ISSN: 1981-8963 Garcia MCC, Cirino ID, Elias TMN et al. DOI: 10.5205/reuol.5927-50900-1-SM.0807supl201441 Interação enfermeiro-paciente na adesão ao tratamento... ARTIGO ANÁLISE REFLEXIVA INTERAÇÃO ENFERMEIRO-PACIENTE NA ADESÃO AO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE: REFLEXÃO À LUZ DE IMOGENE KING NURSE-PATIENT INTERACTION IN ADHESION TO TUBERCULOSIS TREATMENT: REFLECTION IN THE LIGHT OF IMOGENE KING INTERACCIÓN ENFERMERA-PACIENTE EN LA ADHERENCIA AL TRATAMIENTO DE LA TUBERCULOSIS: REFLEXIÓN A LA LUZ DE IMOGENE KING Maria Concebida da Cunha Garcia1, Illa Dantas Cirino2, Tatiana Maria da Nóbrega Elias3, Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira4, Bertha Cruz Enders5 RESUMO Objetivo: analisar a interação profissional-paciente na adesão ao tratamento da tuberculose pelo doente, à luz do Modelo Conceitual de Sistemas Abertos Interatuantes e da Teoria de Alcance de Metas de Imogene King. Método: ensaio teórico-reflexivo, realizado num processo dialético entre literatura pertinente, aporte teórico e reflexão. Resultados: verificou-se que percepções, julgamentos e ações do enfermeiro e do paciente, quando congruentes, produzem transações dirigidas às metas. Percebeu-se que a qualidade de comunicação paciente-profissional pode garantir a adesão ao tratamento, tendo um impacto positivo no resultado do controle e cura da tuberculose. Conclusão: a necessidade de adesão ao tratamento requer interação efetiva, que pode ocorrer pelo estabelecimento de metas mútuas fixadas com cada paciente. Acredita-se que tal modelo conceitual e teoria tenham aplicabilidade junto a esses pacientes que apresentam evolução complicada, o que pode desestimulá-los ao tratamento, levando-os ao abandono e recidiva. Descritores: Tuberculose; Teoria de Enfermagem; Adesão à Medicação. ABSTRACT Objective: analyzing the professional-patient interaction in adherence to tuberculosis treatment by the patient in the light of the Conceptual Model of Interacting Open Systems and of the Theory of Goal Attainment of Imogene King. Method: a theoretical-reflective essay, conducted in a dialectical process between relevant literature, theoretical framework and reflection. Results: it was found that perceptions, judgments and actions of the nurse and patient, when congruent, produce transactions directed to goals. It was noticed that the quality of patient-profession communication can ensure adherence to the treatment, having a positive impact on the control and cure of tuberculosis. Conclusion: the need for treatment adherence requires effective interaction, which can occur by mutual goals set with each patient. It is believed that such a conceptual model and theory have applicability among these patients with complicated course, which may discourage them to treatment, leading them to abandon and recurrence. Descriptors: Tuberculosis; Nursing Theory; Adherence to Medication. RESUMEN Objetivo: analizar la interacción profesional-paciente en la adherencia al tratamiento de la tuberculosis por el paciente, a la luz del Modelo Conceptual de Sistemas Abiertos Interactuantes y de la Teoría de Alcance de Metas de Imogene King. Método: ensayo teórico-reflexivo, realizado en un proceso dialéctico entre la literatura relevante, marco teórico y la reflexión. Resultados: se encontró que las percepciones, juicios y acciones de la enfermera y del paciente, cuando estén en armonía, se producen las transacciones dirigidas a objetivos. Se observó que la calidad de la comunicación paciente-proveedor puede asegurar el cumplimiento del tratamiento, que tiene un impacto positivo en el control y la cura de la tuberculosis. Conclusión: la necesidad de la adherencia al tratamiento requiere de la interacción efectiva que puede ocurrir mediante el establecimiento de objetivos comunes establecidos con cada paciente. Se cree que un modelo conceptual y la teoría de tales tienen aplicabilidad en estos pacientes con curso complicado, lo que puede desalentar al tratamiento, lo que lleva al abandono y a la recurrencia. Descriptores: Tuberculosis; Teoría de Enfermería; Cumplimiento de la Medicación. 1 Enfermeira Mestre, Doutoranda, Programa de Pós-Graduação Interunidades de Doutoramento em Enfermagem, Universidade de São Paulo/EERP/USP. São Paulo (SP), Brasil. E-mail: [email protected]; 2Enfermeira, Mestre em Enfermagem. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 3Enfermeira, Mestre em Enfermagem. