TDAH - TCC On-line

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
CLAUDIA PROLO PEDRINI BOHRER
TDAH – DESAFIOS, NÃO DESCULPAS!
CURITIBA
2014
CLAUDIA PROLO PEDRINI BOHRER
TDAH – DESAFIOS, NÃO DESCULPAS!
Artigo apresentado à Universidade Tuiuti
do Paraná como requesito parcial para a
obtenção do título de especialista em
Psicopedagogia.
Orientadora:
ProfªJeanete Aparecida Bueno de Oliveira
Lima
CURITIBA
2014
2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ................................................................... 8
2.1 TDAH – TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE ..... 9
2.2.1 Causas do TDAH ....................................................................................... 10
3 DSM V – SINTOMAS ............................................................................................. 11
3.1 TIPOS .............................................................................................................. 15
3.2 DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 17
3.3 TRATAMENTO ................................................................................................ 18
3.3.1 Medicalização ............................................................................................ 18
3.3.2 Psicoterapia ............................................................................................... 19
4 INTERVENÇÃO NAS ESCOLAS .......................................................................... 20
4.1 FAMÍLIA ........................................................................................................... 22
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 23
6 REFERENCIAS ...................................................................................................... 25
3
RESUMO
Este artigo analisa as principais características e sintomas de crianças portadoras do
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e também reflete sobre a origem,
o diagnóstico e as formas de tratamento, analisando quais seus benefícios. Para
isso apresentamos os critérios do DSM V e sugestões para professores e
psicopedagogos das escolas. O trabalho visa auxiliar os portadores com TDAH a
conviver na escola e reduzir as conseqüências geradas pelo transtorno na vida
acadêmica, profissional e social.
PALAVRAS-CHAVES: TDAH; DIAGNÓSTICO; TRATAMENTO; ESCOLA; FAMILIA
4
ABSTRACT
This paper analyzes the main characteristics and symptoms of children's Disorder
Attention Deficit Hyperactivity Disorder and also reflects about its origin, diagnosis
and forms of treatment, analyzing its benefits. For this we present the criteria of the
DSM V and suggestions for teachers and educational psychologists in schools. The
work aims to help patients to live with ADHD at school and reduce the consequences
generated by the disorder in academic, professional andsocial life.
KEY-WORDS: ADHD; DIAGNOSIS; TREATMENT; SCHOOL; FAMILY.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção
DSM – Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais
QI – Quociente de Inteligência
TCC – Terapia Cognitiva - Comportamental
TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
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1 INTRODUÇÃO
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
neurobiológico com tendências crônicas, muito comum na fase da infância e da
adolescência, podendo continuar por toda a vida do indivíduo. Algumas
características notáveis e perceptíveis são a desatenção, atividade motora em
demasia impulsividade, porém essas características nem sempre são perceptíveis
aos professores que não têm formação em psicopedagogia, os quais fazem,
erroneamente, um falso diagnóstico dos alunos, baseados apenas nos processos
comportamentais.
A falta de desempenho escolar dos alunos, muitas vezes, é vista pelos
professores como simples falta de interesse, mas nem sempre esse é o diagnóstico
correto. O TDAH está presente na vida escolar de alguns alunos. Assim, para que o
professor faça a identificação correta, a orientação de um profissional se faz
necessária, pois a identificação do TDAH não é tão simples como muitos acreditam.
Compreendendo as dificuldades do professor em uma turma com trinta
alunos, pelo menos, e entre estes um aluno com TDAH é comum que o professor,
sob estresse, não saiba como agir. Por isso é necessário o trabalho do
psicopedagogo nas escolas, para que o professor possa encaminhar o aluno para
uma avaliação diagnóstica, a qual será realizada de forma correta, para que a
escola, como um todo, compreenda como lidar com a situação sem agravar os
sintomas.
Pode haver variações no diagnóstico desse transtorno, sendo que há três
tipos de TDAH. O tipo Desatento não apresenta a hiperatividade, tendo como
sintomas apenas a distração e o déficit de atenção, o tipo Hiperativo-Impulsivo, que
prioriza a hiperatividade, e o tipo Combinado, que apresenta as três características
principais da doença (déficit de atenção, impulsividade e hiperatividade) que será o
foco do trabalho.
Vale ressaltar que os sintomas, já mencionados, são incomuns e excessivos à
normalidade das outras crianças da mesma faixa etária. Assim, só pode ser
diagnosticado se estes sintomas estiverem presentes em pelo menos dois
ambientes distintos, como em casa e na escola, por exemplo. O transtorno atinge de
3 a 5% das crianças de todo o mundo, sendo mais freqüente no sexo masculino.
7
As consequências tendem a ser complicadas e aversivas para o indivíduo,
para os familiares e amigos, pois podem ir de baixo rendimento acadêmico e
profissional a transtornos antissociais, chegando em alguns casos até a
dependência química.
Este trabalho tem como objetivo identificar o TDAH bem como suas principais
características, como um distúrbio de aprendizagem; alertar para um diagnóstico
correto; refletir a atitude a ser tomada pelo professor; analisar os benefícios do
tratamento e sugerir, por intermédio da prática psicopedagógica atividades para
repassar aos professores.
