NOTA TÉCNICA isolamento viral

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LACEN/SES/GO
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Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros
LACEN/SES/GO
NOTA TÉCNICA 01/2012 – LACEN/SES/GO
Assunto: Instrução para coleta, armazenamento e transporte de material para isolamento
viral - DENGUE
1 - COLETA DE AMOSTRAS PARA DIAGNÓSTICO VIROLÓGICO DE DENGUE –
ISOLAMENTO VIRAL
O diagnóstico virológico da dengue é fundamental para a identificação dos sorotipos virais
circulantes e detecção precoce da introdução de um novo sorotipo ou recirculação de outro
sorotipo, contribuindo de maneira importante para o sistema de vigilância da dengue.
A viremia inicia-se durante o período febril e uma amostra adequada para isolamento viral
é aquela coletada durante os cinco primeiros dias de sintomas.
Um diagnóstico virológico de qualidade depende de coleta, armazenamento e transporte
adequados.
1.1 - MATERIAIS E MÉTODO
•
Material para coleta de sangue (seringas, agulhas, gaze, álcool 70%, etc.)
•
Criotubos
•
Botijão de nitrogênio líquido
•
Nitrogênio líquido
•
Fichas Epidemiológicas
Missão: Participar das ações de vigilância em saúde, realizando análises laboratoriais com qualidade,coordenando a Rede
Estadual de Laboratórios e gerando informações para a melhoria da saúde pública.
Av. Contorno nº 3556 - Jardim Bela Vista – Cep: 74.853-120 – Goiânia-GO / Fone: (62) 3201 3888 Fax: (62) 3201 3884
[email protected] / [email protected]
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a) Distribuição dos Criotubos para Armazenamento de Amostras para o Diagnóstico
Virológico
Os tubos para congelamento das amostras de sangue para o diagnóstico virológico
(criotubos) serão disponibilizados pelo LACEN/GO às regiões de saúde conforme cota mensal
estabelecida (ver quadro abaixo). Ficará sob a responsabilidade da regional de saúde a
distribuição dos tubos para os municípios1.
b) Coleta, Rotulagem, Conservação e Transporte de Amostras para Diagnóstico
Virológico
O município deverá solicitar à regional de saúde o envio do botijão de nitrogênio para que
seja feita a coleta de amostra para isolamento viral.
Coletar assepticamente 1 a 2ml de sangue com seringa ou tubo à vácuo sem
anticoagulantes previamente identificado entre 1º e 5º dia após o início dos sintomas. Transferir
o sangue assepticamente para tubo estéril, resistente a temperatura ultra baixa (CRIOTUBO),
capacidade de 2 ml, com tampa de rosca externa e anel de vedação, devidamente identificado.
Colocar a amostra em saco plástico individualizado dentro de uma canaleta identificada no
botijão de nitrogênio líquido imediatamente após a coleta. Sugere-se tampar a canaleta do botijão
com um chumaço de algodão ou gaze para que o tubo não se perca dentro deste.
No caso de múltiplas coletas, em um mesmo período, para evitar a abertura excessiva do
botijão de nitrogênio, pode-se manter a amostra sob refrigeração (entre 2º e 8ºC – geladeira) por
no máximo 4 horas, mas, nunca em temperatura ambiente, após este prazo a amostra deve ser
imediatamente acondicionada no botijão de nitrogênio líquido e encaminhada o quanto antes
para o LACEN.
As amostras deverão estar acompanhadas de ficha epidemiológica e ficha do GAL
devidamente preenchidas e legíveis. O rótulo deve conter de forma legível nome do exame,
nome do paciente completo e por extenso, data e hora da coleta, natureza da amostra e número
da amostra (se 1ª ou 2ª amostra), usar etiquetas com tinta resistente aos meios de conservação.
Cada regional de saúde possui um botijão de nitrogênio que deve ser solicitado pelo
município que fará a coleta. As regiões que não possuem botijão de nitrogênio deverão solicitar
o mesmo à regional mais próxima até que seja efetuada a compra dos referidos equipamentos.
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Buscar os criotubos na Seção de Coleta do LACEN-GO.
