7º dia de vivência – 24/07/2015 Hoje vivemos o 7º dia de vivência no Ver-SUS Uberaba. Após o café da manhã no hotel, todos juntos nos dirigimos para a van para dar início as visitas do dia. Visitamos o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM), Unidade Dra. Maria Rosa Bilharinho, onde fomos recepcionados pela coordenadora da instituição. Na mesma existem 54 profissionais, dentre ginecologistas, obstetras, mastologistas, assistentes sociais, psicólogos, enfermeiras, odontopediatra, técnicos laboratoriais, técnico em enfermagem, farmacêutico, fisioterapeuta, médicos para ultrassonografia e para colposcopia, além de funcionários da parte administrativa. A unidade realiza em média 15 consultas por dia por cada médico, o que significa de 250 a 300 pessoas por dia. São realizados exames de colposcopia, papanicolau, toxoplasmose; o exame de mamografia é realizado no Hospital Hélio Angotti. O CAISM recebe amostras para realização do exame papanicolau de todas as unidades de atenção básica e enviam para o laboratório. Há um programa de toxoplasmose, em que toda gestante faz o exame. Existe também uma sala de fisioterapia, que atende pacientes pré ou pós cirúrgicos, duas vezes por semana. O local visitado é referência em Banco de Leite Humano, pois fornece leite para os hospitais da cidade que têm UTI neonatal. Apesar de gestantes poderem fazer todo o pré-natal no CAISM, gestantes com HIV são encaminhados para fazerem pré-natal no Hospital das Clínicas da UFTM ou no Hospital Universitário. A instituição apresenta também um programa denominado Pró-Viver-Mulher, no qual há atendimento psicossocial, durante seis meses, a mulheres vítimas de violência doméstica ou estupro. Oferecem também o serviço odontológico para crianças de 0 a 10 anos e para gestantes, vacinação e realização do teste do pezinho. Além disso, há serviço de planejamento familiar, no qual o CAISM oferece vasectomia e laqueadura para quem necessita; como apoio nesse sentido, o paciente vai até a unidade uma vez por semana para assistir aulas sobre métodos contraceptivos. Durante a conversa, a coordenadora criticou o programa “Mãe de Minas”, dizendo que o mesmo não funciona em Uberaba, de forma que a propaganda feita pelo Governo de Minas é enganosa. Foi relatado que a unidade não tem uma fila eletrônica muito extensa; as mulheres gestantes são atendidas depois de no máximo cinco dias desde o dia que solicitaram atendimento, enquanto mulheres não gestantes, em no máximo 15 dias. Apesar de a coordenadora relatar que a unidade cumprir bem sua função, foi relatado a falta de verba, de recursos humanos e o entrave da burocracia. Mediante questionamento dos viventes, descobrimos que o corpo profissional do CAISM possui funcionários concursados, contratados e cargos de confiança. Após conversarmos com a mulher que nos recepcionou, pudemos percorrer a instituição para conhecer a estrutura física da mesma. Depois do fim da visita, nos dirigimos ao shopping para almoçarmos. Logo após o almoço, fomos visitar a Unidade de Atenção ao Idoso, que possui 19 anos, mas estão há 10 anos na sede visitada. Fomos recepcionados pelo coordenador da instituição, que falou brevemente das atividades oferecidas aos idosos, como dança, jogos de baralho, hidroginástica, natação, alongamento e musculação, oficinas de artesanato, etc. A unidade possui ao todo 57 funcionários, dentre psicólogos, assistente social, enfermeiro, terapeuta, professores de educação física, professor de alfabetização, funcionários responsáveis pela limpeza e pessoas responsáveis pela administração. A UAI possui cerca de 9500 pessoas cadastradas e recebe em torno de 1000 pessoas por dia. É necessário ter atestado médico para os idosos se cadastrarem e usufruírem o local. Após a breve conversa com o coordenador, tivemos a oportunidade de percorrer a estrutura física da unidade, que é bastante ampla, com salão de dança, academia, piscina, sala para outras atividades físicas, etc. Era um ambiente muito agradável e alegre, com grama e plantas. Os viventes tiveram oportunidade de interagir com os idosos do local; no momento da visita, estava acontecendo o forró deles, de modo que eu e outros viventes pudemos dançar um pouco com eles, que se divertiram bastante. Enquanto isso, outros colegas jogaram sinuca e conversaram bastante com os presentes. Assim, de todas as visitas, essa foi a mais descontraída. Depois da vivência, voltamos para hotel e nos reunimos no salão do sexto andar do hotel para trocarmos reflexões das visitas do dia. Foi interessante porque os outros viventes tiveram um posicionamento crítico que eu não tive no momento das vivências. Por exemplo, muitos viventes criticaram os encaminhamentos de gestantes do CAISM para os outros hospitais, pois a unidade possui estrutura adequada para realizar o atendimento, o que poderia “desafogar” um pouco o atendimento na atenção terciária. Também foi criticada a falta de especialidades médicas na unidade, a falta de atenção específica para idosas e de outros programas de prevenção, já que a instituição possui a expressão “atenção integral” no nome, o que não ocorre de fato. Os viventes também questionaram o fato de a recepção possuir um homem trabalhando, o que pode gerar um desconforto em mulheres que tenham alguma demanda específica e tem a necessidade de relatar isso para o recepcionista. Por fim, foi criticado o fato de uma instituição voltada para o público feminino não possuir papel higiênico e sabonete no banheiro. Em relação à UAI, também foi criticada a falta de papel higiênico nos banheiros. De modo geral, a visita a tal instituição foi bastante apreciada pelos viventes, que acreditam que ela serve de modelo para outras cidades em relação a promoção de saúde para os idosos. Após a reunião, tivemos um tempo para nos dedicarmos ao portfólio e tomarmos banho. Depois, terminamos o dia com uma confraternização com todos os viventes e facilitadores, na qual fizemos a revelação do amigo secreto organizado ainda no domingo. Tivemos momentos muito agradáveis, de risadas e já um pouco com o sentimento de saudade de tudo que vivemos nessa semana incrível.