CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP CURSO DE ADMINISTRAÇÃO SEGMENTAÇÃO DE MERCADO PARA UMA EMPRESA FABRICANTE DE CHOCOLATE CÍNTIA FERNANDA RAVELI CAPIVARI, SP 2008 CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP CURSO DE ADMINISTRAÇÃO SEGMENTAÇÃO DE MERCADO PARA UMA EMPRESA FABRICANTE DE CHOCOLATE Monografia apresentada ao Curso de Administração da FACECAP/CNEC CAPIVARI, para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob a orientação do Prof. Me. Marco Antonio Armelin. CÍNTIA FERNANDA RAVELI CAPIVARI, SP 2008 AGRADECIMENTOS A Deus, pela força e pela coragem que nos concede, auxiliando-nos no percurso desta vida e renovando nossas energias para seguirmos em frente e por colocar no meu caminho pessoas maravilhosas, amigos de classe e professores, que de forma direta ou indireta colaboraram positivamente para o meu desenvolvimento. A minha família que contribuiu e contribuem com a formação do meu caráter e do meu aprimoramento moral e profissional. Agradeço em especial ao meu noivo Diogo, que sempre me apoiou e ajudou a superar os obstáculos e os novos desafios. RAVELI, Cíntia Fernanda. Segmentação de Mercado para uma Empresa Fabricante de Chocolate. Monografia de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Administração. Faculdade Cenecista de Capivari – FACECAP/CNEC, 2008. RESUMO O objetivo deste trabalho é apresentar de forma sucinta os diversos tipos de segmentação de mercado e como essas ferramentas podem melhorar as vendas. Pelo raciocínio de Kotler (1998), o fundamento da segmentação de mercado é relativamente simples. Baseia-se na idéia de que um produto comum não pode satisfazer necessidades e desejos de todos os consumidores, pois eles se localizam em diversas regiões, têm hábitos de compra variados, gostos diferenciados e variam em suas necessidades, desejos e preferências. Com relação à empresa objeto deste trabalho, o uso da segmentação está relacionado à obtenção de melhores resultados, ou seja, atração de novos clientes, retenção e fidelização dos antigos, pois há tempo as empresas tem grandes dificuldades em monitorar seus clientes e concorrentes para aperfeiçoar suas ofertas de valor. Palavras-chave: 1. Marketing. 2. Segmentação. 3. Clientes. ABSTRACT The aim of this paper is to present in summary form the various types of segmentation of the market and how these tools can improve sales. On the reasoning of Kotler (1998), the foundation's target market is relatively simple. It is based on the idea that a product can not meet common needs and desires of all consumers because they are located in different regions have different purchasing habits, tastes different and vary in their needs, wishes and preferences. With respect to the company object of this work, the use of segmentation is related to obtaining better results, ie attraction of new customers, retention and loyalty of the old, as long the companies have great difficulties in tracking its customers and competitors to improve its offerings of value. Key-words: 1. Marketing. 2. Targeting. 3. Clients. SUMÁRIO Introdução..................................................................................................................... 08 CAPÍTULO 1 – Trabalho de Conclusão...................................................................... 09 1.1 Caracterização do Problema............................................................................. 09 1.2 Apresentação e justificativa deste trabalho....................................................... 09 1.3 Relevância do Trabalho.................................................................................... 10 1.4 Objetivos deste Estudo..................................................................................... 10 1.5 Estrutura do trabalho......................................................................................... 10 CAPÍTULO 2 – Revisão Bibliográfica........................................................................ 12 2.1 Definição de Marketing.................................................................................... 12 2.2 Marketing de massa.......................................................................................... 12 2.3 Marketing de segmentos................................................................................... 13 2.4 Segmentação de Mercado................................................................................. 14 2.4.1 Segmentação Geográfica...................................................................... 15 2.4.2 Segmentação Demográfica................................................................... 15 2.4.3 Segmentação Socioeconômica.............................................................. 15 2.4.4 Segmentação Psicográfica.................................................................... 16 2.4.5 Segmentação comportamental.............................................................. 16 2.4.6 Etapas da Segmentação......................................................................... 16 2.5 Objetivos Alcançados com a Segmentação...................................................... 16 2.6 Benefícios oferecidos pela segmentação de mercado...................................... 17 2.7 Identificação do Público Alvo.......................................................................... 17 2.8 Seleção dos Segmentos de Mercado................................................................. 18 2.9 Segmentação de consumidores de chocolate.................................................... 18 2.10 Segmentação de clientes para a MM Produtos Alimentícios........................ 19 2.11 O produto tema do trabalho – Histórico - Do cacau ao chocolate.................. 19 2.12 O Cacaueiro.................................................................................................... 20 2.13 A indústria chocolateira no mundo................................................................. 21 2.14 Chocolate com leite........................................................................................ 21 2.15 A indústria chocolateira no Brasil.................................................................. 