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 4Enfermeira, Professora Doutora em Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/PPGEnf/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected]; 5Enfermeira, Professora Doutora em Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/PPGEnf/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: [email protected] Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 1):2513-21, jul., 2014 2513 ISSN: 1981-8963 Garcia MCC, Cirino ID, Elias TMN et al. DOI: 10.5205/reuol.5927-50900-1-SM.0807supl201441 Interação enfermeiro-paciente na adesão ao tratamento... INTRODUÇÃO A tuberculose atinge a humanidade desde épocas remotas, mas somente no início da década de 40, do século XX, obteve-se a chance de curá-la com medicamentos.1 Contudo, na atualidade, no inicio do século XXI, a tuberculose continua como foco prioritário de atenção na saúde pública em nível mundial tendo em vista que a esta continua com prevalência de grande magnitude, e com ampla transcendência e vulnerabilidade.2 Embora grave, a doença é curável em praticamente 100% dos casos novos, desde que os princípios do tratamento sejam seguidos. A associação medicamentosa adequada, as doses corretas, o uso por tempo suficiente e a supervisão da tomada dos medicamentos por parte dos profissionais são os meios para evitar complicações como a persistência bacteriana e o desenvolvimento de resistência às drogas, assegurando, dessa forma, a cura do paciente.3 Nesse processo, a descontinuidade do regime terapêutico é o principal problema a ser abordado. O abandono ao tratamento da tuberculose tem sido registrado como variando entre 6,8% a 33,8% e com causas diversas, tais como nível de escolaridade baixo, administração do tratamento sem supervisão adequada e reações adversas ao medicamento em si, bem como o falso sentido de cura devido à melhora após inicio do tratamento, entre outros.4-5 Além disso, a falta de interação e a quebra de vínculo pelo profissional com o paciente também configuram como causas de abandono na medida em que o paciente se sente abandonado e negligenciado, e o profissional, por sua vez, não conhece as dificuldades do paciente e não procura soluções 4,6 compartilhadas para os problemas. Inserido nessa problemática, destaca-se o termo de adesão que ressalta a perspectiva do paciente como um ser capaz de uma decisão mais consciente e responsável por seu tratamento.1 Para que ocorra a adesão ao tratamento de tuberculose de forma efetiva, é necessário que o paciente e a equipe de saúde estabeleçam entre si, uma relações de confiança e de compromisso mútuo, em busca de alcançar as metas em comum. Seguindo esse pensamento de estabelecimento de relações entre o profissional e o paciente, ressalta-se a importância dada pelo Ministério da Saúde sobre oferecer apoio aos doentes em várias questões, como as psicossociais e trabalhistas, a fim de buscar remover obstáculos que dificultem a adesão dos doentes ao tratamento.2 Portanto, espera-se Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 1):2513-21, jul., 2014 que a abordagem do profissional com o paciente seja integral e individualizada, com vistas a garantir o êxito no tratamento de TB. Dessa forma, surge também a importância de realizar um processo de construção de relações interpessoais profissional-paciente, em busca de atingir objetivos compartilhados, a partir da interação entre ambos e do surgimento de vínculos que promovam a adesão e garantam, junto às outras medidas, um tratamento efetivo e consequentemente a cura do indivíduo. Entende-se que cuidar adequadamente dos doentes exige sempre uma parceria. Primeiramente, é uma parceria entre pacientes e os profissionais de saúde. Os cuidados de qualidade nunca podem ser alcançados sem que haja uma colaboração entre aqueles que prestam o cuidado e os que recebem o cuidado. Esta parceria se estende aos prestadores de serviço em si, já que uma alta qualidade do atendimento depende também da relação entre a equipe de prestadores de serviços, no entanto, os aspectos relacionados ao paciente e a equipe de cuidado nem sempre foram apreciados. Nas duas últimas décadas, por exemplo, tem havido um grande progresso na extensão dos cuidados para pacientes com tuberculose, especialmente, mas não exclusivamente, em países com os maiores números de casos.4 Neste trabalho, propõe-se que o enfermeiro, como membro da equipe de saúde responsável pelo cuidado terapêutico na atenção básica, favorece o estabelecimento do vinculo de confiança e comunicação entre paciente e serviço, necessário para a adesão ao tratamento da tuberculose. Argumenta-se que o enfermeiro possui características que permitem estabelecer esse tipo de relação, haja vista que os princípios interacionistas são elementos inerentes à prática do enfermeiro desde os primórdios da profissão e estão inseridos nos conteúdos curriculares na formação deste profissional. Da mesma