Relatório de Vivências VER-SUS Oeste Catarinense Edição de Verão 2016 No dia 13 de fevereiro de 2016 deu-se início ao grupo Cruz Vermelha, o qual adotou esta nomenclatura devido ao tema recebido e o símbolo que identificou a formação do grupo. Ao receber a Rede de Urgência e Emergência todos os participantes ficaram muitos satisfeitos, pois já sabiam que esta é uma rede de enorme importância e com grande articulação aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao darmos inicio a apresentação, questionou-se aos componentes: qual relação da atenção básica de saúde com a Rede de Urgência e Emergência, e onde está a importância da primeiro dando seguimento à segunda? Tal questionamento esclareceu-se durante as vivência da semana que se seguiu. DIA 1 No primeiro dia de vivência no turno matutino o grupo visitou a Unidade Básica de Saúde (UBS) de bairro Bela Vista de Chapecó, a qual conta com duas equipes de Estratégias de Saúde da Família atendendo uma área com população de cerca de 8.400 habitantes. Os profissionais que compõe as estratégias são médicos, enfermeiras, técnicas de enfermagem, cirurgião dentista. Além disso há o apoio do Núcleo de Apoio da Saúde a Família (NASF), formado por nutricionista, farmacêutico, fisioterapeuta, assistente social e psicólogo. No que diz respeito ao direito constitucional de lazer, o grupo evidenciou a oferta de serviços como a Academia da Saúde, Ginásio Poliesportivo Municipal e uma praça de convivência. Estando a Unidade localizada em ponto estratégico, da forma que proporcione saúde e qualidade de vida a população que ali reside. Haja vista a temática abordada pelo grupo, realizou-se duas visitas domiciliares a pacientes com situação semicrítica. Os quais utilizaram a Rede de Urgência e Emergência (RUE) através de SAMU (Serviço de Atendimento Móvel e Urgência), UPA (Unidade de Pronto Atendimento), e HRO (Hospital Regional do Oeste). Os usuários ao receberam alta foram referenciados para a Unidade Básica de Saúde, a qual ficou responsável pela reabilitação e recuperação dos pacientes. Pela dificuldade de locomoção de ambos os pacientes, a UBS solicitou os serviços da equipe do Saúde em Casa que é responsável pelo acompanhamento de pacientes acamados em situação grave. Na reflexão feita pelos estudantes ressaltou-se a importância da continuidade do tratamento, que nos casos observados foi algo que aconteceu. Desde a necessidade de um atendimento de urgência até o acompanhamento final. Em ambas as situações a comunicação entre as rede foi importantíssima e observada na vivência, demonstrando ser efetiva e integral. Além disso, ao utilizar o transporte público os viventes tiveram a oportunidade de se colocarem no lugar dos usuários, percebendo as dificuldades que essas pessoas enfrentam ao utilizar o SUS. Sendo assim, a vivência proporcionou muito aprendizado e experiência aos futuros profissionais. No turno vespertino os viventes puderem participar da Reunião do Conselho Municipal de Saúde de Chapecó, o qual garante a participação popular nas decisões e fiscalização relacionadas à saúde pública. Esta reunião pode esclarecer a função desse conselho e a sua importância para o desenvolvimento de todos os serviços de saúde disponíveis a população. DIA 2 No segundo dia de vivência no período matutino o grupo visitou o Pronto Atendimento (PA) do Bairro Efapi, o qual faz uma cobertura de uma população de mais de 60.000 habitantes. Para os viventes os PA são um apoio com a finalidade de descongestionar os Pronto Socorros de Unidades Hospitalares, atendendo pacientes com necessidade de urgência. O PA sendo de média complexidade e em localização estratégica consegue abranger e atender de forma mais rápida e efetiva as necessidades do local, sendo este a fato observado pelos viventes. Entretanto, há algumas fragilidades que foram ressaltadas, como por exemplo a dificuldade de acesso para cadeirantes, o espaço físico reduzido, isso por que é uma unidade que não foi construída para essa finalidade. Além disso, há muitos usuários que confundem o atendimento da UBS e o PA, isso por que localizam-se um em frente ao outro, mostrando assim a falta de esclarecimento da população perante os serviços ofertados. No período vespertino a visita foi feita nos Bombeiros, visto que este serviço está intimamente relacionado a RUE, pois este dá suporte ao serviços móveis de urgência e vice-versa. Além de trabalharem na prevenção de grandes acidentes, como por exemplo, incêndios e na vistoria de projetos da construção