FEUP - MIEEC - Análise Matemática 1 Resolução do Miniteste 1 de 12 de Novembro de 2008 Respostas a perguntas diferentes em folhas diferentes. Justifique cuidadosamente todas as respostas. Não é permitida a utilização de máquina de calcular. O tempo para a realização desta prova é de 1 hora. Cotações: P1: 5 valores; P2a) e P3a): 2 valores; P2b): 3 valores; P3b) e P4: 4 valores. 1. Considere a função f (x) = x + aex , x ∈ R, onde a é uma constante real estritamente positiva. (a) Determine f 0 (x) e verifique que f é uma função injectiva. Resolução: f 0 (x) = 1 + aex , ∀x ∈ R Como a > 0 e ex > 0, ∀x, vem f 0 (x) > 0, ∀x ∈ R. Assim, a função f é estritamente crescente em R e portanto será injectiva, ou seja, ∀x1 , x2 ∈ R x1 6= x2 ⇒ f (x1 ) 6= f (x2 ). (b) Justifique a existência de f −1 (x). Indique o valor de f −1 (a) (se lhe parecer útil comece por resolver a equação aex = a). Resolução: Como f é uma função injectiva, a função inversa de f existe, e f −1 : CDf → R, onde CDf representa o contradomínio de f . Observando que f (0) = 0 + ae0 = a, vem de imediato que f −1 (a) = 0. Nota: Usando a sugestão dada, vem aex = a ⇔ ex = 1 ⇔ x = ln (1) = 0, ou seja, x = 0 é a solução da equação aex = a. A equação x + aex = a admite também x = 0 como solução. Conclusão: f (0) = a e f −1 (a) = 0. 0 (c) Determine f −1 (a). Resolução: 0 f −1 (a) = 1 f0 (f −1 (a)) = f0 1 1 1 = = 0 (0) 1 + ae 1+a (d) Verifique que x = −a não é um zero de f mas que f tem exactamente um zero. Indique um intervalo limitado que contenha esse zero. Resolução: f (−a) = −a + ae−a = −a(1 − e−a ). Como a > 0, vem e−a < 1 ⇔ 1 − e−a > 0. Assim f (−a) < 0 e por isso x = −a não é um zero de f . Mas, por exemplo e como já foi referido, f (0) = a > 0. Sendo f contínua no intervalo [−a, 0] com f (−a) < 0 e f (0) > 0 podemos concluir que existe um elemento c no intervalo (−a, 0), tal que f (c) = 0. A função não poderá ter mais nenhum zero uma vez que é uma função injectiva. Assim, f vai ter exactamente um zero. 2. (a) Determine o domínio da função f (x) = x arcsin (x) , onde arcsin (x) representa, como é usual, 1 − x2 a função inversa de: g(x) = sin (x), x ∈ [− π2 , π2 ]. Resolução: O domínio da função arcsin (x) é o contradomínio da função sin (x), portanto o intervalo [−1, 1]. Porque f está definida por uma fracção o denominador tem de ser diferente de 0, ou seja, 1 − x2 6= 0 ⇔ x 6= ±1. Conclusão: o domínio de f vai ser o intervalo ] − 1, 1[. (b) Determine lim (2 − x) 1 x−1 x→1 . Resolução: Aplicando directamente limites, vem lim (2 − x) x→1 1 x−1 = 1∞ que é uma indeterminação. A regra de L’Hopital não é aplicável a este tipo de indeterminação. Mas podemos escrever: lim (2 − x) x→1 1 x−1 ln = lim e 1 (2−x) x−1 x→1 1 = lim e x−1 ln (2−x) = e limx→1 ln (2−x) x−1 x→1 Contudo ln (2 − x) 0 = x−1 0 é também uma indeterminação mas agora do tipo adequado para aplicação da regra de L’Hopital. Vem então −1 1 lim 2−x = lim − = −1 x→1 1 x→1 2−x Podemos então concluir que ln (2 − x) lim = −1 x→1 x−1 e portanto 1 1 lim (2 − x) x−1 = e−1 = . x→1 e lim x→1 2 3. Resolva os integrais: Z cos ( x2 ) p (a) dx. 1 − sin ( x2 ) Resolução: cos ( x2 ) Z q 1 − sin Z x 2 dx = cos x 2 Z Trata-de de um integral do tipo Z 1 − sin x − 12 2 x − 21 x 1 1 − sin − cos dx 2 2 2 Z dx = −2 u0 un dx. Assim, − 1 +1 r x 1 − sin ( x2 ) 2 p 1 − sin + C = −4 +C dx = −2 1 x 2 −2 + 1 1 − sin ( 2 ) cos ( x2 ) Resolução alternativa: Efectuando a mudança de variável u = sin cos ( x2 ) Z p 1− sin ( x2 ) Z dx = x 2 , vem 1 du = −2 2√ 1−u Z x x du 1 1 , du = cos dx. = cos dx 2 2 2 2 1 −(1 − u)− 2 du r 1 x √ (1 − u)− 2 +1 + C = −4 1 − u + C = −4 1 − sin +C = −2 2 − 12 + 1 Z (b) x ln2 (x) dx. Resolução: Z x ln2 (x) dx (efectuar integração por partes, com f 0 = x e g = ln2 (x)) Z = x2 2 ln (x) − 2 Z = x2 2 ln (x) − 2 x2 1 2 ln (x) dx 2 x x ln (x) dx (efectuar integração por partes, com f 0 = x e g = ln (x)) Z 2 x2 2 x2 x 1 = ln (x) − ln (x) + dx 2 2 2 x Z x2 x x2 2 ln (x) − ln (x) + dx = 2 2 2 = x2 2 x2 x2 ln (x) − ln (x) + +C 2 2 4 Note-se que da definição de f 0 e g para a primeira integração por partes, vem f = 1 x2 1 g 0 = 2 ln x. Para a segunda integração por partes, vem f = e g0 = . x 2 x 3 x2 e 2 Z 4. Resolva o integral x4 dx. x2 − 9 Resolução: Trata-se do integral de uma função racional. Como o grau do numerador, 4, é maior que o grau do denominador, 2, começamos por efectuar a divisão dos polinómios. x4 |x2 − 9 4 2 −x + 9x x2 + 9 2 9x −9x2 + 81 + 81 Podemos então afirmar que: x4 81 = x2 + 9 + 2 . 2 x −9 x −9 1 Passemos agora à decomposição de 2 em fracções simples. x −9 x2 1 A B 1 = = + −9 (x − 3)(x + 3) x−3 x+3 Pela "regra dos tapas" vem: A= 1 x + 3 = x=3 1 6 e B= 1 x − 3 =− x=−3 1 6 Assim, Z x4 dx = 2 x −9 = = = Z 81 1 81 1 − dx 6 x−3 6 x+3 Z Z x3 27 1 27 1 + 9x + dx − dx 3 2 x−3 2 x+3 x2 + 9 + x3 27 27 + 9x + ln |x − 3| − ln |x + 3| + C 3 2 2 x3 27 x − 3 + 9x + ln +C 3 2 x + 3 4