Sérgio Lopez Bento 15/03/2017

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PORQUE É TÃO DIFÍCIL AVANÇARMOS EM NOVOS MODELOS DE
REMUNERAÇÃO PARA OS HOSPITAIS BRASILEIROS?
DIFICULDADE TÉCNICA, INÉRCIA OU FALTA DE CONFIANÇA?
Sérgio Lopez Bento
15/03/2017
1. A DIFICULDADE DA TRAVESSIA
A Dificuldade da Travessia
o A realidade
O setor possui uma lógica de remuneração que privilegia uma relação
de custo/beneficio perversa, com custos administrativos elevados e
que não geram valor agregado na produção dos melhores resultados
de saúde para os beneficiários”.
Fonte: Documento do Grupo Técnico da Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
‘Sistemáticas de Remuneração dos Hospitais que Atuam na Saúde Suplementar:
Diretrizes e Rumos’ (rodada do Rio de Janeiro – Junho/2011).
o O Fee For Service (FFS)
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Quanto mais usa, mais fatura
Eficiência no tratamento (menor TMP), reduz o valor da sua receita
Incentivo ao uso de recursos, e um desincentivo à eficiência, à eficácia no tratamento dos pacientes
Distorção entre os preços cobrados e seus custos
Distorção total na formação de resultado dos hospitais
Hospitais estão desativando maternidade, pediatria, e correndo em busca de alta complexidade
Custo elevado de transação  Custo da Desconfiança
A Dificuldade da Travessia
o Valor
Valor = Qualidade (1)
Pagamento (2)
(1) Qualidade: composição de resultados dos pacientes, segurança e experiências.
(2) Pagamento: o custo para todos os compradores de serviços de saúde
Fonte: Value in Healthcare. Current State and Future Directions. HFMA June 2011
Observatório ANAHP 2012
Pagamento baseada em valor é definido como a relação
entre a qualidade do cuidado e o preço pago por ele.
o Premissas para a mudança
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Tangibilização dos serviços (poder de escolha do beneficiário via comparação de custo x qualidade x resultado)
Sustentabilidade do segmento (financiadores e prestadores)
Multiplicidade das formas de remuneração
Engajamento dos médicos
Fonte: Documento do Grupo Técnico da Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
Ajuste de risco
‘Sistemáticas de Remuneração dos Hospitais que Atuam na Saúde Suplementar:
Livre concorrência
Diretrizes e Rumos’ (rodada do Rio de Janeiro – Junho/2011).
Remuneração por desempenho
Contratualização
Padronização
A Dificuldade da Travessia
o Como?
Segundo César Abicalaffe, especialista em
Pagamento por Performance, três passos
são fundamentais para reformar o modelo
de remuneração:
Fee for Service
Fee for Value
o ter consciência de que o paradigma atual
precisa ser mudado e em que.
o identificar métricas que mostrem isto e
começar a medir (desempenho, qualidade,
custos).
o utilizar incentivos para recompensar os
profissionais pelo seu desempenho,
utilizando as métricas definidas.
2. O GRUPO DE TRABALHO DA ANS: PRINCIPAIS
ASPECTOS TÉCNICOS DOS CONSENSOS OBTIDOS
O Grupo de Trabalho da ANS
o O consenso obtido
Cobrança
por Preço
Fixo
O Grupo de Trabalho da ANS
o O avanço Frustrado
3. FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO:
ENVOLVIMENTO DO CORPO CLÍNICO E
INFORMAÇÃO
Fatores Críticos de Sucesso
o O Envolvimento do Corpo Clinico
REMUNERAÇÃO
CUSTOS
GESTÃO MÉDICA
o O envolvimento do corpo clínico é o principal
desafio a ser enfrentado pelos gestores
hospitalares, em processos de avanços em
novos modelos de remuneração, pois implica
em buscar a padronização, a partir das
melhores práticas, dos processos assistenciais.
o Como passar a receber um valor fixo pelo
procedimento cirúrgico, se não há domínio
sobre os fatores (recursos assistenciais) que
determinarão seu custo?