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c) Realização do Diagnóstico Virológico
O isolamento viral do vírus dengue é realizado pela Seção de Virologia do LACEN/GO
utilizando-se cultivo celular e isolamento do vírus em linhagem celular C6/36 (células de
mosquitos Aedes albopictus), com identificação por imunofluorescência indireta utilizando-se
anticorpos policlonais e monoclonais específicos para os quatro sorotipos do vírus dengue.
d) Cotas Mensais de Envio de Amostras para Diagnóstico Virológico ao LACEN/GO*
Foram estabelecidas cotas mensais para envio de amostras para diagnóstico virológico
(isolamento viral) de acordo com a capacidade instalada do LACEN/GO, população residente e
perfil epidemiológico dos municípios que pertencem a cada regional conforme tabela a seguir:
REGIONAL DE SAÚDE
ARS São Patrício
NÚMERO DE
AMOSTRAS
/COTA MÊS
20
ARS Norte
10
ARS Serra da Mesa
10
ARS Pirineus
30
ARS Central
100
ARS Centro/Centro Sul
50
ARS Rio Vermelho
10
ARS Oeste I
10
ARS Oeste II
10
ARS Entorno Norte
20
ARS Nordeste
10
ARS Entorno Sul
50
ARS Sudoeste I
20
ARS Sudoeste II
10
ARS Estrada de Ferro
20
ARS Sul
20
*A distribuição destas cotas entre os municípios dentro das Regiões fica a critério de cada Regional.
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e) Fluxo de Resultados
No caso de solicitações realizadas pela plataforma GAL (Gerenciador de Ambiente
Laboratorial), os resultados individuais serão disponibilizados no próprio sistema. As
solicitações provenientes dos municípios da Região de Saúde Central, quando cadastradas no
LACEN, estarão disponíveis no expediente do laboratório.
Quanto aos resultados individuais, das demais regiões, serão encaminhados à Secretaria
Estadual de Saúde onde estarão disponíveis para as regiões.
Fica sob responsabilidade das Regiões de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde o
repasse dos resultados aos municípios e unidades solicitantes.
Os laboratórios descentralizados, que não possuírem o sistema GAL, deverão enviar um
relatório consolidado à Vigilância Epidemiológica Estadual com os resultados obtidos em cada
reação de sorologia para dengue por e-mail ([email protected]) ou fax (62-32014517).
Obs.: A Vigilância Epidemiológica terá acesso via GAL aos dados necessários à formulação dos
seus consolidados.
2- MANEJO COM O BOTIJÃO DE NITROGÊNIO LÍQUIDO
O botijão é um recipiente térmico com isolamento a vácuo para conservar as amostras
congeladas a uma temperatura de -196ºC (cento e noventa e seis graus centígrados negativos)
por tempo indeterminado, para tanto deve receber nitrogênio líquido, desde que se mantenha
um determinado nível mínimo, abastecendo-o periodicamente.
O botijão deve ser manipulado com o máximo cuidado para evitar danos que possam
resultar em prejuízos. Para diminuir os riscos com o botijão, é aconselhável a construção de uma
caixa de madeira para seu acondicionamento. Não podendo sofrer choques (batidas), nem
movimentos muito bruscos, além de tombar o que pode derramando todo o seu conteúdo.
O nitrogênio líquido evapora constantemente, devendo o técnico estar atento para evitar
perda de amostras por falta de nitrogênio.
Nunca deve ficar com nível inferior a 15 cm.
Deve-se medir regularmente o seu nível com medidor apropriado. Consumo elevado de
nitrogênio pode indicar problemas com o botijão, assim como a formação de gelo ou umidade
condensada sobre qualquer superfície externa, também pode indicar defeito ou estar danificado
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(caso haja formação de gelo no gargalo, prendendo a tampa, não tente removê-la com objetos
pontudos, nem exagerar na força).
Resumindo os cuidados:
•
Manter o botijão em ambiente ventilado, seco, ao abrigo de raios solares, fechando-o
apenas com sua própria tampa;
•
Não bater ou tombar, pois pode provocar a perda do vácuo, mesmo sem apresentar danos
externos;
•
O seu conteúdo é líquido e o manuseio incorreto pode causar sérios ferimentos (evite
contato com as partes do corpo);
•
Retirar as racks vazias, para diminuir o consumo de nitrogênio e facilitar seu manejo;
•
Nunca vedar a tampa para impedir a evaporação do líquido;
•
Use apenas adesivo para fixar qualquer tipo de identificação;
•
Para resfriar o botijão coloque cuidadosamente 0,5 a 1,0 litro de nitrogênio com auxílio
de um funil, aguarde meia hora e em seguida complete o nível de forma lenta. Aguardar
24 horas para ver a taxa de resfriamento;
•
Não transportar o botijão solto em carrocerias de veículos (deve ser transportado em
caixas de madeira, preso na posição vertical, mesmo quando estiver vazio); ao transportar
em veículos fechados, observar que haja ventilação;
•
Não derrame o líquido em recinto fechado, pois pode provocar asfixia pela redução da
quantidade de oxigênio;
•
Evite o contato direto com o nitrogênio líquido ou peças metálicas que estejam em
contato com o líquido;
•
Movimentá-lo sempre com 2 pessoas;
•
Medir regularmente o nível de nitrogênio;
•
Tampar a boca das canecas (contendo as amostras) com uma bola de algodão, gaze ou
papel ajustando-a à boca para evitar que os tubos saiam dos canecos e se percam dentro
do balão.