2 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Toda criança tem potencialidade e vontade de aprender, isto deixa de ocorrer
quando: (i) não há estimulo, (ii) o método de ensino não está adequado, (iii) a
criança está com problemas emocionais e ainda não possui maturidade o suficiente
ou apresenta algum tipo de dificuldade de aprendizagem. Entende-se por
Dificuldade de Aprendizagem, problemas neurológicos que abalam o funcionamento
do cérebro para compreender, recordar ou comunicar dados.
Smith e Strick (2012) dizem que jovens com Dificuldade de Aprendizagem
podem ter hiperatividade, inquietação, fraco alcance de atenção, dificuldade para
seguir instruções, imaturidade social, dificuldade com a conversação, inflexibilidade,
planejamento e habilidades organizacionais deficientes, distração, falta de destreza
e falta de controle dos impulsos, ou seja, o jovem perde facilmente o interesse pelo
que está fazendo, comporta-se de forma imatura, sente dificuldade ao se expressar,
é teimoso, tem dificuldade de organizar suas atividades, falta concentração, parece
desajeitado, reage automaticamente sem pensar.
A origem dessa dificuldade, a princípio, está numa lesão cerebral, falhas no
desenvolvimento cerebral, desequilíbrios químicos, hereditariedade ou influências
ambientais. Smith e Strick (2012) também levantam a possibilidade de um atraso
maturacional, no qual parte do cérebro das crianças com dificuldades amadurece
mais devagar do que das outras crianças que não apresentam nenhuma dificuldade.
“Essas crianças (com dificuldade) nem sempre estão prontas para assumir as
tarefas e as responsabilidades apropriadas para sua idade cronológica.” (SMITH e
8
STRIK, 2012, p.27). As crianças gostam de brincar e se relacionar com colegas mais
novos. Assim, o ano letivo pode ser frustrante, pois o que foi ensinado estava fora de
sincronia com o que estavam aptos a aprender, podendo gerar evasão escolar e
defasagem de aprendizagem.
Como o cérebro dessas crianças se desenvolve de forma desigual, algumas
áreas podem se destacar mais desenvolvendo talentos incomuns. Um exemplo
disso é Thomas Edison e Albert Einstein, que também tiveram problemas de
aprendizagem. Assim, pais e professores precisam estar atentos para detectar os
talentos que os alunos com essa síndrome têm para encorajá-los a ampliá-los. Por
esse motivo, a relação professor/aluno é tão importante. Muitas vezes o educando
acaba repetindo o ano, porque seu professor não aceitou o diagnóstico e não soube
agir de acordo com as reais necessidades apresentadas pelo estudante, isso o
pune, confundindo os problemas da dificuldade com preguiça, desleixo e má
vontade, causando aversão ao ambiente escolar.
As escolas deveriam oferecer uma capacitação para os professores, já que
são eles os primeiros a participarem no processo ensino-aprendizagem, para que
eles possam identificar os sintomas e encaminhar para um profissional
especializado. Os alunos não obterão um bom resultado sem a colaboração do
professor, que deverá respeitar as suas dificuldades.
2.1 TDAH – TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
TDAH é uma das dificuldades mais estudadas na medicina. A Associação
Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) define-o como um transtorno neurobiológico,
de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o
individuo por toda sua vida. Ele caracteriza-se por sintomas de desatenção,
inquietude e impulsividade. Esse Transtorno causa prejuízos na vida familiar, social
e profissional, o que influencia seu desempenho na vida adulta.
Nem toda criança com desatenção e hiperatividade tem TDAH, pois essas
características podem originar de inúmeros fatores, como cansaço por abuso de
vídeo game; excesso na decoração na sala de aula; causas emocionais, como falta
de afeto, brigas familiares e depressão. Para diferenciar, o professor e a escola
precisam levar em consideração o número dos sintomas, a frequência e a duração e
9
se isso compromete significativamente no funcionamento social e emocional da
criança.
O TDAH, muitas vezes, é associado à alta inteligência, já que seus portadores
demonstram muita criatividade e desenvolvimento em áreas específicas. Dentre
seus portadores podemos encontrar tanto super dotados quanto crianças com QI
abaixo da média. Phelan (2005, p. 37) explica que: “o problema, no entanto, é que qualquer que seja o QI – jovens com TDAH não conseguem usá-lo plenamente por
causa da dificuldade em prestar atenção”. Com o desempenho abaixo da média,
jovens com TDAH acabam descobrindo precocemente que não gostam da escola.
2.2.1 Causas do TDAH
O Transtorno está mais diretamente ligado há uma disfunção do córtex
cerebral, conhecida como Lobo Pré-Frontal. Está área é considerada uma das mais
importantes do cérebro, pois é ela que controla as ações comportamentais e é
responsável pela atenção, organização, memória, autocontrole e planejamento.
Segundo a ABDA, o córtex pré-frontal traz mudanças no funcionamento de um
sistema de substâncias químicas que são os neurotransmissores. Essas alterações
estão principalmente relacionadas à dopamina e noradrenalina, que são os
responsáveis pela transmissão de informações entre os neurônios, os quais pulsam
mais devagar nos casos de crianças com TDAH, este funcionamento do córtex préfrontal é conhecido como hipofunção. Ele ocorre principalmente quando é exigido da
criança um maior esforço mental, como em atividades de leitura ou outras que
exijam maior concentração.