forma, o conceito de interação constitui o foco central de vários modelos teóricos de enfermagem que orientam a prática dos enfermeiros, alguns datando desde a década de 1960, o que demonstra tradição valorativa desse conceito na enfermagem.6-7 Adicionalmente, o enfermeiro que atua no contexto da atenção básica articula as ações desenvolvidas na unidade de saúde, faz interlocução com os diversos serviços oferecidos, com os profissionais que ai atuam e com as responsabilidades desse cuidado. Acredita-se que essa forma de agir propicia a promoção da co-participação usuário-equipe de saúde necessária para o desenvolvimento 2514 ISSN: 1981-8963 Garcia MCC, Cirino ID, Elias TMN et al. DOI: 10.5205/reuol.5927-50900-1-SM.0807supl201441 Interação enfermeiro-paciente na adesão ao tratamento... do vínculo e das relações favoráveis à adesão do paciente ao tratamento. Tais considerações embasam o pressuposto de que o profissional enfermeiro, membro da equipe de saúde que cuida do paciente com TB, possui capacitação técnica e conhecimento teórico-científico para atuar durante o tratamento do paciente de forma efetiva, interagindo e identificando metas e formas para alcançar junto a este e a equipe de saúde, os objetivos comuns de melhoria da qualidade de vida e a cura. Entre os referencias teóricos que orientam para o agir nessa perspectiva, destaca-se o Modelo Conceitual de Sistemas Abertos Interatuantes e a Teoria de Alcance de Metas de Imogene King. Esta teoria, considerada de grande porte, focaliza a interação pacienteenfermeiro na procura de objetivos em comum e oferece uma dinâmica para esse processo.7 O estudo possui relevância na medida em que estudiosas de enfermagem propõem o exame dos conceitos contidos nos modelos de enfermagem,8 tanto pelo método de analise de conceito, como de sua representação na realidade. A análise realizada traz uma situação de integração teoria-prática. Por outro lado, um estudo desta natureza atende a necessidade de melhoria das questões de vinculo e atenção individual no âmbito da assistência primária em saúde e do desenvolvimento de estratégias que possam orientar o processo de trabalho do enfermeiro junto a sua equipe de saúde da família na promoção da adesão ao tratamento de tuberculose. Estruturou-se dois eixos de análise, a saber: 1) A interação na Teoria de Alcance de Metas de Imogene King e 2) A interação como estratégia na promoção da adesão ao tratamento da Tuberculose. Cada tópico foi desenvolvido a partir de reflexões empreendidas com o propósito de elucidar pensamentos sobre as ideais teóricas, acompanhadas de literatura pertinente que dão apoio às afirmações. O objetivo deste estudo, analisar a interação profissional-paciente na adesão ao tratamento da tuberculose pelo doente, à luz do Modelo Conceitual de Sistemas Abertos Interatuantes e da Teoria de Alcance de Metas de Imogene King. ● A interação na Teoria de Alcance de Metas de Imogene King Neste tópico discute-se o conceito de interação enfermeiro-paciente e os pressupostos que lhe dão suporte, de acordo com a teoria de Alcance de Metas. Ressalta-se Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 1):2513-21, jul., 2014 assim, que para esse propósito, torna-se importante primeiro, relacionar a posição de um conceito nas diversas instâncias teóricas de enfermagem. Iniciando com as teorias de enfermagem, considera-se que estas constituem uma forma sistemática de olhar o mundo, sendo definidas como conceitualizações articuladas da realidade, inventadas ou descobertas, com a finalidade de descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado de enfermagem.6 Nestas, os conceitos são expressos claramente e relacionados de forma a viabilizar o seu estudo na realidade. Já o modelo conceitual, caracterizado como um arcabouço, ou quadro de conceitos e proposições gerais e abstratas, que fornece uma estrutura de referência ou perspectiva distinta em um domínio de investigação específico, os conceitos são mais abstratos e difíceis de testar cientificamente.9 De forma mais abrangente, os marcos conceituais oferecem subsídios para a prática profissional. Assim, a aplicabilidade de uma teoria de enfermagem permite explicitar os propósitos, contextos, e as variáveis, explicações teóricas, evidências empíricas e a utilização de novas abordagens na prática de enfermagem que determinam a natureza dos seus elementos descritivos. Os significados das teorias para a profissão de enfermagem suscitam uma postura alerta e comprometida com a intenção científica que se volta para uma autocompreensão, retroalimentação e análise de pressupostos e das bases teóricofilosóficas de afirmação da enfermagem como corpo de conhecimento