaziamento vesical; -Constituintes antibacterianos da urina; -Mecanismos de antiaderência; -Atividade antibacteriana da mucosa vesical; -Fagócitos da mucosa; www.prorim.org.br Fatores predisponentes do hospedeiro • • • • • • Obstrução do trato urinário; Refluxo vesicoureteral; Cateterização urinária; Relação sexual/métodos contraceptivos; Doenças prostáticas; Menopausa; www.prorim.org.br Quadro Clínico • Cistite/ Uretrite: disúria, polaciúria, desconforto suprapúbico,urgência urinária; • Pielonefrite: dor lombar, febre, calafrios, náuseas e vômitos; • Bacteriúria assintomática: presença de uma mesma bactéria em 2 amostras consecutivas de urina (>105 UFC/ml) sem sintomas; • Síndrome uretral: disúria e >frequência urinária são exuberantes, porém com urocultura negativa e PU normal (ou com leucocitúria); *Leucocitúria estéril : Pode significar TB urinária, Abcesso renal sem drenagem p/ trato urinário, infecções por não habituais (meios de cultura específicos)como: Clamidia, Ureaplasma, Neisseria gonorreia, Mycoplasma, Mycobacterium, Trichomonas, Candida; www.prorim.org.br ITU recorrente • Presença de mais de 3 episódios de ITU sintomáticos por ano; • Recidiva- recorrência da infecção com o mesmo germe anterior num período de 2semanas após o tto e significa falha em erradicar a infecção. Em geral , a causa é a curta duração do tto; • Reinfecção- após tto adequado a bacteriúria é erradicada , porém dentro de um intervalo de tempo variável ocorre nova infecção por patógeno diferente; (é muito mais fqte que a recidiva) www.prorim.org.br Investigação • Exame de urina/urocultura * • USG* (cálculos, coleções, abcessos, rins policísticos); • UGE*( dilatação pielo-calico-ureteral, estenose de JUP/JUV, duplicidade pielocalicial, obstruções, cálculos, adequação do esvaziamento vesical,…) *evitar na fase aguda da infecção- nefrotoxicidade ; • TAC* (abcesso perinéfrico, rins policísticos); • Cistoscopia* (em idosos e TX com ITU recorrentedescartar CA vesical)*realizar somente com urina estéril ou após profilaxia ATB; * Exames indicados na investigação de ITU complicada www.prorim.org.br Tratamento • Cistite:(ITU não complicadas) podem ser ttdas com SMZ+TMP, nitrofurantoína, norfloxacina, ciprofloxacina por (5dias) • Pielonefrite:ATB de amplo espectro, com boa penetração no parênquima renal como aminoglicosídeos, amoxacilina ou ampicilina(com ou sem clavulanato ou sulbactam),piperacilina,carbapenêmicos, cefalosporinas, fluoroquinolonas. Uso EV • Uretrite por Clamídia:tetraciclinas (tetraciclinas, doxiciclina, minociclina) por 7 a 14dias; • ITU na gravidez: no mínimo 7dias, seguido de urocultura p/ documentar a cura. ATB seguros: cefalexina, ampicilina, amoxacilina e nitrofurantoína www.prorim.org.br • Bacteriúria assintomática: trata-se nas seguintes condições:faixa etária pediátrica, gravidez, dça renal, obstrução urinária, refluxo vesico-ureteral, Tx renal, imunossupressão. DM e idosos – o tto é controverso; • ITU recorrente: a profilaxia está indicada pc em mulheres que apresentem : + de 3 infecções ao ano, fatores que mantém a infecção como cálculos. É necessário urocultura negativa antes de fazer a profilaxiaevitar tto de eventual infecção vigente com subdoses de ATB • Recomendações de profilaxia: aumentar ingesta hídrica, urinar com intervalos de 2-3hs, urinar antes de dormir, e após o coito, uso de estrógenos intravaginal (mulheres pós-menopáusicas), evitar uso de diafragma ou espermicidas, uso de suco de cranberry, aplicação de Lactobacillus casei intravaginal; www.prorim.org.br Caso clínico 1 • Pcte feminina, 30anos, que apresenta queixas de dor lombar e ardência miccional há 2 dias e polaciúria e urgência urinária nas últimas 12h. Têm história de ITU`s prévias (3 a 4/ano).Nega dor lombar e febre. Têm vida sexual ativa e usa ACO regularmente. 