Para Phelan (2005) as deficiências nessa área fazem com que as atividades
do TDAH se tornem aleatórias, dispersas, desorganizadas, às vezes muito
agressivas e excessivamente emocionais, o que leva a pessoa a fazer apenas o que
sente vontade no momento.
Através de alguns exames de imagem do cérebro é possível observar que o
córtex pré-frontal de pessoas com TDAH são menores do que de pessoas sem
TDAH, mas essas imagens não são utilizadas no diagnóstico.
Os estudos científicos mostram que as maiorias dos portadores do transtorno
apresentam em seu histórico parentes com TDAH.
10
As crianças com TDAH estão entre aquelas mais propensas a compartilhar
o problema com um ou mais membros da família, sugerindo que os
desequilíbrios neuroquímicos que contribuem para esse transtorno podem
ter uma origem genética (SMITH e STRICK, 2012, p.30).
Mattos (2012) apresenta uma forma de percebermos a influência genética
sobre o transtorno: avaliar os gêmeos univitelinos – idênticos geneticamente – e os
bivitelinos – não idênticos. Se o resultado dessa avaliação for que os univitelinos
apresentam maior concordância do que os bivitelinos, é porque existe participação
genética. Em contra partida há os estudos sobre os casos de adoção, nos quais as
crianças com TDAH possuem a mesma predominância do transtorno que seus pais
biológicos, mas não que seus pais adotivos. Os resultados dessas análises nos
mostram que o ambiente familiar não é uma causa determinante para o transtorno,
ao contrário da genética, a qual exerce uma forte influência.
DuPaul e Stoner (2007) dizem que as variáveis internas aos portadores, como
fatores neurobiológicos e influências hereditárias são as que exercem o papel causal
principal. Outros aspectos que podem influenciar a gravidade dos sintomas, mas não
causá-los, são os fatores ambientais, como a condição em casa com estresse
familiar e fracas práticas de disciplina pelos pais e na escola com a falta de preparo
dos professores; nutrição e alimentação, por exemplo, os ácidos graxos Omega 3, o
qual atua sobre o desenvolvimento do cérebro e suas funções, pois a falta deste
pode provocar diversos distúrbios. Se a criança for criada por pais bem instruídos
num ambiente equilibrado e se não passar necessidade os sintomas podem se
tornar mais leves.
3 DSM V – SINTOMAS
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnosticand
Statistical Manual of Mental Disorders – DSM) é um manual usado por profissionais
da saúde mental como clínicos pesquisadores, indústrias farmacêuticas entre outros.
Ele apresenta uma lista de várias categorias de transtornos mentais e critérios para
diagnosticá-los. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, sua última
versão foi publicada em 18 de maio de 2013. Esta versão apresenta duas listas com
nove sintomas cada. A primeira de Desatenção e a segunda com seis sintomas de
hiperatividade e três de Impulsividade.
11
Phelan (2005, p.15) apresenta as listas da seguinte forma:
Desatenção:
a) não consegue prestar muita atenção em detalhes ou comete erros por
descuido;
Pode cometer erros durante as atividades escolares, mas por falta de atenção
acaba deixando passar despercebido algum detalhe da atividade como, por
exemplo, sinais em um exercício de matemática.
b) tem dificuldade em manter a atenção no trabalho ou no lazer;
Sente dificuldade de se concentrar tanto no ambiente escolar quanto fora.
Não consegue acompanhar instruções longas, exemplo, até mesmo atividades
lúdicas.
c) não ouve quando abordado diretamente;
Está sempre aéreo, até mesmo uma mosca no ambiente consegue tirar sua
atenção, ou seja, está sempre prestando atenção em outras coisas durante uma
conversa.
d) não consegue terminar as tarefas escolares, os afazeres domésticos ou os
deveres do trabalho;
Conseguem
prestar
atenção
por
períodos
limitados
de
tempo
e,
frequentemente, deixam deveres sem terminar. Com o passar do tempo as crianças
com TDAH tem sua autoestima prejudicada por serem rotuladas de preguiçosas,
fazendo com que se sintam “burras”, já que não conseguem compreender porque
não apresentam o rendimento esperado.
e) tem dificuldade em organizar atividades;
Uma rotina pode ajudar a criança a se organizar e planejar suas atividades
com antecedência.
f) evita tarefas que exijam um esforço mental prolongado;
Desenvolve uma relutância ou empatia por uma atividade que exija esforço
mental por muito tempo, o que as fazem adiar seus afazeres ou deixar sem terminar.
g) perde coisas;
Com frequência brinquedos, tarefas escolares, lápis ou livros são perdidos e a
criança passa muito tempo procurando.
h) distrai-se facilmente;
12
Distrai-se com objetos e movimentos a sua volta, e com seus próprios
pensamentos. Exemplo, a criança está realizando sua tarefa e outro estímulo lá fora
como barulho do caminhão do lixo para próximo a ela, esta perde totalmente a
concentração em sua atividade. Em jogos e brincadeiras acaba ficando em
situações embaraçosas por sua desatenção.
i) é esquecido;
Não se deve pedir para que a criança com TDAH faça várias coisas em
seqüência. Ela fará a primeira e esquecerá a segunda. Os pais ficam ensandecidos
quando seu filho faz a tarefa de casa e na hora de ir para a escola não lembra onde
está. Esquece de dar comida ao cachorro, e em alguns casos esquece o que
estudou na noite anterior para a prova oral do dia seguinte.
