GESTÃO DE PROJETOS Prof. Me Francisco César Vendrame "Quando o mar está calmo, qualquer barco navega bem." W. Shakespeare O que é um projeto? Projeto é um empreendimento não repetitivo (único), caracterizado por uma seqüência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo,recursos envolvidos e qualidade. (VARGAS,2003, p.5) 1 O que é um projeto? Um empreendimento único e não-repetitivo, de duração determinada, formalmente organizado e que congrega e aplica recursos visando o cumprimento de objetivos preestabelecidos. (DARCI PRAD0) É o processo de reunir e liderar uma equipe de pessoas e outros recursos, para estimar, planejar, acompanhar e controlar um número de tarefas relacionadas entre si, que resulta num produto final específico, que deve ser criado num prazo, dentro de um orçamento e de acordo com as especificações.(AMERICAN MANAGEMENT ASSOCIATION) Exemplos de Projetos: • Instalação de uma nova planta industrial; • Redação de um livro; • Reestruturação de um determinado setor ou departamento da empresa; • Elaboração de um plano de marketing e publicidade; • Lançamento de um novo produto ou serviço; Exemplos de Projetos: • Informatização de um determinado setor da empresa; • Construção de uma casa; • Realização de uma viagem; • Execução de campanha política; • etc... 2 E Sub Projetos? • Subdivisão de um projeto em ‘projetos’ menores afim de facilitar sua gestão. Diferença entre Projeto e Operação Projetos • • • • • • É um esforço temporário e único. A equipe planeja e executa o projeto Enfrenta escopos que podem ser desconhecidos Utiliza equipe multidisciplinar Termina com um resultado único e específico Exemplo: A minha mudança de residência Operações • • • • • É um esforço contínuo , estável, repetitivo e consistente. As pessoas desempenham as mesmas tarefas a cada ciclo do processo Não exige uma equipe multidisciplinar O controle de produtividade é estabelecido em torno de metas de produção Exemplo: O trabalho da empresa de mudanças Gestão de Projetos • Termo amplo e abrangente; • Sinônimos: – – – – Gerência de Programas; Gerência de Construção; Gerência de Produtos; Gestão de Empreendimentos 3 Mas o que é Gestão de Projetos ou Gerência de Projetos? • Gerência de projetos ou gestão de projetos é o planejamento, a programação e o controle das atividades para atingir os objetivos do projeto. • Os principais objetivos a serem alcançados incluem metas de desempenho, custo e tempo, mantendo o escopo do projeto no nível correto. O escopo é a magnitude do trabalho a ser desenvolvido. Mas o que é Gestão de Projetos ou Gerência de Projetos? • Aplicação de habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto com objetivo de atingir os seus requisitos. (PMBOK Guide 2000). 4 Escopo do Projeto: • O Escopo é a maneira como nós descrevemos os limites do projeto. Ele define aquilo que o projeto irá entregar e o que não irá entregar. Em projetos grandes, poderão ser incluídas as organizações, as transações afetadas, os tipos de dados, etc.) Características: o Envolve os processos necessários a garantir que o projeto inclui todo e apenas o trabalho requerido para se alcançar os objetivos; o Busca também definir e controlar o que está e o que não está incluído no projeto; o Escopo é o conjunto dos trabalhos e atividades que devem ser realizadas para se atingir o resultado final do projeto, define também os limites de atuação; o A definição do escopo confirma o entendimento comum do projeto entre os envolvidos. Principais Processos: • Inicialização: Reconhecer formalmente que um novo projeto existe; o Planejamento de Escopo: Descrição formal de todos os trabalhos que deverão ser realizados para que se obtenha o produto do projeto; o Decomposição do Escopo: o Subdividir o trabalho a ser realizado no projeto em componentes menores, mais facilmente gerenciáveis; • Verificação do Escopo: • Formalizar a aceitação do escopo do projeto pelos principais envolvidos no projeto, tais como patrocinador e o cliente; o Controle de Modificação do Escopo: Já que as mudanças são inevitáveis, devemos controlar o processo de mudanças. 