1.Qual o diagnóstico? 2.Qual a conduta?Há necessidade de ex laboratoriais? 3.Qual a melhor atitude terapêutica nesse caso? 4.É indicado, nesse caso, o uso de ATB profilático? Qual droga? Qual o regime? Por qto tempo? www.prorim.org.br Caso 2 • Pcte feminina de 19anos, com história de um episódio de ITU há 4 meses. Há 5dias, iniciaram-se náuseas sem vômitos. Um dia depois, desenvolveu franca dor na região lombar esquerda, febre e calafrios, e notou aumento da frequência urinária. Ela tbém referiu a presença de urina turva com mau cheiro. No momento da consulta, apresentava-se abatida, com temp de 38,8C e, no exame físico, foi encontrado PPL +. A PA era de 130/80mmHg e FC de 90bpm. O exame de urina mostrou >50 leuc e >10 hem por campo, bacteriúria intensa. Na Urocultura houve crescimento de >100000UFC/ml, hemograma com 16000 leucocitos e 12% de bastões www.prorim.org.br Perguntas – Caso 2 1.Qual o diagnóstico clínico desta pcte? 2.Os exames laboratoriais estão de acordo com seu diagnóstico clínico? 3.Qual o agente etiológico mais provável nessa situação? 4.A infecção urinária é mais fqte na mulher do que no homem? Por quê? 5.Qual seria a proposta terapêutica para esta pcte? www.prorim.org.br LITÍASE URINÁRIA • 1. História • Dor lombar acompanhada de hematúria micro/macroscópica (com comprovação laboratorial) • Eliminação de cálculo e/ou Comprovação radiológica ou ultra-sonográfica da presença atual ou pregressa de cálculo • Evidência de procedimentos prévios para retirada de cálculo www.prorim.org.br Fatores de risco- litíase • • • • • • • • • • • • Sexo (masculino mais comum) Idade (jovem: 3a ou 4a década de vida) Alterações anatômicas do trato urinário (duplicidade pielo-calicial, rins policísticos, rim em ferradura, rim espôngio-medular, etc) Fatores epidemiológicos (clima quente, exposição ao calor ou ar condicionado no trabalho, dieta com maior consumo de proteína animal e sal, sedentarismo) Fatores genéticos / familiares Distúrbios metabólicos (Hipercalciúria idiopática, Hiperexcreção de Ácido Úrico, Hiperoxalúria, Cistinúria, Hipocitratúria, Hipomagnesiúria) Infecção do Trato Urinário (principalmente por germes produtores de urease) Doenças Endócrinas que interferem sobre o metabolismo de cálcio (mais comumente Hiperparatireoidismo primário) Alterações do pH urinário (pH alcalino: acidose tubular renal ou infecção por germes produtores de urease ; pH ácido: diátese gotosa) Redução do volume urinário Imobilização prolongada Uso de drogas litogênicas (por indução de alterações metabólicas ou precipitação da www.prorim.org.br própria droga ou de seu metabólito) Diagnóstico • • • • Episódio agudo de Cólica nefrética Exame de urina Urocultura (se suspeita de ITU associada) Avaliação radiológica: Rx-simples de abdome e/ou Ultra-som, Tomografia helicoidal de abdome e pelve sem contraste, com cortes finos de 5 mm(pc em suspeita de cálculo ureteral) • Evitar solicitação de Urografia Excretora ou outros exames que utilizem contraste radiológico na fase aguda www.prorim.org.br Investigação metabólicaindicação: - recorrência elevada, - antecedentes de intervenções urológicas para tratamento de litíase, - em pacientes calculosos com história familiar significativa, - em