ID: 66835904 09-11-2016 | Gestão e Inovação Tiragem: 14037 Pág: 2 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 25,70 x 32,00 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 3 gestão e gestores RUMO TOMÁS DIRECTOR-GERAL DA AYMING PORTUGAL '•Empresas não calculam todos os custos do absentismo" Os danos financeiros indirectos, como o esforço de replanear toda a actividade por ausência de um colaborador, ainda são esquecidos pela gestão. Confira as medidas mais e menos eficazes. aaifflurigkameme~ ANTÓNIO LARGUESA alarguesa®negocios.pt A medição feita pelas empresas ainda mistura as faltas injustificadas com outras "menos geríveis", como as licenças parentais, aponta o director da Ayming Portugal, que divulgou um estudo em que 33% dos gestores de recursos humanos atestam que o absentismo subiu em 2015. Nuno Tomás avisa que a "consequência máxima" deste fenómeno é um "alheamento do colaborador" face à organização. Qual a extensão do problema do absentismo nas empresas portuguesas? Não medimos a extensão, mas está na agenda dos directores de Recursos Humanos (DRH). Constatámos que é, de facto, pertinente - vê-se pelo número de gestores que nos últimos anos actuaram para controlar este fenómeno - e facilmente se percebe pelos impactos. Face a França, Espanha e Itália [os abrangidos no inquérito], estamos numa fase um bocadinho anterior em relação à forma como gerimos este fenómeno. Porquê? Perguntámos como medem o fenómeno na organização e notase nas respostas que se mistura o absentismo mais gerível - sobre o qual o gestor consegue ter uma acção para minorar o seu efeito, como as faltas injustificadas - com um menos gerível, por exemplo uma licença de paternidade ou [faltas] relacionadas com doença. Quase um em cada cinco DRH portugueses (18%) admite que não acompanha a taxa de absentismo na empresa. Que leitura faz deste valor? É um fenómeno em que, mesmo ao nível das próprias consequências e custos financeiros, as empresas não os calculam todos, pelo menos os indirectos. Por exemplo, nunca [estive] numa empresa que quantificasse todo o esforço de replaneamento por ausência de um colaborador, que pode aumentar exponencialmente conforme a dependência que tiver dele para a sua actividade económica. E é, de facto, um impacto. Há mais algum impacto indirecto que seja mais óbvio? A consequência máxima do absentismo é um alheamento ou um desprendimento do colaborador face à empresa, com tudo o que isso significa. Há um conjunto de pistas ou factores um bocadinho a montante do absentismo, antes da ausência do colaborador, que indi- PERFIL Desportista na consultoria ciam uma falta de compromisso com a organização e com a sua estratégia. A percepção dos DRH sobre o envolvimento dos trabalhadores baseia-se sobretudo em atitudes e comportamentos subtis, difíceis de medir. Como podem afinar esse processo para actuar preventivamente? Aquestão cai muito dentro do que é o papel do DRH e até da gestão ao mais alto nível - é uma falácia dizer que este é só um problema do departamento de RH. Falamos de sintomas que têm de ser geridos com as ferramentas que os gestores dizem ter nas mãos e ser as mais relevantes para actuar sobre esses indícios. Nomeadamente, fazer perceber ao colaborador o conteúdo e o propósito da função que exerce; nas relações de trabalho entre os colaboradores e com as suas chefias; e, por último, no reconhecimento dos seus resultados e do compromisso que demonstra No barómetro escrevem que a apreciação da motivação e envolvimento dos trabalhadores é "forçosamente influenciada pela sua nacionalidade". Qual é a particularidade da avaliação nos gestores portugueses? O lisboeta Nuno Tomás, 41 anos, é licenciado em Gestão pela Católica e mestre em Sistemas de Informação pelo isEG. Foi nesta área que trabalhou como consultor: na actual oracle e depois na alemã SAP. Adepto de "desportos variados", que vê e pratica, o director-geral da Ayming Portugal entrou nesta multinacional de origem francesa em 2010. Dentro das três variáveis que acabei de referir e que são importantes para controlar o absentismo e aumentar o compromisso, a graduação a dar é claramente influenciada pela nacionalidade. O modelo de reconhecimento em Portugal é diferente do de Itália ou Espanha A própria forma como se estabelecem as relações laborais entre colegas ou com Os chefes é Claramente influenciada por questões culturàis. Quais as acções frequentemente implementadas pelos DRH, mas que eles próprios consideram pouco eficazes? A realização de reuniões disciplinares após ausência, a implementação de visitas médicas pontuais e apenas a comunicação dos números de absentismo. São as mais tradicionais e são contraproducentes por impactarem na questão do compromisso do colaborador com a organização. Por outro lado, quais as medidas pouco aplicadas em Portugal e vistas como eficazes? Neste barómetro é referido o acesso a formações para uso pessoal, a prevenção dos riscos psicossociais, o fornecimento de apoio psicológico aos trabalhadores ou a concessão de incentivos financeiros,como prémios de presença e de assiduidade.• ID: 66835904 09-11-2016 | Gestão e Inovação Tiragem: 14037 Pág: 3 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 16,53 x 27,81 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 3 Bruno Simão QUE RAZÕES PODEM EXPLICAR O ABSENTISMO NA SUA EMPRESA? OS PRIMEIROS SINAIS DA FALTA DE ENVOLVIMENTO DOS EMPREGADOS Valores em percentagem Lista de comportamentos O tipo de tarefas a desempenhar e a falta de reconhecimento são os motivos mais invocados pelos directo- Antes de o trabalhador faltar efectivamente, há várias atitudes, identificados pelos gestores de RH neste barómetro, res de Recursos Humanos das empresas em Portugal. que indiciam problemas no comprometimento. 10 Abandona o posto e simula a sua presença Conteúdo do trabalho #:, 20 Presta menos atenção à qualidade do seu trabalho 1~11111E0 30 Esforça-se menos para cooperar com os colegas Reconhecimento Relações de trabalho 4° Não respeita o material 46% Saúde e segurança no trabalho 50 Está presente mas faz apenas o seu trabalho 60 Chega atrasado 43% 70 Executa tardiamente as tarefas que lhe são confiadas Flexibilidade e adaptabilidade do trabalho 41% 80 Multiplica as pausas 90 Falta Desenvolvimento profissional 36% 100 Está presente mas usa o tempo para outras actividades Igualdade de oportunidade 110 Solicita uma reunião 30% o 60 Fonte: "Barómetro do Absentismo 2016" 12° Pede uma formação ou uma transferência Fonte: "Barómetro do Absentismo 2016" ID: 66835904 09-11-2016 | Gestão e Inovação Tiragem: 14037 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 10,14 x 2,30 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 3 de 3 GESTORES "EMPRESAS NÃO CALCULAM CUSTOS DO ABSENTISMO"