22 CAPÍTULO 3 – Metodologia....................................................................................... 24 3.1 Metodologia de trabalho – Considerações Importantes................................... 24 3.2 Procedimentos para obtenção de dados............................................................ 24 3.3 Objetivos........................................................................................................... 25 CAPÍTULO 4 - A Empresa-alvo.................................................................................. 26 4. MM Produtos Alimentícios................................................................................ 26 CAPÍTULO 5 – Apresentação e Discussão dos Dados................................................ 28 5.1 Levantamento dos dados.................................................................................. 28 5.2 Análise dos dados e definição estratégica........................................................ 32 CAPÍTULO 6 – Apresentação e Discussão dos Dados................................................ 34 6. Produtos segmentados e resultados.................................................................... 34 CAPÍTULO 7 – Conclusão.......................................................................................... 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 36 ANEXO........................................................................................................................ 37 INDICE DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Consumo per capta nos principais países (Abicap 2006).................... 28 GRÁFICO 2 – Evolução do consumo de chocolates no Brasil (Datafolha 2007)....... 29 GRÁFICO 3 – Consumo de chocolates no Brasil (Datafolha 2007)........................... 29 GRÁFICO 4 – Consumo de chocolates no Brasil – por sexo (Ibope 2008)................ 30 GRÁFICO 5 – Consumo de chocolates no Brasil – por sexo (Ibope 2008)................ 31 GRÁFICO 6 – Classe de consumidores de chocolates – por classe social (2008)....... 31 GRÁFICO 7 – Fatores que influenciam a compra de chocolates (2008)..................... 32 GRÁFICO 8 – Grau de escolaridade dos entrevistados (2008)................................... 33 INTRODUÇÃO Mudanças de comportamento do consumidor na hora da escolha de produtos têm sido observadas, visando à procura por produtos que satisfaçam suas necessidades e desejos. A pesquisa de mercado é a melhor e mais confiável ferramenta para obtenção de informações representativas sobre determinado público-alvo. Além de permitir o teste de novas hipóteses, conceitos ou produtos, a pesquisa de mercado auxilia na identificação de problemas e oportunidades e ajuda a traçar perfis de consumidores e mercados (IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística). A atitude é uma predisposição aprendida pelo indivíduo, formada a partir de suas experiências e informações obtidas, as quais o influenciam a agir favorável ou desfavoravelmente em relação a um determinado “objeto”. Este “objeto” pode ser um produto ou categoria de produtos, marcas, serviços, bens, pessoas, conceitos/ idéias, propaganda, preço, canais de comércio, mídia, entre outros. São vários os fatores que influenciam a aquisição de uma mercadoria, estando estes relacionados aos aspectos culturais (hábitos de consumo de cada indivíduo), fatores sociais (comportamento de cada membro e a influência sobre o comportamento dos outros), fatores pessoais (idade, ciclo de vida, ocupação, situação econômica e estilo de vida) e os fatores psicológicos (proporcionam motivação para atender a uma necessidade, que desperta desejo) (RODRIGUÊS e JUPI, 2004). 8 CAPÍTULO 1 1.1.Caracterização do problema Podemos dizer com certa segurança, que o mercado não é mais como era antes. Ele está radicalmente diferente, em virtude de forças sociais importantes e algumas vezes interligadas que criaram novos comportamentos, oportunidades e desafios tais como: mudanças tecnológicas, globalização, customização, concorrência ampliada, convergência setorial e etc. Neste turbilhão de fatores, tomar as decisões correta nem sempre é fácil. É necessário avaliar, como por exemplo, quais características incluir em um novo produto, qual será o público a se atingir, que preço oferecê-lo, onde vender e quanto gastar em propaganda/vendas. As empresas estão sujeitas à maior risco. Há grandes dificuldades em monitorar seus clientes e concorrentes para aperfeiçoar suas ofertas de valor. E é, nesse contexto, que surge a segmentação de mercado, como ferramenta de direcionamento dos esforços da organização. 1.2. Apresentação e justificativa deste trabalho Este trabalho se propõe a responder à seguinte pergunta: como melhorar as vendas através da segmentação de mercado? Para tal, foi organizado de forma a apresentar duas vertentes principais: um conteúdo de pesquisa sobre a segmentação de mercado (explanando de forma sucinta com as diferentes bibliografias disponíveis) e o trabalho levantamento de dados, relatando os caminhos trilhados e os resultados a serem colhidos, caso seja implementado na empresa escolhida. O detalhamento da metodologia adotada - modelo da pesquisa, forma de coleta de dados, e outros detalhes - é apresentado no quarto capitulo, sendo os objetivos a serem alcançados detalhados adiante. 9 1.3. Relevância do Trabalho Além do interesse acadêmico-científico que o tema propicia, a escolha teve por base, a relevância do termo “competitividade” na atualidade. No propósito de obter mais eficácia, muitas empresas estão optando pela busca do mercado-alvo, ao invés de desprender seus esforços de forma pulverizada; elas concentram sua atenção nos compradores que têm maior chance de atender bem. Este recurso – segmentação de mercado - é usado pelos profissionais de marketing como uma das principais formas de atingir o alvo, satisfazendo todas as suas necessidades e melhorando o desempenho da organização. 