ESTRATÉGIAS DE MARKETING PARA DIFERENCIAÇÃO E POSICIONAMENTO DO PRODUTO/SERVIÇO NO MERCADO Constantino de Gaspari Gonçalves* Rotil Pereira de Souza** RESUMO O presente trabalho tem como propósito, escrever um artigo sobre Administração de Marketing: “Estratégias de Marketing para a Diferenciação e Posicionamento do Produto / Serviço no Mercado”. O objetivo maior desta pesquisa é conhecer as estratégias, entender como são feitos o posicionamento e a diferenciação do produto e serviço para atender ao mercado de maneira superior, e, a partir dos dados obtidos, buscar conhecimentos que possam contribuir com o processo de desenvolvimento de estratégias de marketing para empresas, bem como para acadêmicos. De maneira mais específica, arrolaram-se ainda como objetivos: realizar levantamento bibliográfico sobre o estabelecimento de estratégias sobre a diferenciação, posicionamento, produto, serviço e o mercado. Aceitar sempre a diferenciação e o posicionamento do produto ou do serviço como um processo contínuo, inacabado, para permanecer ou buscar uma melhor posição na mente do cliente em potencial. Assim sendo, por se tratar de uma pesquisa de administração na área de marketing, este estudo buscou esclarecimentos, respostas, para os questionamentos sobre as questões envolvendo o tema proposto, na busca efetiva de vencer superando as expectativas do cliente, assim, facilitando ainda mais a criação de estratégias mais eficazes para encontrar caminhos que levem ao crescimento e desenvolvimento das empresas. Quanto à metodologia, realizou-se uma pesquisa exploratória, qualitativa, método utilizado foi uma pesquisa bibliográfica. Espera-se também, com o resultado deste estudo, levar contribuições para as empresas, estimulando a implementação de novos projetos, na busca de bons resultados nos * Doutor em Ciências Empresariais, Professor da FAFIMAN, Avaliador do MEC. ** Mestre em Administração, área de Marketing, Professor do curso de Administração da UNESPAR (Paranavaí). E-mail: [email protected] Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 29 negócios. Os profissionais de marketing terão que repensar as bases dos processos pelos quais identificam, comunicam e fornecem valor para o cliente. Necessitarão melhorar suas habilidades de gerenciamento de clientes, aliados individuais e envolver seus clientes no ato de coprojetar os produtos que desejam. Palavras-chave: Marketing. Diferenciação. Posicionamento. Estratégia. Produto. Serviço. INTRODUÇÃO Num mundo em transformação, entre os grandes desafios do marketing, estão as constantes mudanças e principalmente a velocidade com que elas ocorrem, tornando-se mais complexos os caminhos para buscar e aperfeiçoar métodos de comunicação, para acompanhar os novos avanços da tecnologia dentro de um processo de globalização, qual a internet, e-mail, e software para automação de vendas, e ainda os novos meios de comunicação, tais como, TV a cabo, videoconferência, de certa forma mudam o universo dos negócios. Nesta mesma lógica, afirmam tanto os pesquisadores quanto os administradores que acompanham os efeitos da mudança na eficácia dos negócios, outro grande desafio está na constante atualização dos dirigentes das empresas, ou seja, em manterem-se sempre atualizados para entenderem e solucionarem os problemas que surgem, pois, a mudança radical no mercado é uma constância (KOTLER, 1999). Claramente, rápidas transformações estão alterando as economias nacionais. Entre elas, está a globalização, processo de crescimento explosivo no mercado global; este processo tem sido acompanhado de uma intensa revolução nas técnicas de informação, telefone, computador e televisão. Nesse contexto, as fontes de informação também se uniformizam devido ao alcance mundial e à crescente popularização dos canais de televisão por assinatura e da internet. Isso faz com que os desdobramentos da globalização ultrapassem os limites da economia e comecem a provocar certa homogeneização cultural entre os países (KOTLER, 1999). Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 30 Assim sendo, empresas transnacionais instalam suas fábricas em qualquer lugar do mundo onde existam as melhores vantagens fiscais, mão de obra e matéria-prima baratas. Essa tendência leva a uma transferência de empregos dos países ricos que possuem altos salários e inúmeros benefícios para as nações industriais emergentes. Mas, não só o setor industrial tem sentido os efeitos da globalização, o setor financeiro também sofre profundas modificações. As transações são agilizadas por inovação nas áreas de telecomunicações e informática que possibilitam a movimentação quase instantânea do dinheiro entre os mercados internacionais, o que tem sido fundamental para agilizar o comércio e as transações financeiras entre os países. A outra é a mudança tecnológica; o grande número de informações disponíveis e avelocidade espantosa das comunicações fazem com que os mercados atuais mudem com rapidez. Com o advento da tecnologia, a velocidade da mudança é tão grande, afirma Richard Love (KOTLER, 1999, p. 17), que “[...] a capacidade de mudar se tornou, agora, uma vantagem competitiva”. Portanto, o escopo deste estudo é buscar respostas para as questões levantadas na literatura consultada, e foi organizado da seguinte forma: levantamento bibliográfico sobre a origem e evolução do conceito de marketing, o que é marketing, conceitos centrais de marketing, planejamento estratégico voltado para o mercado; diferenciação e posicionamento do produto / serviço para o mercado. Espera-se também, com o resultado desta pesquisa, poder contribuir com as empresas e estudantes nos seus futuros projetos sobre diferenciação e posicionamento dos seus serviços e produtos, na busca de resultados. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nessa seção será apresentada a evolução do conceito de marketing, conceitos de estratégia, administração estratégica, o processo estratégico de marketing para diferenciação e posicionamento da empresa, produto ou serviço no mercado, escolha da diferenciação da oferta de marketing e posicionamento do produto ou serviço no mercado. Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 31 2.1 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE MARKETING Há várias maneiras para se definir a palavra marketing; grande parte das pessoas tende a vincular marketing à venda e propaganda, tendo em vista o grande volume de propaganda que se veicula diariamente na mídia, bem como a venda pessoal. Sabe-se, no entanto, que venda e propaganda são apenas duas das funções do marketing. O marketing é muito mais abrangente, com uma infinidade de outras funções, exercidas pelo homem, desde o habitante das cavernas, não obstante o seu simplismo, já utilizava o processo de troca, que, como se sabe, originou a atividade de marketing. Com a evolução do processo de entendimento do marketing, passou-se a utilizá-lo com melhor aproveitamento, desde o sistema de troca primitivo, passando por pesquisas e análises para conhecer as tendências dos consumidores (KOTLER, 1998), e, ressalta ainda o mesmo autor que: Para que a empresa possa escolher o mercado-alvo e atendê-lo de maneira superior, é relevante a formulação de estratégias de marketing, diferenciação do produto e dos serviços, posicionamento do produto no mercado (KOTLER, 1998). Destaca-se, na sequência, como têm evoluído as definições de marketing: “Por volta de 1954, marketing foi traduzido como mercadologia” (LAS CASAS, 1997, p. 14), afirmando ainda, que “o termo em inglês significa ação no mercado”. Para uma melhor compreensão da terminologia do marketing: A American Marketing Association, em 1960, definiu marketing como sendo “o desempenho de atividades comerciais que direcionam o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário” (BOONE; KURTZ, 1998, p. 6). Cobra (1997, p. 23), ratifica a afirmação de Boone e Kurtz. Com o desenvolvimento do mundo dos negócios, cresce também a necessidade de melhor conceituar o marketing, explicando-se sua natureza. Ao longo da década de 60, alguns trabalhos pioneiros tornaramse notórios, demonstrando ser mais abrangente o conceito de marketing. Em 1969, Kotler e Levy escreveram um artigo sobre “a possibilidade da aplicação do conceito de marketing em organizações sem fins lucrativos”. Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 32 Devem ser destacadas também as diversas contribuições de Levitt para o desenvolvimento do pensamento contemporâneo de marketing, dentre as quais enfatizam-se duas, a saber: ‘a primeira’, em 1960, diz respeito “à miopia das empresas em definirem seus negócios salientando o produto ao invés do cliente” (LEVITT, 1960b, p. 45-46). Este conceito foi importante para o entendimento da função do marketing no conjunto de atividades da empresa; ‘a segunda’, em 1983, ao ampliar o conceito do que se denomina produto de uma empresa, [...] salientando que para o cliente potencial, o produto é um aglomerado complexo de satisfações de valor e como tal compõe-se de diversos elementos incorporados ao produto núcleo, para atender ao conjunto de necessidades do cliente [...] (LEVITT, 1985, p. 81-91). Assim sendo, agregando-se outros elementos ao produto núcleo, diferencia-se, valoriza-se e soluciona-se melhor o problema do cliente, que é o gerador da compra. Com essa concepção, a razão da compra pode ser um conjunto de elementos, inclusive o produto, satisfazendo melhor o cliente. Em 1985, a American Marketing Association, substituiu a definição anterior para: marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços, organizações e eventos para criar trocas que venham a satisfazer objetivos individuais e organizacionais (BOONE; KURTZ, 1998, p. 6). Assim, com o conceito ampliado de marketing, Boone e Kurtz, 1998), mostram as funções da organização, supondo-se que o esforço de marketing continue de acordo com práticas éticas e que promova efetivamente o bem estar da sociedade e da organização. Com a ampliação do conceito, os mesmos autores admitem ser possível que “as conceituações e técnicas de marketing sejam aplicáveis em organizações tanto sem fins lucrativos como com fins lucrativos” (BOONE; KURTZ, 1998, p. 6). Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 33 A mais conhecida exposição do conceito de marketing pertence a Levitt (1960a, p. 9), como segue: A venda se concentra nas necessidades do vendedor e o marketing nas necessidades do comprador. A venda se preocupa com a necessidade de o vendedor converter seu produto em dinheiro, o marketing com a ideia de satisfazer às necessidades do cliente por meio do produto e de todo o conjunto de coisas ligadas a sua fabricação, a sua entrega e, finalmente, ao seu consumo. Kotler (1998, p. 27) afirma que marketing “[...] é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”. Kotler (1999, p. 54) declara que “[...] marketing é a arte de descobrir oportunidades, desenvolvê-las e lucrar com elas” enfatiza também que o “[...] marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles”. Referindo-se aos tipos de marketing, ainda dentro da evolução do conceito de marketing, Churchill e Peter (2000, p. 5) afirmam que: “[...] o marketing é usado para desenvolver trocas que visam ou não lucros [...]”; e que embora o marketing com o objetivo de lucros seja um campo mais desenvolvido que o marketing não lucrativo, pode-se aplicar as estratégias de marketing em ambos os casos. O conceito de marketing está estruturado sobre uma sequência de conceitos, conforme ilustrado na Figura 1. FIGURA 1 – CONCEITOS CENTRAIS DE MARKETING Necessidades Produtos Valor, Troca Relaciona- desejos e (bens, serviços e ideias) custo e e mentos e satisfação Transações redes demandas Mercados Empresas e consumidores potenciais Fonte: Kotler (1998, p. 28). Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 34 Necessários se fazem, ainda, alguns esclarecimentos sobre os conceitos centrais de marketing, que em resumo podem assim ser entendidos: - Necessidades, desejos e demandas: Ensina Kotler (1998, p. 27) que Marketing começa com necessidades e desejos humanos. Necessidade humana é um estado de privação de alguma satisfação básica. As pessoas exigem alimento, roupa, abrigo, segurança, sentimento de posse e autoestima. Desejos “são carências por satisfações específicas para atender às necessidades” (KOTLER, 1998, p. 27). Demandas “são desejos por produtos específicos, respaldados pela habilidade e disposição de comprá-los” (KOTLER, 1998, p. 28). Desejos se tornam demandas quando apoiados por poder de compra. As empresas devem mensurar não apenas quantas pessoas desejam seu produto, mas, o mais importante: quantas realmente estão dispostas e habilitadas a comprá-lo (KOTLER, 1998, p. 28). Esclarece também o mesmo autor, seu pensamento sobre produtos, a saber: - Produtos (Bens, Serviços e Ideias): um produto é algo que pode ser oferecido para satisfazer a uma necessidade ou a um desejo. Um produto ou oferta pode consistir de nada mais do que três componentes: bem(ns) físico(s), serviço(s) e ideia(s),[...] um restaurante fast-food está fornecendo bens (hambúrgueres, batatas fritas e refrigerantes), serviços (compra, cozimento, assentos) e uma ideia (economia de tempo) (KOTLER, 1998, p. 28). Observa, ainda, o mesmo autor: Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 35 A importância dos produtos físicos não está muito em possuí-los, mas na obtenção dos serviços que proporcionam. Compramos um carro porque ele fornece serviço de transporte; um forno de microondas porque fornece serviço de cozimento (KOTLER, 1998, p. 28). Ressalta o mesmo autor, “[...] os produtos físicos são realmente, veículos que nos prestam serviços”. Hooley e Saunders (1996, p. 237) acrescentam também o seguinte: “Você não compra carvão, você compra calor; você não compra entradas para o circo, você compra emoções; você não compra um jornal, você compra notícias; você não compra óculos, você compra visão”. - Valor, Custos e Satisfação: Evidencia Kotler (1998, p. 29), que o valor “[...] é a satisfação das exigências do consumidor ao menor custo possível de aquisição, propriedade e uso [...]”, ainda dentro do mesmo tema, prossegue: “Estamos na década do valor. Se você não conseguir vender um produto da melhor qualidade pelo menor preço do mundo, você estará fora do jogo”. - Troca e Transações: Para Kotler (1998, p. 29), “[...] troca é o ato de obter um produto desejado de alguém, oferecendo algo em contrapartida”. E ensina que “[...] transação é uma troca de valor entre duas ou mais partes” (KOTLER, 1998, p. 29). - Relacionamentos e Redes: Marketing de relacionamento “[...] é a prática de construção de relações satisfatórias a longo prazo com partes chaves, consumidores, fornecedores e distribuidores para reter sua preferência e negócios a longo prazo” (KOTLER, 1998, p. 30). - Mercados: Segundo Churchill e Peter (2000, p. 204), “mercados são indivíduos ou organizações com o desejo e a capacidade de comprar bens e serviços”. - Empresas e consumidores potenciais: Ressalta Kotler (1998, p. 32), que“[...] consumidor potencial é alguém que o praticante de marketing identifica como potencialmente disposto e habilitado a se engajar em uma troca de valores”. Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 36 Nesse contexto, os especialistas em marketing devem buscar com eficácia, meios para diferenciar os produtos ofertados aos clientesalvo, bem como encontrar novas estratégias para posicionamento dos referidos produtos, podendo assim atender às necessidades primordiais dos clientes, dando a eles o que mais necessitam e desejam, procurando a cada dia agregar mais valor aos produtos e serviços, para tentar aumentar a fidelidade do cliente (KOTLER, 1998). ESTRATÉGIA: CONCEITOS Segundo Stoner e Freeman (1995, p. 143), “[...] o conceito de estratégia é antigo. A palavra vem do grego strategeia, que significa a arte ou a ciência de ser um general”. Os generais gregos eficazes tinham de liderar um exército, ganhar e manter territórios, proteger uma cidade contra invasões, destruir o inimigo, etc. Cada tipo de objetivo exigia uma disposição diferente dos recursos. Do mesmo modo, a estratégia de um exército podia ser definida como o padrão real das ações que ele empreendia em resposta ao inimigo (STONER; FREEMAN, 1995, p.143). Na visão de Johnson e Scholes (1988 apud HOOLEYE; SAUNDERS, 1996, p. 34) “Estratégia é a compatibilização das atividades de uma organização com o ambiente em que ela opera e com as capacidades de seus próprios recursos”. Segundo Porter (2000, p. 23), [...] estratégia é uma posição única, com base na qual as companhias fazem as coisas de forma diferente, depois de adaptar suas atividades de marketing, produção, serviços, logística à sua proposição de valor específica. A visão da comunidade empresarial sobre uma boa estratégia, num mundo incerto e em constante mudança, é, além do acompanhamento ininterrupto dessas mudanças, o envolvimento do cliente para auxiliar as Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 37 empresas nos novos modelos de negócios. “As empresas devem criar oportunidades para que o cliente possa definir seu envolvimento”. É o que apregoam os especialistas em estratégia (PRAHALAD; RAMASWAMY, 2000, p. 42). Estes autores traçaram um paralelo entre o teatro tradicional e o mundo dos negócios, ressaltando que, [...] a relação entre uma empresa e seus concorrentes era como o teatro: os autores ficavam no palco, com papéis definidos, e o público sentava-se na plateia para assistir à peça. No mundo dos negócios, fabricantes, distribuidores e fornecedores, tinham papéis bem definidos de relacionamento empresarial. Hoje a estratégia mudou. O consumidor deixou a plateia e subiu ao palco (PRAHALAD; RAMASWAMY, 2000, p. 42). Isto significa afirmar que com a estratégia da participação do cliente, novas mudanças deverão acontecer com a empresa, isto é, ela terá de manter um diálogo claro e constante com seus clientes; terá de mobilizar comunidades de consumidores e juntamente com os clientes criar experiências personalizadas. O cliente, afirmam os mesmos autores, “[...] não quer mais um produto criado pela empresa simplesmente, ele quer uma maior participação juntamente com a empresa na elaboração do referido produto, em busca da personalização” (PRAHALAD; RAMASWAMY, 2000, p. 42). Porter (2000, p. 18-28) fez algumas considerações relevantes, envolvendo os países latino-americanos, suas empresas e as dificuldades encontradas no ambiente dos negócios, ao lidar com a globalização, com a mudança de mentalidade para enfrentar a concorrência e com a estratégia. Ainda segundo o mesmo autor, “[...] a debilidade mais crítica das empresas talvez seja o fato de que a maioria delas ainda não adotou como devia os princípios da estratégia” (PORTER, 2000, p. 18). Entre as afirmativas do referido autor, estão as de que as empresas estão acostumadas a agir em um [...] ambiente instável, preocupadas com os acontecimentos do dia a dia, sem ter noção da direção real. Para que essas empresas e os países Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 38 onde elas operam possam ter sucesso no futuro é preciso que dêem um salto importante rumo à estratégia (PORTER, 2000, p. 18). Ensina ainda o mesmo autor, que para a empresa conseguir um desempenho superior ou competir em escala internacional, é preciso inicialmente buscar uma boa estratégia, para se chegar a esse patamar, [...] o ponto de partida é ter um objetivo correto, que significa ter um excelente retorno sobre o investimento a longo prazo, [...] objetivo central da companhia. Geralmente contentam-se com objetivos de curto prazo, fáceis de alcançar, mas que não permitem ver além do amanhã (PORTER, 2000, p. 18). O segundo ponto para uma boa estratégia é “[...] analisar em que ramo do setor a companhia opera e depois procurar determinar qual a posição da empresa nele” (PORTER, 2000, p. 18). “O desempenho de qualquer empresa é motivado pela rentabilidade derivada do negócio e pela rentabilidade resultante da posição que a companhia ocupa no âmbito de sua competência principal” (PORTER, 2000, p. 18). E acrescenta ainda, “[...] a lógica econômica para entender os setores de atividade é muito diferente da lógica para entender a posição da empresa” (PORTER, 2000, p. 18). ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Uma vez realizada uma avaliação da missão da organização, feita uma análise dos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças nos ambientes interno e externo, pode-se iniciar a formulação de planos da estratégia explícita para então efetuar a implementação. Daft (1999, p. 146), ressalta que Administração Estratégica “[...] é um conjunto de decisões e ações usadas para formular e implementar estratégias que irão fornecer um ajuste competitivamente superior entre a organização e o seu ambiente para atingir as metas da organização”. Ainda segundo o mesmo autor, estratégia explícita “[...]é um plano de Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 39 ação que descreve a alocação de recursos e outras atividades para lidar com o ambiente e atingir as metas da organização” (DAFT, 1999, p. 148). Através dessa estratégia, os executivos tentam desenvolver “[...] competências essenciais e sinergia dentro da organização, criando assim valor para seus clientes” (DAFT 1999, p. 148). Missão da empresa, para Daft (1999, p. 128), “[...] é a razão da existência da organização. A missão descreve os valores da organização, as aspirações e a sua razão de ser”. Segundo Churchill e Peter (2000, p. 87), “[...] a missão define o propósito de uma organização”. Pontos fortes e fracos Internos. Os pontos fortes são as [...] características internas positivas que a organização pode explorar para atingir suas metas estratégicas. Os pontos fracos são as características internas que podem inibir ou restringir o desempenho da organização (DAFT, 1999, p. 151). Oportunidades e ameaças externas, na sequência. Ameaças são características do ambiente externo que podem atingir a organização e atingir suas metas estratégicas. Oportunidades são características do ambiente externo que têm potencial para ajudar a empresa a atingir ou superar as metas estratégicas (DAFT, 1999, p. 151). Essa citação ratifica o que apregoam Churchill, Peter (2000, p.87) e Robbins (2000, p. 119). Três estratégias empresariais genéricas de Porter para superar os concorrentes. “Liderança no custo total, diferenciação e enfoque”. Segundo Porter (1986, p. 50), “[...] as estratégias genéricas são os métodos utilizados para superar os concorrentes em uma indústria”. 1ª Estratégia: Liderança no custo total. Para Porter (1986, p. 50), a estratégia de liderança no custo total, busca principalmente a [...] ênfase no baixo custo em comparação com os concorrentes, tentando assim, aumentar a Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 40 participação no mercado. A organização disposta de uma estratégia de liderança no custo, é exigida a busca agressiva de instalações eficientes, persegue uma forte redução de custo, controle rígido das despesas como um todo. Ensina ainda o mesmo autor: dar prioridade na administração do controle dos custos é de absoluta necessidade para atingir essas metas; sem obviamente, esquecer as outras áreas como a assistência. Kotler, Armstrong (1998), Daft (1999) e Machado (1999) também mencionaram as três estratégias genéricas de Porter, já referidas. 2ª Estratégia: Diferenciação. Porter (1986, p. 51), afirma que numa estratégia genérica de diferenciação, a empresa [...] pode diferenciar seu produto ou serviço através da sua criatividade, ou seja, produzindo ou criando algo que seja visto como único, que distinga seus produtos ou serviços em relação aos concorrentes do mesmo setor industrial. 3ª Estratégia: Enfoque. Segundo Porter (1986, p. 52): “[...] a organização concentra-se num segmento específico do mercado, ou num determinado grupo de compradores, seguidores da linha de produtos”. Portanto, [...] as estratégias de baixo custo e de diferenciação têm como objetivo envolver toda a empresa, ou seja, em todos os aspectos; enquanto a estratégia de enfoque busca atender com eficiência e eficácia apenas e tão somente ao alvo determinado (PORTER 1986, p. 52). A estratégia do enfoque entende que a organização tem condições de atender melhor a um alvo estratégico estreito, em relação aos concorrentes que competem, porém, de uma maneira mais abrangente. Assim sendo, “[...] a empresa consegue a diferenciação, ou custos mais baixos, ou as duas posições, oferecendo melhor satisfação ao seu alvo particular” (PORTER, 1986, p. 52). Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 41 O PROCESSO ESTRATÉGICO DE MARKETING PARA DIFERENCIAÇÃO E POSICIONAMENTO DA EMPRESA, PRODUTO OU SERVIÇO NO MERCADO O desenvolvimento de uma estratégia de marketing pode ser analisado em três níveis: o estabelecimento de uma estratégia central, a criação do posicionamento competitivo da empresa e a implementação da estratégia. Ressaltam ainda que o começo deste processo é através de uma avaliação detalhada e criativa, da capacidade da organização, seus pontos fortes e seus pontos fracos em relação à concorrência, bem como das oportunidades e ameaças que possam vir do ambiente. Embasado nesta análise formula-se a estratégia central da empresa, com enfoque para os objetivos que se pretende atingir (HOOLEY; SAUNDERS, 1996, p. 35). Ainda de acordo com os mesmos autores, o passo seguinte é a [...] identificação dos mercados-alvos, (clientes e concorrentes), inserindo-se também neste contexto a definição da vantagem diferencial ou vantagem competitiva, resultando assim, na criação do posicionamento competitivo da empresa e do que será oferecido por ela (HOOLEY; SAUNDERS, 1996, p. 35-36). Segundo Kotler e Armstrong (1998, p. 29), “[...] o plano estratégico define a missão e os objetivos gerais da empresa. Dentro de cada unidade de negócio o marketing ajuda a realizar os objetivos estratégicos gerais” (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p. 29). Quanto à criação do posicionamento competitivo, (HOOLEY; SAUNDERS, 1996, p. 51), esclarecem que [...] este posicionamento é uma declaração dos mercados-alvo, ou seja, onde e como a organização competirá. O desenvolvimento do posicionamento serve para atingir as metas estabelecidas pela estratégia central (HOOLEY; SAUNDERS, 1996, p. 51). A vantagem