crianças, - em caso de rim único, - em pacientes com infecção urinária associada (não vigente), www.prorim.org.br Investigação metabólica Exames laboratoriais: • Exame de Urina (sedimento urinário) • Urocultura quando indicada • Dosagens séricas de cálcio (preferencialmente ionizado), ácido úrico, fósforo e creatinina • Dosagens urinárias de cálcio, sódio, ácido úrico, oxalato, citrato e creatinina em 2 amostras de urina de 24h coletadas em dias não consecutivos • pH urinário (2a micção matutina) após jejum de 12 h • Pesquisa qualitativa de cistina urinária (quantitativa se necessário) • Obs: os exames realizados em urina de 24h sofrem alterações importantes quando da presença de insuficiência renal associada. www.prorim.org.br Investigação metabólica Exames laboratoriais específicos: • PTH sérico, • Densitometria óssea (especialmente nos casos de hipercalciúria devido à possibilidade de osteopenia associada), • Prova de acidificação com cloreto de amônia (dependendo do resultado do pH urinário e gasometria venosa), • Mg, K e Cloro séricos e ou/urinários (principalmente em suspeita de tubulopatias associadas), • Hidroxiprolina e/ou N-Telopeptídeo (marcadores de reabsorção óssea), • Fosfatase alcalina. www.prorim.org.br Investigação metabólica Exames radiológicos: • Rx simples de abdome e/ou Ultra-som • Urografia Excretora: para o diagnóstico de eventuais alterações anatômicas . *Contra-indicada em pacientes com creatinina superior a 2,0 mg/dl. Evitar durante o episódio agudo de cólica nefrética. • Tomografia Helicoidal de abdome e pelve sem contraste, (cortes finos de 5 mm): especialmente útil em suspeita de cálculo ureteral, e também para diagnóstico diferencial entre calcificações pelvicaliciais (litíase) das parenquimatosas (nefrocalcinose) • Medicina Nuclear: estes exames são úteis no caso de litíase renoureteral obstrutiva já que quantificam o comprometimento de função renal unilateral e portanto podem auxiliar na indicação do tipo de intervenção urológica e/ou na monitorização da recuperação de função renal. Podem ser realizados em pacientes com função renal global comprometida (com clearance de até 30www.prorim.org.br mL/min) - Investigação metabólica Exames radiológicos: -Cintilografia ou mapeamento com DMSA (ácido dimercapto succínico) marcado com Tecnécio (99mTc) auxilia na avaliação do comprometimento túbulo-intersticial e na quantificação da função renal unilateral. Como trata-se de um marcador tubular, o exame não deve ser realizado em vigência de ITU ou ITU recente, e pode também apresentarse alterado nos rins previamente submetidos à cirurgia. - Renograma com 99mTc DTPA (ácido dietileno triamino pentacético) é utilizado também na quantificação da função renal unilateral, auxilia na distinção entre obstrução funcional ou orgânica dependendo do padrão de curva obtida com o radioisótopo e sua resposta ao furosemide. www.prorim.org.br Tratamento Crise Aguda: • Crise aguda: -Hidratação -Anti-emético se necessário -Anti-espasmódicos, anti-inflamatórios não hormonais, morfina e seus derivados • Medidas gerais: -Aumento da ingestão hídrica(30 mL/kg peso corpóreo) -Estímulo à atividade física www.prorim.org.br Tratamento Orientação dietética: • Adequação da dieta de acordo com o distúrbio metabólico • Ingestões de cálcio e oxalato devem ser balanceadas (evitar restrição importante de cálcio) • Adequar ingestões de sal e proteína animal • Estimular o consumo de alimento ricos em potássio e frutas cítricas www.prorim.org.br Tratamento Medicamentoso: para os distúrbios metabólicos • Tiazídicos: em casos de Hipercalciúria • Inibidor da Xantina-Oxidase (Allopurinol): Hiperuricosúria • Citrato de Potássio: em casos de Hipocitratúria, Hiperuricosúria, Acidose Tubular Renal, podendo também ser utilizado em casos de Hipercalciúria. *contra-indicado em caso de infecção urinária associada. • Drogas específicas: - alfamercaptopropionilglicina em casos de Cistinúria, - vitamina B6 em casos de Hiperoxalúria primária, www.prorim.org.br Tratamento intervencionista • É minimamente invasivo, com as seguintes vantagens: cicatrizes muito pequenas, menor hospitalização, menos dor no PO, menor período de convalescência, retorno mais precoce às atividades profissionais. • Tais procedimentos são: -Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO), -Nefrolitotripsia percutânea (PCN), -Ureterolitotripsia transureteroscópica (UL), -Ureterolitotomia laparoscópica (ULL). As cirurgias convencionais (CC) ainda tem sua indicação, porém em um menor numero de pctes. • A indicação do tto depende dos sintomas, grau de obstrução, tamanho, localização e associação com infecção . • Cálculos de até 4mm têm grande chance de serem eliminados www.prorim.org.br espontaneamente; Cálculos renais • Cálculos renais de 5 a 20mm, podem ser tratados por meio de litotripsia extracorpórea(LECO), se não houver contra-indicação; • Contra-indicações para LECO: gravidez; vigência de ITU com febre, obstrução urinária distal ao cálculo e coagulopatias intratáveis; • Quanto ao sucesso do tratamento, com fragmentação e eliminação total do cálculo, vários fatores serão determinantes como a composição do cálculo, o tamanho, sua localização e de particularidades anatômicas do paciente. Vale salientar que uso de antibióticos não tem sido indicado rotineiramente em LECO(Evidência nível C). • Em cálculos renais maiores de 20 milímetros de diâmetro, ou casos de falha da LECO e aqueles em que a indicação da LECO costuma ser evitada, podem ser tratados por meio de cirurgia convencional (CC), ureterolitotripsia flexível (UL) ou preferencialmente por meio nefrolitotripsia percutânea (NP)(Evidência nível C). www.prorim.org.br Cálculos ureterais • • • • • • • • De localização superior ou lombar ( ureter acima da borda superior do sacro) são tratados preferencialmente por meio de LECO. de localização média ou sacral ( sobreposto ao osso sacro) também são tratados preferencialmente com o uso de LECO. De localização inferior ou pélvico (ureter abaixo do sacro) podem ser tratados preferencialmente por LECO ou ureterolitotripsia transureteroscópica (UL). As alternativas à LECO podem ser: ureterolitotripsia transureteroscópica(UL), ureterolitotomia laparoscópica (ULL) ou cirurgia convencional (CC) Cálculos de bexiga Os cálculos na bexiga podem ser tratados por meio de litotripsia extracorpórea(LECO), cistolitripsia transuretral ou percutânea ou cirurgia convencional (CC). A decisão depende do tamanho do cálculo e a preferência do médico. Cálculos de uretra Cálculos uretrais podem ser mobilizados para a bexiga e tratados neste local. Entretanto, em situações particulares podem ser abordados e removidos por meio de cirurgia convencional e endoscópica na uretra. www.prorim.org.br Cálculos de bexiga • Os cálculos na bexiga podem ser tratados por meio de litotripsia extracorpórea(LECO), cistolitripsia transuretral ou percutânea ou cirurgia convencional (CC). A decisão depende do tamanho do cálculo e a preferência do médico. Cálculos de uretra • Cálculos uretrais podem ser mobilizados para a bexiga e tratados neste local. Entretanto, em situações particulares podem ser abordados e removidos por meio de cirurgia convencional e endoscópica na uretra. www.prorim.org.br Referências bibliográficas • • • • • • • • • • • • • • • 1. Pak CYC. Kidney stones. Lancet 1998;351:1797-801. 