1.4. Objetivos deste Estudo A idéia principal deste estudo é apresentar, de forma resumida, as várias correntes de pensamento sobre o tema (em um resumo bibliográfico), mas principalmente, a de indicar os caminhos dos bons resultados na empresa-alvo, situada no município de Capivari-SP, especificamente no que se refere à segmentação de mercado e suas características: segmentação geográfica, demográfica, psicográfica e comportamental. Como forma de contribuição, esta pesquisa pretende: a) proporcionar um melhor conhecimento das necessidades e desejos dos consumidores; b) destacar o conhecimento individualizado de seus consumidores e; c) melhorar o desempenho da empresa-alvo, resultando a seus clientes, um atendimento personalizado e de qualidade. 1.5. Estrutura do trabalho Este trabalho está organizado em sete capítulos além de um anexo. No primeiro capítulo, são apresentados a base do trabalho e seu objetivo. No segundo capitulo é apresentada uma revisão bibliográfica com o propósito de fornecer o referencial teórico necessário para as análises decorrentes e também a apresentação do produto tema do trabalho. No terceiro é apresentada à metodologia 10 aplicada, no quarto capitulo é feita uma breve descrição da empresa-alvo. No quinto capítulo, é demonstrado o mercado e os principais dados pesquisados para tomada de ações e estratégias quanto à segmentação de mercado: detalhou-se a metodologia empregada para a coleta de dados e demonstrou-se os resultados obtidos. As discussões decorrentes das pesquisas realizadas na empresa-alvo estão no sexto capitulo. As conclusões derivadas, bem como sugestões para aprofundamentos em pesquisas futuras de aspectos revelados no presente estudo estão no sétimo capítulo. Por fim, há as referências bibliográficas desta pesquisa. 11 CAPÍTULO 2 – Revisão Bibliográfica 2.1. Definição de Marketing O sucesso financeiro das organizações muitas vezes depende da habilidade do marketing. E ele está por toda parte: formal ou informalmente. Pessoas e organizações envolvem-se em um grande número de atividades que poderiam ser chamadas de marketing. O bom marketing tem se tornado um ingrediente cada vez mais indispensável para o sucesso nos negócios, pois afeta profundamente nossa vida cotidiana. Ele está em tudo o que fazemos – das roupas que vestimos aos sites em que clicamos, passando pelos anúncios que vemos. Há muitas definições para marketing; para a Marketing Association, citado por Kotler (1998), “marketing é o processo de planejar e executar a concepção, a determinação do preço, a promoção e a distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. É fato que muitos podem dizer que esta definição não é completa, pois o mercado está cada vez mais competitivo e o marketing pode - e deve - conhecer e entender o cliente tão bem que o produto ou serviço seja adequado a ele e se venda sozinho. “o marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais. Podemos dizer que ele supre as necessidades lucrativamente”. (Philip Kotler e Kevin Lane Keller, Administração de Marketing, 2005 edição 12). Percebemos que há uma abrangência muito grande do conceito de Marketing e, atualmente, engloba a construção de relacionamentos de longo prazo, no qual indivíduos e grupos obtêm aquilo que desejam. 2.2. Marketing de massa Ainda utilizando-se desse mesmo autor, Kotler que coloca o marketing de massa se caracteriza pelas “vendas em massa”. Nesse contexto, as empresas se dedicam à produção, distribuição e promoção de um produto para todos os possíveis compradores. 12 Ele cria um mercado potencial maior, o que gera custos mais baixos – que por sua vez levam preços mais baixos ou margens mais altas. Entretanto, a campanha para atingir toda uma massa é bastante onerosa nos dias atual, pois há dificuldade em se atingir o público todo como antigamente. Podemos citar como exemplo, a quantidade de emissoras de TV que não chegavam a uma dezena há algumas décadas atrás; hoje em dia, essa possibilidade é difícil de atingir, haja vista a quantidade de canais existentes e o crescimento de outros meios de comunicação. Nessa linha, muitos especialistas acreditam que o marketing de massa está perdendo espaço no atual mundo globalizado pela dificuldade de se atingir o todo com custos baixos e pela crescente exigência dos consumidores em geral. Apesar disso, esse tipo de abordagem ainda encontra espaço em países recém saídos do sistema comunista (casos de ex-União Soviética e China) onde os consumidores não estão acostumados com a economia de mercado. Portanto, é prematuro dizer que o marketing de massa está extinto, mas também é fato, que cresce cada vez mais a segmentação do mercado, atendendo-se cada vez mais as preferências e necessidades dos clientes, que demandam um marketing mais direcionado. 2.3. Marketing de segmentos Esse mesmo autor, diz ainda, que ao analisarmos na história, o período que compreende um pouco antes da Revolução Industrial, encontraremos os artesãos que faziam produtos um a um para cada pedido de compra e, sobretudo, sob medida ao cliente. Com a chegada das máquinas e da Revolução Industrial, os fabricantes passaram a produzir para manter estoques e a utilizar marca e propaganda para estimular os clientes a procurar seus produtos. Os preços caíram e os clientes passaram a aceitar produtos razoavelmente padronizados para pagar menos. Nesse cenário é que nasceu o já comentado marketing de massa. Com a expansão do capitalismo e o aumento do poder de compra dos consumidores, as empresas passaram a ser mais exigidas em suas estratégias de marketing. Não mais bastavam produtos idênticos para atender esse novo segmento e é, por esse motivo, que o serviço prestado tornou-se um diferencial na hora da venda. Normalmente, a palavra produto sugere um objeto físico tangível, como uma máquina de lavar ou um relógio, e um serviço significa uma experiência mais intangível. 