posto a serviço da formação, exercício e atualização profissional, em benefício da humanidade.10 O Modelo Conceitual utilizado neste ensaio é a estrutura conceitual sobre a qual repousa a Teoria de Alcance de Metas. No Modelo Conceitual de Sistemas Abertos, a saúde é definida como ajuste contínuo a estressores no ambiente interno e externo pela otimização dos recursos da pessoa para alcançar um potencial máximo para viver. O seu enfoque interacionista parte dos três sistemas interativos: o pessoal, interpessoal e social, que, ao se articular com objetivos de saúde, formam o modelo de origem para a elaboração teórica conhecida.11 Os conceitos relacionados nos sistemas pessoal, interpessoal e social fornecem uma rede conceitual sobre a qual se assenta o modelo, traçando um emaranhado teórico que delimita cada sistema. No sistema pessoal, são definidos os conceitos: percepção, self ou eu, crescimento e desenvolvimento, imagem corporal, espaço e tempo. Todos esses conceitos relacionam seres humanos 2515 ISSN: 1981-8963 Garcia MCC, Cirino ID, Elias TMN et al. DOI: 10.5205/reuol.5927-50900-1-SM.0807supl201441 Interação enfermeiro-paciente na adesão ao tratamento... dinâmicos, que vivem em interação contínua com o ambiente e, com o aumento do número de indivíduos, aumenta também a complexidade das relações, o que ocorre no sistema interpessoal. Esses sistemas interpessoais são formados por seres humanos em interação. Dois indivíduos que interagem formam uma díade, três, uma tríade e quatro ou mais, grupos pequenos ou grandes. À medida que aumenta o número de indivíduos que interagem, aumenta a complexidade das interações. Os conceitos relevantes interpessoais são interação, comunicação, transação, papel e estresse,7 os quais se discutem com mais detalhe. As interações são os comportamentos observáveis em duas ou três pessoas ou em grupos, em presença mútua. No processo interativo, dois indivíduos identificam metas e os meios para alcançá-las mutuamente, sendo que uma das formas mais elevadas de interação é a fala. Quando uma pessoa interage com outra acontece uma ação, ao que vai decorrer uma reação, pois essa pessoa reage em presença da outra. O desenvolvimento dessa reação vai determinar se a interação continua ou não. Caso continue, será efetivada a transação. Essa interação é muito positiva no sentido de permitir uma relação de maior confiança entre estes, fazendo com que passem de um momento de interação inicial a um de transação, no qual já há manifestação de um relacionamento mais estável.9 Considerando as interações entre enfermeiro e paciente, King acredita que as percepções do enfermeiro e do paciente influenciam o processo de interação; as metas, as necessidades e os valores do enfermeiro e do paciente interferem no processo de interação; os indivíduos têm o direito de participar das decisões que influenciam suas vidas, sua saúde e os serviços comunitários; os indivíduos têm o direito de aceitar ou rejeitar o cuidado; e as metas dos profissionais de saúde e as dos receptores do cuidado à saúde podem não ser congruentes.10 Nesse sentido, alguns pesquisadores apontam que nas situações de enfermagem é importante haver interação recíproca no estabelecimento de um sistema interpessoal positivo.11 A interação será influenciada pelo desempenho da comunicação e dos papéis individuais, conceitos também abordados pela teorista Imogene King. A Comunicação é considerada como o processo pelo qual uma informação é repassada de uma pessoa a outra, diretamente ou não. A função prioritária da Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 1):2513-21, jul., 2014 linguagem em uma sociedade é facilitar a cooperação e interação entre indivíduos. Comunicação é um intercâmbio de pensamentos e opiniões entre indivíduos. Pode ser verbal, quando satisfaz desejos de reconhecimento, participação e autorealização no contato direto entre as pessoas, ou não verbal, quando inclui gestos, expressões faciais, ações e posturas de ouvir e sentir.9 O cuidado de enfermagem envolve conhecimento e habilidades de comunicação com uma variedade de indivíduos, buscando alcançar metas, que ocorrem na presença de transação.11 Nessa linha de pensamento, são dois os tipos de comunicação, definidos por King: intrapessoal, que é a informação comunicada geneticamente. E a interpessoal, que é a comunicação entre os indivíduos por meio da fala, dos gestos. Esta é mais complexa e é componente de informação nas interações humanas e sistemas interpessoais.9 Transações são comportamentos humanos dirigidos a metas. Acontecem em situações nas quais os seres humanos participam ativamente em eventos e esta participação ativa nos movimentos/ações para