Hiperatividade:
a) tamborila com os dedos ou se contorce na cadeira;
Tem dificuldade de manter mãos e pés parados quando está sentado e se
mexe o tempo todo na cadeira. É como se tivesse um “bicho-carpinteiro” em seu
corpo.
b) sai do lugar quando se espera que permaneça sentado;
Constantemente abandona sua cadeira em sala de aula, ou em outros lugares
onde se espera que permaneça sentado, exemplo na sala de espera. Não consegue
parar nem para comer. Está sempre inquieto
c) corre de um lado para o outro ou escala coisas em situações em que tais
atividades são inadequadas;
Em lugares mais livres, como parques e praças, corre exageradamente
colocando-se em situações de risco. Não avalia o perigo e com frequência se
machuca.
d) tem dificuldade de brincar em silencio;
A criança com TDAH tem baixa tolerância à frustração e é extremamente
competitiva, assim tenta de todas as formas mudar, ou criar novas regras que
atendam seus objetivos para vencer o jogo. Muitas vezes torna-se mandão e em
algumas situações, fisicamente agressivo, trazendo como resultado a rejeição dos
coleguinhas deixando seus pais angustiados diante da situação de exclusão social.
e) age como se fosse “movido a pilha”;
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Tem uma “energia” muito maior que as outras crianças da sua idade. Não
consegue esperar sua vez para participar das brincadeiras e estão sempre
interrompendo os outros. Elas podem falar alto, correr e se tornar o “palhaço” da
turma.
f) fala em excesso;
Em algumas situações sente-se super estimulada e acaba falando em
demasia, como por exemplo, a professora pergunta algo para um de seus colegas e
a criança com TDAH responde em seu lugar. Sua sinceridade pode magoar seus
colegas, o que reforça a exclusão social.
Impulsividade:
a) responde antes que a pergunta seja completada;
Não consegue esperar que a pergunta seja concluída para respondê-la. Em
provas não lêem os enunciados das perguntas até o fim, partem direto para a
resposta o que gera equivoco simples e acabam respondendo o que não foi pedido.
b) tem dificuldade de esperar sua vez;
Silva (2012, p.35) diz que: “esperar para ser atendido é provavelmente um
dos grandes tormentos para o portador do TDAH, isto porque quando desejam
alguma coisa, querem naquele exato momento”. A criança fica extremamente
impaciente e sente necessidade de realizar seus desejos de imediato o que a leva
até mesmo a empurrar seus colegas no corredor para ser o primeiro a sair.
c) interrompe os outros ou se intromete;
Como a crianças com TDAH é rejeitada pelos colegas devido ao seu
comportamento agressivo, ela se sente frustrada o que leva a se intrometer e
interromper as conversas e brincadeiras para as quais não foi convidada.
Os critérios apresentados pelo DSM V são cinco. O primeiro é que seis ou
mais
dos
sintomas
da
lista
de
Desatenção
ou
da
lista
de
Hiperatividade/Impulsividade persistam por pelo menos seis meses. Para os adultos
são pelo menos cinco sintomas. Esses sintomas devem ser nitidamente
inconsistentes com a faixa etária do individuo.
O segundo critério é que os sintomas devam estar presentes desde antes dos
12 anos de idade.
14
O terceiro critério é que os sintomas possam ser observados em vários
ambientes como na escola e em casa, abrangendo múltiplas situações sociais.
O quarto critério é que os prejuízos gerados pelos sintomas estejam
presentes em dois ou mais contextos, como a vida acadêmica, social e profissional.
O quinto critério é que os sintomas não ocorram em casos de Transtornos
Psicóticos, como Esquizofrenia. O diagnóstico também não poderá ser feito se os
sintomas forem mais bem explicados por outro Transtorno Mental, como exemplo,
ansiedade e depressão.
3.1 TIPOS
São
conhecidos
três
tipos
de
TDAH:
Tipo
Desatento,
Tipo
Hiperativo/Impulsivo, Tipo Combinado.
O tipo Desatento costuma aparecer mais nas meninas. A criança com
frequência se sentara no fundo da sala e permanecerá em silencio. A professora
muitas vezes não a percebe, porque ela é educada, tenta ser cooperativa, não faz
barulho e não causa problemas, mas a criança quase nunca termina a lição, pois
permanece sonhadora e desligada. O desenvolvimento escolar só aumentara
quando estiver em uma fase escolar mais adiantada, na qual a complexidade e a
necessidade de memorização aumentarão. Essas crianças são caracterizadas como
desligadas, esquecidas e lentas no aprendizado. Com a ausência de um
comportamento agressivo e hiperativo elas acabam não recebendo um diagnóstico e
tratamento adequado. Na maioria das vezes preferem não ser notadas.
Em casa elas são de fácil convivência, tornando-se até mesmo passivas.
Quando seus pais lhe dirigem diretamente a palavra, percebem que não estão
sendo ouvidos, a criança parece estar sempre prestando atenção em outras coisas.