5 Gestão de Prazo: Definições das Atividades: • Identificar e documentar as atividades que deverão ser executadas para produzir os produtos intermediários do projeto; Sequenciamento das Atividades: • Identificar as interdependências necessárias e desejáveis na execução das atividades do projeto (Rede de Precedências); Estimativa de Recurso e Duração das Atividades: • Avaliar o número de períodos de trabalho provavelmente necessários para completar cada uma das atividades identificadas, normalmente é realizada pelos indivíduos ou grupos, que tenham familiaridade com as atividades específicas; Desenvolvimento do Cronograma: • Determinar as datas de início e de término de cada uma das atividades do projeto; Controle de Programação: • Monitorar o progresso das atividades, identificar desvios entre real X planejado. 6 Porque os Projetos Atrasam: • • • • • • • • • • • • • 1. Planejamento Insuficiente; 2. Plano não realista; 3. Escopo do projeto subestimado; 4. Alterações dos requisitos pelos clientes; 5. Incapacidade de controlar o progresso; 6. Incapacidade de detectar problemas com antecedência; 7. Número insuficiente de verificações; 8. Complexidade técnica; 9. Mudanças de prioridades; 10.Falta de Comprometimento da Equipe; 11.Grupos de Suporte não Cooperativos; 12.Espírito de Equipe em baixa; 13.Pessoal não Qualificado. Gestão de Custo: Gerenciar bem os custos reflete em todo o projeto! Características: o Envolve os processos necessários a garantir que o projeto seja concluído dentro do seu orçamento aprovado; o Focaliza os custos dos recursos necessários para desenvolver as atividades do escopo do projeto; o Considera também o efeito das decisões tomadas ao longo do projeto, no custo do ciclo de vida do produto do projeto. 7 Características: o Envolve os processos necessários a garantir que o projeto seja concluído dentro do seu orçamento aprovado; o Focaliza os custos dos recursos necessários para desenvolver as atividades do escopo do projeto; o Considera também o efeito das decisões tomadas ao longo do projeto, no custo do ciclo de vida do produto do projeto. Principais Processos: 1. Estimativas de Custos: o Previsão de Custos é uma previsão dos custos mais prováveis a serem incorridos na implantação de um projeto; 2 Orçamentação: o Associa valores aos diversos elementos do projeto, em seus respectivos prazos de realização; estabelece a referência de valores no tempo usualmente representada através de uma curva S ($ x t), que é utilizada para monitorar e aferir o desempenho de custo; 3. Controle de Custos: o Influenciar os fatores que provocam modificações na base de custo do projeto, para garantir que as modificações sejam benéficas ao projeto e gerenciar modificações quando elas ocorrerem; o Monitorar o desempenho de custo para detectar variâncias e garantir que todas as modificações necessárias sejam registradas na base de custo do projeto; o Prevenir que modificações desnecessárias, incorretas e não autorizadas sejam incluídas na base de custo do projeto e informar adequadamente os envolvidos das modificações autorizadas. 8 Gestão de Pessoas: As pessoas são o cerne de todo o movimento que as permitirá permanecer verdadeiramente competitivas. Principais Processos: 1. Planejamento Organizacional: o Identificar, documentar e atribuir papéis e responsabilidades aos indivíduos ou grupos de indivíduos envolvidos com o projeto; o Normalmente feito nas fases iniciais do projeto e pode oferecer alta ou nenhuma autoridade ao Gerente de Projetos, dependendo da matriz utilizada. o 2. Montagem da Equipe: o Obter os recursos humanos (indivíduos ou grupos) necessários à realização do projeto. o Pode ocorrer que nem todos os indivíduos necessários estão disponíveis, naquele momento na organização. 