PROJETO ALIMENTAÇÃO INTELIGENTE = DESPERDÍCIO ZERO Ms. Márcia Eliana Migotto Araujoi Ms. Andreia Maria Piovesan Rochaii Rosemar da Silva Wesziii RESUMO O presente artigo é o relato de uma experiência de um Projeto de Extensão com os alunos do Curso em Alimentos5iv e colaboradoresv do IFF_SVSvi na APAEvii da cidade de Jaguari, RS. A aproximação com a APAE viii proporcionou a releitura de alguns conceitos como: preconceito, cidadania, ética e valores. A alimentação está relacionada com a cultura, os valores, os hábitos. O Brasil produz uma variedade de frutas, vegetais, hortaliças e legumes, parte desses perde-se na colheita, no seu transporte e devido à falta de informação no preparo correto dos mesmos. Nossos objetivos foram proporcionar aos alunos da APAE atividades de integração, ensinar novos hábitos alimentares, desenvolver hábitos de higiene pessoal e higiene do ambiente, oportunizar aos alunos do Curso Técnico em Alimentos Turma 5 o contato com pessoas com Necessidades Educacionais Especiais entre outros. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa empírica. PALAVRAS-CHAVE: Alimentos, APAE, Aproveitamento. 1INTRODUÇÃO Este artigo apresenta o relato de experiência de um Projeto de Extensão desenvolvido pelos alunos do Curso Técnico em Alimentos Turma 5 , do Instituto Federal Farroupilha – Campus São Vicente do Sul, tendo seu inicio na disciplina de Ética e Relações Humanas, onde uma das propostas desta disciplina é desenvolver a sensibilidade para a percepção do outro (alteridade) em diferentes espaços de convivência. Neste contexto, a aproximação com a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) além de sensibilizar para uma realidade diferente, proporcionou a leitura de alguns conceitos como: preconceito, cidadania, ética, valores, fazendo com que o aluno que freqüenta a APAE perceba, participe e descubra por si só a importância incorporar esses conceitos na sua vida e no meio-ambiente. 2 APROVEITAMENTO DE ALIMENTOS O Projeto Alimentação Inteligente = Desperdício Zero desenvolveu atividades teóricas e práticas com o intuito de reconhecer os alimentos e suas funções no organismo, conhecer os grupos dos alimentos, assim como os cuidados no preparo e na manipulação dos mesmos, observando a higiene pessoal e higiene do ambiente. 3 OBJETIVOS O Projeto de Extensão com o título Alimentação Inteligente = Desperdício zero teve por objetivo geral Proporcionar aos alunos e participantes um conhecimento onde possam de alguma forma gerar mudanças em seus hábitos alimentares na manipulação e preparação correta dos alimentos para o aproveitamento pleno de suas vitaminas e para evitar desperdício. Nossos objetivos específicos foram proporcionar aos alunos da APAE atividades de integração, desenvolver noções de quantidade, incentivar a independência dos alunos da APAE ensinando-os a fazerem pequenos lanches na sua rotina familiar; criar hábitos alimentares com diversidade de sabores, odores, texturas e cores; estimular a utilização racional e total dos alimentos, estimular a necessidade virtual da preservação do meio ambiente, hábitos de higiene pessoal e higiene do ambiente, a higienização correta dos alimentos; além de proporcionar momentos de reflexão, lazer e também oportunizar aos alunos do Curso Técnico em Alimentos Turma 5 o contato com pessoas que apresentam Necessidades Educacionais Especiais e também a elaboração de um livro de receitasix, também disponibilizado em Braille. 4 METODOLOGIA Com o intuito de estimular a utilização correta e total dos alimentos os alunos do projeto juntamente com professores das duas instituições utilizaram pesquisas bibliográficas e posteriormente uma pesquisa empírica onde foram proporcionadas várias atividades: apresentação de teatrox, contos, construção de painéis com os alunos do Curso Técnico em Alimentos Turma 5 e da APAE. Foram realizadas diálogos para a conscientização sobre os resíduos que seriam descartados mostrando-lhes que poderiam ser aproveitados para seu próprio consumo. Também foi proposto junto aos alunos técnicas de higienização pessoal: uso de vestimentas adequadas bem como jaleco, touca e luva, unhas aparadas etc. Foram apresentadas técnicas de higienização dos utensílios utilizados no preparo dos alimentos, do local onde é feita a manipulação dos mesmos e higiene correta dos alimentos antes de serem preparados, utilizando-se de uma pré-lavagem, uma sanitização, seguida de enxágüe em água corrente de boa procedência tendo em vista obter um alimento livre de contaminações microbianas. Foram propostos momentos de reflexão onde os alunos expõem suas idéias interagindo com as atividades teóricas e práticas dentro das atividades desenvolvidas aulas práticas com os alunos da APAE que ajudavam na manipulação e na elaboração do seu próprio alimento utilizando o que seria descartado. Importante ressaltar que na finalização do Projeto de Extensão também tivemos a participação de um aluno com Deficiência Visual que elaborou uma cópia do livro de receitas em braile. 