13 Segundo Slack (2002), quando os clientes fazem uma compra, não estão simplesmente comprando um produto ou serviço; estão comprando um conjunto de benefícios esperados para atender as suas necessidades e expectativas. Assim, o até então triunfante marketing de massa começa a perder espaço para empresas que projetavam produtos para segmentos específicos de mercado. Esta metodologia baseia-se na idéia de que todo o mercado consiste de grupos (segmentos) de clientes que possuem as mesmas preferências. Os profissionais de marketing passaram então a identificá-los para melhor satisfazer o mercado-alvo. Ao decidir adotar o marketing de segmentos, uma empresa pode decompor o mercado em segmentos cada vez menores. Esse estreitamento chama-se marketing de nicho: subdividem um segmento em subsegmentos (já que os clientes têm um conjunto de necessidades distintas) e concordam em pagar preços mais altos por isso. Em geral, essas empresas estão trabalhando em mercados de economias mais estáveis. Na visão deste mesmo autor, quando se leva em consideração o local de atuação (demograficamente falando), a segmentação ocorre com o chamado marketing local, levando em consideração as características do bairro ou da região de atuação. Para os defensores desta teoria, a propaganda em âmbito nacional é um desperdício, pois é muito genérica e não atende as necessidades regionais. 2.4. Segmentação de Mercado Pelo raciocínio de Kotler (1998), o fundamento da segmentação de mercado é relativamente simples. Baseia-se na idéia de que um produto comum não pode satisfazer necessidades e desejos de todos os consumidores, pois eles se localizam em diversas regiões, têm hábitos de compra variados, gostos diferenciados e variam em suas necessidades, desejos e preferências. Percebemos que hoje em dia os clientes estão cada vez mais exigindo produtos adaptados às suas necessidades e desejos específicos. O que se pode fazer é tentar reunir grupos de pessoas com características, preferências e gostos semelhantes, e tratá-los como se fossem iguais. 14 2.4.1. Segmentação Geográfica Consistem na divisão do mercado em diferentes unidades geográficas, como nações, estados, regiões, cidades ou bairros. A empresa pode atuar em uma ou algumas áreas geográficas, prestando atenção nas variações locais. Algumas abordagens combinam dados geográficos com dados demográficos e, assim, obtêm descrições mais detalhadas dos consumidores e das áreas geográficas. 2.4.2. Segmentação Demográfica Costumam-se dividir o mercado em grupos de variáveis demográficas básicas, como idade, tamanho da família, sexo, ocupação, renda, grau de instrução, religião, nacionalidade, raça e classe social. “as variáveis demográficas são os meios mais populares de distinguir grupos de clientes. As necessidades e os desejos dos consumidores, assim como suas preferências por marcas e produtos, estão associados a variáveis demográficas. Outra razão, é que elas são mais fáceis de ser medidas, mesmo quando o mercado-alvo é descrito em termos não demográficos (personalidade), é necessário considerar as características demográficas para estimar o tamanho desse mercado-alvo e o meio de comunicação que deverá ser usado para atingi-lo de modo eficiente”. (Philip Kotler e Kevin Lane Keller, Administração de Marketing, 2005, edição 12). Podemos citar como exemplo a segmentação por sexo, que vem sendo bastante aplicada no ramo dos cosméticos, roupas, calçados, etc. 2.4.3. Segmentação Socioeconômica Dividem o mercado em variáveis como renda, ocupação, educação e classe social. Alguns autores afirmam que existem inter-relações entre as características individuais e o efeito em cada individuo dessas variáveis socioeconômicas. Assim, algumas pessoas têm certa profissão em função da educação; outras pertencem a uma determinada classe social em função da renda. 15 2.4.4. Segmentação Psicográfica Psicografia é a ciência que utiliza a psicologia e a demografia para entender melhor os consumidores. Consiste na divisão do mercado baseados em características como estilo de vida, personalidade, atitudes, atividades de interesse e opiniões, ou seja, é a maneira como as pessoas conduzem suas vidas. Assim, para cada atividade desenvolvida há um tipo de interesse e uma opinião, já que essas características também se inter-relacionam. 2.4.5. Segmentação comportamental Os consumidores são divididos em grupos com base em seu conhecimento, atitudes, uso ou resposta para um produto. Essas variáveis, isoladas ou combinadas, podem ajudar as empresas a determinar um segmento de mercado para um determinado ramo ou produto, analisando as necessidades e estabelecendo características para cada segmento. 2.4.6. Etapas da Segmentação Inicialmente deve-se definir o mercado a ser segmentado, eliminando grupos inadequados ou indesejáveis e grupos que não usariam o seu produto. A seguir, deve-se definir uma ou mais variáveis para a segmentação (geográfica, demográfica, socioeconômica, psicográfica, comportamental). Devem-se ainda avaliar os segmentos que foram identificados, levando em conta alguns fatores como vendas, lucro, potencial de crescimento, entre outros. 2.5. Objetivos Alcançados com a Segmentação Segundo Kotler & Keller (2005), para serem úteis, os segmentos de mercado devem atender aos cinco critérios: 16 • Mensuráveis: o tamanho, o poder de compra e as características dos segmentos devem ser passíveis de mensuração. • Substanciais: os segmentos devem se grandes e rentáveis. Um segmento deve ter o maior grupo homogêneo possível e um programa de marketing bem desenvolvido. • Acessíveis: deve ser efetivamente possível alcançar e atender ao segmento. • Diferenciais: os segmentos são distintos e respondem de maneira diferente a cada elemento e programa do mix de marketing. • Acionáveis: deve ser possível desenvolver programas efetivos para atrair e atender aos segmentos. A segmentação mostra as oportunidades dos segmentos de mercado da empresa, os quais devem ser avaliados para se decidir quantos e quais, a empresa irá atender. 2.6. Benefícios oferecidos pela segmentação de mercado • Oportunidades para construção e fortalecimento de relacionamentos em longo prazo para com clientes “chaves”. • Maior eficiência e eficácia do marketing: é possível alocar melhor os recursos para satisfazer o consumidor. • Melhor compreensão do ambiente competitivo de marketing: novas tendências, problemas potenciais e oportunidades de marketing. Verificar como os consumidores reagem a produtos concorrentes e comparar o seu produto e marketing ao de outras empresas. • Respostas mais rápidas às necessidades dos consumidores: os clientes estão constantemente alterando suas necessidades, desejos e expectativas. 