A ESTRATÉGIA DE ENFERMAGEM NO CONTROLE DA TUBERCULOSE: IMPLICAÇÕES PARA O ENFERMEIRO PROMOTOR DA SAÚDE Maria Madalena da Silva Carneiro 1 Marilda Andrade2 Sabe-se que a tuberculose é uma doença infecciosa, crônica, causada por uma microbactéria. É claro que a simples exposição ao bacilo não é suficiente para provocar a doença. Diversos fatores são responsáveis pela evolução da infecção tuberculosa. De um lado a resistência do indivíduo infectado, de outro o número de bacilos infectantes e a sua virulência. A tuberculose prolifera onde quer que haja pobreza, má-nutrição e falta de cuidados médicos adequados. A pobreza influi nas condições de habitação (superpopulação facilita a propagação do bacilo), nas condições de alimentação e na dificuldade em obter cuidados médicos e informações a respeito da doença. A educação voltada para a saúde é estratégia essencial para o controle da tuberculose e de qualquer outra doença. Os profissionais de Saúde, em especial o enfermeiro – no papel de educador e promotor da saúde – vislumbra oferecer à clientela atendida, condições favoráveis de prestação de serviços e orientações básicas sobre o combate e a possível erradicação da doença crônica e de outras enfermidades. Considerando-se que a educação é o instrumento mais adequado para a construção do conhecimento sobre questões relacionadas à saúde, ao bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes atendidos – quer sejam em postos de saúde, clínicas, hospitais ou centros sociais. Muitas unidades de atendimento de saúde estão dirigindo seus esforços educacionais não só a seu cliente pontualmente, mas também à comunidade em geral, e em especial, a família do paciente em tratamento. Constata-se, portanto, que é de grande importância o que vêm ocorrendo em termos de programas de saúde que promovem, por exemplo: a redução de peso, interrupção do hábito de fumar e o exercício. Destacam-se também orientações pré-natais para avós e babás. Esclarecimentos para adultos com pais idosos e grupos de apoio a pacientes com doenças crônicas como diabetes, cardiopatias, câncer, Sida, alcoolismo, entre outros. Acredita-se que a interação interpessoal do paciente com o enfermeiro, que objetiva atender às suas necessidades de aprendizado, pode ser formal ou informal, dependendo do método e técnicas de ensino considerados mais apropriados para o paciente individualmente ou em grupo. Para tanto, também é necessário oferecer um ambiente físico agradável e conveniente para este aprendizado, como por exemplo, salas de atendimento amplas e limpas que contenham itens que chamam a atenção como murais educacionais sobre saúde. A estratégica ideal é mobilizar autoridades, profissionais da saúde e as comunidades (sociedade civil) a participar em todas as ações. Além da própria comunidade efetivamente envolvida, atuando na fiscalização e cumprimento desses programas. Em linhas gerais, será necessário elaborar estudo de avaliação do perfil da clientela atendida que permitirá diagnóstico das necessidades mais comuns e servirá também como eixo norteador de um planejamento de execução de medidas e tarefas a serem implantadas. A tuberculose, um dos mais tradicionais males da humanidade, está ressurgindo. Os fatores principais são conhecidos: a persistência da pobreza e a expansão da epidemia da Sida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), oito milhões de casos novos e quase 3 milhões de mortes por tuberculoses têm ocorrido a cada ano, caracterizando uma situação epidêmica. Os tratamentos mal conduzidos engendram, por sua vez, o aparecimento de cepas resistentes do bacilo tuberculoso que complicam extraordinariamente o combate à doença, multiplicando até 200 vezes o custo de tratamento e aumentando a mortalidade. O mais surpreendente disso tudo é que se dispõe de meios técnicos eficazes para o diagnóstico e o tratamento da tuberculose a preços baixos. A relação custo-benefício (salvar vidas) do combate a essa doença é uma das menores entre todas as intervenções cruciais da saúde pública moderna. No Brasil, quase 90.000 casos são notificados por ano; como há subnotificação, estima-se que o número seja maior, elevando-se talvez a 130.000. No entanto, pouco mais de 70% dos casos tratados estão sendo comprovadamente curados; os 30% que restam constituem uma “bomba de Informe-se em promoção da saúde, v.4, n.2.p.20-21, 2008. 20 tempo” na direção do agravamento generalizado do problema. (MS, 1999). Além disso, é provável que mais de 10.000 vidas sejam perdidas anualmente no País por essa causa. Isso tudo porque o Programa de Controle deteriorou-se progressivamente nos últimos anos, levando a uma situação em que o Coordenador de Pneumologia Sanitária do Ministério da Saúde, chegou a chamar de “um descalabro consentido”. A partir dessa situação, esse objeto de estudo direcionou sua pesquisa na busca de estratégias de enfermagem no controle da tuberculose, por considerar tratar-se de tema de grande relevância. Não se tem a presunção de apontar estratégias mitigadoras, mas sim demonstrar o plano estratégico junto aos clientes visando à prevenção, diagnóstico e tratamento. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Plano Nacional de controle de Tuberculose. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: DF, 1999. REFERÊNCIA DO TEXTO CARNEIRO, M. M. da S.; ANDRADE, M.; A estratégia de enfermagem no controle da tuberculosa: implicações para a enfermeira de promoção da saúde no programa saúde da família. Informe-se em promoção da saúde, v.4, n. 2. p. 20-21, 2008. 1 Enfermeira. Especialista em Promoção da Saúde pelo Curso de Especialização em Enfermagem e Promoção da Saúde com ênfase em PSF/ UFF 2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Médico-cirúrgica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa UFF. Coordenadora do Curso de Especialização em Enfermagem e Promoção da Saúde/ UFF. Informe-se em promoção da saúde, v.4, n.2.p.20-21, 2008. 21 ____________________ A estratégia de enfermagem no controle da tuberculosa: implicações para a enfermeira de promoção da saúde no programa saúde da família.