Elas têm dificuldades em manter suas coisas organizadas, dificilmente terminam a
lição e com frequência perdem seus brinquedos e materiais escolares. Nesse tipo, o
TDAH sem hiperatividade não prejudica muito as relações sociais, já que a criança
não é agressiva nem mandona, mas muitas vezes enfrenta situações de
constrangimento.
Phelan (2005, p.42) nos dá um exemplo:
[...] um garotinho estava participando de um jogo de futebol, mas se distraiu
com alguns cães que passavam à sua direita. A bola foi jogada na direção
em que ele estava. Foi preciso que seus colegas de time gritassem muito
para trazê-lo de volta ao jogo e à tarefa de recuperar a bola.
15
Crianças, nessa situação, tendem a internalização, pois acabam se tornando
tímidas e envergonhadas. Isso faz com que elas não peçam ajuda aos adultos que
poderiam ajudar. Quanto mais à criança cresce mais frequente se tornam esses
problemas, os quais a deixam vulnerável, isolada e com baixo autoestima gerando
ansiedade e depressão.
O Tipo Hiperativo/Impulsivo apresenta uma controvérsia. Phelan (2005, p.17)
diz que esse tipo é raro:
[...] é difícil imaginar uma criança que seja hiperativa e impulsiva, mas que
também seja capaz de se concentrar e manter a atenção. Se você é
inquieto, sempre se levanta da cadeira, corre em excesso de um lado para
outro e parece “movido a pilha”, é improvável que também consiga se
concentrar em apenas uma tarefa.
Portanto, o autor afirma que o tipo Hiperativo/Impulsivo é igual ao tipo
Combinado. Quando a criança apresenta seis sintomas da lista de Desatenção e
seis da lista de Hiperatividade/Impulsividade, ou o adulto cinco de cada uma, é o tipo
Combinado. O portador além de ter uma tendência à distração, também possui um
comportamento hiperativo. A distração pode acontecer de quatro formas: visuais,
auditivas, somáticas e de fantasia. As distrações visuais são aquelas que estão
dentro do campo de visão da criança, por exemplo, se a janela da sala de aula der
para o campo ou a rua a atenção da criança será atraída para o jogo ou as pessoas
que caminham na calçada. As distrações auditivas são qualquer barulho que a
incomode como o tiquetaque do relógio, uma criança fungando, barulhos que outras
crianças não perceberiam, mas são perturbadores para os portadores de TDAH. A
maior distração provavelmente são as conversas paralelas entre seus colegas. As
distrações somáticas aparecem quando há alguma coisa no corpo da criança que a
incomoda, como a textura de um tecido ou o estomago roncando. Por ultimo, as
distrações de fantasia são seus próprios pensamentos, as crianças são
caracterizada pelos professores como “lunáticas”, ou seja, estão sempre no mundo
da lua, seja por causa de um brinquedo ou, caso esteja na idade para isso, um
garoto ou garota.
Muitas crianças conseguem se manter quietas e atentas em situações
interessantes e que representam novidade, outras nunca conseguem ficar quietas,
nem mesmo quando estão assistindo seu desenho favorito. Elas podem apresentar
16
comportamento agressivo, as mais novas chegam a bater e machucar seus colegas.
Elas são muito ciumentas e competitivas.
Crianças com TDAH apresentam dificuldades em usar as quatro funções
executivas que são responsáveis pelo planejamento e execução de atividades, e
dificilmente terão oportunidade de desenvolver essas habilidades. As quatro funções
executivas são: memória operacional, manter informações na mente; discurso
interno, fazer uma pergunta para si mesmo “como fiz esse exercício?”, observar-se;
regulação emocional, manter-se calmo; reconstituição, encontrar uma maneira de
facilitar uma atividade. As pessoas sem TDAH costumam pensar antes de agir e
passam pelas quatro funções, já as pessoas com TDAH agem com impulsividade.
A Impulsividade influencia muito o tipo combinado, a criança perde o
autocontrole. Há casos em que o aluno, irritado com algumas das distrações
exemplificadas anteriormente, saia da sala mesmo que esteja em prova. A criança
não reflete sobre as consequências de seus atos, pois para a criança impulsiva só
existe o agora. Ela pode até mesmo colocar sua vida em risco quando algo chama
sua atenção, como ascender fogos de artifício sem o auxilio de um adulto.
3.2 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do TDAH pode parecer um desafio para os profissionais que o
realizam (psiquiatra, neurologista, neuropediatra, psicólogo), pois não são usados
exames para identificá-lo. Ele é feito a partir de uma coleta de dados. Primeiro o
profissional irá realizar uma entrevista com os pais da criança, depois entrevistará a
criança a partir dos critérios do DSM V, é comum que a criança não demonstre os
sintomas durante a entrevista, pois esta situação de teste é inovadora e
amedrontadora, o que a deixa mais atenta. E por ultimo a escola deverá fornecer
informações sobre o comportamento e desempenho acadêmico da criança.
A partir dessas informações o profissional usará escalas e listas, as quais são
essenciais para o diagnóstico. Elas devem ser enviadas para os pais e devolvidas
com antecedência, para que no momento da entrevista o entrevistador tenha obtido
conhecimento das informações da criança. As escalas podem ser transformadas em
gráficos, facilitando a explicação do diagnóstico para os pais. Há uma sequência de
boas escalas para serem utilizadas durante as avaliações, cabe a cada profissional
escolher a sua.