2.7. Identificação do Público Alvo O processo deve ser iniciado tendo-se em mente um público alvo bem definido: possíveis compradores dos produtos da empresa, usuários atuais, pessoas que decidem ou influenciam; indivíduos, grupos, públicos específicos ou em geral. O público-alvo exerce 17 uma influencia fundamental nas decisões do comunicador, sobre o que, como, quando, onde e para quem dizer. Uma parte fundamental da análise do público é a avaliação da imagem atual da empresa e de seus produtos e concorrente. A imagem é o conjunto de idéias e impressões que uma pessoa tem em relação a um objeto. As atitudes e ações são condicionadas pela imagem que ele oferece. 2.8. Seleção dos Segmentos de Mercado Para identificar segmentos, os profissionais do marketing organizacional costumam usar um processo de segmentação seqüencial. As empresas modernas estão cada vez mais utilizando a segmentação de mercadoalvo, porque a mesma dá condições de identificar oportunidades de mercado e de ajustar os seus compostos de marketing a cada segmento-alvo, concentrando esforços para melhor atender à demanda, dentro de uma abordagem direcionada. Através desta estratégia de marketing, a empresa se concentra nos segmentos em que pode atender melhor, atuando com mais eficiência e melhor desempenho. Isso acaba por beneficiar também os consumidores, que tem suas necessidades atendidas especificamente. 2.9. Segmentação de consumidores de chocolate Os consumidores de chocolate foram classificados por segmentação demográfica com os respectivos grupos de variáveis. A escolha deve-se ao fato de serem mais fáceis de mensurar e distinguir os grupos de clientes, bem como para estimar o tamanho do mercado alvo e o meio de comunicação que deverá ser usado para atingi-lo de modo eficiente. Dentre a segmentação de mercado, foram escolhidas as variáveis: idade/ciclo de vida, sexo e renda (segundo Kotler & Keller 2005): Idade/ciclo de vida: os desejos e as habilidades dos consumidores mudam com a idade e, chocolates de forma geral, têm grande consumo entre as crianças e adolescentes. Sexo: homens e mulheres costumam ter atitudes e comportamentos diferentes devido, em partes por características genéticas e, em parte por tipo de socialização a que 18 estão submetidas: como exemplo, podemos dizer que as mulheres têm um perfil mais comunitário enquanto homens são mais individualistas e objetivos. As mulheres, apesar de toda preocupação com o corpo e o padrão de beleza imposto pela mídia, tende a apreciar com mais freqüência chocolates e demais novidades relacionadas a esta guloseima. Renda: é a espinha dorsal deste trabalho, pois os chocolates são de custo baixo para, de fato, atingir a classe com renda mais baixa sem detrimento da qualidade do produto. 2.10. Segmentação de clientes para a MM Produtos Alimentícios Partindo do princípio de que todos os clientes são importantes para a MM Produtos Alimentícios, cada um contribuindo para a sustentabilidade da empresa, na segmentação utilizada realizou-se uma pesquisa com os diversos distribuidores dos produtos, pois acredita-se assim, ter uma amostragem confiável da opinião e comportamento dos consumidores. 2.11. O produto tema do trabalho – Histórico - Do cacau ao chocolate A história do cacau e, conseqüentemente do chocolate, tem sua origem bastante remota e não se pode determinar quem o descobriu ou utilizou pela primeira vez. O pouco que se sabe está envolto pela mitologia. Conta uma lenda asteca que Quetzalcoatl, deus da lua, roubou uma árvore de cacau da terra dos filhos do sol, para presentear seus amigos, os homens, com aquela delícia dos deuses. Essa lenda deve ter influenciado Carlos Linnaeus, botânico sueco, que classificou a planta, denominando-a Theobroma cacao do grego Theo (Deus) e broma (alimento). Apesar de tudo, tem-se certeza de um ponto: o cacau é originário das regiões tropicais das Américas do Sul e Central. Quando os espanhóis, sob o comando de Fernando Cortez, iniciaram a conquista do México, em 1519, notaram que os nativos ofereciam aos deuses, estranhos tabletes escuros. Ficaram intrigados, mas logo descobriram sua origem: eram feitos dos frutos do cacaueiro, uma árvore quase sagrada para os índios. 19 Os astecas chamavam de cacahuatl o fruto da árvore e de tchocolath a bebida fria e espumante, preparada por eles. Foi, aliás, com uma taça dessa bebida que o imperador Montezuma recebeu Cortez pela primeira vez, em sinal de boas-vindas e de consideração. No começo, entretanto, os espanhóis não apreciaram o chocolate. Cortez teve que impor-lhes seu uso, pois, como escreveu ao imperador Carlos V, "uma taça da preciosa bebida permitia aos homens caminhar um dia inteiro sem necessidade de outros alimentos". "Pelas virtudes maravilhosas" e uso cada vez mais difundido, o cacau acabou se transformando em moeda. Dez favas valiam um coelho. E por 100 favas de primeira qualidade adquiria-se uma escrava. 2.12. O Cacaueiro O cacaueiro, também chamado palmeira-cacau, é uma planta da família das sterculiaceas e sua árvore tem uma particularidade: dá ao mesmo tempo brotos, flores, folhas e frutos. Os frutos são alongados, cheios de sulco. Seu tamanho e conformação variam conforme a espécie, variedade, solo, clima e qualidade da árvore. Medem, em média, de 12 a 20 cm. de comprimento. Pesam entre 300 e 600 g. e têm no interior uma polpa branca, viscosa, contendo de 20 a 50 sementes: as favas de cacau. Existem mais de 16 espécies de cacau, mas duas são as mais comuns: Theobroma cacao L (criollo venezuelano) e Theobroma leiocarpun Bern, o nosso cacau forasteiro ou cacau roxo, como é mundialmente conhecido. O cacau roxo se subdivide nestas quatro variedades: Comum, Pará, Maranhão e Catongo. O cacau chegou ao Brasil, pelo Estado do Pará, em 1746, sendo posteriormente levado para o Estado da Bahia, onde a cultura se desenvolveu em bases econômicas. O cacaueiro exige temperatura sempre superior a 20 graus e, por isso, sua faixa ideal para cultivo, no Brasil, fica entre os Estados do Espírito Santo, Bahia e Rondônia. O maior produtor nacional é a Bahia, com 75% da colheita brasileira (era de 96,9% antes do surgimento do fungo da vassoura de bruxa). O Brasil liderou a produção mundial de cacau no período entre 1905 e 1910, ocupando hoje o 5º lugar, com uma previsão de produção para a safra internacional 20 2.000/2001 de 150.000 toneladas. Hoje, a liderança mundial da produção de cacau pertence à Costa do Marfim-África, com 1.332.000 toneladas. 