diferencial, que segundo Porter (1980), pode ser Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 42 conseguida através da liderança de custos ou de uma diferenciação. Para Hooley e Saunders (1996, p. 53-54), [...] a vantagem competitiva deve agregar mais valor para o cliente, exemplo, preço menor, melhor qualidade, melhor atendimento e ainda buscar estratégias que possam impedir que a concorrência copie. A segunda maneira de se criar uma vantagem diferencial “[...] é a diferenciação, isto é, a criação de algo que pareça ser único no mercado”. (HOOLEY; SAUNDERS, 1996, p. 55) ESCOLHA DA DIFERENCIAÇÃO DA OFERTA DE MARKETING Para Kotler (1994, p. 269), diferenciação é "[...] o ato de desenhar um conjunto de diferenças significativas para distinguir a oferta da empresa das ofertas dos concorrentes". Segundo Kotler (1994, p. 258), uma vez segmentado o mercado e encontrado o seu nicho, “[...]a diferenciação permite à organização cobrar um preço mais alto no produto embasado no valor extra percebido e oferecido aos clientes”. Ressalta ainda que, há quatro maneiras de se pensar sobre a diferenciação da oferta de uma organização. Ela pode criar valor oferecendo um produto ‘melhor’, ‘mais novo’, ‘mais rápido’ ou ‘mais barato’. De acordo com Levitt (1990, p. 87), uma maneira eficiente para diferenciar o produto, é [...] abreviando o tempo gasto entre o pedido e a entrega, ainda selecionar, treinar, supervisionar, motivar e destacar seus revendedores. Ele vê tudo isso como parte integrante do produto, portanto, agrega uma parcela importante na diferenciação. Tanto Kotler (1994), quanto Levitt (1990), concordam no que se refere à diferenciação através da redução de custos e preços, [...] consideram, os mesmos autores: o preço um elemento poderoso, porém, um produto mais barato Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 43 do que os concorrentes é com frequência, suspeito de não ser o melhor, mesmo que seja, entretanto, supõese que um preço mais baixo fecha o negócio, isso raramente é verdadeiro, a tese de que as diferenças de preço são facilmente mensuráveis e objetivas tornase a base usual, e usualmente falsa, para se afirmar sua poderosa primazia. Há outros fatores que têm grande influência na diferenciação, como melhores serviços (KOTLER, 1994, p. 258). Acrescenta ainda Levitt (1990, p. 97), que “[...] a mais poderosa forma para uma boa diferenciação pode estar na habilidade do executivo de marketing”. Através da diferenciação a empresa pode cobrar um preço maior com base no valor extra percebido e entregue aos clientes. Segundo Kotler (1998, p. 64), pode-se “[...] diferenciar tanto serviços quanto produtos, através da qualidade total”. O mesmo autor define administração de qualidade total como uma “[...] abordagem organizacional ampla para melhoria contínua da qualidade de todos os seus processos, produtos e serviços”. POSICIONAMENTO DO PRODUTO OU SERVIÇO NO MERCADO Durante a segunda metade do Século XX, foi incorporada ao nosso vocabulário técnico, a palavra “Positioning” (posicionamento), usada por Al Ries e Jack Trout, dois publicitários norte-americanos (RIES; TROUT, 1996, p. 2-3). A palavra posicionamento foi usada formalmente pela primeira vez em 1969 por Ries e Trout, que procuravam descrever a estratégia de ‘delimitar uma área’ ou ‘preencher um espaço aberto’ no cérebro dos consumidores-alvo. Segundo Kotler (1994, p. 270), “Posicionamento é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de forma que ocupem um lugar distinto e valorizado nas mentes dos consumidores-alvo”. Afirmam Ries e Trout (1996, p.2-3), que [...] a palavra posicionamento marcou o curso da propaganda ao longo do tempo. Posicionamento Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 44 tornou-se uma palavra popular entre os profissionais de propaganda, venda e marketing, em todo o mundo. Ensinam Ries e Trout (1996, p. 2), [...] posicionamento não é o que você faz com o produto; mas sim, o que você faz na mente do cliente em perspectiva, ou seja, você posiciona o produto na mente do comprador em potencial. Afirmam ainda os mesmos autores, Ries e Trout (1996, p. 14), “[...] que o posicionamento é um sistema organizado para se encontrar uma janela para a mente. Baseia-se no conceito de que a comunicação só pode ter lugar no momento certo, na circunstância certa”. Ressaltam também, os mesmos autores, “[...] que o caminho mais fácil para se chegar até a mente de uma pessoa é ser o primeiro”. Keegan e Green, (1999, p. 324), ratificaram as estratégias de posicionamento propostas por Ries e Trout (1996). Segundo Kotler e Keller (2012, p. 294) “Posicionamento é a ação de projetar a oferta e a imagem da empresa para que ela ocupe um lugar diferenciado na mente do público-alvo”. É relevante ressaltar ainda que um posicionamento eficaz de marca ajuda a orientar a estratégia de marketing, esclarecendo a essência da marca, identificando os objetivos que ela ajuda o consumidor a alcançar e mostrando como isso é feito de maneira inigualável (KOTLER; KELLER, 2012, p. 294). PRODUTO 3.1 Análises de algumas definições e classificações do produto. Segundo Kotler e Armstrong (1998, p.190), [...] produto é qualquer coisa que possa ser oferecido a um mercado para atenção, aquisição, uso ou consumo, e, que possa satisfazer a um desejo ou necessidade. Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 45 Para Boone e Kurtz (1998, p. 250), “Produto é um agregado de atributos físicos, simbólicos e de serviços, conhecidos para aumentar a satisfação desejada pelo consumidor”. Kotler (1998, p. 383) destaca cinco níveis de um produto, a saber: “Benefício-núcleo, Produto Genérico, Produto Esperado, Produto Ampliado, Produto Potencial”. É importante ressaltar que a empresa, ao efetuar o planejamento de sua oferta no mercado, precisa considerar os cinco níveis de produtos. Pode-se perceber na sequência que “[...] cada nível acrescenta mais valor para o consumidor e os cinco constituem uma hierarquia de valor para o consumidor” (KOTLER, 1998, p. 383). E prossegue destacando cada um dos cinco níveis de produto (KOTLER, 1998. p. 383). Benefício-núcleo:“[...] é o nível mais fundamental, o serviço ou benefício que o consumidor está realmente comprando” (KOTLER, 1998, p. 383). Quem vai ao circo está comprando ‘emoções’; o leitor de um jornal compra ‘notícias’; um hóspede de hotel está comprando ‘tranquilidade e repouso’ (KOTLER, 1998, p. 383). As organizações devem posicionar-se como fornecedores de benefícios; Produto Genérico: Este é o segundo nível, nesse caso a “empresa precisa transformar o benefício núcleo em um produto