- Nunca deixar níveis inferiores a 15 cm.
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2.1 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS NO BOTIJÃO
É bom lembrar que muito próximo à boca do botijão o material armazenado poderá se
expor a temperaturas que poderão causar danos à qualidade deste material, para tanto é
necessário a utilização da pinça. Desta forma apenas o material a ser retirado estará em contato
com a temperatura externa.
2.2 - TABELA DE VERIFICAÇÃO DE NÍVEL E PESO DE NITROGÊNIO LÍQUIDO
Como é de conhecimento de todos, de tempos em tempos os botijões devem ser
reabastecidos de nitrogênio. Este tempo de reabastecimento varia de acordo com o grau de uso
do botijão, bem como com o tamanho do botijão.
Para que o manipulador tenha uma base da quantidade de litros necessários para o
reabastecimento, basta olhar a tabela abaixo e, após medir o nível de nitrogênio restante no
botijão, calcular a quantidade em litros que ira necessitar para o completo reabastecimento.
Vale ressaltar que o manipulador deve conhecer o grau de evaporação do seu
botijão, por meio de medições periódicas e manter uma rotina de abastecimento.
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VOLUME EXISTENTE (LITROS)
NÍVEL (CM)
SC 20/20
XC 33/22
SC 20/15
XC 34/18
XC 43/28
XC 47-11
SC 33/32
SC 33/26
38,1
_
_
_
47,2
36,8
_
_
_
_
35,6
_
34,9
42,2
45,4
34,3
_
34,6
42,0
43,9
33,0
20,7
34,0
41,3
42,2
30,5
19,0
31,5
38,6
38,6
27,9
17,3
28,6
35,1
35,1
25,9
15,6
25,8
31,6
31,6
22,9
13,9
23,0
28,1
28,1
20,5
12,2
20,2
24,6
24,6
17,8
10,5
17,4
21,1
21,1
15,2
8,8
14,6
17,6
17,6
12,7
7,1
11,8
14,1
14,1
10,2
5,4
9,0
10,6
10,6
7,6
3,7
6,2
7,1
7,1
5,1
2,0
3,4
3,6
3,6
2,54
0,6
0,9
0,9
0,9
Também podemos fazer a conversão de litros para quilos ou vice-versa. Para isto basta
saber que 1 litro equivale a 0,808 Kg de Nitrogênio. Ou 1 Kg é igual a 1,238 litros de Nitrogênio.
EXEMPLO: Se o seu botijão é um SC 20/20 e está com 10,2 cm de Nitrogênio, significa que
possui 5,4 litros restantes. Se a capacidade é de 20 litros, faltam aproximadamente 15 litros para
completá-lo, ou 12,12 Kg de Nitrogênio ( 15 X 0,808).
Fonte:Tabela de nível do Nitrogênio fornecida pela M.V.E.
Tabela de conversão fornecida pela Air Liquid.
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3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Tendo como base as características para a coleta, armazenamento e transporte das
amostras, bem como do manejo adequado do botijão de nitrogênio líquido ressaltamos que:
1. Existe a necessidade de verificação dos critérios clínicos de escolha dos indivíduos a
terem amostras coletadas, segundo as Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle
de Epidemias de Dengue;
2. Verificação e consolidação das boas práticas no manuseio das amostras para isolamento
viral; segundo descrito no Manual de Descentralização da Dengue, tais como: coleta,
acondicionamento, armazenamento, transporte e envio ao Lacen;
3. Capacitação dos Municípios para o cumprimento das metas estabelecidas, reforçando o
papel das Regionais na distribuição da cota entre os Municípios (de acordo com critérios
epidemiológicos e populacionais);
4. Capacitação quanto ao manejo e manutenção do botijão de nitrogênio líquido;
5. Revisão das cotas e redistribuição do quantitativo por Região, levando-se em conta os
dados do isolamento do ano de 2011 e início de 2012.
Ressaltamos ainda que o manuseio das amostras para isolamento viral fora dos padrões
estabelecidos pelo manual, tais como: coleta em tempo oportuno (com data de início de
sintomas e data de coleta), temperatura de armazenamento e transporte, assim como o envio
em tempo hábil; diminuem a possibilidade de isolamento do vírus da dengue, quando este for
o agente etiológico do estado patológico. E, que existe ainda a possibilidade de estar
circulando no Estado outros arbovírus o que justificaria a baixa positividade apresentada nos
últimos meses.
Goiânia-GO, 29 de março de 2012.
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Vinicius Lemes da Silva CRF-4012
Seção de Virologia
LACEN/SES/GO
_________________________________
Carmen Helena Ramos CRF-1677
Divisão de Biologia Médica
LACEN/SES/GO
De acordo:
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Maria Bárbara Helou Rodrigues
Diretora Geral
LACEN/SES/GO
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