alcançar uma meta provoca mudança nos indivíduos. As transações não estão relacionadas ao movimento de “análise transacional”. A interação humana conduz a transações, que reduzem o estresse em uma situação. A transação é sempre necessária por ocasião da formação de díades no sistema interpessoal.9 O Papel, definido como um constructo é pertinente a cada um dos três sistemas em interação dinâmica neste modelo conceitual. No sistema interpessoal são identificadas as relações interativas e os modos de comunicação. O conceito de papel exige que os indivíduos se comuniquem uns com os outros e interajam com o propósito de alcançar metas. O papel pode ser aprendido na família ou com outros grupos sociais. É situacional, pois depende da situação vivenciada e das pessoas envolvidas na interação.9 O papel do enfermeiro pode ser definido como interação com um ou muitos outros, numa situação de enfermagem, em que o enfermeiro, como uma profissional, utiliza habilidade, conhecimentos e valores, identificados como da enfermagem, para a identificação de metas e para o auxílio no sentido de que outros atinjam suas metas.7 Se houver conflito de papel no enfermeiro, no paciente ou em ambos, haverá estresse nas interações entre o enfermeiro e o paciente. Porém, se os enfermeiros com conhecimento e habilidades especiais comunicaram 2516 ISSN: 1981-8963 Garcia MCC, Cirino ID, Elias TMN et al. DOI: 10.5205/reuol.5927-50900-1-SM.0807supl201441 Interação enfermeiro-paciente na adesão ao tratamento... informações apropriadas aos pacientes, ocorrerão o estabelecimento de metas mútuas e suas realizações. As percepções, os julgamentos e as ações do enfermeiro e do paciente, se congruentes, produzem transações dirigidas às metas.10 O enfermeiro é instruído no seu papel durante sua formação nas escolas de enfermagem e, mais tarde, ao participar de seu grupo profissional. O conhecimento do papel é importante às enfermeiras para facilitar seu desempenho nos sistemas de cuidado à saúde. O conflito de papéis em um sistema interpessoal, ou seja, a não adequação do eu ao papel a ser desempenhado, pode aumentar a tensão ou estresse no ambiente, interferindo de forma positiva ou não nas interações humanas.11 King declara que o enfermeiro profissional, com conhecimentos e habilidade especiais, e um cliente com necessidade de atendimento em enfermagem, com conhecimento de self e das percepções dos problemas pessoais, encontram-se como estranhos, num ambiente natural. Eles interagem mutuamente para identificar os problemas e estabelecer e alcançar metas. O sistema pessoal do enfermeiro e o sistema pessoal do cliente encontram-se na interação com o sistema de sua díade, gerando seu sistema interpessoal, que é influenciado pelos sistemas sociais que os cercam.7 Nas experiências vivenciadas pelas enfermeiras, uma base de conhecimento sobre sistemas sociais é essencial, pois provê a estrutura para a definição de relações sociais e estabelece regras de comportamento, modo e ação. O sistema social é um sistema de limite organizado de papéis sociais, comportamentos e práticas desenvolvidas para manter valores e mecanismos de regulação dessas reações.9 Os conceitos relevantes que a teórica implica nesse sistema são: organização, autoridade, poder, status, tomada de decisão. A meta dessa teoria é ajudar os indivíduos a manter um estado saudável e, assim, ajudálos a desempenhar suas funções na sociedade. Os meios para alcançar uma meta comum variam em cada grupo profissional e de acordo com seus papéis e funções na sociedade. A meta global dos enfermeiros é promover a saúde, prevenir a doença e se preocupar com o doente.9 É possível afirmar, diante da descrição conceitual apresentada, que os enfermeiros e os pacientes são seres humanos reativos que interagem em situações específicas para alcançar propósitos específicos. Cabe destacar, que nesse processo, Imogene King Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 1):2513-21, jul., 2014 não detém sua preocupação apenas sobre o paciente hospitalizado, mas também sobre indivíduos com doenças crônicas e sobre os que precisam de reabilitação. Observa-se, portanto, a adequação desses conceitos no processo de busca, tratamento e acompanhamento do paciente com TB, uma vez que, conforme apontado por pesquisadores em um guia de orientações para aplicação de melhores práticas para o atendimento de pacientes com TB, a interação é fator importante para a adesão do paciente ao tratamento dessa doença.12 Assim, os enfermeiros cuidam de todos esses indivíduos, procurando capacitá-los a utilizar sua habilidade potencial para funcionarem como seres humanos, desenvolvendo-se ao máximo no desempenho de seu papéis