Pirâmide alimentar: o mapa da alimentação equilibrada Ouvimos muito que é importante nos alimentarmos de forma equilibrada e saudável. Mas o que quer dizer, realmente, dieta balanceada e nutritiva? Você pode não acreditar, mas comer corretamente é sinônimo de comer de tudo, só que em quantidades diferentes e moderadas. Uma boa maneira de se orientar é por meio da pirâmide alimentar, um guia que indica as quantidades ideais de cada grupo de alimentos. Os da base da pirâmide, por exemplo, devem ser consumidos com maior freqüência. Conforme os andares da pirâmide vão subindo, as quantidades vão diminuindo. Dependendo do resultado que se espera deles, - emagrecer, manter a forma ou engordar - esses alimentos devem ser ingeridos em maior ou menor quantidade, mas sempre em porções variadas, lembrando que a dobradinha alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares é que vai garantir um corpo saudável. O corpo humano é um organismo em permanente construção e movimento. Em um único dia de vida, milhões de células são repostas aos tecidos e uma quantidade maior ainda de reações químicas ocorre. Para que tudo isso aconteça, o organismo vivo utiliza energia, matéria-prima para construir células (proteínas) e inúmeras outras substâncias que facilitam reações químicas ou que delas participam como reagentes (vitaminas e minerais). Tudo isso é captado no meio externo pela alimentação e pela respiração. Não existem reservas para todas as substâncias das quais o organismo necessita. A proporção das inúmeras substâncias necessárias para o dia-a-dia também não é igual. Cada refeição que fazemos é um pacote de nutrientes que é desmembrado e em seguida utilizado nas diversas atividades do organismo. Se nesse pacote existe exagero de algum nutriente, o organismo procura uma maneira de criar reservas e, quando não é possível, o excreta. Na via inversa, quando um nutriente não vem na quantidade necessária o organismo lança mão de reservas. Se elas não existem, surgem as carências nutricionais e as doenças. Quem come mal, faz seu organismo funcionar mal e, se essa atitude for crônica, provoca-lhe danos permanentes. O conselho de comer bem não é conversa chata de mãe ou de médico, mas uma das mais importantes atitudes para viver mais e melhor, com qualidade de vida. O ideal é misturar, em todas as refeições, os nutrientes que ajudam a manter o corpo saudável. Tais nutrientes são encontrados em três grupos de alimentos distintos: os energéticos, os construtores e os reguladores. Cada um tem sua função, mas todos são indispensáveis para o bom funcionamento do organismo. Enquanto um fornece energia para o corpo se movimentar, outro faz reparos e há ainda o que regula suas funções. Alimentos energéticos Energia é o que o corpo humano precisa para realizar movimentos. Sejam os voluntários, como andar ou correr, ou aqueles que independem da nossa vontade como, por exemplo, respirar. Quem fornece essa energia para que o corpo se movimente são os carboidratos e as gorduras, nutrientes contidos nos alimentos energéticos. Os carboidratos são encontrados no arroz, no milho, no trigo, na aveia, no macarrão, no feijão, na mandioca, nos pães, nos cereais matinais e em farinhas de todos os tipos. Em quantidades razoáveis, fornecem energia para as atividades do corpo, para o bom funcionamento dos órgãos e para a fixação das proteínas. Porém, se consumidos exageradamente, podem se tornar um vilão, pois o excesso se transforma em gordura que, não sendo queimada, fica armazenada em alguma parte do corpo (barriga, culote...). A ingestão diária recomendável é de 150 a 300 gramas. Já as gorduras têm a seu favor o fato de fornecerem energia de forma concentrada. Enquanto um grama de carboidrato produz quatro calorias, a mesma quantidade de gordura fornece nove calorias. Por isso ela deve ser consumida, mas com moderação. O corpo também usa a gordura para armazenar energia e para manter sua