Relatório de Vivências

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Relatório de Vivências
VER-SUS Oeste Catarinense
Edição de Verão 2016
EQUIPE CRUZ VERMELHA – REDE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
Acadêmicos: Amanda Taborda – Medicina
Angélica Zanettini – Enfermagem
Michelli Distler Mueller – Nutrição
Patrick Schneider - Enfermagem
Thais Teodoro da Silva – Enfermagem
William Souza – Farmácia
No dia 13 de fevereiro de 2016 deu-se início ao grupo Cruz Vermelha, o
qual adotou esta nomenclatura devido ao tema recebido e o símbolo que
identificou a formação do grupo. Ao receber a Rede de Urgência e Emergência
todos os participantes ficaram muitos satisfeitos, pois já sabiam que esta é uma
rede de enorme importância e com grande articulação aos serviços do Sistema
Único de Saúde (SUS). Ao darmos início a apresentação, questionou-se aos
componentes: qual relação da atenção básica de saúde com a Rede de
Urgência e Emergência, e onde está a importância da primeira dando
seguimento à segunda?
Tal questionamento esclareceu-se durante as vivências da semana que
se seguiu.
DIA 1
No primeiro dia de vivência no turno matutino o grupo visitou a Unidade
Básica de Saúde (UBS) de bairro Bela Vista de Chapecó, a qual conta com
duas equipes de Estratégias de Saúde da Família atendendo uma área com
população de cerca de 8.400 habitantes.
Os profissionais que compõe as estratégias são médicos, enfermeiras,
técnicas de enfermagem, cirurgião dentista. Além disso há o apoio do Núcleo
de Apoio da Saúde a Família (NASF), formado por nutricionista, farmacêutico,
fisioterapeuta, assistente social e psicólogo.
No que diz respeito ao direito constitucional de lazer, o grupo evidenciou
a oferta de serviços como a Academia da Saúde, Ginásio Poliesportivo
Municipal e uma praça de convivência. Estando a Unidade localizada em um
ponto estratégico, da forma que proporcione saúde e qualidade de vida a
população que ali reside.
Haja vista a temática abordada pelo grupo, realizou-se duas visitas
domiciliares a pacientes com situação semicrítica. Os quais utilizaram a Rede
de Urgência e Emergência (RUE) através de SAMU (Serviço de Atendimento
Móvel e Urgência), UPA (Unidade de Pronto Atendimento), e HRO (Hospital
Regional do Oeste). Os usuários ao receberam alta foram referenciados para a
Unidade Básica de Saúde, a qual ficou responsável pela reabilitação e
recuperação dos pacientes. Pela dificuldade de locomoção de ambos os
pacientes, a UBS solicitou os serviços da equipe do Saúde em Casa que é
responsável pelo acompanhamento de pacientes acamados em situação grave.
Na reflexão feita pelos estudantes ressaltou-se a importância da
continuidade do tratamento, que nos casos observados foi algo que aconteceu.
Desde a necessidade de um atendimento de urgência até o acompanhamento
final. Em ambas as situações a comunicação entre as redes foram
importantíssimas e observadas na vivência, demonstrando ser efetiva e
integral. Além disso, ao utilizar o transporte público os viventes tiveram a
oportunidade de se colocarem no lugar dos usuários, percebendo as
dificuldades que essas pessoas enfrentam ao utilizar o SUS. Sendo assim, a
vivência
proporcionou
muito
aprendizado
e
experiência
aos
futuros
profissionais.
No turno vespertino os viventes puderem participar da Reunião do
Conselho Municipal de Saúde de Chapecó, o qual garante a participação
popular nas decisões e fiscalização relacionadas à saúde pública. Esta reunião
pode esclarecer a função desse conselho e a sua importância para o
desenvolvimento de todos os serviços de saúde disponíveis a população.
DIA 2
No segundo dia de vivência no período matutino o grupo visitou o Pronto
Atendimento (PA) do Bairro Efapi, o qual faz uma cobertura de uma população
de mais de 60.000 habitantes. Para os viventes os PA são um apoio com a
finalidade de descongestionar os Pronto Socorros de Unidades Hospitalares,
atendendo pacientes com necessidade de urgência. O PA sendo de média
complexidade e em localização estratégica consegue abranger e atender de
forma mais rápida e efetiva as necessidades do local, sendo este a fato
observado pelos viventes. Entretanto, há algumas fragilidades que foram
ressaltadas, como por exemplo a dificuldade de acesso para cadeirantes, o
espaço físico reduzido, isso por que é uma unidade que não foi construída para
essa finalidade. Além disso, há muitos usuários que confundem o atendimento
da UBS e o PA, isso por que localizam-se um em frente ao outro, mostrando
assim a falta de esclarecimento da população perante os serviços ofertados.