básico. Assim, o hotel oferece cama, banheiro, toalhas, mesa, cômoda com espelho e armário” (KOTLER, 1998, p. 383). Produto Esperado: Terceiro nível, aqui a empresa “[...] prepara um conjunto de atributos e condições que os compradores, normalmente, esperam e concordam quando compram esse produto”. Os hóspedes do hotel esperam cama arrumada, toalhas limpas, iluminação adequada e um bom grau de silêncio”(KOTLER, 1998, p. 383). Produto Ampliado: Quarto nível, nesse caso a “[...] organização oferece um produto ampliado que atenda aos desejos dos clientes além de suas expectativas”. O hotel, por exemplo, pode ampliar seu produto, agregando mais valor, incluindo uma televisão com controle remoto, jantar e serviços de quarto especiais, flores naturais; Produto Potencial: Quinto nível, “[...] envolve todas as ampliações e transformações que este produto deve sofrer no futuro”. O produto potencial busca uma possível evolução em relação ao produto ampliado. Por exemplo, os hotéis-suítes, onde o hóspede fica mais à vontade, pois, Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 46 ocupa um conjunto de dependências, significa agregação de mais valor, demonstra uma inovação e uma evolução do produto hotel tradicional (KOTLER 1998, p. 383). Classificações de produtos As organizações classificam seus produtos de diversas maneiras e sempre tomando como base várias características, Churchill e Peter (2000, p. 234) destacam duas classificações básicas que levam em consideração se “[...] o produto destina-se a consumidores ou a organizações e se ele é durável ou não durável”. Ressaltam ainda os mesmos autores que “[…] bens e serviços vendidos para consumidores são conhecidos como produtos de consumo; bens e serviços vendidos para organizações são chamados de produtos industriais” (CHURCHILL; PETER, 2000, p. 234). Enfatizam ainda os mesmos autores que os bens e serviços direcionados a consumidores vão desde “[...] carros a concertos de música clássica, toalhas de banho ou outros”. Produtos industriais são “matérias-primas, peças, máquinas e equipamentos”, adquiridos pelos compradores organizacionais, para fabricar seus produtos, suprimentos e serviços para então efetivar seus negócios (CHURCHILL; PETER, 2000, p. 236). Kotler (1998, p.385) enfatiza que de acordo com as características “[...] durabilidade, tangibilidade e uso (bens de consumo ou industrial)”, os produtos podem ser classificados em três grupos em termos de estratégia de marketing: “bens não-duráveis, bens duráveis e serviços.” Bens não-duráveis: “[...] são bens tangíveis que são consumidos após um ou alguns usos” (KOTLER, 1998, p. 385). Incluem: refrigerante, café, sal. Esses bens são comprados com frequência e consumidos rapidamente, logo, a estratégia apropriada é colocá-los à disposição do cliente em diversos lugares, cobrar uma pequena margem de lucro e divulgá-los intensamente para induzir à experimentação e à preferência de compra; Bens duráveis: “[...] são bens tangíveis e sobrevivem a muitos usos” (KOTLER 1998, p. 385). Por exemplo: automóvel, geladeira e máquinas-ferramenta. Neste caso, o cliente normalmente se preocupa com a confiabilidade do produto, assistência técnica, pesquisa mais antes de comprar, portanto, as vendas pessoais e serviços são importantes Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 47 quando se comercializa bens duráveis; Serviços: “[...] são atos ou desempenho que uma parte possa oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada” (KOTLER 1998, p. 412). Pode-se afirmar que o produto é necessário para a efetivação da troca, sem ele torna-se impossível a realização de qualquer negócio, além disso, o produto é um pacote de benefícios comprados pelos clientes que ficarão satisfeitos ou não, portanto, é necessário que a organização saiba promover uma diferenciação criativa e efetiva em relação aos produtos dos concorrentes, realizando pesquisas no sentido de descobrir o que o cliente realmente deseja e necessita e não o que os fabricantes produzem para o mercado. SERVIÇOS Definições de serviço, sua classificação e características para melhor acentuar a importância do setor de serviços na economia nacional. Serviço é um produto intangível que não se pega, não se cheira, não se apalpa, não se experimenta antes da compra, mas permite satisfações que compensam o dinheiro gasto na realização de desejos e necessidades dos clientes (COBRA,1997, p. 381). Segundo Boone e Kurtz (1998, p. 298), a dificuldade de definir serviço é refletida na definição da Associação Americana de Marketing, na sequência. Serviços são produtos intangíveis, comercializados diretamente do produtor para o usuário, não podem ser transportados nem armazenados, e são quase instantaneamente perecíveis. Os produtos de serviços são difíceis de serem identificados, pois, passam a existir ao mesmo tempo em que são comprados e consumidos. São compostos de elementos intangíveis inseparáveis, geralmente envolvem a participação do cliente de alguma maneira importante, não podem ser vendidos no Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 48 sentido de transferência de propriedade, e não têm direito de posse (BOONE; KURTZ, 1998, p. 298). Importância do setor de serviços na economia brasileira Atualmente, vive-se uma ‘economia de serviços’, em que a prestação e o marketing de serviços ocupam um espaço cada vez maior em relação aos bens tangíveis. A Figura 10 ilustra a importância do referido setor na economia nacional. FIGURA 2 – BRASIL: UMA ECONOMIA DE SERVIÇOS FONTE: Churchill e Peter (2000, p. 290). Conforme demonstração na Figura 2, o setor de serviços responde por 55% da demanda e os demais setores, comércio 15%, indústria de transformação 16%, construção civil 7% e outros 7%, perfazendo um total de 45%, portanto, mais da metade da produção e dos empregos brasileiros provém de serviços. Argumentam, portanto, Churchill e Peter (2000, p. 290), que o setor de serviços “[...] responde por uma porcentagem maior do produto interno bruto do que os bens tangíveis e por mais da metade dos empregos não-rurais”. Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 49 Ainda segundo os mesmos autores, os “[...] serviços estão crescendo em importância numa escala global”(CHURCHILL; PETER, 2000, p. 290), Por exemplo, as empresas de cartões de crédito, as agências de publicidade, as montadoras de automóveis, as empresas aéreas, criam com frequência, meios para diferenciar seus serviços em quase todo o mundo. Para facilitar a análise, Kotler (1998 apud FÉLIX, 1999) distingue cinco tipos básicos de ofertas, relativamente aos serviços, a saber: BENS TANGÍVEIS São empresas que oferecem ao mercado produtos físicos, aos quais nenhum serviço é oferecido ou acompanha o produto. Exemplos: sal de cozinha, sabão em pedra, pasta de dente, parafusos. BENS TANGÍVEIS ACOMPANHADOS DE SERVIÇOS Neste caso a oferta é acompanhada de um ou mais serviços, para ampliar seu apelo de compra ou consumo. Ex. Automóveis: garantia, assistência técnica, pós-venda; Computadores: treinamento, assistência técnica; HÍBRIDOS Os bens tangíveis oferecidos são acompanhados por uma proporção equivalente de serviços, exemplo: restaurantes, alfaiates, reformas e consertos. SERVIÇOS PRINCIPAIS, ACOMPANHADOS DE BENS FÍSICOS E SERVIÇOS SECUNDÁRIOS Um serviço principal pode ser acompanhado de bens físicos e serviços adicionais que o complementam. Ex. (1): Viagens aéreas. O passageiro compra um transporte aéreo, mas a compra inclui coisas tangíveis como o tipo de avião utilizado, as refeições e lanches, o bilhete da passagem, as revistas, a rapidez e eficiência na liberação de bagagens; Ex. (2): Show business, parques de diversão; Ex. (3): Serviços hospitalares, médicos, odontológicos. Ex. (4): Órgãos de governo; Ex. (5): Apólices de seguros; Ex. (6): Serviços bancários. Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 50 Nesses casos, cada segmento-alvo poderá ser trabalhado com instalações físicas que deem conotação de rapidez e funcionalidade, os funcionários deverão ter treinamento para trabalhar com a rapidez e zelo condizentes, os equipamentos deverão ser os mais adequados, as comunicações internas e externas com linguagem e simbologia pertinentes e os preços podem incluir promessas de bônus caso ocorram atrasos. CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS Segundo Kotler (2000, p. 449), os serviços apresentam quatro características principais, que afetam a elaboração de programas de marketing, quais sejam: “intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade”. a) INTANGIBILIDADE Os serviços são intangíveis. Ao contrário de produtos físicos, eles não podem ser vistos, sentidos, ouvidos, cheirados ou provados antes de serem adquiridos. Uma pessoa que leva seu automóvel a uma oficina mecânica, ou que se submete a uma cirurgia plástica, ou ainda, que inicia um tratamento com um psiquiatra, não pode ver os resultados concretos antes da compra (KOTLER, 2000, p. 450). Para reduzir essa incerteza, os compradores procurarão por sinais ou evidências da qualidade do serviço. Segundo Kotler (2000, p. 450), os compradores deduzirão a qualidade com base nas “[...] instalações, nas pessoas, nos equipamentos, no material de comunicação, nos símbolos e nos preços percebidos. Portanto, a tarefa do prestador de serviços é administrar as evidências, para deixar tangível o intangível”. Enquanto o desafio dos profissionais de marketing de produtos é “[...] agregar ideias abstratas, o dos profissionais de marketing de serviços é agregar evidências e imagens concretas a ofertas abstratas” (KOTLER, 2000, p. 450). Como exemplo, suponha que um banco queira se posicionar como rápido. O referido banco pode deixar tangível esse posicionamento estratégico usando várias ferramentas de marketing, como segue (KOTLER, 2000). Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 51 Instalações: o ambiente físico deve conotar rapidez no serviço. Os corredores externos e internos devem ser livres. A disposição das mesas e o fluxo de pessoas devem ser planejados cuidadosamente. As filas não devem ser longas; Pessoas: Os funcionários devem estar ocupados. É preciso que haja um número suficiente de funcionários para administrar o volume de trabalho; Equipamentos: computadores, copiadoras, mesas, devem ser, e parecer, de última geração; Material de comunicação: textos e imagens devem passar a ideia de eficiência e rapidez; Símbolos: o nome e o símbolo devem sugerir serviço rápido; Preço: o banco pode anunciar que depositará cinco dólares na conta de qualquer cliente que ficar na fila por mais de cinco minutos. Portanto, fica evidente que os profissionais de marketing de serviços precisam ter capacidade para transformar serviços intangíveis em benefícios concretos. b) INSEPARABILIDADE Para Kotler (2000, p. 451), de modo geral, os [...] serviços são produzidos e consumidos simultaneamente. Esse mesmo princípio não se aplica a bens materiais, que são fabricados, estocados, distribuídos por incontáveis revendedores e só então consumidos. Acrescenta ainda o mesmo autor que [...] a pessoa encarregada de prestar o serviço é parte dele. Como o cliente também está presente enquanto o serviço é executado, a interação prestador de serviços-cliente é uma característica especial do marketing de serviços. Os clientes estão muito interessados em prestadores de serviços específicos, no caso de diversão e de serviços profissionais. Por exemplo: o show não será o mesmo se o Chico Anízio estiver indisposto e Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 52 for substituído por outro. Pode haver preferência por determinado prestador de serviços, seja um artista, atleta ou um especialista, o que resulta em elevação dos preços, em face da limitação do seu tempo (KOTLER, 2000). c) VARIABILIDADE “Pelo fato de dependerem de quem os fornece, além de onde e quando são fornecidos, os serviços são altamente variáveis” (KOTLER, 2000, p. 452). Alguns médicos são muito pacientes com as pessoas que os procuram, outros nem tanto. Alguns cirurgiões têm muito sucesso ao realizarem determinada cirurgia, outros nem tanto. Os compradores de serviços conhecem essa variabilidade e frequentemente se informam com outros clientes antes de decidirem por um prestador de serviços. Providências que podem ser tomadas pelas empresas de prestação de serviços visando ao controle de qualidade são: “A primeira é investir em bons processos de contratação e treinamento” (KOTLER, 2000, p. 452-453). A segunda providência é a padronização do processo de execução do serviço. Essa padronização é facilitada pelo preparo de um projeto de serviços, um fluxograma com o objetivo de detectar falhas potenciais. A terceira providência é o acompanhamento da satisfação do cliente por meio de pesquisas com clientes e comparação com concorrentes (KOTLER, 2000). d) PERECIBILIDADE Serviços não podem ser estocados. Alguns médicos 'multam' pacientes por não terem comparecido à consultas porque o serviço só tinha valor naquele momento. A perecibilidade dos serviços não é um problema quando a demanda é estável. Quando a demanda oscila, as empresas prestadoras de serviços têm problemas (KOTLER, 2000, p. 453). Por exemplo, a demanda da hora do rush, as empresas de transporte público precisam ter um número bem maior de equipamentos do que se não houvesse oscilações da demanda durante o dia (KOTLER, 2000). Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 53 Em suma, os executivos de marketing de serviços devem inovar e melhorar continuamente. A inovação ou a diferenciação podem ser a chave para o sucesso de uma organização em detrimento das empresas concorrentes. Portanto, um profissional de sucesso no setor de serviços, está frequentemente agregando mais valor aos serviços que vende aos seus clientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS Inicialmente, destacou-se a evolução do conceito de marketing, desde o processo de troca primitivo feito pelos primeiros habitantes da terra; mostrou-se também que para satisfazer eficazmente as necessidades do consumidor, a empresa deve realizar pesquisas com o próprio consumidor, para saber suas reais necessidades. Ressaltou-se no tópico sobre estratégia, um relato importante de (PORTER, 1986, p. 23) onde afirma que: “[...]estratégia é uma posição única, com base na qual as companhias fazem as coisas de forma diferente”; pensou-se ainda, no envolvimento do cliente na elaboração da estratégia, os especialistas da área acham uma relação importante, (empresa/cliente), o que poderá contribuir para melhorar a diferenciação e o posicionamento da empresa ou do produto em marketing. Em relação à diferenciação da oferta de marketing, descreveu-se sobre o conjunto de diferenças para distinguir a oferta da empresa das ofertas dos concorrentes; foram ressaltadas também algumas maneiras sobre como agregar mais valor ao produto, ou criação de algo que pareça ser único no mercado; ainda: treinar, os revendedores, redução de custos, executivos habilidosos, identificar continuamente vantagens potenciais, rotinizar o processo de inovação. Mudanças constantes, assim, poderão aumentar a participação no mercado. Para os especialistas da área, outro meio para diferenciar pode ser através de um programa de qualidade, ou seja, melhoria contínua de todas as atividades, produtos e serviços. Quanto ao posicionamento do produto ou serviço no mercado, é um tópico que poderá contribuir com os pesquisadores da área. EfetuouDiálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 54 se um estudo amplo, passando pelos criadores do posicionamento (REIS; TROUT, 1996), os quais mostram o caminho mais fácil para se chegar até a mente da pessoa. Mostram ainda, quais estratégias devem ser usadas para posicionar o produto na mente do comprador, uma boa maneira para se posicionar o produto é através da propaganda. Outra contribuição refere-se ao tópico produto, onde se falou sobre os produtos que estão à disposição dos consumidores no mercado, tais como: bens físicos, serviços, pessoas, locais, organizações e ideias. Destacou-se também, os produtos tangíveis, que podem ser experimentados, tocados, os intangíveis dificilmente podem ser testados; referiu-se ainda sobre os níveis do produto de Kotler (1998), (benefício-núcleo, produto genérico, produto esperado, produto ampliado e produto potencial), que servem para uma melhor compreensão do conceito do produto, bem como sua importância no contexto das atividades empresariais. Mostrou-se ainda a classificação de produtos, dos bens de consumo e dos bens industriais. Descreveu-se sobre a importância do setor de serviços hoje no país, onde grande parte das atividades pertence ao referido setor. Mostrou-se também, as características dos serviços, quais sejam: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade. Notouse, também, que um caminho para diferenciar e posicionar, pode ser feito através dos serviços. Por fim, espera-se com este estudo, poder contribuir e receber contribuições de outros pesquisadores para que possibilitem o avanço desta pesquisa sobre estratégias de diferenciação e posicionamento do produto / serviço no mercado. ABSTRACT The present work has as purpose that some authors write an article about marketing administration which title will be “Strategies for the product and service differentiation and positional in the market.” The most important intent of this research is: to know the strategies; to understand how the positional and differentiation of the product and service are made to attend the market in a superior manner and, considering the obtained datum, to search knowledge that can contribute with the marketing strategies development process for the enterprises, as well as Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 11, n. 1, p. 29-58, 2015 55 for the academicians. In a more specific mode, it was already enrolled as objectives: to achieve a bibliographic raising about the strategies establishment; about the differentiation, the positional, the product, service and market. To accept, always, the differentiation and the positional of a product or service like a continuous and unfinished process to remain or to search one better position in the client's potential mind. So, being this way and treating this matter as an administration research in the marketing area, this study looked for answers and elucidations for the questions that involved the proposed theme, in an effective search of winning by overcoming the client's expectations. So, this is to facilitate much more the most efficient criation of strategies to find ways that conduct to the enlargement and development of the enterprises. Concerning to the methodology, it was done an exploratory and qualitative research and the used research method was a bibliographical one. It is hopefull that the results of this study take contributions for the enterprises, by stimulating the implement of new projects in a searching by good results on the business. The marketing professional persons should have to re-think the basis of the process in which they identify,comunicate and produce “the value” for the clients. They will be supposed to get their habilities better on the client's managing that are their individual associated and are also supposed to involve their clients in the act to co-project the products that they desire. Keywords: Marketing. Differentiation. Positional. Strategy. Product. Service. REFERÊNCIA BOONE, L. E.; KURTZ, D. L. Marketing contemporâneo. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998. CHURCHILL, G.; PETER, J. M. Criando valor para os clientes. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/emprendeperu/livro-marketing-criando-valorpara-o-cliente>. Acesso em: 22 set. 2015. COBRA, M. 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