2. Heilberg IP, Martini LA, Draibe SA, Ajzen H, Ramos OL, Schor N. Sensitivity to calcium intake in calcium stone forming patients. Nephron 1996;73:145-53. 3. Heilberg IP, Martini LA, Szejnfeld VL, Carvalho AB, Draibe SA, Ajzen H et al. Bone disease in calcium stone-forming patients. Clin Nephrol 1994;42:175-82. 4. Catalano O, Nunziata A, Altei F, Siani A. Suspected ureteral colic: primary helical CT versus selective helical CT after unenhanced radiography and sonography/. Am J Roentgenol 2002, 178(2):379-87. 5. Gandolpho L, Sevillano M, Barbieri A, Ajzen S, Schor N, Ortiz V, Heilberg IP. Scintigraphy and doppler ultrasonography for the evaluation of obstructive urinary calculi. Brazilian J Med Biol Res 2001, 34(6): 745-751. 6. 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J Bras Urol 1995, 21:164-167. www.prorim.org.br Síndrome Nefrótica • Definição: -Proteinúria > 3,5g/1,73m2/24h ou >50mg/kg/dia em cças; -Hipoalbuminemia; -Edema ; -Em geral dislipidemia e lipidúria estão presentes; www.prorim.org.br SNFO • Deve-se avaliar a presença , extensão e características do edema; • Uma vez constatadas as alterações urinárias que levam à suspeita do quadro, a investigação deve ser completada com creatinina, proteínas séricas (proteínas totais e frações ou eletroforese), proteinúria de 24h e USG renal. • Uma vez feito o diagnóstico da síndrome nefrótica em si, deve-se proceder à investigação etiológica, que terá implicações na conduta terapêutica. www.prorim.org.br Investigação etiológica da SNFO 1 – hemograma 2 – glicemia 3 - exame de fezes: esquistossomose ( presença de ovos de S. mansoni), 4 - pesquisa de anticorpos antinucleares 5 - C3, C4, CH5 6 - sorologia para hepatites B e C; 7 - VDRL; 8 - anti-HIV; 9 - exames específicos para outras doenças infecciosas com base na suspeita clínica. 10 - avaliação dirigida a neoplasias (pctes idosos). www.prorim.org.br Algumas glomerulopatias que se manifestam como SNFO de acordo com o consumo do complemento: Normocomplementêmicas Hipocomplementêmicas Doença de Lesões Mínimas GN membranoproliferativa Glomeruloesclerose segmentar e focal GN crioglobulinêmica Glomerulopatia Membranosa Nefrite lúpica Nefropatia por IgA www.prorim.org.br Indicação de Biópsia Renal • Está indicada em adultos com SNFO, com rins de tamanho normal, sem contra-indicações presentes; (em cças , devido predominância de DLM, reserva-se a Bx p/ os casos que não responderam ao tto imunossupressor) • Definir com precisão o tipo histológico; • Possibilitar a escolha do tto mais adequado p/ cada tipo histológico; www.prorim.org.br Aspectos histológicos das glomerulopatias primárias www.prorim.org.br Doenças que podem cursar com SNFO, de acordo com tipo histológico da glomerulopatia Tipo histológico Dças associadas DLM Linfoma, AINH, HIV+ GESF Linfoma, esquistossomose, HIV+ Hepatite B, LES, AR, Sífilis, Malária, Neoplasias, Medicações diversas GNM www.prorim.org.br Possíveis etiologias de SNFO Causas sistêmicas Medicamentos Infecções/infestações Causas congênitas DM Ouro HIV Sind de Alport LES Antimicrobiano Hepatite B e C Sind de Pierson Amiloidose AINH Sífilis Sind de Denys-Drash Neoplasias Penicilamina Malária Sind unha-patela Mieloma