civil. Os viventes tiveram a oportunidade de conhecer melhor o trabalho dos profissionais e até mesmo de se colocar no lugar deles, ao vestir a roupa de combate à incêndio e conhecer o caminhão utilizado nesse serviços (ABTR). Conheceram também a base administrativa, da regulação a estrutura física do 6º Batalhão. Além disso, Foi esclarecido aos viventes a função do bombeiro em relação a função do SAMU. Sendo que o primeiro não possui suporte clinico para atendimento da emergências, apenas o Atendimento Pré Hospitalar (APH) e possui maiores possibilidades de desencarceramentos. Dia 3 No período matutino foi realizada a visita no ambiente hospitalar (HRO), com o objetivo de visualizar e conhecer alguns serviços oferecidos para a população. Inicialmente foi apresentado aos viventes ali presentes, alguns setores que compõem como por exemplo, o serviço de resíduos de saúde, núcleo hospitalar de epidemiologia e vigilância, serviço de controle a infecção relacionado á assistência de saúde, oncologia, clínica ortopédica e o setor de clínica médica, sendo que os dois últimos foram visitados pelo grupo. O que podemos ressaltar é que são serviços que sempre estão sobrecarregados devido à grande demanda da população, isso porque o hospital regional do oeste é referência para a região de SC. Pode se pontuar o descarte incorreto de sobras de medicamentos na apresentação líquida. O hospital como inovação aderiu a utilização de recipientes plásticos para descarte correto de perfuro cortantes, aumentando assim a biossegurança dos funcionários do hospital e terceirizado. Em visita ao setor de assistência social a funcionária pontuou a dificuldade no atendimento a idosos e os imigrantes que frequentam a unidade, tanto no quesito de comunicação quanto relação familiar. Pode-se evidenciar a falta de profissionais na equipe, pois havia somente um psicólogo para todos os setores e pouquíssimas nutricionistas. Além da falta de profissionais foi nos repassado a dificuldade de diálogo/discussão entre os mesmos. Dia 4 No período matutino nos foi disponibilizado a oportunidade de conhecer o programa saúde em casa, a sua atuação e abrangência no município de Chapecó. Os viventes acompanharam a equipe nas visitas realizadas, as quais são programadas sejam elas, semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente. Para utilizar o programa é solicitado pela UBS, para pacientes que estão acamados ou apresentam dificuldade de mobilidade, é realizado uma avaliação pelos profissionais médico, enfermeiro e técnico, posteriormente discute-se os achados com toda a equipe, isto porque há apenas dois veículos que podem fazer apenas 50 atendimentos. Estes atendimentos são oferecidos para todo o município e comportam todo aporte de oxigênio terapia até material para realização de curativos entre outros durante toda a assistência prestada. Aos pacientes que não atendem os requisitos são contra referenciados a UBS ou demais serviços oferecidos, como por exemplo, a assistência social oferecida pelo CRAS. Para a alta é utilizado como critério a manutenção do quadro ou a evolução de tal forma que aquele paciente consiga voltar ao atendimento normal feito pela UBS. Ressalta-se a importância da família em todo esse processo de reabilitação do paciente, pois a mesma está presente de forma integral no cuidado e deve atuar em conjunto com a equipe. No período vespertino foi realizado visita no SAMU, foi possível conhecer toda a equipe, o sistema, as cidades que abrange, o sistema de regulação, sendo que são 8 no estado, uma delas fica em Chapecó atendendo uma parte da região Oeste, ele comporta uma USA (unidade de suporte avançado) duas USB (unidade de suporte básico) sendo isso uma das dificuldades enfrentadas pela equipe, pois há apenas uma UTI móvel para uma área muito grande de abrangência, a mesma é utilizada tanto para transferência como para as ocorrências. A central de regulação é responsável pelo atendimento das ocorrências pelo telefone, e pela classificação de risco, é composta por TARMIS, que tem finalidade de recolher informações e endereços das ocorrências, um médico regulador, este tendo como função repassar informações de manejo e realizar a classificação para enviar a ambulância necessária, conta ainda com um rádio operador que dispensa/libera/controla o deslocamento da ambulância. Na sede visita foi ressaltado e observado como fragilidade a estrutura física provisória, que não é adequada para o serviço e a dificuldade de comunicação entre as regulações.