temperatura. Quando ele sente a falta dos carboidratos, usa sua reserva de gordura. O problema com a gordura é que sua digestão é complicada. Por isso a prática de exercícios físicos torna-se importante para quem quer manter o corpo em forma e com saúde, pois são eles que vão ajudar a queimar esse excesso de gordura, mantendo o equilíbrio do organismo. A quantidade diária recomendável depende do sexo da pessoa, de seu tamanho e de seu estilo de vida (sedentário ou ativo), mas entre 15 e 20 gramas por dia costumam ser uma quantidade recomendável pelos especialistas. Onde encontrar gordura? As melhores fontes são alimentos como manteiga, margarina, óleos vegetais, nozes, castanhas, amêndoas, avelãs, azeite, carne, gema de ovo e leite. Alimentos construtores Nosso organismo não pára um minuto sequer: está sempre fazendo um reparo aqui e outro ali, sempre se renovando e se fortalecendo. As proteínas são a principais matérias-primas dessa constante manutenção, que faz com que ossos e músculos se desenvolvam que cabelos, dentes e unhas cresçam e que os ferimentos se fechem. Além disso, esses nutrientes - presentes em grandes quantidades nos alimentos construtores - também auxiliam na formação das células, como os glóbulos vermelhos do sangue. Pertencem ao grupo dos alimentos construtores todos os tipos de carnes (bovina, suína, aves e peixes) e seus embutidos (salsicha, presunto, mortadela etc.), leites e seus derivados (queijo, iogurte, coalhada etc.), ovos, feijão, ervilha, soja, grão-de-bico, nozes e castanhas. Com tanta variedade, fica fácil manter uma dieta nutritiva, saudável e muito saborosa. A quantidade de proteína ideal para se consumir por dia é 0,8 gramas para cada quilo da massa corporal. Ou seja, se você pesa 50 quilos, precisa de 40 gramas de proteína por dia para manter a forma. Os alimentos mais ricos em proteínas são a carne magra de porco e o arenque defumado, que possuem, cada um, 33 gramas de proteína para cada 100 gramas. Mas cuidado: não passe dos limites, evitando consumir mais proteína do que o seu corpo precisa. Enquanto a carência desse nutriente causa transtornos como fraqueza, flacidez muscular, baixa resistência a infecções e anemia, sua ingestão exagerada e contínua pode causar desidratação e perda de cálcio dos ossos. Alimentos reguladores Enquanto os alimentos energéticos permitem que o organismo se movimente e os construtores se responsabilizam pela sua construção e manutenção, os reguladores fazem com que o corpo realize suas funções da forma mais correta possível. É aí que entram as vitaminas e os minerais, micros nutrientes encontrados no grupo dos alimentos reguladores, que, como o próprio nome sugere, regulam o funcionamento geral do organismo, mantendo seu equilíbrio. Apesar de receberem o nome de micro nutriente, por estarem presentes nos alimentos em pequenas quantidades, eles são SUPER importantes. Há uma lista variada de vitaminas e minerais e cada um desempenha diversas funções. Por isso, a presença de todos, mesmo em pequenas quantidades, é muito importante para o nosso organismo. Uma pessoa carente de vitaminas e minerais têm grandes chances de apresentar envelhecimento precoce, anemia, hemorragias, fraqueza, cansaço e baixa resistência a infecções. O melhor então é sempre incluir frutas, legumes, verduras, carnes, cereais, ovos, leite e feijão em suas refeições, e aproveitar os benefícios que essa rica dieta pode oferecer: fortalecimento do sistema imunológico, proteção contra os efeitos nocivos dos radicais livres, melhor funcionamento do intestino, pele mais bonita, e por aí vai. Como as vitaminas e os minerais são muitos e possuem variadas funções, a quantidade diária recomendável varia de um para o outro. Vitamina A Atua no desenvolvimento ósseo, na visão, na boa formação da pele, na imunidade e na reprodução, além de ser anti-cancerígeno. Fígado, rim, gema de ovo, leite, cenoura, manteiga, margarina enriquecida, frutas amarelas