17
A pontuação em escalas (como as escalas SNAP/IV e ASRS,
respectivamente para crianças e adultos, disponíveis no site da ABDA),
significa apenas que existe uma chance maior de existir o diagnóstico de
TDAH. O resultado em escalas não permite o diagnóstico, porque existe a
necessidade de um especialista avaliar seus sintomas não são mais bem
explicados por outro transtorno parecido. (MATTOS, 2012, P.57)
É importante que o tratamento seja feito imediatamente para amenizar os
sintomas, evitando, assim, um baixo rendimento escolar. Os sintomas do TDAH
causam um comprometimento funcional levando à baixa autoestima, problemas
sociais, familiares e escolares, gerando uma influência negativa sobre o
desenvolvimento
emocional,
que
pode
desenvolver,
simultaneamente
ou
futuramente, comorbidades psiquiátricas como: depressão, ansiedade, transtorno de
conduta ou de humor entre outras.
A criança que possui TDAH, mas que não recebe um tratamento adequado,
pode se tornar um adolescente revoltado, que para acompanhar a velocidade de seu
raciocínio, tem atitudes arriscadas em busca de emoções. Smith e Strick (2012) nos
alertam que adolescentes com dificuldades de aprendizagem não apenas estão
mais propensos a abandonar os estudos, mas também apresentam maior risco para
abuso de substâncias, atividade criminosa e até mesmo suicídio. O TDAH é o
transtorno que mais facilmente se confunde com outras dificuldades de
aprendizagem, geralmente mal vistas pelos professores, como “preguiça” ou
“desleixo”.
3.3 TRATAMENTO
3.3.1 Medicalização
O tratamento com medicação é muito debatido, pois muitas pessoas são
contra. Mas é importante destacar que os outros tratamentos psicoterapêuticos não
apresentarão excelentes resultados sem o auxilio da medicação, a qual tem se
mostrado eficaz em 90% dos casos, segundo Silva (2003). Ela também apresenta
três categorias de medicamentos usados no tratamento do TDAH: os estimulantes,
os antidepressivos e os acessórios. O mais usado é o estimulante, sendo o
metilfenidato (Ritalina) o mais comum no mercado farmacêutico no Brasil. Pode soar
incoerente usar psicoestimulantes para portadores de TDAH, sendo que eles
18
apresentam hiperatividade física e mental. Mas foi possível observar maior
concentração e redução da ansiedade durante o uso desse medicamento.
Silva (2003, p.198) esclarece essa questão.
Ao que tudo indica, os psicoestimulantes atuariam em áreas cerebrais que
teriam uma ação inibitória sobre o pensamento humano, capacitando, desta
maneira, as atividades de planejamento, previsão, análise de
consequências e ponderação.
Ou seja, os psicoestimulantes irão possibilitar a desempenhar suas quatro
funções executivas citadas anteriormente. É importante deixar claro que a ritalina
não causa dependência, se utilizada de acordo com a prescrição médica.
Também são utilizados antidepressivos no tratamento, sendo a mais comum
a desipramina, possui efeitos semelhantes com os do psicoestimulantes. A
vantagem desse antidepressivo é que ele é usado somente uma vez ao dia e a
possibilidade de efeitos colaterais, como boca seca e queda de pressão, é reduzida.
Mas a desvantagem é que os efeitos começam a aparecer a partir de quinze dias. O
uso de antidepressivos para o tratamento do TDAH é feito com doses menores
comparadas às doses utilizadas em pacientes com depressão e sem TDAH.
A terceira categoria é a medicação acessória, a qual é utilizada apenas para
amenizar efeitos colaterais da medicação principal ou para tratar sintomas isolados
que a medicação principal não melhorou como raiva e ansiedade.
3.3.2 Psicoterapia
A psicoterapia se faz necessária no tratamento do TDAH, pois os portadores
apresentam problemas emocionais causados por uma baixa autoestima, a qual tem
sua procedência nas relações sociais da criança, com a incompreensão de parentes,
professores e colegas. A abordagem mais utilizada no tratamento é a terapia
cognitivo-comportamental (TCC). Ela tem como principal característica a busca por
mudanças nos afetos e comportamentos. Para isso o terapeuta trabalha com a
reestruturação cognitiva, na qual evita pensamentos negativos, elaborando uma
rotina que estimula o paciente a realizar tarefas que antes ele se considerava
incapaz de realizar.
Dentro dessa abordagem serão realizados diversos treinos que Silva (2003,
p.204) apresenta. Entre eles, o treino em solução de problema, com o objetivo de
19
reduzir a impulsividade do TDAH e de ampliar a sua tolerância. Há também o treino
em habilidades sociais, o qual visa melhorar as relações sociais do paciente,
fazendo-o refletir sobre suas falas e atitudes. O treino em relaxamento que trabalha
a ansiedade e suas manifestações somáticas, como taquicardia, para isso usasse a
reeducação da respiração e da postura. Com o auxilio do terapeuta o TDAH
planejara uma agenda de atividades que deve incluir momentos de laser, como
algum esporte, já que exercícios físicos diminuem o estresse. Com ela também será
estabelecido uma reeducação alimentar. Essa agenda irá impedir que o paciente
fique pulando de uma atividade para outra, deixando-as inacabadas, o que evitará
desorganização. E por ultimo há etapa de reestruturação cognitiva. “Trata-se da
reestruturação das formas de pensar, interpretar os eventos e o modo como o
individuo vê a si mesmo”. (SILVA, 2003, p.206). Essa etapa é considerada um dos
pilares da terapia, já que o TDAH se vê como incompetente, devido a sua baixa
autoestima.
