Matriz de atividade individual* Módulo: 2 Atividade: Fórum Título: Escola Liberal ou Escola Keynesiana – Quais os melhores caminhos para superar a crise atual Aluno: Claudio Emilio Lenci Disciplina: Introdução à Economia Turma: 30 Introdução O texto a seguir apresenta uma breve análise sobre as características das Escolas Econômicas e alternativas possíveis para superar a crise econômica atual, com enfoque nos pensamentos Liberais versus Keynesianos. Características principais da Escola Clássica A Escola Clássica, representada principalmente por John Locke, Adam Smith, David Ricardo, Malthus e Karl Marx, estruturou e desenvolveu o pensamento econômico, criando as bases para o desenvolvimento comercial e da sociedade, amparados em regras, teorias e pensamentos que sistematizaram a percepção e análise da economia. Tem como objetos de análise Divisão do Trabalho, Capital, Produto, Preço e Trabalho. Fica clara assim, a relação entre trabalho e produção de riqueza. Outro aspecto muito importante nesta Escola é a importância imputada ao Estado que deve estar restrita à pontos específicos como a emissão do papel-moeda, controle da taxa de juros e proteção da propriedade privada. O dinamismo econômico deve existir a partir do livre mercado, que visa ao crescimento contínuo baseado na produção e onde os interesses individualistas e de enriquecimento criam processos auto-regulados para buscar o equilibrio de mercado. Em resumo pode-se dizer que acreditavam que o comerciante, ao buscar o lucro ajudava o Estado e às cidades. É a “Mão Invisível” do mercado que deve regular a economia, sem interferência do Estado. Características principais da Escola Neoclássica A Escola Neoclássica incorpora às teorias econômicas vigentes em sua época o princípio marginal como ideia central, no qual o lucro é o norteador das decisões a serem tomadas. Incorporam também em suas teorias os conceitos de Escassez e do Equilíbrio da Inflação, numa análise microeconômica. Quanto mais desejado um produto e também mais difícil o acesso a ele, maior será seu valor e a margem de lucro sobre sua produção. Há uma preocupação com o equilibrio geral e com a dependência interna de todo o sistema econômico. Semelhanças entre as Escolas Clássica e Neoclássica Ambas as escolas seguem os mesmos princípios econômicos – liberalismo, capital, divisão do trabalho e produto. Afirmam o poder do livre mercado para trazer crescimento e desenvolvimento, através da busca pelo equilibrio entre oferta e demanda, bem como deixam para o Estado um papel menos importante como regulador da economia. As forças de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno emprego, ou seja, quando a 1 demanda e a oferta por mão-de-obra se igualam; As variáveis reais da economia e os preços relativos seguem trajetórias diferentes e independentes da política monetária, ou seja, a quantidade de moeda não afeta a capacidade produtiva e laboral de uma economia; A quantidade de moeda afeta apenas o nível geral dos preços. (WIKIPEDIA) Características da Teoria Keynesiana A mais importante Agenda do Estado não está relacionada às atividades que os indivíduos particularmente já realizam, mas às funções que estão fora do âmbito individual, àquelas decisões que ninguém adota se o Estado não o faz. Para o governo, o mais importante não é fazer coisas que os indivíduos já estão fazendo, e fazê-las um pouco melhor ou um pouco pior, mas fazer aquelas coisas que atualmente deixam de ser feitas. (John Maynard Keynes, The end of laissez-faire) Em resumo, afirmava que os investimentos públicos e privados determinam diretamente a elevação e a redução dos níveis de renda e emprego. Em contraposição à tese da escola clássica, segundo a qual o estado deveria manterse, tanto quanto possível, à margem da atividade econômica, Keynes propunha que o estado se transformasse em motor do desenvolvimento. O Estado deve assumir um papel estratégico e extremamente ativo no mercado e nos segmentos econômicos com o objetivo de criar condições ideais para sua expansão e desenvolvimento. Acredita que o mercado não tem condições, por si só, de resolver seus problemas, crises e desequilibrios, aos quais estão constantemente expostos. Keynes traz à tona questões importantes referentes ao consumo, à capacidade de poupança e sua relação com o nível de renda de