9 3. Desenvolvimento da Equipe: o Aprimorar as habilidades dos componentes da equipe de gestão, bem como aumentar a capacidade da equipe como ’time’, evitando conflitos. o O desenvolvimento é a base para a equipe, que por sua vez é fator crítico para o sucesso do projeto. Gestão da Comunicação: Características: • Garantir que as informações do projeto, serão geradas, coletadas, distribuídas e armazenadas de maneira apropriada e no tempo correto; • Todos os envolvidos no projeto devem estar preparados para receber e transmitir informações na ‘linguagem’ do projeto e devem entender como as comunicações em que estão individualmente envolvidos, afetam o projeto como um todo. 10 Principais Processos: 1. Planejamento da Comunicação: • Determinar as diferentes necessidades de informação dos diversos envolvidos no projeto: •Quem necessita da informação; •O que necessita saber; •Quando necessita da informação; •Como necessita da informação. 2. Distribuição de Informações: • Disponibilizar as informações necessárias aos diversos envolvidos no projeto, de forma conveniente, no devido prazo, e caso necessário responder às eventuais novas necessidades de informação. 3. Análise de Desempenho: • Coletar, organizar e comparar as informações obtidas e apresentar os resultados das análises realizadas. • Neste processo deverá conter informações de: • •Escopo; •Prazo; •Custos; • •Qualidade; •Contratações; •Riscos. 4. Encerramento Administrativo: • Verificar e documentar os resultados do projeto, para formalizar a aceitação do produto do projeto pelos patrocinadores, clientes, etc... • • E também deve garantir os registros das posições finais do projeto para a análise do sucesso e da efetividade do projeto e o arquivamento dessas informações para uso futuro. Gestão de Riscos: 11 Características: Identificar, analisar e responder aos riscos do projeto; Busca minimizar as consequências de eventos negativos, como também de maximizar os resultados de eventos positivos; Risco e incerteza caracterizam situações onde há chance de ocorrer desvios do resultado esperado ou planejado; Riscos são situações de desvio planejado, em que se consegue prever o resultado e associar a ele uma probabilidade de ocorrência estimada; Incertezas são situações prováveis de desvio do planejado, em que não se consegue prever o resultado e nem estimar sua probabilidade de ocorrência. Risco, Ameaça, Oportunidade e Incerteza: • Risco > Envolve resultados quantificáveis, que podem ser associados à probabilidade de ocorrência; • Ameaça > representa a possibilidade de perdas, danos ou resultados aquém dos esperados; • Oportunidade > representa a possibilidade de ganhos e resultados além dos esperados; • Incerteza > Envolve resultados não qualificáveis, imprevisíveis e imponderáveis. Principais Processos: 1. Identificação dos Riscos: • Determinar quais riscos podem afetar o projeto e documentar as características de cada um e é um processo realizado ciclicamente ao longo do projeto e não apenas uma vez no início do projeto. 2. Quantificações dos Riscos: • Avaliar os riscos e suas interações para estimar a amplitude das possíveis consequências e determinar quais eventos de risco merecem resposta (reação). 12 3. Desenvolvimento de Resposta aos Riscos: • Definir as ações necessárias para aproveitar as oportunidades e para responder às ameaças e também é definido o responsável para ‘proteger’ o projeto de cada um dos riscos e selecionada a resposta mais adequada a cada um dos riscos. 4. Controle de Respostas aos Riscos: • Executar o Plano de Gestão dos Riscos de modo a responder aos eventos de risco ao longo do desenvolvimento do projeto. Quando ocorrem modificações, o ciclo de identificação, quantificação e resposta deve ser repetido. • Sabemos que nem mesmo a análise mais detalhada pode identificar todos os riscos e, portanto, o Plano de Gestão de Risco deve ser otimizado contínua e interativamente. Gestão da Qualidade Inclui todos os processos necessários para garantir que o projeto irá satisfazer as necessidades para as quais ele foi empreendido. Integração Inclui todos os processos requeridos para assegurar que os diversos elementos do projeto estejam adequadamente coordenados. • Desenvolvimento do termo de abertura do projeto; • Desenvolvimento da declaração de escopo preliminar; • Desenvolvimento do plano de gestão do projeto; • Orientação e gestão a execução do projeto; • Monitoramento e controle; • Controle integrado de mudanças; • Encerramento do projeto. 