cotidianos.9 ● A interação como estratégia na promoção da adesão ao tratamento da Tuberculose A interação enfermeiro e pacientes tem sido identificada como conceito fundamental para o desenvolvimento da prática de enfermagem efetiva e de qualidade, segundo o Modelo Conceitual de Sistemas Abertos Interatuantes e a Teoria de Alcance de Metas de Imogene King. Assim sendo, o conceito de interação, constitutivo na proposta teórica de Imogene King, quando relacionado à adesão ao tratamento da tuberculose, pode ser considerado como uma estratégia viável de ser utilizada com essa meta de cuidado. No tocante a atenção aos pacientes com TB, a interação profissional-paciente é identificada como de suma importância em todos os casos em regime terapêutico, mas especialmente para indivíduos que interrompem temporariamente, como para os que não concluem o tratamento. A não ocorrência da interação positiva pode determinar um nó para o processo de adesão ao tratamento, na medida em que o vínculo profissional-paciente-serviço se enfraquece e sentimentos de abandono, descaso e incerteza com relação ao compromisso dos profissionais vêm a tona nos pacientes. Nesse sentido, sabe-se que pacientes que não confiam no sistema de saúde ou nos médicos são mais propensos a não aderirem ao regime medicamentos.1 Na prevenção do abandono do tratamento, a perspectiva do paciente nas decisões e na negociação sobre as regras terapêuticas tem de ser levada em consideração por todos profissionais que atendem o paciente com TB. Contudo, apesar de que toda a equipe é responsável para assegurar a adesão do 2517 ISSN: 1981-8963 Garcia MCC, Cirino ID, Elias TMN et al. DOI: 10.5205/reuol.5927-50900-1-SM.0807supl201441 Interação enfermeiro-paciente na adesão ao tratamento... paciente ao tratamento, esta geralmente recai sobre o profissional enfermeiro, devido a sua função de supervisor das ações de acompanhamento dos pacientes sob 13 tratamento. Ressalta-se a responsabilidade dos profissionais de apreciar também as motivações e o contexto por trás dos comportamentos de saúde dos pacientes, no que se refere à possibilidade da não adesão ao tratamento. Isso exige comunicação e dialogo do profissional de saúde na investigação das falhas no tratamento. Exige uma atenção genuína e ir além de algumas rotulações depreciativas existentes, como a atribuição de abandono do tratamento por parte do paciente, sem análise da situação como um todo.14 Esta visão classificatória pode partir de pensamentos que não enfatizam a importância da supervisão no tratamento do paciente e o acompanhamento efetivo do mesmo, situações nas quais o profissional estabelece uma assistência unidirecional, sem interação entre profissional e paciente e ausência de tentativa de solução de problemas. Tem-se verificado que o alcance do percentual de adesão ao tratamento de tuberculose era perceptível nas unidades que possuíam equipe de saúde completa. Além disso, a presença do visitador do programa ou do auxiliar de enfermagem parecem contribuir com a alta adesão ao tratamento nessas unidades.15 Assim, poderia se pensar que esses profissionais, por ter mais contato pessoal e talvez uma relação interpessoal mais próxima com os pacientes, conseguem implementar ações comunicativas e dialógicas que promovem o vinculo e dessa forma estimulam a permanência no regime terapêutico. A presença da equipe de saúde completa como de extrema relevância no serviço, também é enfatizada em outro estudo, uma vez que as estratégias do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) devem, preferencialmente, ser desenvolvidas por equipes multiprofissionais com objetivo da inclusão social do paciente, sem, entretanto esquecer a importância da organização do serviço sob a estratégia do tratamento supervisionado.16 Ou seja, a interação dialógica que permita a discussão das metas de ambos, paciente e profissional, seria um elemento inerente ao tratamento supervisionado que viabilizaria a adesão. Por outro lado, a supervisão sem essa característica poderá não ser efetiva, na medida em que a perspectiva do paciente e suas dificuldades não são consideradas nesse processo. Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 1):2513-21, jul., 2014 Diversos fatores interferem na não-adesão ao tratamento: fatores socioeconômicos como baixa posição socioeconômica, a falta de suporte de rede, seja esta social, familiar ou profissional, fatores relacionados aos pacientes, como as crenças dos pacientes, conhecimentos, percepções e atitudes sobre a experiência e com a doença e tratamento, além de fatores como álcool e drogas, gravidade da doença, co-morbidade e os fatores relacionados a sistema de saúde como a qualidade das relações e da comunicação entre os trabalhadores de saúde e pacientes.17 Contudo, estudos já têm mostrado que o comportamento, as informações e qualidade da comunicação e do estilo dos profissionais de saúde-pacientes podem influenciar a adesão.12 Observa-se porém, que poucos estudos trabalham esses aspectos em relação ao tratamento de TB, principalmente em nível nacional. Estudos realizados na África e Ásia revelaram que o comportamento dos profissionais de saúde, a qualidade das relações e a comunicação entre os profissionais de saúde e pacientes estão significativamente associados com a adesão ao tratamento da TB. Os pacientes não-aderentes foram menos bem informados sobre a duração do tratamento, não tiveram a oportunidade de fazer perguntas e as explicações recebidas dos profissionais de saúde sobre a doença e tratamento não foram satisfatória, evidenciando que a má qualidade da comunicação entre pacientes e profissionais está significativamente associada com a nãoadesão ao tratamento da TB.12,17 Observa-se, nesses estudos, que o comportamento distanciado dos prestadores de cuidados de saúde para com os pacientes, associado à comunicação deficiente entre eles, pode comprometer a relação de confiança do paciente - profissional, levando à não-adesão ao tratamento, especialmente quando o tratamento é prolongado, como é o caso da tuberculose. Neste estudo ressalta-se que a melhoria da qualidade de comunicação paciente - profissional pode garantir a adesão ao tratamento e, assim, ter um impacto positivo no resultado do controle e cura da TB. Visualiza-se nesse sentido que uma alternativa é sair da unidirecionalidade quando se assiste o paciente de TB, possibilitando-se outra forma para trabalhar e estabelecer relações com os doentes, substituindo o fluxo unidirecional de informações por um processo de negociação entre profissional e paciente, com vistas a resolver o problema de saúde pública da 2518 ISSN: 1981-8963 Garcia MCC, Cirino ID, Elias TMN et al. DOI: 10.5205/reuol.5927-50900-1-SM.0807supl201441 Interação enfermeiro-paciente na adesão ao tratamento... tuberculose na atualidade.14 A conclusão do tratamento torna-se mais possível de ser bem sucedida, uma vez que se possibilita o entendimento dos pacientes quanto à doença, uma maior motivação e vontade de participar/aderir aos complexos esquemas de longo prazo a partir da inclusão desse paciente como sujeito do processo de cura. Embora os detalhes técnicos de diagnóstico e tratamento tenham sido foco de muitas discussões e investimentos, e normalmente sejam os mais discutidos por médicos e cientistas, o cuidado diário dos pacientes é também atividade a ser desenvolvida pelos profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros. Os cuidados de qualidade não podem ser sustentados sem uma prática de enfermagem de qualidade.4 Essas constatações enfatizam a necessidade de manter os pacientes no centro das atividades de controle e tratamento da TB, envolvendo-os nas decisões e escolhas, o que pode ser alcançado pela relação de concordância, entendido nos conceitos trabalhados por King, como a necessidade do enfermeiro, em um processo interativo com o paciente, identificar as metas e os meios para alcançar mutuamente, sendo que uma das formas mais elevadas dessa interação é a fala, a comunicação.18 O enfermeiro pode oferecer aos pacientes cuidados específicos, repetindo as informações sobre a natureza tratável da tuberculose e a duração do tratamento. A cada visita que pode ser feita ao paciente, os enfermeiros podem fazer uso da comunicação, realizando perguntas abertas sobre as reações da família e da comunidade relacionadas à doença e proporcionar oportunidades para que os pacientes compartilhem ativamente suas experiências positivas de enfrentamento, de maneira que se possibilite o desenvolvimento de mecanismos de enfrentamento. Enfermeiros também podem encorajar os pacientes a dialogar uns com os outros e até mesmo a facilitar a criação de um grupo de apoio formal para prestar apoio social e contribuir para uma diminuição da sensação de isolamento imposto pela doença e pelo estigma ligado à mesma.14 Observa-se nessa perspectiva a necessidade do enfermeiro ser competente no que diz respeito ao esquema terapêutico, uso dos medicamentos, efeitos colaterais, benefícios para a adesão, risco de abandono, e principalmente, desenvolver habilidades e competências voltadas para a comunicação e interação com o paciente. Assim, recomendase que a formação dos profissionais de saúde, dentre eles os enfermeiros, deve ser pautada Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 1):2513-21, jul., 2014 também em habilidades de comunicação e