5 DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento do projeto Alimentação Inteligente = Desperdício Zero visando a colaboração, socialização e convivência entre alunos e professores junto à comunidade dando sua contribuição para minimizar o desperdício cumprindo o dever como aluno. A aquisição do conhecimento adquirido através das disciplinas proporcionou-nos novas alternativas para a utilização saudável dos alimentos, além de trabalharmos com conceitos como: reciclar, reaproveitar, consumir. A conscientização e conhecimento são fundamentais para evitar o desperdício de alimentos gerando assim mais economia e alcançando uma alimentação de qualidade para o individuo. Convém salientar que a educação especial é voltada às pessoas com deficiências, que são aquelas que possuem restrições física, mental ou sensorial de natureza permanente ou transitória, que limita o desempenho de uma ou mais atividades da vida diária. (CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, 2006). A deficiência mental é um comprometimento cognitivo relacionado à capacidade para usar as formas lógicas do pensamento conceitual, também podendo se manifestar na capacidade de resolver os problemas prática de modo racional, estas características podem ocorrer no período de desenvolvimento até os dezoito anos de idade. (DENTZ, 2008) Acreditamos em uma educação que se preocupe com a formação integral do sujeito, incluindo aspectos teóricos e práticos, pensando nas potencialidades dos mesmos considera-se importante que estes adquiram conhecimentos teóricos e empíricos, além de conhecerem sobre os problemas ambientais existentes no Brasil, no sentido de minimizá-los. Atualmente temos uma produção excessiva de lixo, causando problemas e consequentemente prejudicando o meio-ambiente. Além dessa questão tem-se outra, o desperdício de alimentos, pois em geral desconhece-se o valor nutritivo, assim como o seu não aproveitamento total. O Brasil produz uma variedade de frutas, hortaliças, vegetais e legumes, mas uma boa parte do que se produz perde-se desde a colheita até o consumo, além dessas perdas temos outra que ocorre devido á falta de informação no preparo correto dos alimentos. Utilizar os alimentos em sua totalidade significa mais do que economia. Significa usar os recursos disponíveis sem desperdício reciclar, respeitar a natureza e alimentar-se bem cm prazer e dignidade. Desse modo torna-se fundamental a realização de projetos de educação nutricional, que visem esclarecer a população sobre a importância do aproveitamento integral dos alimentos para melhoria do estado nutricional, bem como apresentar alternativas de utilização desses alimentos. (BRASIL, 2004, p.8) De um modo geral os alimentos são perecíveis e deterioram com facilidade independente de ter origem animal ou vegetal. As frutas e vegetais por possuírem grande quantidade de água livre ao serem mal transportadas, muitas vezes, estragarão e serão jogadas no lixo. Prejuízo para o produtor, vendedor e consumidor, que pagará mais caro pelas frutas ou ficará sem elas. Alguns dados afirmam que o desperdício de alimentos no Brasil daria para alimentar 53 milhões de pessoas. (VENTURINE FILHO, 2005) É sabido que todo o processamento de alimentos envolve vários procedimentos, com efeitos específicos, que vão desde o cuidado na colheita, a higienização pré-processamento assim como os cuidados com a armazenagem, tendo em vista alcançar um alimento próprio para o consumo, livre de microorganismos patogênicos causadores de doença e com uma ampla vida de prateleira. Fellows, P.J argumentou: Para aumentar o período durante o qual o alimento permanece adequado para o consumo (vida de prateleira) alcançamos bons resultados por meio de técnicas de preservação que inibam mudanças microbiológicas e bioquímicas, permitindo o tempo necessário par distribuição venda e armazenagem caseira. (FELLOWS, 2006, p. 19) Nossa terra é rica em variedades de frutas, hortaliças, grãos, verduras, tubérculos etc. Porém pesquisas demonstram que o desperdício começa na lavoura, depois no transporte, na conservação e na comercialização desses alimentos, provocados também, muitas vezes pela falta de conhecimento de como aproveitar esses alimentos que são descartados na natureza. Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Agroindústria de Alimentos mostra que o brasileiro joga fora mais do que aquilo que come. Em hortaliças, por exemplo, o total anual de desperdício é de 37 quilos por habitante. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, nas dez maiores capitais do Brasil, o cidadão consome 35 quilos de alimentos ao ano — dois a menos do que o total que joga no lixo. ‘‘Num país com tantos famintos como é o Brasil, esse desperdício é inadmissível’’, avalia o químico industrial e responsável pela pesquisa, Antônio Gomes. Do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos 10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores. O que se desperdiça Frutas e Frutos Banana 40% Morango 40% Melancia 30% Abacate 26% Manga 25% Laranja 22% Mamão 21% Abacaxi 20% Hortaliças Couve-flor 50% Alface 45% Repolho 35% Fonte: Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa É fato que enquanto houver o desconhecimento da população em relação ao aproveitamento de alimentos haverá indivíduos desperdiçando alimentos, e em algumas regiões mais pobres do Brasil as pessoas passando fome pela falta de informação. A fome é um problema mundial só com ações sociais, projetos que visem o objetivo da sustentabilidade e a união de entidades participativas farão a diferença. De acordo com o Instituto Brasileiro Geografia e Estatística de (IBGE), entre 30% e 40% dos alimentos comprados pelas famílias brasileiras vão parar no lixo. Destaca ainda que o lixo domiciliar é composto por comida (cascas, folhas, talos, sementes, bagaços...) sendo que a cada ano 26,3 milhões de toneladas de restos de alimento são desperdiçados. (MESA BRASIL SESC 2008) Sem dúvida devemos pensar a questão da saúde e nutrição que deve ser associada a outras iniciativas na solução do problema da desnutrição e da má alimentação. A forma mais comum do desperdício caseiro é falta do conhecimento em reaproveitar e utilizar todo o alimento confeccionando pratos atrativo visualmente, nutritivos e muito saborosos com o que seria jogado no lixo. No decorrer do projeto, professores e os alunos do Curso Técnico em Alimentos oportunizaram aos alunos da APAE de Jaguari aulas práticas utilizando as cascas, talos, sementes, bagaços e folhas, na preparação de alimentos nutritivos ricos em vitaminas. Além do valor nutritivo desse alimento, o seu baixo custo, pois foi feito com o que seria descartado no lixo. Os resultados das receitas preparadas pelos alunos foram de ótima aceitação. Pensamos neste momento ser importante apresentar duas tabelas construídas pelos alunos para ressaltar os conhecimentos básicos e necessários para desenvolvidos no projeto. A primeira destacando o valor nutritivo das cascas, talos e folhas, e a segunda sobre dicas de manutenção e conservação dos alimentos. Valor Nutritivo das Cascas, Talos e Folhas Talos de salsinha aproveitados como temperos, contem vitamina C, que auxilia na absorção de ferro e auxilia na imunidade, elevando a resistência a doenças. Folhas e talos de couve flor Sua folha possui vitamina C. Utilizada em recheios de tortas, esfihas, panquecas, sopas e bolinhos. Casca de maracujá A casca é rica em fibras que auxiliam no controle do colesterol elevado. Casca de Batata Pode-se utilizá-la cozida ou ate frita como aperitivo. Rica em minerais e fibras, a casca serve para fazer receitas de bolinhos. Tabela: dicas para manutenção e conservação Para preparar suco o primeiro deve-se Frutas limpas e sem agrotóxicos lavar em água corrente a fruta. Tendo dúvidas com relação aos aditivos químicos, lave as frutas ainda com um pano de prato limpo. Os legumes usados em sopas, purês, e Cozinhe os legumes com as casca outras receitas devem ser lavados em água corrente. Ainda pode-se cozinhá-los com casca, com exceção para os que têm a casca muito grossa como mandioca. A água das vitaminas e proteínas dos Reaproveitando a água do cozimento vegetais recém-cozidos pode ser usada para preparar arroz, lentilha, feijão e macarrão. As verduras devem se possível ser cozidas no vapor ou cozinhe em pouca Panelas especiais para verduras água e panela sempre fechada.Para manter a cor adicione uma colher de chá de suco de limão ou vinagre. Para a carne ter um sabor especial, revista a panela com pedaços de cenoura, Mais sabor para os alimentos salsinha e cebola. Porém estes ingredientes só servem para dar um toque diferente no prato e na devem ser consumidos. Os segredos do peixe ensopado Deve-se preparar uma porção de molho com legumes e um pouco de suco de limão. Depois cubra o peixe com esse molho e cozinhe por um minuto. Atualmente os meios de comunicação de massa também estão sendo utilizados, em alguns momentos, para auxiliar os indivíduos a conhecerem mais sobre uma alimentação saudável e arte ecologicamente correta. A melhoria do acesso as informações nutricionais e como a alimentação correta pode fazer bem à saúde, de um modo