13 Causas de Fracassos em Projetos: • As metas e os objetivos são mal estabelecidos, ou não são compreendidos pelos escalões inferiores; • Há pouca compreensão da complexidade do projeto; • O projeto inclui muitas atividades e muito pouco tempo para realizálas; • Estimativas financeiras são pobres e incompletas; • O projeto é baseado em dados insuficientes, ou inadequados; • O sistema de controle é inadequado; • O projeto não teve um gerente de projeto, ou teve vários, criando círculos de poder paralelo aos previamente estabelecidos; Causas de Fracassos em Projetos: • Criou-se muita dependência no uso de software de gestão de projetos; • O projeto foi estimado com base na experiência empírica, ou feeling dos envolvidos, deixando em segundo plano os dados históricos de projetos similares, ou até mesmo análises estatísticas efetuadas; • O treinamento e a capacitação foram inadequados; • Faltou liderença do gerente de projeto; • Não foi destinado tempo para as estimativas e para o planejamento; • Não se conheciam as necessidades de pessoal, equipamentos e materiais; Causas de Fracassos em Projetos: • Fracassou a integração dos elementos-chave do escopo do projeto; • Cliente/projeto tinham expectativas distintas e, muitas vezes, opostas; • Não se conheciam os pontos-chave do projeto; • Ninguém verificou se as pessoas envolvidas nas atividades tinham conhecimento necessário para executá-las; • As pessoas não estavam trabalhando nos mesmos padrões, ou os padrões de trabalho não foram estabelecidos. 14 Metodologia PMI e o PMBOK • Descrição de um conjunto de conhecimentos e práticas aplicáveis à maioria dos projetos; • Nove áreas de conhecimento; • Trinta e nove processos; • Entradas, Ferramentas e Técnicas, Saídas 15 16 Ciclo de Vida • • • • • Fase de Iniciação; Fase de Planejamento; Fase de Execução; Fase de Controle; Fase de Finalização. 17 REFERÊNCIAS: • ALDABÓ, R. Gernciamento de projetos: procedimentos básicos e etapas essenciais. 1 ed. São Paulo: Artliber, 2001. 141 p. • BRUCE, A.; LANGDON, K. Como gerenciar projetos. Publifolha, 2000. 71 p. (Série Sucesso Profissional.) • CLELAND, D. I.; IRELAND, L. R. Gerência de projetos. 1 ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2002. 324 p. • DINSMORE, P.C.; CAVALIERI, A. Como se tornar um profissional em gerenciamento de projetos: livro-base de "preparação para certificação PMP-=Project Management Professional". 1 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. 452 p. • LEWIS, J.P. Como gerenciar projetos com eficácia. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 105 p. (Série trabalho eficaz.) São Paulo: REFERÊNCIAS: • MAXIMIANO, A.C.A. Administração de projeto: como transformar idéias em resultados. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. 281 p. • MENEZES, L.C.M. Gestão de Projetos. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003. 227 p. • MENEZES, L.C.M. Gestão de Projetos. São Paulo: Atlas, 2001. 211 p. • PRADO, D. Planejamento e Controle de Projetos.São Paulo: INDG, 2004. • PIM. A guide to the project management body of knowledge (PMBOK guide). : Project Management Institute, 2000. 216 p. REFERÊNCIAS: • VALERIANO, D.L. Gerência em projetos: pesquisa, desenvolvimento e engenharia. São Paulo: Makron Books, 1998. 438 p. • VARGAS, R. Manual prático do plano de projeto 1 ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2003. 210 p. • VERZUH, E. Gestão de projetos. 4 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 398 p. (MBA Compacto.) 18