fortalecimento do vínculo, a fim de trazer mudanças significativas no sentido de uma abordagem centrada no paciente, resultando em satisfação mútua dos pacientes e prestadores de cuidado de saúde, melhoria da adesão dos pacientes a terapia, diminuição do abandono e, consequente, aumento das taxas de cura.19 No tocante a formação específica do enfermeiro, acredita-se que, para que este atue eficientemente nesse processo interativo de busca, tratamento e acompanhamento do paciente com TB, é necessário desenvolver sua metodologia de trabalho baseada no método científico. Há um esforço, nos dias atuais, no sentido de empregar uma metodologia de investigação científica que seja guiada pela teoria e pelo conhecimento, entendido como um processo, e mais que isto, que essa metodologia seja intensamente empregada no ensino e na formação da enfermagem. Por isso, é importante que durante a assistência aos indivíduos que apresentam qualquer necessidade de ajuda, os profissionais enfermeiros trabalhem buscando apoio nas teorias, a fim de embasar o cuidado que prestam no processo de assistência. No caso da atenção e acompanhamento dos pacientes com tuberculose, destaca-se a necessidade do enfermeiro utilizar-se das teorias de caráter interativo, desenvolvendo relações de concordância, de contribuição mútua e responsabilidade em alcançar o sucesso do tratamento, o que significa a tomada de decisão compartilhada entre paciente-profissional, baseado na interação, na comunicação e na total valorização da experiência do paciente, suas percepções, desejos e crenças, e no respeito mútuo, conceitos trabalhados pelas teóricas de enfermagem, dentre elas Imogene King. Isso inclui talvez, compartilhar esses conceitos e proposta de trabalho com os outros trabalhadores da equipe e aqueles que se encontram sob a sua supervisão, no caso, o agente de saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir das premissas das Teorias de Enfermagem, mais especificamente do Modelo Conceitual de Sistemas Abertos Interatuantes e da Teoria de Alcance de Metas de Imogene King, foi possível identificar e entender que a necessidade de adesão ao tratamento da TB requer uma interação efetiva, que pode se dar pelo estabelecimento de metas mútuas fixadas com cada paciente, que, em 2519 ISSN: 1981-8963 Garcia MCC, Cirino ID, Elias TMN et al. DOI: 10.5205/reuol.5927-50900-1-SM.0807supl201441 Interação enfermeiro-paciente na adesão ao tratamento... decorrência da doença, sofre alterações nos seus sistemas. Acredita-se que tal modelo conceitual, assim como essa teoria, tenha aplicação junto aos pacientes com TB, que apresentam uma evolução muitas vezes complicada, com controle rigoroso do tratamento, com altas doses e alguns efeitos colaterais, o que pode desestimulá-los com relação ao tratamento, e levar a alta taxa de abandono e recidiva, como conseqüência da não adesão. Trabalhar com metas pode encorajá-los a prosseguir e, com o apoio da família, esse encorajamento pode atingir o controle da doença, prevenindo complicações e dandolhes condições de uma vida melhor. A interação entre os sistemas pessoal, interpessoal e social, proposto por King, é determinante nesse processo, pois o paciente passa a ser visto como um sistema pessoal extremamente influenciado pelas pessoas com quem convive e pelo meio no qual vive. Acredita-se que a Teoria de Alcance de Metas de King é, não somente aplicável ao acompanhamento e tratamento dos pacientes com TB, mas muito desejável para a prática, pois viabiliza uma forma de interação paciente-enfermeiro necessária à eficácia terapêutica, que sabemos, requer um cuidado profissional, familiar, social, e principalmente, pessoal. Com respaldo nos conceitos de interação de King é importante que se busque sempre interagir com o usuário, acolhendo-o e integrando-o junto à equipe de saúde, minimizando os entraves no decorrer do período de tratamento, respeitando a dignidade e a autonomia daqueles que buscam os serviços de saúde, a fim de torná-lo sujeito do seu processo de tratamento e cura da tuberculose. Enfim, espera-se que, enquanto enfermeiros responsáveis por assegurar a adesão do paciente ao tratamento de TB, busquemos aliar o conhecimento clínico e técnico da doença e da terapêutica, aos conceitos das Teorias de Enfermagem, para que possamos exercer a enfermagem embasada cientificamente em um corpo de conhecimento que nos é próprio. AGRADECIMENTOS Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq REFERÊNCIAS 1. Gonçalves H, Costa JSD, Menezes AMB, Knauth D, Leal OF. Adesão à terapêutica da tuberculose em Pelotas, Rio Grande do Sul: na perspectiva do paciente. 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