geral, têm elevado a demanda de produtos que apresentam diferenciação de características nutricionais importantes para prevenção e controle de doenças, gerando incremento da demanda por produtos orgânicos. Os alimentos, quando injuriados, ou seja, machucados ou batidos durante o transporte passam por diversas modificações, essas muitas vezes destroem parcial ou totalmente suas características essenciais podendo até destruir parte de seus nutrientes, comprometendo suas qualidades físicas e químicas além capacidade nutritiva. De um modo geral, podemos aceitar as alterações nos alimentos, qualquer que seja sua origem e estado (inerte, como matéria- prima em forma de preparação ou de produto alimentício) estão sujeitos a processos de alterações. Os alimentos constituem matéria prima sem vida, sem capacidade de reação própria e essa condição, logicamente, o torna vulnerável as alterações. Dentre os principais alimentos que sofrem alterações são; leite, carne bovina, peixe, frutos do mar, milho verde, aspargo fresco, tomate, pêssego etc. Como vimos neste grupo estão os alimentos de maior consumo diário, seu desperdício causa preocupações, principalmente com a saúde do consumidor que deixa de aproveitar, ou não aproveita totalmente o que é oferecido pela natureza. 6 CONCLUSÃO Concluímos que o desperdício dos alimentos pode ser prevenido através da educação, pelo esclarecimento dos alunos e da comunidade sobre a utilização dos alimentos, além de que uma alimentação alternativa pode servir de auxílio para a economia dos individuos, e também auxiliar na diminuição do lixo que é produzido. Atualmente o mercado de alimentos ainda não conta com uma divulgação eficiente de como utilizar de modo geral os vegetais, legumes e hortaliças. Sabemos, por exemplo, que da abóbora normalmente é utilizada apenas a polpa, sendo que a casca, e as sementes geralmente são desprezadas indo para o lixo, quando poderiam ser utilizados em diversas receitas, devido ao seu valor. O conhecimento da maneira correta do aproveitamento dos alimentos deve ser incorporada aos hábitos alimentares da comunidade em geral. Também foi muito importante e produtiva a interação Instituição de Ensino/Comunidade onde foi possível a concretização de alguns saberes na prática, incluímos aqui a melhoria dos hábitos alimentares tanto por parte dos alunos, quanto professores e funcionários das Instituições envolvidas no Projeto, proporcionando uma melhor utilização dos alimentos e consequentemente um acréscimo na qualidade de vida e também respeito ao meio ambiente. REFERÊNCIAS BRASIL. Cozinha Brasil Serviço da Indústria Conselho Nacional – São Paulo- Edição- Os direitos dessa edição estão reservados ao Serviço Social da Indústria Departamento Regional de São Paulo – Julho 2004. DENTZ, et all. Panificação como alternativa de inclusão para portadores de necessidades especiais. Revista Cadernos Temáticos. Nº 20, março de 2006. EMBRAPA. http://www.consciencia.net/2003/09/06/comida.html acesso em 13 de maio de 2010 FELLOWS, P. F. Tecnologia do Processamento de Alimentos: Princípios e Praticas Porto Alegre: Artmed, 2006. VENTURINI. Tecnologia de Bebidas: Matéria Prima Processamento BPF, PPCC, Legislação e Mercado. São Paulo Edgard Blusher 2005. i Ms. em Educação, Docente pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFET), Campus São Vicente do Sul/RS, Grupo de Trabalho 06- Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente. ii Ms. Docente pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFET), Campus São Vicente do Sul/RS, Grupo de Trabalho 06- Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente. iii Rose, Aluna do Curso de Técnico em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFET), Campus São Vicente do Sul/RS, Grupo de Trabalho 06- Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente. iv Alunos IFF-SVS do Curso Técnico em Alimentos: Rosemar Wesz-; Bruna Manganéli, Bruna Marques, Carmem Lamana, Gustavo de La Pace da Silveira, Jaíne Salbego Marquez, Lívia Cogo Maia, Marcio Fernandes Cortes, Marizane Lied Simon, Paulo Ricardo, Priscila da Conceição, Rosana Martins, Vera Lucia Fernandes. v Colaboradores: Professores: Marcia Eliana Migotto Araujo- Filosofia, Neiva Maria Frizon Auler- Biologia, Franciane Vieira Muller – Higiene, Marcelo Marcos Muller- Coordenador do Curso de Alimentos, Leandro Wesz Parise – Letras e Marcio ( Deficiente Visual)-aluno do Curso de Informática. vi Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha - Campus São Vicente do Sul. APAE: Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais. viii Foto na APAE com alunos, professores e funcionários que participaram do projeto. vii ix Capa do Livro de receitas x Foto da apresentação do teatro na APAE