2.13. A indústria chocolateira no mundo A partir de 1520, a Espanha começou a receber as primeiras remessas de cacau. Foi nesse país que surgiram as primeiras indústrias chocolateiras, no fim do século XVI. Em 1659, Luiz XV concedeu a David Chaliou, oficial da rainha, o privilégio de "fabricar e vender, por 19 anos, uma composição que se chamava chocolate". Nascia, assim, a primeira fábrica francesa de chocolate. Em 1778, o francês Doret desenvolvia uma máquina para moer, misturar e aglomerar a massa de cacau. Em 1819, em Paris, era construída por Pelletier a primeira fábrica que utilizava o vapor no seu processo de fabricação. No mesmo ano, François Louis Cailler fundava em Vevey a primeira fábrica suíça de chocolate. Em 1831, CharlesAmedée Kholer se estabelecia com outra fábrica em Lausanne, Suiça. Em 1.765 surge a primeira fábrica de chocolate nos Estados Unidos, a Cia. Baker. Assim nascia uma verdadeira indústria chocolateira, com os processos mecânicos substituindo os métodos artesanais. 2.14. Chocolate com leite Na Suiça, a indústria do leite condensado daria impulso novo à do chocolate. Em 1870, em Vevey, o laboratório de Henri Nestlé ganhou um vizinho, Daniel Peter, que ali se instalara com uma pequena fábrica de chocolate. A recente descoberta de Henri Nestlé que associara leite à farinha - deu a Peter a idéia de juntar leite ao chocolate que, até então, se compunha unicamente de cacau e açúcar. O chocolate tornou-se alimento de primeira necessidade e fazendo parte da ração de emergência dos soldados na Primeira e Segunda guerras mundiais, denominada ração "D". 21 2.15. A indústria chocolateira no Brasil Em 1972, 226 anos depois da chegada do cacau no Brasil, a situação do mercado brasileiro de chocolate não era das mais promissoras; nem para os produtores de cacau e nem para a indústria do chocolate. Para todos, a grande pergunta era: por que o brasileiro consome chocolate em tão pequena quantidade? Pela qualidade do produto? Não, a indústria brasileira já possuía tecnologia capaz de produzir chocolate à altura dos melhores do mundo, com uma grande variedade de produtos e sabores. Então, seria o clima tropical? Nada disso, a Colombia na zona tórrida, consumia 10 vezes mais que o Brasil. Seria o poder aquisitivo do brasileiro? Também não, mais uma vez a Colombia como exemplo. Lá o poder aquisitivo não era maior que o nosso e os números provam o sucesso do produto naquele país. Pesquisas foram feitas e a resposta veio do maior juiz: o consumidor. Até 1972 o chocolate era visto pelo consumidor brasileiro apenas como guloseima, coisa para crianças e mulheres da classe A, assim mesmo em ocasiões especiais. Havia também muitos preconceitos contra ele: "engorda", "é quente", "dá espinhas", "ataca o fígado", "dá alergia", "estraga os dentes" e outros menos cotados. E mais, a pesquisa revelou que as donas de casa se consideravam culpadas de má administração do orçamento doméstico se incorporassem às compras habituais um item "supérfluo" e dispensável, o chocolate era visto apenas como guloseima. O perfil do consumidor era totalmente negativo. Todos ficavam relutantes diante do produto, menos as crianças, é claro, as grandes consumidoras. Assim, era necessário fazer alguma coisa, mudar a trajetória do produto. Grandes soluções são sempre precedidas de grandes idéias. Em 1971, em reunião realizada no Equador, os países produtores de cacau decidiram lançar a idéia da realização de campanhas nacionais, com o objetivo de incentivar o consumo do chocolate. Os produtores brasileiros trouxeram a idéia para cá e iniciaram a sua divulgação, por intermédio do Comitê Nacional de Expansão do Consumo Interno do Chocolate, órgão criado no âmbito da ABICAB – Associação Brasileira da Industria de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados - e do qual participaram as empresas fabricantes de chocolate e o próprio Governo, através da CEPLAC - Comissão Executiva do Plano de Recuperação da Lavoura Cacaueira. O objetivo principal dessa união de esforços era promover a Campanha Institucional, no Brasil, para incentivar o consumo do chocolate, mudando a imagem do 22 produto perante os consumidores. E, a partir de sua realização, criar o hábito de consumo, dando ao chocolate um novo e permanente dimensionamento no mercado. A Campanha Institucional do Chocolate, realizada por 11 anos sem interrupção, nos principais meios de comunicação, baseou-se, fundamentalmente, nos aspectos alimentícios, gustativos, energéticos e de preços. Graças a esse trabalho, foi possível mudar a imagem do chocolate, junto aos consumidores nacionais. Em 11 anos, a produção nacional do chocolate cresceu de forma constante e expressiva, 163%. Quando do início da Campanha, em 1973, a produção brasileira de chocolate era de 46.000 toneladas. No seu final, em 1983, era de 121.000 toneladas. O crescimento do consumo se manteve, mesmo após o término da Campanha Institucional Coletiva. Hoje, o chocolate no Brasil é considerado por todo o universo consumidor como um alimento moderno, que repõe as energias gastas no dia-a-dia. 23 CAPÍTULO 3 – Metodologia 3.1. Metodologia de trabalho – Considerações Importantes Muitas das descobertas do homem – principalmente as do mundo moderno - partem de um processo de construção do conhecimento. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. O método (do grego methodos, met’hodos que significa, literalmente, "caminho para chegar a um fim"), pode ser definido como um trabalho científico constituído por uma série de passos determinados que se tenha de tomar, de forma mais ou menos esquemática para atingir um determinado objetivo. Levando em consideração o trabalho que está sendo realizado, este se classifica como sendo uma pesquisa bibliográfica por relatar visões de alguns autores sobre os conteúdos teóricos que vão embasar teoricamente o trabalho e buscar conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre o tema, auxiliando na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses e na fundamentação da justificativa da escolha; é descritiva, pois observa, registra e analisa os fenômenos sem, entretanto, entrar no mérito de seu conteúdo (sem interferência do investigador) e assim, elabora o relatório final, também como um estudo de caso por buscar levantar informações dentro da organização pautado nos aspectos levantados teoricamente, ou seja, buscar relatar qual o comportamento da mesma em relação ao tema proposto. 3.2. Procedimentos para obtenção de dados O processo de coleta das informações necessário ao plano de pesquisa foi realizado através de pesquisa bibliográfica e através de algumas entrevistas/levantamentos de dados realizados pela empresa. Foram utilizados, como instrumentos de pesquisa, as revistas setoriais, a Internet, os boletins técnicos e os questionários – conjunto de perguntas que são feitas aos entrevistados e elaborado de forma a não influenciar a resposta. 24 3.3. Objetivos 1. Levantamento dos dados: para se ter uma perspectiva das motivações, das atitudes e comportamentos dos consumidores. Foi feita uma pesquisa e preparado um questionário; coletou-se dados levando-se em consideração, atributos como características demográficas, geográficas e psicográficas. 2. Análise: aplicar a análise de fatores aos dados, para remover as variáveis altamente correlacionadas, e depois aplicar a análise por conglomerados, determinando um numero específico de segmentos com diferenciação. 3. Determinação do perfil: cada conglomerado tem o seu perfil determinado em termos de atitudes, comportamento, características demográficas, psicográficas e modelos distintos e como isso resultou num crescimento das vendas após implementação da segmentação. 25 CAPÍTULO 4 - A Empresa-alvo 4. MM Produtos Alimentícios A MM Produtos Alimentícios, empresa do ramo alimentício, mais especificamente na produção e elaboração de chocolates e derivados de cacau, iniciou as suas atividades no ano de 1994. No inicio das suas atividades comprava pequenos brinquedos e algumas guloseimas para montar “sacolas-surpresa Dum Dum”. O produto, apesar de não ser nenhuma grande invenção, começou a ser bem aceito. A demanda começou a aumentar e as compras foram ficando cada vez maiores. Eram tempos difíceis. Apesar do aumento da demanda, seus custos estavam aumentando e não podia repassá-los ao consumidor, já que poderia perder os clientes conquistados. Era o ano de 1996 e, como todo novo negócio, teve suas dificuldades. Mas, com muita persistência e preços competitivos, aumentou suas vendas e diversificou seus produtos. Foi nessa época que percebeu que seu negócio havia atingido um patamar estável: vendas conhecidas, consumidores fiéis, produtos de qualidade e boas condições de pagamento. Dentre os muitos consumidores que por lá passavam, observou que havia uma lacuna muito grande no ramo de chocolates. Os preços eram altos e a camada mais baixa da população dificilmente os consumia. Na época da páscoa então, percebia que esta desigualdade se acentuava. Foi neste cenário, que resolveu estudar o mercado da região e conhecer processos de fabricação de chocolates. Após muito pesquisar decidiu investir em máquinas e equipamentos. Em 1999, ainda vinculado à loja, começava a engatinhar a fábrica de chocolates Dum Dum. Os primeiros produtos a base de chocolate a serem confeccionados foram os ovos de páscoa e alguns tipos de bombons, com preços bastante atrativos para atingir a camada mais pobre da população. Com boa aceitação dos produtos, o crescimento da fábrica foi inevitável. 26 Em 2004, duas grandes mudanças foram necessárias: um novo local para a fábrica (prédio novo muito maior) e a desvinculação da loja Dum Dum. Estava inaugurada a MM Produtos Alimentícios LTDA que iniciou suas atividades com 18 funcionários. Desde então, a empresa conseguiu aumentar seu faturamento, diversificar sua linha de produtos e ser conhecida em boa parte do território nacional. Pulou de 18 para 112 funcionários e adquiriu novos equipamentos. 27 CAPÍTULO 5 – Apresentação e Discussão dos Dados 5.1. Levantamento dos dados O Brasil não têm ainda um grande mercado consumidor de chocolate se comparados com países europeus. GRÁFICO 1 – Consumo per capta nos principais países ( Abicap 2006) Nos últimos anos, houve um aumento significativo no consumo; mas ainda tímido. Fica evidente, que há uma possibilidade muito grande de expansão: tanto no mercado interno quanto para exportação. Segundo pesquisas realizadas pelo Ibope e Datafolha, a grande maioria dos brasileiros (73%) revela ter o costume de comprar chocolates. 28 GRÁFICO 2 – Evolução do consumo de chocolates no Brasil ( Datafolha 2007) Entre os integrantes das classes A, B e C, o hábito de compra é revelado por 81% dos entrevistados. As pesquisas ainda mostram que o consumo de chocolates pela classe D, é declarado por 61% dos entrevistados. As menores taxas são observadas entre os integrantes da classe E (38%). GRÁFICO 3 – Consumo de chocolates no Brasil ( Datafolha 2007) 29 Confirmando todas as suspeitas, as mulheres são as maiores consumidoras de chocolate. Do total dos consumidores, elas representam 56% contra 44% de homens. GRÁFICO 4 – Consumo de chocolates no Brasil – por sexo (Ibope 2008) Segundo o IBOPE, o consumo per capita na região Sudeste é o segundo maior do País (gasta-se em média R$ 28,26 per capta nesta região), ficando atrás apenas da região Sul (R$ 28,58). Entretanto, é no sudeste que se encontra o maior potencial de consumo de chocolates: 52,72%. Em seguida estão as regiões Sul (17,88%), Nordeste (15,85%) e, mais distante, Centro-Oeste (8,15%) e Norte (5,39%). Com os dados dos institutos já citados, a empresa MM Produtos Alimentícios resolveu realizar sua própria pesquisa através de ligações telefônicas, envio de fax e emails. No total, 18 empresas responderam o questionário (vide detalhes nos documentos anexos). Com base nos dados coletados, foi realizada a classificação e a apresentação gráfica dos resultados. 