4 INTERVENÇÃO NAS ESCOLAS
Durante os anos de escolarização da criança os sintomas do TDAH podem
variar de intensidade, por causa do ambiente da sala de aula. O professor deve
trabalhar com o comportamento do aluno não apenas chamando sua atenção
quando estiver agitado, mas principalmente estimulando-o e incentivando-o quando
estiver se esforçando nas atividades propostas, através de um reforço positivo.
DuPaul e Stoner (2007, p.131) afirmam que “crianças com diagnóstico de TDAH
geralmente necessitam de feedback mais frequente e específico que seus colegas
para otimizar o desempenho”. O reforço positivo pode ser aplicado através de
elogios e recompensas.
Mattos (2012) oferece uma lista com principais dicas para o professor e
psicopedagogo trabalharem com a criança:
•
Fazer um espelho de classe no qual a criança com TDAH se sente na
primeira fila, o mais próximo possível do docente e afastado da janela;
•
Manter uma rotina que estabeleça limite para o seu comportamento.
Evite trocar horários e relembre frequentemente às regras da sala;
•
Expressar-se de forma clara através de recursos visuais que chamem
a atenção do aluno, como slides;
20
•
Estimular a criança a agir melhor;
•
Manter um diálogo aberto sobre as dificuldades do aluno e aceitar
sugestões para facilitar a aprendizagem;
•
Modificar as atitudes do aluno gradualmente. O professor não deve
tentar modificar todos os comportamentos do aluno ao mesmo tempo;
•
Saber
diferenciar
quando
o
aluno
está
consciente
de
seu
comportamento de quando ele é incapaz de modificar;
•
Rever constantemente sua posição e ser tolerante com o aluno;
•
Designar uma função para o aluno dentro da sala de aula, como
ajudante, por exemplo.
•
Fornecer feedback imediato sobre seu comportamento, deixando-o
sempre consciente de suas atitudes;
•
Elogiar ou premiar a criança sempre que ela se comportar de forma
adequada;
•
Chamar a atenção do aluno aos detalhes da tarefa;
•
Manter uma comunicação constante com os pais.
DuPaul e Stoner (2007) sugerem a criação de um sistema de reforço por
fichas. Para isso o professor deverá seguir as seguintes etapas:
1.
Identificar as situações de maior problema no ambiente escolar;
2.
Selecionar um objetivo como, por exemplo, o numero de
problemas de matemática resolvidos ou o comportamento com seu colega;
3.
Escolher o tipo de ficha que será usado, adequando-as a faixa
etária do aluno, por exemplo, estrelinhas para crianças mais novas e fichas
de pôquer para adolescentes;
4.
Determinar os valores que cada comportamento alvo terá;
5.
Criar uma lista de recompensas pelas quais as fichas serão
trocadas, por exemplo, um privilégio dentro da própria sala de aula como
escolher o lugar que vai sentar;
6.
Explicar para as crianças envolvidas os critérios para conquistar
uma ficha;
7.
Trocar as fichas por privilégios pelo menos uma vez por dia, pois
se a recompensa pelo seu bom comportamento vier depois de muito tempo
21
ela não terá um bom resultado, já que o aluno terá esquecido qual foi sua
conquista;
8.
Avaliar continuamente o resultado dessa intervenção e estar
sempre inovando e acrescentando metas;
9.
De forma gradual deve-se ter como meta a melhora no
comportamento em outros contextos fora da sala de aula e reduzir o uso das
fichas.
É de extrema importância que a escola se envolva com o tratamento da
criança. O trabalho do psicopedagogo facilita a convivência do aluno com os colegas
e evita a aversão aos estudos, o que reduz a possibilidade de evasão escolar.
Esta forma de trabalho conjunta, envolvendo o professor e o
psicopedagogo, trará ao aluno, a sensação e a certeza de que conseguirá
superar os obstáculos já que está sendo apoiado por pessoas nas quais ele
confia e que, em contrapartida confiam nele. (MORAIS, 1988, p.189).
4.1 FAMÍLIA
Com o passar do tempo não é apenas a autoestima da criança que é afetada.
Os pais também apresentam um aumento da depressão. A mãe é a primeira pessoa
a sentir o comportamento da criança. A sociedade em que vivemos costuma culpar
os pais pelas atitudes e comportamentos de seus filhos, fazendo com que os pais se
sintam culpados. Por isso, é importante que os pais também façam um
acompanhamento terapêutico, pois a criança sente o estresse dos pais e estes
sentirão dificuldade de cuidar dos filhos se estiverem emocionalmente cansados,
Phelan (2005) alerta que a instabilidade conjugal e a má criação podem aumentar a
possibilidade de comorbidade como transtorno de conduta ou transtorno de
personalidade antissocial, sendo que a ansiedade e a depressão podem ser
exacerbadas por um pai que está constantemente irritado e brigando com a família.
