Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Campo Mourão Coordenação de Alimentos Disciplina de Microbiologia Profa. Márcia R. F. G. Perdoncini 2. Treinar técnicas fixadas e coradas de preparação de bactérias para exame microscópico; 3. Treinar manuseio adequado do microscópio óptico composto; 4. Diferenciar bactérias de acordo com a morfologia (forma e arranjo) de suas células. AULA PRÁTICA n° MATERIAIS E MÉTODOS Preparações microscópicas a fresco, fixadas simples e coloração de Gram. Corantes utilizados: cristal violeta e azul de metileno. Solução salina estéril. Coloração simples Técnica de coloração a fresco - Flambar rapidamente uma lâmina de microscopia limpa, nos dois lados, “cortando”, lentamente, a chama do bico de Bunsen; - Flambar a alça de repicagem ao rubro e, a seguir, deixá-la esfriar, conservando-a, todavia, perto da chama; - Tomar o tubo com a suspensão de leveduras, agitá-lo levemente com a mão esquerda e com o dedo mínimo e anular da mão direita, remover o tampão de algodão da boca do tubo; - Flambar a boca do tubo de cultura; - Introduzir a alça de repicagem, presa entre o polegar e o indicador da mão direita, no interior do tubo, até tocar a suspensão; - Flambar novamente a boca do tubo de cultura; - Tomar uma lâmina (anteriormente preparada) com a mão e depositar em seu centro uma gotícula da suspensão; - Pingar uma gota de azul de metileno a pequena distância da suspensão e, sobre a lâmina, colocar uma lamínula; - Observar ao microscópio na objetiva de 40x. INTRODUÇÃO Preparações microscópicas compreendem técnicas de tratamento de espécimes microbianos em lâminas a serem examinadas ao microscópio. Células microbianas podem ser examinadas vivas, a fresco, sobre lâminas, com auxílio ou não de corantes, vitais, ou podem ser fixadas pelo calor sobre a lâmina e coradas com corantes químicos específicos. A visualização microscópica a fresco é difícil devido ao tamanho reduzido e ao índice de refração dos microrganismos que se aproximam ao da água, tornando-os praticamente incolores, quando suspensos em um meio aquoso. Apesar da dificuldade de visualização, preparações microscópicas a fresco são úteis para observar a viabilidade e algumas atividades celulares, como motilidade e fissão binária, e para observar o tamanho e a forma natural das células microbianas. Para diferenciar os microrganismos em grupos específicos com o propósito de diagnosticar e de estudar suas propriedades, utilizam-se corantes e técnicas de coloração que constituem ferramentas essenciais nas preparações microscópicas. Um corante é, geralmente, um sal, no qual um dos seus íons é um cromóforo. Se o cromóforo é positivo, o corante é básico, como é o caso do azul de metileno, do cristal violeta ou da fucsina. Se o cromóforo é negativo, o corante é ácido, como o ácido pícrico. Corantes básicos, carregados positivamente, são ideais para corar bactérias, porque os ácidos nucléicos e alguns componentes da parede celular apresentam carga negativa e são atraídos por cromóforos catiônicos. Nas técnicas de coloração simples, células microbianas fixadas sobre uma lâmina são coradas com um único corante. OBJETIVOS 1. Preparar lâminas a fresco para observação de algumas amostras de leveduras; Técnica de coloração simples com material sólido - Colocar no centro da lâmina uma pequena gota de solução fisiológica com a alça de repicagem; - Transferir uma pequena alíquota da cultura sólida para a lâmina, colocar sobre ela uma gota de solução fisiológica e espalhar o material com movimentos circulares (esfregaço); - Em seguida, “cortar”, lentamente, a lâmina na chama do bico de Bunsen, a fim de que o material fique bem aderente à lâmina (fixação); - Cobrir a lâmina com o esfregaço fixado com o cristal violeta por 1 minuto e, em seguida, lavar com água; - Observar ao microscópio na objetiva de 100x. OBS. Quando a cultura estiver em meio líquido, não utilizar solução fisiológica para o esfregaço. Para fazê-lo, utiliza-se a alíquota da cultura diretamente na lâmina que deve ser cortada sobre o bico de Bunsen até secar, repetindo-se a operação cinco vezes. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Descreva detalhadamente o processo de esfregaço, a partir de uma cultura bacteriana sólida. 2. Qual a diferença entre o esfregaço de cultura sólida e o de cultura líquida? 3. Como se faz a fixação de um esfregaço bacteriano? Qual é a finalidade da fixação? 