Captopril Esquistossomose Desordens congênitas de glicosilação Linfoma Tamoxifeno Toxoplasmose SNFO congênita tipo filândes Espondilite Anquilosante Lítio Filariose Interferon, drogas de abuso Micoplasmose, actinomicose www.prorim.org.br Tratamento na SNFO: 1 – Dieta hipossódica e normoprotéica. A ingestão de líquidos deve ser controlada; 2 – Diuréticoterapia (usados com cautela para evitar hipotensão e insuficiência renal aguda. São mais efetivos, nessa condição, os diuréticos de alça. Eventualmente é necessário usar uma combinação de diuréticos como clortalidona e furosemida;) 3 - Tto da dislipidemia; 4 - Controle rigoroso da pressão arterial (<120/70). IECA, BRA II, inibidor da renina; 5 - Prevenir complicações imediatas e tardias; 6 - Limitar progressão para insuficiência renal crônica (IRC): medidas de renoproteção; 7 - Avaliar o uso de drogas imunossupressoras; www.prorim.org.br Síndrome Nefrítica Definição: caracteriza-se por início súbito de hematúria, proteinúria, oligúria, hipertensão arterial sistêmica e déficit de função renal, embora não seja essencial que todas essas alterações ocorram simultaneamente; está sempre presente a hematúria, associada a pelo menos uma das outras anormalidades. Edema pode estar presente em grau variável. Trata-se de síndrome de expansão do volume extracelular, incluindo-se o compartimento intravascular. www.prorim.org.br Investigação da SNFI aguda •Urina I: hematúria macro ou microscópica com dismorfismo eritrocitário; se proteinúria presente, •Proteinúria de 24h: geralmente é menor do que 3,0g/dia. •Creatinina sérica: pode ou não estar aumentada. •Complemento: diminuição de CH50 e C3. •USG renal •Pesquisa de doenças de base - Ac anti-MBG, FAN, antiDNA, crioglobulinas, ASLO, ANCA, sorologias para hepatites B e C, anti-HIV, hemoculturas e, por vezes, ecocardiografia, conforme as suspeitas clínicas mais relevantes em cada caso; outros. www.prorim.org.br Glomerulonefrites causadoras de SNFI conforme ativação do Complemento Hipocomplementêmicas Normocomplementêmicas GN pós-estreptococica GN das vasculites sistêmicas Outras GN pós-infecciosas Nefropatia por IgA Nefrite Lúpica GN da Púrpura de Henoch-Schönlein GN crioglobulinêmica GN membranoproliferativas www.prorim.org.br Tratamento da SNFI 1 – Dieta hipossódica e repouso enquanto houver expanção do volume hídrico corporal; 2 – Diuréticoterapia ; 3 – Controle da pressão arterial Eventualmente: 4 – Imunossupressão (na maioria das vezes não é necessária). Apenas nos raros casos com oligúria prolongada, proteinúria nefrótica com hipoalbuminemia ou Insuf Renal Rapidamente Progressiva, com crescentes glomerulares; www.prorim.org.br Referências bibliográficas: 1. Brenner BM, Rector FC: The Kidney. 6th ed. Philadelphia, WB Saunders, 2000, p.1267. 2. Mastroianni Kirsztajn G, Pereira AB: Síndrome Nefrítica. In: Prado FC, Ramos JA, Valle JR. Atualização Terapêutica 2003. São Paulo, Artes Médicas, 2003, pp.814-6. 3. Mastroianni Kirsztajn G, Pereira AB: Síndrome Nefrótica. In: Prado FC, Ramos JA, Valle JR. Atualização Terapêutica 2003. São Paulo, Artes Médicas, 2003, pp.816-8. 4. Jindal KK: Management of idiopathic crescentic and diffuse proliferative glomerulonephritis: Evidence-based recommendations. Kidney Int 55(Suppl. 70):S56-62,1999. 5. Calamia KT, Balabanova M: Vasculitis in systemic lupus erythematosus. Clin Dermatol 22(2):148-56,2004. 6. Mastroianni Kirsztajn G. Hematúria: Aspectos Clínicos. In: Schor N, Srougi M. 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