Política e Economia

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Política e Economia
Vivemos um período conturbado no qual podemos ver claramente que política
e economia andam juntas: uma recuperação da economia traria alívios em
Brasília; já a melhora no quadro político permitiria a retomada do
crescimento econômico nacional. “A política acabará cobrando
ostensivamente resultados da área econômica: à medida que a crise se mostra
mais acirrada, crescerão as pressões sobre o Ministro da Fazenda para que
adote medidas com resultados de curto-prazo, sobretudo as relacionadas à
geração de empregos e crescimento econômico. Neste aspecto, o ponto mais
importante a ser ressaltado é o de que a área econômica não terá como
produzir esses resultados esperados no curto-prazo. Quem deve, sim, gerar
resultados de curto-prazo é a área política, correndo-se o risco de que
pressões populares afetem a confiança na área econômica. Esses aspectos
constituem componente importante na análise dos investidores”, explica o
diretor executivo de economia da ANEFAC, Jorge Augustowski.
Para o conselheiro da ANEFAC, Roberto Vertamatti, é importante comentar
que os governos, inclusive os estaduais e municipais, além do Judiciário e do
Legislativo, a partir da Constituição de 1988, uma constituição repleta de
direitos, mas com poucas obrigações, acabou facilitando o aumento
desmedido dos gastos públicos, o que nos levou a estruturas públicas
megalomaníacas, caríssimas e que agregam pouco valor para a sociedade.
É consenso geral que o cenário político é motivo de preocupação. Augustowski
acredita que com os novos eventos decorrentes de delações premiadas e de
acordos de leniência, que poderão acarretar, além das consequências
políticas, manifestações populares, mais alterações de Ministros, além do
embate entre o Legislativo e o Judiciário, que poderá afetar a base do
governo e retardar as reformas estruturais. “Por outro lado, as reformas
estruturais sim são extremamente necessárias, porém são necessárias,
também, medidas efetivas de curto-prazo, que não se resumam a,
erroneamente, dar incentivos a determinados setores, com feito no governo
passado”.
“Pagamos um absurdo em impostos, sem falar da burocracia, aumentando os
custos das empresas e dos cidadãos. A solução definitiva passaria por uma
reforma geral do estado, uma redução importante dos gastos com a máquina
pública, tanto no executivo, como também no legislativo e judiciário. Não é
possível que os nossos custos com deputados sejam mais de oito vezes o custo
de um deputado na Inglaterra, como não é possível o custo do nosso judiciário
ser quatro vezes maior do que o custo do judiciário alemão. Sem falar da
corrupção endêmica, ainda não reduzida drasticamente. Por tudo isto, o
cidadão brasileiro é um herói e tremendamente compassivo com o que está
aí. Já é hora de mudarmos tudo isto, com nova estrutura política, se possível
parlamentarista, reduzindo brutalmente o custo do ineficiente estado
brasileiro”, contesta Vertamatti.
Frankenberg aponta que o Poder legislativo, Senado e Câmara de Deputados,
continuam apenas enxergando seus próprios e espúrios interesses, portanto
mais provavelmente, nada resolverão de concreto em 2017. “E, acima de
todos esses fatores paira a indecisão do Supremo Tribunal Federal em
finalmente adotar medidas de efetiva punição de políticos claramente
comprometidos com a corrupção, que continuam alegremente legislando
somente em causa própria, fazendo de conta de que nada tem a ver com eles.
Por todas essas razões e primariamente minha passada vivência e observação
da vida econômica- financeira em nosso país há mais de 40 anos, não vejo
radicais e realistas melhoras para o próximo ano”.
“A atividade econômica ainda continuará sendo prejudicada pelos juros altos
e, consequentemente, inibirão a geração de empregos. As empresas, em sua
grande maioria, principalmente as empresas de pequeno e médio porte, estão
altamente endividadas e muitas recorrendo à proteção através da
Recuperação Judicial. A volta da confiança para retornar os planos de
investimento não deve acontecer ainda em 2017. Quem tem recursos
financeiros, ganha mais deixando aplicado no Mercado Financeiro. Quem não
tem recursos financeiros, não consegue captar recursos e, quando consegue,
não tem coragem de contrair empréstimos em bancos pois a TIR – Taxa Interna
de Retorno tem ficado abaixo da taxa de juros cobradas pelos bancos, ou
seja, a conta não fecha”, explica, o diretor de economia da ANEFAC, Ailton
Leite ”.
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