4. Esquematize as preparações a fresco e as preparações coradas simples observadas. Coloração a fresco Coloração simples Técnicas de coloração de Gram INTRODUÇÃO Corantes são substâncias que possuem a propriedade de transmitir sua cor a outros corpos. As colorações em microbiologia são de vital importância, pois funcionam como opção na identificação presuntiva dos diversos agentes patogênicos. Preparações coradas são comumente usadas no exame microscópio de bactérias e de fungos em microbiologia, em que esfregaços de material são submetidos à ação de um ou mais corantes após a fixação. A maioria das bactérias é corada pelo método de Gram, que permite observar sua morfologia e fornece informações a respeito do comportamento do material celular diante de corantes básicos (corantes de Gram). Essa técnica separa as bactérias em dois grupos: Gram-positivas e Gram-negativas. A coloração é chamada de Gram devido ao Dr. Christian Gram, que descreveu pela primeira vez esse processo de coloração em 1884, ao fazer uma referência à composição da parede celular. As bactérias Gram-positivas possuem uma espessa camada de peptidioglicano e de ácido teicóico; enquanto as Gram-negativas possuem uma fina camada de peptidioglicano sobre a qual se encontra uma camada de lipoproteínas, de fosfolipídeos, de proteínas e de lipopolissacarídios. A coloração de Gram envolve a aplicação de quatro reagentes: cristal violeta (CV) e lugol (iodo metálico e iodeto de potássio) (I), que formam um complexo insolúvel (CV-I); álcool-acetona, que funciona como solvente de lipídios e desidratante de proteínas, e fucsina ou safranina. O tratamento com álcool-acetona extrai os lipídios, resultando no aumento da permeabilidade da parede celular das bactérias Gram-negativas. Assim, o complexo cristal violeta-iodo (CV-I) pode ser retirado, e as bactérias Gram-negativas são descoradas. A parede celular das bactérias Gram-positivas, em virtude de sua composição, torna-se desidratada durante o tratamento com álcool. Além disso, a permeabilidade é reduzida, e o complexo CV-I não pode ser extraído. Finalmente, utiliza-se fucsina ou safranina que funciona como corante básico de contraste (contracorante). O tratamento com fucsina ou safranina não altera a cor roxa das Gram-positivas, ao passo que as Gramnegativas, descoradas pelo álcool, tornam-se avermelhadas. OBJETIVOS 1. Aprender a técnica de coloração de Gram; 2. Aprender os fundamentos da coloração de Gram; 3. Comparar a estrutura da parede celular das bactérias Gram-positivas e Gramnegativas. MATERIAIS E MÉTODOS A. Materiais Cultura de bactérias Gram-positivas (Streptococcus, Staphylococcus, Bacillus); Cultura de bactérias Gram-negativas (Escherichia coli, Pseudomonas, Salmonella); - Tubos com salina estéril. - Cristal violeta (corante); - Lugol (mordente); - Álcool-acetona (descorante); - Fucsina ou safranina (corante). B. Método - Fazer um esfregaço bem homogêneo, fixar pelo calor e esperar esfriar (conforme roteiro de aula prática parte 1); - Cobrir com cristal violeta, e deixar agir por 1 minuto; - Lavar rapidamente com água; - Cobrir com solução de lugol durante 2 minutos; - Lavar em água corrente; - Lavar a lâmina com álcool-acetona até que não se desprenda mais corante da preparação (aproximadamente 15 segundos); - Lavar rapidamente a lâmina com água; - Corar com fucsina durante 30 segundos; - Lavar a lâmina com água e, em seguida, deixar secar ao ar ou entre papel de filtro; - Observar ao microscópio, focalizando com a objetiva de imersão (100x). Figura 1: Figura 2 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (continuação da parte 1) 5. Descreva a técnica de coloração de Gram. 6. Explique por que as bactérias Gram-negativas apresentam coloração diferente das bactérias Gram-positivas. 7. Preencha o quadro a seguir: Microrganismo Forma Arranjo Cor Gram Referências OKURA, M. H. & RENDE, J. C. Microbiologiaroteiros de aulas práticas. São Paulo: Tecmedd, 2008. NOTA: Qualquer processo de coloração segue basicamente três passos: 1. 2. 8. Qual tipo de bactéria (gram negativa ou gram positiva) está representada na figura 1 e 2? • • 3. Preparo do esfregaço: O esfregaço é a colocação dos microrganismos na lâmina de vidro para serem submetidos à coloração. Deve ser oval e delgado. Fixação do esfregaço: serve para fixar os microrganismos do esfregaço na lâmina de vidro, para que posteriormente não sejam removidos durante o processo de coloração. Este procedimento faz com que o protoplasma das células dos microrganismos se coagule, aderindo- os desta forma na lâmina. A forma mais utilizada de fixação de esfregaço, é passá-lo pela chama umas três vezes. Há também outros processos utilizando produtos químicos. Coloração propriamente dita: são os procedimentos de cada técnica de coloração.