como manga, mamão, carambola e pitanga, pequi, óleo de fígado de bacalhau e em todas as folhas verde-escuras. Vitamina B1 Auxilia no metabolismo dos carboidratos, das gorduras e proteínas; atua na musculatura e na respiração dos tecidos. Carnes, fígado, gema de ovo, cereais integrais, nozes e tomate. Vitamina B2 Importante para o metabolismo dos carboidratos, das gorduras e proteínas, para a conservação dos tecidos, para os olhos e também para a manutenção da pele. Leite, queijos, ovos, carnes (fígado em especial), vegetais verdes, cereais integrais e leguminosas. Vitamina B6 Por ajudar no metabolismo dos aminoácidos e das proteínas, é importante para o crescimento. Carnes (principalmente no fígado), salmão, cereais integrais, germe de trigo, levedo, aveia, legumes, batatas, cenouras, ervilhas e bananas. Vitamina B12 Essencial para o bom funcionamento das células, principalmente as do trato gastrointestinal, da medula óssea e do tecido nervoso. Fígado, rim, carnes, peixes, frutos do mar, leite, queijos e ovos. Vitamina C Facilita a absorção de ferro, aumenta a resistência do corpo às infecções, auxilia na cicatrização de queimaduras, na formação dos dentes e ossos, protege a gengiva, atua no metabolismo de alguns aminoácidos e é essencial para a manutenção da integridade capilar e dos tecidos. Além disso, é antioxidante. Frutas cítricas, manga, morango, mamão, goiaba, caju, carambola, mangaba, sirigüela, tamarindo, umbu, uva, couve-flor, pimentão, tomate, batata, hortaliças de folhas verdes e brócolis. Vitamina D Essencial para a formação da estrutura óssea e dos dentes. Salmão, atum, fígado, óleo de fígado de peixe, manteiga, margarina, gema de ovo e leite. Vitamina E Antioxidante, atua na manutenção do tecido epitelial e auxilia no metabolismo das gorduras e no bom aproveitamento da vitamina A. Vegetais de folhas verdes, cereais integrais, germe de trigo, gordura do leite, óleos vegetais, gema de ovo, nozes, castanhas e soja. Ácido fólico É de grande importância no processo de divisão das hemácias, os glóbulos vermelhos do sangue. Também é responsável por unhas, cabelos e medula óssea, e pelo bom funcionamento do sistema imunológico. Carnes, miúdos (vísceras), frutas, vegetais verde-escuros e leguminosas. Ácido pantotênico Importante no metabolismo energético, auxilia na reposição dos tecidos corporais. Carnes, fígado, ovos, cereais integrais e soja. Cálcio Fundamental para o crescimento e importante na construção e na manutenção de ossos e dentes. Leites e derivados, peixes, brócolis, feijão, nozes, folhas de mostarda, agrião e sorvetes. Ferro Previne a anemia por ser um nutriente importante na formação das células vermelhas. Também favorece o crescimento e a vitalidade. Carnes vermelhas e brancas, carne-de-sol, fígado, camarão, mariscos, ostras, algas marinhas, gema de ovo, vegetais verdeescuros, legumes, feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, beterraba, jenipapo, açaí, mangaba, araçá, ameixa-preta seca, buriti e folha de azedinha. Magnésio Trabalha junto com o fósforo para fixar o cálcio nos ossos e dentes. Além disso, é ele que permite que o corpo relaxe depois de uma contração. O bom funcionamento dos nervos e músculos também depende dele. Leite, vegetais verdes, legumes, nozes e cereais. Manganês Além de aprimorar os reflexos dos músculos, ajuda a combater o cansaço e a fadiga. Cereais integrais, broto de alfafa, verduras, nozes e gema de ovo. Niacina Ajuda a levar oxigênio para as células. Leite, ovos, vegetais, carnes magras, fígado, peixes e germe de trigo. Potássio É um dos responsáveis pelos batimentos do coração, pela normalidade da pressão sangüínea e pelas contrações dos músculos. Cereais integrais, banana, laranja, tomate, espinafre, sardinha e nozes. Zinco Por atuar na síntese de proteínas, ajuda no crescimento. Também auxilia o corpo a se defender do estresse. Peixes, frutos do mar, carnes vermelhas, ovos, cereais e feijão.