CÂMARA DOS DEPUTADOS Senhor Presidente! Senhoras e

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CÂMARA DOS DEPUTADOS
Senhor Presidente!
Senhoras e Senhores Deputados!
Prezados Senhoras e Senhores:
Venho a esta tribuna para falar sobre um tema de grande relevância,
não só para o Brasil, mas também para a população mundial. Refiro-me ao
desperdício de alimentos e a insegurança alimentar do planeta, que está
entre as grandes distorções do ser humano moderno.
Como todos sabemos, para atender a demanda e serem
disponibilizados nos supermercados, os grãos, frutas, hortaliças e cereais,
precisam ser cultivados em extensas áreas de terra, ocupando solo fértil e
consumindo nutrientes e defensivos, além do esforço humano e de
combustíveis, tanto na produção como no transporte.
Depois de todo este árduo processo para que finalmente os alimentos
possam chegar à dispensa das famílias, os alimentos também precisam ser
selecionados, embalados, adquiridos e armazenados com cuidados
especiais, para que não se deteriorem rapidamente.
Dessa forma Sr. Presidente, como nem todos os cidadãos têm renda
ou salário para arcar com todos esses custos agregados aos preços finais
dos alimentos, muitas pessoas passam fome e dependem da solidariedade
dos semelhantes, da assistência de entidades beneficentes e do auxílio de
programas sociais do governo.
Considerando a necessidade de superação dessas etapas e a
realização de elevados investimentos para sua produção, o desperdício de
alimentos prontos para consumo representa um verdadeiro atentado aos
interesses da humanidade e aos recursos naturais.
Colegas Parlamentares atentam-se à essa informação: segundo a
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO),
as perdas de alimentos somam 1,7 bilhão de toneladas anuais, o equivalente
a 30% da produção agropecuária e agroindustrial do planeta.
Ora, esse volume, conforme a Organização das Nações Unidas
(ONU), seria suficiente para alimentar, pasmem, 800 milhões de pessoas
famintas, a cada ano.
Para aumentar ainda mais a nossa preocupação, de acordo com a
FAO, o Brasil está entre os 10 países que mais desperdiçam alimentos em
todo o mundo, com cerca de 30% dos frutos e 35% das hortaliças, jogados
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fora após a colheita, estoque ou preparo em restaurantes ou residências dos
consumidores.
Nos países em desenvolvimento, os alimentos são perdidos por
deficiências na colheita, armazenamento e/ou transporte, enquanto nas
nações desenvolvidas o desperdício muitas vezes é creditado á abundância
dos produtos.
Como o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de
alimentos do planeta, a FAO sugere até a criação de rede em torno da
cadeia produtiva de alimentos, como alternativa para conter o atual
desperdício.
Conforme especialistas, no País o problema está em toda a cadeia
produtiva, com deficiências de infraestrutura e manuseio, plantio incorreto,
doenças e problemas de embalagem, transporte e armazenamento.
Assim, muitos produtos são desperdiçados por estarem fora do prazo
de validade ou por serem identificados como malformados ou fora do
padrão estabelecido pela legislação.
O desperdício ocorre quando o alimento é jogado fora antes de
chegar ao consumidor que dele necessita, como ocorrer com frutos feios,
sem padrão de qualidade e sem apelo comercial, mesmo contendo
proteínas, vitaminas e sais minerais de um produto normal.
Para isso, nobres colegas, colabora a legislação que penaliza o
industrial, produtor ou mesmo restaurante que doar alimentos e alguém
passar mal, pois é responsabilizado pelo problema, o que não acontece em
outros países.
Nos países desenvolvidos as maiores perdas ocorrem após a
comercialização e preparo dos alimentos e as conseqüências dessa
realidade estão na elevação do nível de insegurança alimentar mundial,
devido à perda de um terço dos alimentos produzidos e comercializados.
Assim, senhoras e senhores, devemos mudar a forma de pensar e agir
para evitar a inutilização dos alimentos e consequentemente um colapso
alimentar em um futuro breve.
Muito obrigado.
Brasília-DF, 11 de junho de 2015.
Deputado Federal Dilceu Sperafico PP/PR
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