No período vespertino a visita foi feita nos Bombeiros, visto que este
serviço está intimamente relacionado a RUE, pois este dá suporte aos serviços
móveis de urgência e vice-versa. Além de trabalharem na prevenção de
grandes acidentes, como por exemplo, incêndios e na vistoria de projetos da
construção civil. Os viventes tiveram a oportunidade de conhecer melhor o
trabalho dos profissionais e até mesmo de se colocar no lugar deles, ao vestir a
roupa de combate ao incêndio e conhecer o caminhão utilizado nesses
serviços (ABTR). Conheceram também a base administrativa, da regulação a
estrutura física do 6º Batalhão. Além disso, foi esclarecido aos viventes a
função do bombeiro em relação a função do SAMU. Sendo que o primeiro não
possui suporte clinico para atendimento das emergências, apenas o
Atendimento Pré-Hospitalar (APH) e possui maiores possibilidades de
desencarceramentos.
Dia 3
No período matutino foi realizada a visita no ambiente hospitalar (HRO),
com o objetivo de visualizar e conhecer alguns serviços oferecidos para a
população. Inicialmente foi apresentado aos viventes ali presentes, alguns
setores que compõem como por exemplo, o serviço de resíduos de saúde,
núcleo hospitalar de epidemiologia e vigilância, serviço de controle a infecção
relacionado à assistência de saúde, oncologia, clínica ortopédica e o setor de
clínica médica, sendo que os dois últimos foram visitados pelo grupo.
O que podemos ressaltar é que são serviços que sempre estão
sobrecarregados devido à grande demanda da população, isso porque o
hospital regional do Oeste é referência para a região de SC. Pode se pontuar o
descarte incorreto de sobras de medicamentos na apresentação líquida. O
hospital como inovação aderiu a utilização de recipientes plásticos para
descarte correto de perfuro cortantes, aumentando assim a biossegurança dos
funcionários do hospital e terceirizado. Em visita ao setor de assistência social
a funcionária pontuou a dificuldade no atendimento a idosos e os imigrantes
que frequentam a unidade, tanto no quesito de comunicação quanto relação
familiar. Pode-se evidenciar a falta de profissionais na equipe, pois havia
somente um psicólogo para todos os setores e pouquíssimas nutricionistas.
Além da falta de profissionais foi nos repassado a dificuldade de
diálogo/discussão entre os mesmos.
Dia 4
No período matutino nos foi disponibilizado a oportunidade de conhecer
o programa saúde em casa, a sua atuação e abrangência no município de
Chapecó. Os viventes acompanharam a equipe nas visitas realizadas, as quais
são
programadas
sejam
elas,
semanalmente,
quinzenalmente
ou
mensalmente. Para utilizar o programa é solicitado pela UBS, para pacientes
que estão acamados ou apresentam dificuldade de mobilidade, é realizado
uma avaliação pelos profissionais médico, enfermeiro e técnico, posteriormente
discute-se os achados com toda a equipe, isto porque há apenas dois veículos
que podem fazer apenas 50 atendimentos. Estes atendimentos são oferecidos
para todo o município e comportam todo aporte de oxigênio terapia até material
para realização de curativos entre outros durante toda a assistência prestada.
Aos pacientes que não atendem os requisitos são contra referenciados a UBS
ou demais serviços oferecidos, como por exemplo, a assistência social
oferecida pelo CRAS.
Para a alta é utilizado como critério a manutenção do quadro ou a
evolução de tal forma que aquele paciente consiga voltar ao atendimento
normal feito pela UBS. Ressalta-se a importância da família em todo esse
processo de reabilitação do paciente, pois a mesma está presente de forma
integral no cuidado e deve atuar em conjunto com a equipe.
No período vespertino foi realizado visita no SAMU, foi possível conhecer toda
a equipe, o sistema, as cidades que abrange, o sistema de regulação, sendo
que são 8 no estado, uma delas fica em Chapecó atendendo uma parte da
região Oeste, ele comporta uma USA (unidade de suporte avançado) duas
USB (unidade de suporte básico) sendo isso uma das dificuldades enfrentadas
pela equipe, pois há apenas uma UTI móvel para uma área muito grande de
abrangência, a mesma é utilizada tanto para transferência como para as
ocorrências.
A central de regulação é responsável pelo atendimento das ocorrências
pelo telefone, e pela classificação de risco, é composta por TARMIS, que tem
finalidade de recolher informações e endereços das ocorrências, um médico
regulador, este tendo como função repassar informações de manejo e realizar
a classificação para enviar a ambulância necessária, conta ainda com um rádio
operador que dispensa/libera/controla o deslocamento da ambulância.
Na sede visitada foi ressaltado e observado como fragilidade a estrutura
física provisória, que não é adequada para o serviço e a dificuldade de
comunicação entre as regulações.
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