dl - 11.06.15

Propaganda
ID: 59668448
11-06-2015
Tiragem: 2754
Pág: 19
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 17,01 x 10,41 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
Consumo de cafeína eficaz
para tratar a depressão
ESTUDOUma equipa de 14 investigadores da Alemanha, do
Brasil, dos EUA e de Portugal
concluiu que o consumo de cafeína é eficaz no combate à depressão, anunciou anteontem
a Universidade de Coimbra
(UC). “O consumo de cafeína é
eficaz tanto na prevenção como no tratamento da depressão”, revela um estudo internacional acabado de publicar
na revista da Academia Americana de Ciências ‘Proceedings
of the National Academy of
Sciences’ (PNAS)”, refere a UC.
A equipa de especialistas dos
quatro países, que foi coorde-
nada por Rodrigo Cunha, investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular e
docente da Faculdade de Medicina da UC, chegou a esta
conclusão depois de, durante
seis anos, ter efectuado “estudos e experiências em modelos
animais (ratinhos) para avaliar
em que medida a cafeína interfere na depressão”, doença com
“maiores custos sócio-económicos do mundo ocidental”.
Os animais que consumiram
cafeína, em doses equivalentes
a quatro/cinco chávenas de
café por dia em humanos, “apesar de todas as situações nega-
tivas a que foram sujeitos”,
apresentaram “menos sintomas” de depressão do que
aqueles aos quais não foi ministrada cafeína, que registaram “as cinco alterações comportamentais típicas da depressão”, sublinha Rodrigo Cunha.
Na segunda fase da pesquisa,
“os investigadores identificaram o alvo molecular responsável pelas modificações observadas”, tendo concluído que
“os receptores A2A para a adenosina (que detectam a presença de adenosina, uma molécula que sinaliza perigo no
cérebro) são os protagonistas
de todo o processo”.
Considerando um estudo
realizado nos EUA, no qual Rodrigo Cunha participou como
consultor científico, em que
“doentes de Parkinson tratados
com istradefilina – um novo
fármaco da família da cafeína
antagonista dos receptores A2A
(fármaco que inibe a actuação
dos A2A) – mostraram melhorias significativas, a equipa decidiu aplicar este medicamento
nos ratinhos deprimidos”, adianta a UC. Em três semanas de
tratamento “o fármaco foi capaz de inverter os efeitos provocados pela exposição inicial
a Stress Crónico Imprevisível
e os animais recuperam para
níveis semelhantes aos do
grupo de controlo (constituído
por ratinhos saudáveis)”, sublinha Rodrigo Cunha. |
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