30 GRÁFICO 5 – Consumo de chocolates no Brasil – por sexo (Ibope 2008) As perguntas procuraram serem feitas de forma obter uma resposta espontânea. Destaque para os resultados das principais características de consumo de seus clientes na hora de se comprar um chocolate e das classes que costumam comprar os produtos. G R GRÁFICO 6 – Classe de consumidores de chocolates – por classe social (2008) 31 Nos métodos de classificação de dados, utilizou-se a metodologia científica. GRÁFICO 7 – Fatores que influenciam a compra de chocolates (2008) 5.2. Análise dos dados e definição estratégica Os responsáveis pelas respostas da pesquisa também foram classificados conforme demonstrado abaixo. 32 GRÁFICO 8 – Grau de escolaridade dos entrevistados (2008) Podemos afirmar que com esses resultados, a empresa demonstrou o esforço para aumentar a precisão do marketing, pois não poderia atender todos os clientes em mercados amplos e atender as diversas exigências de compra. A empresa precisava se situar e identificar os segmentos de mercado que poderia melhor atender com eficácia. Com base nos dados pesquisados, o ponto de partida para a segmentação foi encontrar a relação entre o maior mercado potencial (que gera custos mais baixos), e preços atrativos. 33 CAPÍTULO 6 – Apresentação e Discussão dos Dados 6. Produtos segmentados e resultados Um segmento de mercado consiste em um grande grupo identificado a partir de suas preferências, poder de compra, localização geográfica, atitudes de compra e hábitos de compra similares. Supõe-se que os compradores de determinado segmento tenham preferências e necessidades muito similares. Porém, sempre existirão diferenças entre dois compradores. Podemos citar no caso da empresa-alvo os chocolates Talismán, Supreme e Supreme Ball. Os compradores destes desejam: sabor agradável com um bom preço em locais pertos de suas casas ou do trabalho. A empresa criou esses produtos com um preço apropriado ao público-alvo: classe C e D. A escolha de canais de distribuição nas regiões mais densas, populacionalmente falando, acabou enfrentando menos concorrentes. Em comparação com as pesquisas do Ibope e do Datafolha, percebemos que há um grande mercado consumidor nas faixas de atuação da empresa. Seu principal mercado são as regiões metropolitanas do Sudeste (região com grande poder de compra) e, é claro que o diferencial preço, impacta positivamente nas vendas. 34 CAPÍTULO 7 - Conclusão De posse do presente trabalho podemos concluir que a Segmentação de Mercado trata-se da subdivisão do mercado global em grupos menores, com alto potencial para consumo de produtos e serviços. Seu principal objetivo é a satisfação das mais diversas necessidades e desejos dos consumidores. Para isso é necessária a identificação dessas necessidades e desejos e, a partir daí, tentar agrupar pessoas com características, preferências e gostos semelhantes e tratá-los como um único grupo. Assim, a empresa seleciona o grupo em que irá investir seus recursos de marketing, ou seja, seleciona seu mercado-alvo, adequando e focando seus produtos a este tipo de cliente. Dessa forma, a função da segmentação de mercado é agrupar indivíduos cujas necessidades relacionadas aos esforços de marketing esperados sejam semelhantes. Objetiva também a determinação das diferenças entre os grupos, separando-os de forma que a empresa possa selecionar os mais convenientes e lucrativos para ela. Com isso ela pode aumentar sua competitividade em relação aos concorrentes. Com relação à empresa objeto deste trabalho, o uso da segmentação está relacionado à obtenção de melhores resultados, ou seja, atração de novos clientes e retenção e fidelização dos antigos. Diante disso, pode-se dizer que as ações adotadas pela empresa estão condizentes com a definição de segmentação de mercado propostas pelos autores estudados, assim como com seus objetivos (Cobra, 1992). Em geral, a segmentação visa à satisfação das necessidades e desejos dos clientes, através da divisão dos mesmos em grupos semelhantes. Podemos exemplificar com a citação de Kotler (1995), que sugere que uma estratégia para a segmentação de mercado não começa com a distinção dos produtos, mas sim com a distinção de interesses ou necessidades dos clientes. Podemos deduzir desta forma, que as ferramentas utilizadas pela empresa para atingir os seus objetivos de segmentação foram bastante eficientes, assim como a estruturação e execução deste modelo. 35 BIBLIOGRAFIA IBOPE. O Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. Disponível em: http://www.ibope.com.br. Acessada em 18 de setembro de 2008. RODRIGUES, M.; JUPI, V. O comportamento do consumidor – Fatores que influenciam em sua decisão de compra. Revista de Administração Nobel, n. 3, p.59-70, 2004. COBRA, Marcos. Administração de Marketing. 2ª Edição – São Paulo: Atlas, 1992. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle. 5ª Edição – São Paulo: Atlas, 1998. Kotler, Philip e Keller, Kevin Lane, Administração de Marketing, 12ª Edição – São Paulo: Atlas, 2005. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; HARLAND, Christine; HARRISON, Alan; JOHNSTON, Robert; Administração da Produção. São Paulo: Editora Atlas, 2002. 36 ANEXOS Questionário para traçar o perfil dos clientes da MM Produtos Alimentícios 1) Gênero: F ( ) M( ) 2) Escolaridade: ( ( ( ( )Ensino Fundamental )Ensino Médio )Ensino Superior )Pós-graduação 3) Há quanto tempo conhece os produtos Dum Dum? ( ) menos de 2anos ( ) de 2 a 5 anos ( ) mais que 5 anos 4) Na sua opinião, qual é a classe costumaz compradora de nossos produtos ? ( ( ( ( ( ) Classe A – acima de 13 salários mínimo ) Classe B – de 09 a 12 salários mínimo ) Classe C – de 5 a 8 salários mínimo ) Classe D – de 2 a 4 salários mínimo ) Classe E – até 2 salários mínimo 5) Quais são os fatores que influenciam os consumidores na escolha de nossos produtos ? ( ( ( ( ( ( ) Praticidade da embalagem ) Preço ) Conteúdo por embalagem ) Sabor (teor de chocolate na fórmula, quantidade de açúcar etc.) ) Valor nutritivo ) Outros:.............................. 6) Você sabe o que é segmentação de mercado? ( ) sim ( ) não 37