cada individuo. A partir daí formula um raciocínio onde o crescimento leva inexoravelmente ao acúmulo de riqueza, gerando redução de demanda e, na ponta final, desemprego e crise econômica. Temos então em novo e importante componente: a criação de demanda. Para isso o Estado deve agir firmemente para criar as condições necessárias à expansão comercial, através de incentivos, subsídios e regulamentação das atividades econômicas. Diferença entre a Teoria Keynesiana e a Escola Liberal Fica fácil notar que a diferença principal entre as correntes Keynesiana e Liberais está no papel do Estado sobre a economia. Enquanto de um lado defende-se o livre mercado como fator essencial para o crescimento e equilibrio, do outro há grande ênfase na importância do Estado como regulador e gerador de demanda, fatores que estão além do poder do mercado e que trazem desequilibrio econômico. Até por seus momentos históricos, a Teoria Keynesiana foi desenvolvida a partir da grande Crise de 1929, onde estava evidente que o mercado não tinha estrutura para se recuperar da depressão sem a atuação ativa do Estado. 2 Alternativas para a crise atual a partir da teoria Keynesiana e da Teoria Liberal Avaliar alternativas para a crise atual é uma tarefa muito difícil, até mesmo porque há diversos segmentos e fatores que interferem na análise, o que extrapola o objetivo deste trabalho. A partir do exposto acima, vejo como uma boa alternativa o equilibrio do papel do Estado junto ao mercado. Não acredito que o mercado consiga se manter equilibrado e em expansão, se deixado agir livremente. Prova disso foi o estouro da bolha imobiliária e dos sub-primes, uma vez que durante um bom tempo o mercado operou com títulos duvidosos e sem garantias reais. No Brasil, por termos uma estrutura reguladora muito bem definida e dimensionada, o impacto dos títulos podres foi bem menor, pois não havia tanta “brecha” para as empresas financeiras operarem sem oferecer garantias reais ao Estado e à sociedade. Acredito que o Estado deve fomentar e orientar os segmentos econômicos a agirem livremente, seguindo a corrente liberal, mas deve criar e coordenar indicadores econômicos críticos, para poder interagir com o mercado quando for necessário e quando os esforços não precisarão ser tão grandes. Assim pode minimizar consequências desastrosas para a economia, sem assumir um papel paternalista e/ou controlador. Vejo como um desafio gigantesco conseguir definir essa linha tênue de atuação do Estado, até porque, se pender para regulamentação excessiva, com certeza tera consequências tão ou mais desastrosas para a economia, através de um Estado centralizador, manipulador e até ditatorial. O Estado deve incentivar as empresas e entidades representativas a desenvolver planos de expansão e criar indicadores que permitam o acompanhamento periódico dos resultados e projeções. Deve criar políticas de incentivo à economia baseadas nas necessidades reais de mercado e não em necessidades políticas (embora acredite que isso seja impossível) e investir tempo e recursos em setores importante como infra-estrutura, saúde e educação. A partir deste ponto deve deixar que o mercado se desenvolva e busque o equilibrio natural, sem interferências e sem onerar empresas e trabalhadores. Conclusão A crise atual demonstrou a complexidade das relações econômicas entre o mercado e o Estado, seus desafios, paradoxos e dilemas. Tudo isso ampliado exponencialmente pela globalização e pela velocidade das reações à mudanças. Com certeza temos um campo para discussões acaloradas entre as diferentes correntes econômicas, mas vejo tudo isso como um fator positivo, uma vez que contribui para o surgimento de novas teorias que consuguirão equilibrar e responder de maneira eficaz às novas crises que com certeza ocorrerão, e cada vez mais rápido. Acho importante contar com um Estado forte para questões macroeconômicas, e que permita ao mercado buscar os melhores caminhos para seu desenvolvimento. Somado a isso é fundamental termos uma sociedade preparada e consciente de seu papel, através de uma boa formação e do acesso às informações. Referências bibliográficas 3 Material de estudo da FGV (apostila e site) Wikipedia ROCHA, Alexandre Pereira. Soluções para crise, de Keynes a Friedman. *Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática. 4