A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO Gardênia Mendes de Assunção Santos* A preocupação com a qualidade de vida no trabalho é uma abordagem que faz parte do novo modelo de gestão de muitas empresas impulsionado pelo aumento da competitividade organizacional, que têm provocado nas empresas a necessidade de mudanças de atitudes na busca de proporcionar bem-estar aos trabalhadores com a melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Para Chiavenato (2004), “o conceito de qualidade de vida no trabalho envolve vários aspectos dentre eles, aspectos físicos e ambientais e aspectos psicológicos do local de trabalho”. Para a organização funcionar é preciso considerar seriamente o comportamento das pessoas, visto que, o comportamento reflete seus desejos e anseios em relação ao trabalho. As organizações estão cada vez mais evoluindo da ênfase nas tarefas, para a ênfase nas pessoas, visto que são os recursos mais importantes e que para executarem com eficiência suas tarefas devem estar motivadas e satisfeitas com o ambiente de trabalho e com as atividades que executam. A preocupação com o bem-estar dos funcionários deve ser constante por parte da organização. Esta devendo avaliar as condições de trabalho, se proporcionam ambiente favorável, visto que o trabalho tem forte influência no comportamento do indivíduo, tanto no ambiente interno como externo. Portanto, a qualidade de vida no trabalho é de suma importância para os funcionários. Entende-se por qualidade de vida, a percepção do indivíduo, tanto de sua posição na vida, como do meio no qual está inserido, como em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Engloba a saúde física do indivíduo, seu estado psicológico e suas relações sociais. É um termo amplo que concentra as condições que são fornecidas ao indivíduo para que possa viver como deseja. Segundo França (2004) a maximização da qualidade de vida envolve a visão do ser humano como um complexo biopsicossocial, dotado de potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que respondem simultaneamente às condições de vida e ainda França afirma que esses fatores são fundamentais para a explicação da saúde e da doença da sociedade moderna. Nessa visão ela determina que a visão biopsicossocial esteja fundamentada em três dimensões: biológica, psicológica e social A dimensão biológica refere-se às características físicas herdadas ou adquiridas ao nascer e durante toda a vida. Inclui metabolismo, resistência e vulnerabilidade dos órgãos ou sistemas. A dimensão psicológica refere-se aos processos afetivos, emocionais e de raciocínio, conscientes ou inconscientes, que formam a personalidade de cada pessoa e seu modo de perceber e de se posicionar diante das demais pessoas e das circunstâncias de vivência. A dimensão social revela os valores socioeconômicos, a cultura e as crenças, o papel da família e outras formas de organização social, no trabalho e fora dele, os sistemas de representação e a organização da comunidade a que cada pessoa pertence e da qual participa. O meio ambiente e a localização geográfica também formam a dimensão social. Essa conceituação, fornece uma visão integral do ser humano ampliando o conceito de saúde, que tem sido a tendência nas últimas décadas. Ainda França (2004), realçando Lipowski(1986) definiu saúde como sendo não apenas a ausência de doenças, mas o completo bem-estar biológico, psicológico e social. Essa conceituação, foi adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1986. Nesse caso, percebe-se que os fatores psicossociais são fundamentais para que se possa compreender o ser humano, como um complexo de fatores determinantes de suas atitudes e reações diante de diferentes situações as quais é exposto. Kanaane (1999), considera que a qualidade de vida está diretamente relacionada com as necessidades e expectativas humanas e com a respectiva satisfação dessas necessidades e afirma; “a qualidade de vida representa condições facilitadoras que impliquem o bem-estar do trabalhador, quanto ao alcance daquilo que ele busca como pessoa, como profissional e como um ser social.” Nuno Cobra, pesquisador sobre QVT nas empresas brasileiras afirma: Quando o indivíduo está envolvido na magia de produtividade, o organismo exala alegria, porque fisiologicamente está profundamente detido na ação de construir, de desenvolver, de realizar algo. O corpo está em completo equilíbrio e harmonia. Os giros mentais sempre tão elevados devido a preocupação estão mais baixos e profundos para que se concentre e produza melhor. (COBRA ,2007) O comportamento das pessoas, suas atitudes e suas percepções em relação ao trabalho é diretamente influenciado pelas políticas da empresa, a respeito de como lidar com seus funcionários e proporcionar a estes uma qualidade de vida no trabalho de forma que eles sintam-se motivos a trabalhar mais e melhor. Considerando-se que qualidade de vida envolve aspectos como família, meio-ambiente, educação, lazer e trabalho, visa integrar, vida pessoal e trabalho. Portanto, é necessário que as empresas concentrem mais atenção em seus funcionários. Diante disso percebe-se que qualidade de vida no trabalho existe quando a organização procura desvendar o potencial criativo de seus empregados, oportunizando aos mesmos a participação nas decisões que afetam sua vida no trabalho. REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas, 2ª ed., revisada e atualizada, Rio de Janeiro, Campus, 2004. _____________,Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações, Rio de Janeiro, Campus, 1999 COBRA, Nuno.Saiba como diminuir erros e estresse no trabalho. Disponível em: <http://www.abqv.org.br/artigos.php?id=38>.Acesso em: 03 jun.2007. KANAANE, Roberto. Comportamento Humano nas Organizações: o homem rumo ao século XXI, 2ª ed., São Paulo, Atlas, 1999. LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. Qualidade de Vida no Trabalho – QVT : conceitos e práticas da sociedade pós-industrial, 2ª ed. São Paulo : Atlas, 2004. *Gardênia Mendes de Assunção Santos- Pós-graduada em Gestão Empresarial, pós-graduando Gestão de Pessoas