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TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
TAQUICARDIA SÚBITA COM EXTRASSÍSTOLES APÓS INFUSÃO DE DEXMEDETOMIDINA EM PACIENTE COM
OBESIDADE MÓRBIDA. RELATO DE CASO
Régis B Aquino* ; Alcides C P Correa
Hospital Universitário São Lucas da PUCRS
Av. Ipiranga 6690 - 90610-000 - Porto Alegre-RS
Introdução - O objetivo desse relato é apresentar um caso de taquicardia súbita acompanhado de extras sístoles após infusão
de dexmedetomidina em paciente com obesidade mórbida, sendo esse um efeito não esperado para esse fármaco. Trata-se de
droga seletiva 1:1620 para receptores alfa 2 agonistas, promovendo diminuição de atividade simpática, e, também, parece mediar a antinocepção em nível espinhal e supra espinhal. Relato do Caso - Paciente do sexo masculino, 18 anos 1,80 m, 186 kg,
estado físico ASA III pela obesidade. Cirurgia bariátrica em paciente sem alergias ou cirurgias anteriores. Exames normais. A
medicação pré-anestésica foi com lorazepam (2 mg) as 22h midazolam (15 mg) as 7h. Entrou no centro cirúrgico as 08h10 min
com pressão arterial de 154/103 mmHg , freqüência cardíaca 88 bpm e freqüência respiratória 22 mpm. Monitorização e venóclise. As 09h05min iniciada infusão de dexmedetomidina em bomba de infusão programada para 80 mg em 10 minutos. A FC subiu
até 170 bpm e PA mantendo-se em 150/100 mmHg. Observou-se extras sístoles (média de 20 por minuto). Infundidos 32 µg do
fármaco em 4 minutos. Suspensa a medicação. Paciente manteve-se lúcido, coerente e sem queixas respirando oxigênio a
100% em máscara. A FC manteve-se em 170 bpm e após 45 minutos estabilizou em 140 bpm. A cirurgia foi cancelada e o paciente encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensiva (UTI). Não foi utilizado qualquer tipo de medicação e às 14h a PAestava
em 140/70 mmHg, FC 79 bpm e FR 22 mpm, mantendo-se assim nas 24 horas seguintes. Discussão - Atribui-se o efeito de taquicardia e das extrassístoles a dexmedetomidina por ter sido o único fármaco recebido pelo paciente. A droga, teoricamente, tem
como característica a diminuição da resposta hipotalâmica, de hipófise e de adrenal, com conseqüente menor liberação de noradrenalina. É esperada a redução da atividade simpática, tendência à hipotensão, bradicardia e sedação. Mesmo admitindo que
doses acima de 0,7 µg.kg-1 infundidas em 10 minutos, possam provocar perda de especificidade de receptores alfa 1 e alfa 2,
com aparecimento do efeito alfa 1. Nessa situação, poderíamos esperar taquicardia e hipertensão sem acompanhamento de extras sístoles, mas jamais taquicardia sem hipertensão o que motivou o relato desse caso clínico. Referências - 01. Belleville JP,
Ward DS, Bloor BC et al - Effects of intravenous dexmedetomidine in humans. Anesthesiology 1992;77:1125-1133; 02. Yaahola
ML, Salonen M, Lehtinles R et al - In the analgesic action of dexmedetomidine, a novel alfa 2 adrenoceptor agonist in healthy volunteers. Pain, 1991;46:281-285.
B
ACHADO RADIOLÓGICO - GUIA METÁLICO DE CATETER DE DUPLO LUMEN. RELATO DE CASO
Ana V S Moll, Jorge R Moll*, Armin Guttman, Luis E P Silva
CET do Serviço de Anestesiologia do Hospital Geral de Bonsucesso - Rio de Janeiro
Rua Senador Vergueiro, 167/401 - CEP 22230-000 - Rio de Janeiro - RJ
Introdução - Protocolos e rotinas são ferramentas criadas após consensos de serviços ou especialidades, muitas das vezes
por equipes multidisciplinares e vêem sendo gradativamente implementadas na nossa prática clinica, com o intuito de nos alertar para a seqüência de ações e cuidados que, uma vez estabelecidos, devem ser seguidos, pois esta é a forma como são obtidos os melhores resultados. As situações de emergência, a sobrecarga de tarefas ou mesmo a negligência fazem com que as rotinas não sejam seguidas e nestes casos os resultados podem ser desastrosos. Relato do Caso - Paciente do sexo masculino,
58 anos, estado físico ASA IIIE, deu entrada no setor de emergência quando foi diagnosticado abdômen agudo cirúrgico. Tendo
sido submetido à laparotomia exploradora foi encontrada isquemia êntero-mesentérica e realizada ressecção de alças intestinais, ileostomia e criação de fístula cutânea mucosa. Foi encaminhado no pós-operatório imediato para UTI com veia jugular interna direita, que havia sido puncionada no pré-operatório imediato. Vinte e quatro horas após a internação, foi levantada a suspeita de fístula entre o trato digestivo e urinário e realizada uretrocistografia que mostrou um corpo estranho em topografia de
veia cava inferior compatível com fio guia metálico do cateter de duplo lúmen. Revisando o prontuário e consultando a equipe cirúrgica, foi confirmado que não foi realizado RX de controle após a punção venosa profunda. O paciente foi então levado ao setor
de hemodinâmica para retirada do corpo estranho por via percutânea. Foi inicialmente tentado o acesso pela veia femoral direita, e como não foi possível localiza-lo foi feito outro acesso pela veia jugular interna direita e o guia metálico do cateter de dupla
luz foi retirado. Discussão - Arealização de radiografia de controle após a punção de veias profundas ao nível do pescoço é uma
rotina estabelecida e é importante não só para o diagnóstico precoce do pneumotórax, mas também pode identificar intercorrências como a relatada. Faz parte ainda da técnica conferir a integridade dos instrumentos utilizados para a punção. Aobservância
da rotina poderia ter diagnosticado mais precocemente a intercorrência. Apermanência do fio guia metálico na circulação poderia ter trazido conseqüências catastróficas ao paciente. Referências - 01. Bowdle TA - Central Line Complications from the ASA
Closed Claims Project - Un update. ASA Newsl, 2002;66.
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
CBA 183
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