É importante que os pais aceitem o diagnóstico e tenham consciência de que
a culpa não é deles e nem da criança. O acompanhamento terapêutico irá ajudá-los
a se comportarem de maneira adequada diante de situações inesperadas, como a
criança TDAH bater no irmão, ou o irmão, incomodado com o comportamento do
TDAH, bater nele. Essa situação desgastante dentro de casa pode causar
depressão na mãe ou o hábito de beber no pai. Se o terapeuta ignorar estes
22
problemas psicológicos dos pais, o tratamento será afetado, por isso é necessário
que toda família tenha um acompanhamento.
Os pais devem procurar manter um bom relacionamento com seus filhos e
estimular sempre atitudes positivas ao invés de punir as negativas. Também é
possível ajudar o filho a fazer amizades, convidando alguns colegas da escola para
algum jogo em casa e observá-los durante a brincadeira, sempre ensinando a
criança a ouvir e a esperar a sua vez.
Outro papel importante dos pais é a escolha da escola. No Brasil,
infelizmente, não existe escola especializada em hiperatividade, mas os pais podem
procurar uma escola que esteja de acordo com seus princípios.
Na verdade, a escola que melhor atende às necessidades de seus alunos
com o transtorno é a que busca desenvolver o potencial especifico de cada
um. Para Bromberg, a escola ideal enfatiza as características únicas de
cada aluno, percebendo seus pontos fortes e tentando superar os pontos
fracos. Tudo isso porque os alunos com TDAH necessitam de apoio e
intervenção acadêmica com maior intensidade.(MOREIRA,2012, p.43)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este trabalho esperamos que os pais e professores fiquem alertas
quanto ao diagnóstico de possíveis TDAH, aceitem o diagnóstico e reflitam sobre
qual é o melhor tratamento para a criança. Tendo como objetivo orientar pais e
professores sobre como devemos incentivar e apoiar a criança em suas dificuldades,
com o artigo tentamos mostrar maneiras simples de intervir na vida social da criança.
Haddad (2013) apresenta várias sugestões simples e práticas de como o professor
deve se portar dentro da sala de aula, para que os sintomas não sejam agravados,
auxiliando o aluno a sentir interesse pelos estudos, por exemplo, alterar o tom de
voz e não permanecer sentado durante toda a aula. Os pais também devem ajudar
planejando uma rotina, mantendo a casa organizada, reservando um lugar
especifico para os estudos da criança, relembrando constantemente as regras da
casa e incentivando o comportamento positivo do filho.
O TDAH é um transtorno real, mas confesso que muitas dificuldades vêm
sendo diagnosticadas como transtornos “terminais”. O TDAH não deve continuar
sendo visto por muitos como algo negativo ele pode ser muito bem acolhido e deve
ser acompanhado. (HADDAD, 2013, p. 29)
23
O quadro frustrante das dificuldades do TDAH pode ser revertido quando
aprendemos a olhar de outra maneira e percebemos seu potencial, ao mesmo
tempo em que auxiliamos na superação de suas dificuldades.
Esse artigo é apenas a introdução de nossos estudos. Apesar de o TDAH ser
um dos transtornos mais estudados do momento, acreditamos que ele ainda deve
ser analisado e reanalisado, sempre buscando facilitar as relações sociais,
acadêmicas e profissionais dos portadores.
24
6 REFERENCIAS
DUPAUL,George J.; STONER, Gary. TDAH nas escolas. São Paulo: M. Books,
2007.
HADDAD, Jane Patrícia. Cabeça nas nuvens: orientando pais e professoras a lidar
com o TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Rio de Janeiro: Wak
Editora, 2013.
MATTOS, Paulo. No Mundo da Lua - Perguntas e Respostas sobre Transtorno do
Déficit de Atenção com Hiperatividade em Crianças, Adolescentes e Adultos. Rio de
Janeiro: Gráfica e Editora Milograph, 2012
___________. O que mudou no diagnóstico do TDAH com a nova edição do
DSM V, o Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais.
Disponível em: <http://www.tdah.org.br/br/textos/textos/item/964-entenda-o-tdahnos-crit%C3%A9rios-do-dsm-v.html>. Acesso em 24 de abril de 2014.
MORAIS, Antonio Manoel Pamplona. Distúrbios da
abordagem psicopedagógica. São Paulo: Edicon, 1998.
Aprendizagem:
uma
MOREIRA, Roberto C. Os Pais e o TDAH In.: Revista Psicologia. Edição Especial
TDAH. Nº 1. Rio de Janeiro: Mithos Editor, 2012
PHELAN, Thomas W. TDA/TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade. São Paulo: M. Books, 2005.
SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas
distraídas, impulsivas e hiperativas. São Paulo: Editora Gente, 2003.
SILVA, Clarice A. Os Sintomas e a Convivência com o TDAH. In.: Revista
Psicologia. Edição Especial TDAH. Nº 1. Rio de Janeiro: Mithos Editor, 2012
SMITH, Corinne; STRICK, Lisa. Dificuldades de aprendizagem de a-z: guia
completo para educadores e pais. Porto Alegre: Penso, 2012.
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