ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO Escurecimento oriundo de reações catalisadas por enzimas genericamente conhecidas como polifenoloxidases (PPOs). As enzimas e os seus substratos estão em compartimentos celulares diferentes. Durante o esmagamento, estes compartimentos são destruídos e as enzimas entram em contato com os compostos fenólicos oxidando-os rapidamente. ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO A reação de escurecimento em frutas, vegetais e bebidas é um dos problemas principais na indústria de alimentos. 50% da perda de frutas tropicais no mundo é devida à enzima polifenoloxidase. A ação desta enzima resulta na formação de pigmentos escuros, frequentemente acompanhados de mudanças indesejáveis na aparência e nas propriedades organolépticas do produto, resultando em diminuição da vida útil e do valor de mercado. ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO DESEJÁVEL SUBSTRATOS Tirosina Ácido clorogênico Produto Substrato Banana Dopamina Maçã Ácido clorogênico Cacau Catequinas Café Ácido clorogênico, ácido caféico Berinjela Ácido caféico, ácido cinâmico Alface Tirosina Cogumelo Tirosina Batata Tirosina, ácido clorogênico, ácido caféico Chá Flavonóides, catequinas, taninos Pêssego Taninos Pêra Ácido clorogênico Chá-verde: Obtida de folhas INTRODUÇÃO de Camellia sinensis Chá-verde: há muito tempo considerado pela medicina tradicional chinesa como uma bebida com efeitos benéficos a saúde. Chá-verde é um chá “não-fermentado”: é produzido através da vaporização das folhas frescas (para inativar a oxidação dos polifenóis) e secagem Contém catequinas (anti-oxidantes), em especial a epigalocatequina-galato (EGCG), alguns minerais e vitaminas que aumentam a atividade antioxidante. SUBSTRATOS Graças à especificidade a vários substratos, a PPO pode ser chamada: tirosinase, polifenolase, fenolase, catecol oxidase, catecolase. É encontrada em praticamente todos os vegetais. É também encontrada em animais, onde o substrato é a tirosina e o pigmento formado é a melanina, responsável pela cor da pele. Estrutura das PPOs Peso molecular: 57-62 KDa Possuem átomo de cobre no sitio ativo Cogumelo: 128 KDa Tirosinase de Streptomyces castaneoglobisporus Mecanismo de reação Oxidases de função mista OH R OH polifenoloxidase O2 R Atividade monofenolmonoxigenase o-difenol-oxirredutase Utilizam O2 como substrato secundário OH Produtos altamente reativos que combinam-se entre si para gerar produtos de cor escura MÉTODOS DE CONTROLE Para que a reação ocorra, 3 componentes devem estar presentes: ENZIMA + SUBSTRATO + OXIGÊNIO Controle 1. 2. 3. 4. Ação do calor Exclusão ou remoção dos substratos Redução do pH Adição de substâncias redutoras 1. Ação do calor Exposição por curto período de tempo do tecido à temperatura de 70 a 90o C Branqueamento: é utilizado em prétratamentos de frutas e vegetais para enlatamento, congelamento e desidratação PROBLEMAS: COZIMENTO DE FRUTAS E VEGETAIS – MUDANÇAS DESFAVORÁVEIS NA TEXTURA E DESENVOLVIMENTO DE FLAVOR DESAGRADÁVEL 1. Ação do calor O branqueamento é uma das operações do processamento de: Alimento infantil à base de maçã e banana Antepasto de Berinjela Batata pré-frita congelada Catchup Cogumelo em conserva Ervilha congelada Laranja cristalizada Milho em Conserva Seleta de legumes FLUXOGRAMA DESPOLPAGEM COLHEITA E RECEPÇÃO MISTURA SELEÇÃO ENVASE LAVAGEM BRANQUEAMENTO DESCASCAMENTO FECHAMENTO COM VAPOR DE ÁGUA PASTEURIZAÇÃO RESFRIAMENTO 2. Exclusão ou remoção substratos ou cofatores O2: Atmosfera controlada e embalagens adequadas (à vácuo, impermeáveis, troca pelo N2) Fenóis: adição de ciclodextrinas em sucos O uso de complexantes (EDTA, ácido cítrico ou fosfatos): complexam com o cobre contido no sítio ativo da enzima diminuindo a atividade enzimática 3. Redução do pH ótimo Reduzir o pH ótimo em 1 ou 2 unidades pela adição de ácidos São inativadas de modo irreversível com pH inferior a 3,0 Ácidos empregados de ocorrência natural: cítrico, fosfórico, málico e ascórbico Entretanto, nem sempre é possível abaixar tanto o pH do alimento devido ao significante sabor ácido resultante, sendo incompatível com as propriedades sensoriais e tecnológicas do produto final. 4. Adição de substâncias redutoras Aplicação de substâncias redutoras, como ácido ascórbico, sulfito e tióis, previnem o escurecimento, pela redução da obenzoquinona de volta para a forma odiidróxifenol, ou pela inativação da PPO. O R O OH Agentes redutores R OH 4.1 Sulfitos e dióxido de enxofre NaSO3 – sulfito de sódio NaHSO3 – bissulfito de sódio Na2S2O3 – metabissulfito de sódio SO2 – dióxido de enxofre 4.1 Sulfitos e dióxido de enxofre Inúmeras reações podem ser inibidas: polifenolxidase, lipoxigenase, ascorbato oxidase. Não inibe irreversivelmente o escurecimento enzimático – a concentração requerida é dependente do período de tempo e da natureza do substrato: Monofenóis: requerem menor quantidade de sulfitos (ex: batata) Difenóis: requerem maior quantidade de sulfitos (ex: abacate) 4.1 Sulfitos e dióxido de enxofre Mecanismo: 1. Inibição direta sobre a enzima 2. Interação com intermediários da reação 3. Agente redutor 4.2 Ácido ascórbico e eritorbatos Agem como: • inibidores diretos da PFO – oxida os resíduos de histidina que ligam os íons cobre do sítio ativo • Agentes redutores ÁCIDO ASCÓRBICO ÁCIDO ERITÓRBICO 4.2 Ácido ascórbico e eritorbatos Agentes redutores O R O OH Agentes redutores R OH O ácido eritórbico é um estereoisômero do ácido ascórbico. Tem atividade antioxidante semelhante, diferindo na atividade vitamínica. Possui 5 a 7% da potência antiescorbútica (baixa absorção). O ácido eritórbico apresenta menor custo – mais utilizado em produtos que não precisem de atividade vitamina C. 4.2 Ácido ascórbico e eritorbatos Suco clarificado de maçã: Polifenoloxidase em partículas suspensas: remoção por centrifugação. Antes da centrifugação: imergir a maçã fatiada em solução 1% de ácido ascórbico. 4.3 Compostos sulfidrilas L-Cisteína ou N-acetil-cisteína Combinam-se quimicamente com o-quinonas formando produtos estáveis e incolores. Atuam como agentes redutores