GESTÃO MÉDICA
CUSTOS
REMUNERAÇÃO
o Somos favoráveis à adoção de incentivos,
inclusive pecuniários, às equipes aderentes ao
esforço pela padronização e que apresentem
resultados qualitativos a partir de padrões
previamente definidos:
 P4P
Fatores Críticos de Sucesso
o Informação
Diagrama do Custeio por Absorção – Duas Camadas
CUSTOS DI RETOS
Pessoal
Consumo de Materiais
Custos e Despesas Gerais
CUSTOS
I NDI RETOS
RATEI O
Água
Energia Elétrica
Telefone
Depreciação
% Consumo
% Consumo
Nº Ramais
Área ( m 2 )
CUSTO DOS SERVI ÇOS
Unidade de I nternação
UTI
Centro Cirúrgico
Ambulatório
Radiologia
Fisioterapia
Diária
Diária
Cirurgia
Consulta
Exame
Sessão
I NFORMAÇÕES GERENCI AI S
CENTRO DE CUSTO
Unidade de I nternação
Centro Cirúrgico
Laboratório
ESTATÍ STI CA DE UTI LI ZAÇÃO
Paciente dia
Cirurgia
Exame
CENTROS PRODUTI VOS
Unidade de I nternação
Radiologia
Centro Cirúrgico
CENTROS AUXI LI ARES E
ADMI NI STRATI VOS
Lavanderia
Nutrição
Manutenção
RATEI O
Kg. de Roupas
Nº de Refeições
Horas Trabalhadas
Nº de Funcionários
Área ( m 2 )
PROCEDI MENTOS
HOSPI TALARES
Parto Normal
Herniorrafia I nguinal
Cirurgia de Varizes
Fatores Críticos de Sucesso
o Informação – cont.
Além da informação econômico-financeira (receitas, custos, resultados) é fundamental a informação
assistencial sobre os procedimentos realizados, envolvendo:
▪ perfil dos pacientes submetidos aos procedimentos: perfil demográfico e clínico (estado clínico, comorbidades)
▪ diagnósticos (principal e secundários)
▪ eventos ocorridos durante a internação: procedimentos realizados, intervenções, intercorrências
▪ resumo de alta
3. DRG SERÁ A SOLUÇÃO? E ATÉ LÁ?
DRG
o DRG
Diagnosis-related group (DRG) is a system to classify hospital cases into one of originally 467
groups, with the last group (coded as 470 through v24, 999 thereafter) being "Ungroupable".
This system of classification was developed as a collaborative project by Robert B Fetter, PhD,
of the Yale School of Management, and John D. Thompson, MPH, of the Yale School of Public
Health. The system is also referred to as "the DRGs", and its intent was to identify the
"products" that a hospital provides. One example of a "product" is an appendectomy. The
system was developed in anticipation of convincing Congress to use it for reimbursement, to
replace "cost based" reimbursement that had been used up to that point. DRGs are assigned by
a "grouper" program based on ICD (International Classification of Diseases) diagnoses,
procedures, age, sex, discharge status, and the presence of complications or comorbidities.
DRGs have been used in the US since 1982 to determine how much Medicare pays the hospital
for each "product", since patients within each category are clinically similar and are expected
to use the same level of hospital resources. DRGs may be further grouped into Major
Diagnostic Categories (MDCs). DRGs are also standard practice for establishing
reimbursements for other Medicare related reimbursements such as to home healthcare
providers
Fonte: Wikipedia
DRG
o DRG – cont.
É utilizado nos Estados Unidos, vários países da Europa Ocidental, Austrália, África do Sul.
Principais desafios para sua adoção:
▪ Diferenças do sistema de codificação EUA x Brasil: enquanto lá existem 72.000 códigos cirúrgicos, no
Brasil são 5.100 na TUSS. Há a necessidade de se construir uma equivalência de códigos.
▪ Qualidade dos registros assistenciais: O DRG baseia-se nos diagnósticos principal e secundários (quanto
maior a quantidade de diagnósticos secundários, mais preciso é a identificação do produto do DRG), comorbidades e procedimentos realizados durante a internação hospitalar.
▪ Aplica-se, apenas, às internações hospitalares.
▪ Demanda tempo de implantação: construção da equivalência de códigos, preparação dos hospitais para
o fornecimento adequado dos dados assistenciais, construção de uma base de dados (pelo menos
200.000 saídas hospitalares) para ser usada como referência.
▪ Do lado dos hospitais, para que o DRG possa ser utilizado como base de um sistema de remuneração, é
fundamental a apuração, de forma sistemática, do custo por paciente/procedimento.
DRG
o DRG – cont.
o E até lá?
Planisa Planejamento e Organização de Instituições de Saúde
55 11 3171.2180
www.planisa.com.br
[email protected]
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