Vigilância ativa em câncer de próstata Marcos Tobias Machado Setor de Uro-oncologia Argumentos que justificam a vigilância ativa como opção terapêutica Câncer de próstata na era do PSA Apresentação clínica Redução significativa do volume tumoral Questionamento se o rastreamento poderia reduzir a mortalidade na era do PSA Stamay et al, J Urol, 2005 Apresentação por grupo de risco ao diagnóstico 100 80 60 40 20 0 ‘90 ‘92 ‘94 ‘96 ‘98 ‘00 Cooperberg et al, J Urol 2003 CaP microscópico X clínico X letal Apenas 1/3 casos diagnosticados morrerá de CaP VA não é WW Critérios para avaliar a segurança do tratamento vigilante • Critérios de inclusão • Gatilhos para intervenção • Resultados no seguimento – N.o de pacientes em que a janela de curabilidade poderia ser prejudicada com tratamento postergado Critérios de avaliação de resultados após tratamento local • • • • • Anatomo-patológico Recidiva bioquímica Desenvolvimento de metastáses Sobrevida câncer específica Sobrevida global Critérios de indicação Critérios de inclusão dos estudos • Risco intermediário – Toronto, Miami • Baixo risco – Toronto, ERSPC, Miami, San Francisco • Muito baixo risco – John Hopkins Critérios de inclusão dos estudos Klotz et al, J Clin Oncol, 2010 n = 450 , prospectivo, seguimento médio 6,8a (1-13) Seleção >70a G≤ 7 PSA ≤10ng/ml T1c-T2a Seguimento Mudança Conduta Bx repetida (1, 4, 7 e 10a) TR – Nódulo palpável PSA (PSADT > 3a) TD PSA < 3a Gleason > 7(4+3) Critérios de inclusão dos estudos van den Bergh et al, Eur Urol, 2009 n = 616, ERSPC , seguimento médio 4,35 a Seleção >70a PSA < 10ng/ml T1c-T2; G ≤ 6 (até 2 cores) PSAD < 0,2 ng/m//cm3 Mudança Conduta PSADT< 3a Gleason > 7(4+3) Critérios de inclusão dos estudos Carter HB J Urol 2007 n = 407 Seguimento médio 5 anos “mais jovens” Seleção T1c-T2a; G ≤ 6 (até 2 cores) até 50% por core PSAD ≤ 0,15 ng/m//cm3 Seguimento Mudança Conduta TR e PSA semestral Bx annual (>= 12 core) Gleason > 7 Acima 2 cores Bx Acima de 50% por core (PSA não determinante) Crescimento dos tumores de baixo risco pela biópsia é pouco previsível • Em séries de PR, 15% dos tumores de muito baixo risco (Epstein) tem fatores patológicos adversos, chegando a 40% nos casos de risco intermediário – Pior fator discriminativo é Gleason > 6 Biópsia confirmatória antes de VA • Irani et al. Confirmatory biopsy to select patients for AS – – – – – 155 pacientes Idade < 75 anos PSA < 10 Menos do que 2/12 fragmentos Focos menores ou iguais a 3mm • Após a rebiópsia de confirmação 36% dos casos eram ineligíveis para AS pelos critério inicialmente proposto Gatilhos de intervenção Critérios de intervenção terapêutica durante VA • Aderência do paciente ao tratamento • Cinética do PSA • Seguimento com biópsia prostática Aderência do paciente ao tratamento • Depende do perfil psicológico e do grau de ansiedade do paciente quanto a presença do câncer • A necessidade de biópsias repetidas também se associa a opção do paciente em realizar a intervenção • O índice de intervenção por solicitação do paciente varia de 5-20% Cinética do PSA • Ainda que alguns estudos sugiram que um PSAdt < 3 anos seja seguro pra indicar intervenção, o estudo de Carter et al sugere que não há um valor adequado para PSAdt que permita uma intervenção sem um índice significativo de doença extraprostática ou fatores de agravo prognóstico Seguimento com biópsia prostática • A realização de uma segunda biópsia extensa antes da indicação de VA não melhora a acurácia quanto ao n.o de fragmentos e Gleason • No seguimento, até 15% dos pacientes tem aumento do Gleason que indica intervenção • A intervenção por aumento do Gleason promove um índice de pelo menos 30% de doença extraprostática Qual a proporção de pacientes permanecem sem intervenção ao longo do tempo? • Observando as experiências reportadas mundialmente estima-se que 50-70% dos pacientes incialmente incluídos permanecem em seguimento sem tratamento curativo num período de 5-7 anos Conclusão Critérios de indicação para intervenção Os critérios atuais para indicação de intervenção não são plenamente confiáveis para evitar o tratamento retardado da doença em estágio mais avançado Avaliação AP e recidiva bioquímica no tratamento retardado Maior chance de progressão com o tratamento retardado • Pode ocorrer um aumento no estadiamento e na graduação após o tratamento. Na série de Carter et al, 35% dos homens que tiveram tratamento postergado apresentavam doença pT3 disease • Além disso, o risco de recorrência da doença não é desprezível. No estudo de Toronto, 50% dos pacientes tratados tardiamente tem recidiva bioquímica Sobrevida global e câncer-específica Sobrevida Klotz et al, J Clin Oncol, 2010 n = 450 , prospectivo, seguimento médio 6,8a (1-13) Baixo risco e intermediário •Sobrevida Global 78,6% •Sobrevida CaP Específica: 97,2% 10 anos •Todos os cinco pacientes – PSAdt < 2 anos Sobrevida van den Bergh et al, Eur Urol, 2009 n = 616, ERSPC , seguimento médio 4,35 a Baixo risco Sobrevida Global 77% Sobrevida doenca específica 100% Sobrevida Carter HB J Urol 2007 n = 407 Seguimento médio 3,4 anos “mais jovens” Muito baixo risco Mortalidade global - 8 (2%) Sobrevida Câncer Específica – 100% Custos Comparação de custos de vários centros Cirurgia radical X AS Redução de 43% a 78% nos custos em 15 anos Corcoran et al, Urology, 2010 Vigilância ativa Guidelines internacionais Mensagens finais •A VA oferece aos pacientes a opção de evitar ou retardar o tratamento definitivo, ganhando tempo sem os efeitos secundários do tratamento •No futuro, esperamos por melhores fatores preditivos que permitirão uma redução do diagnóstico de tumores clinicamente insignificantes, reduzindo significativamente também os tratamentos desnecessários Perspectivas futuras PCA3, pTEN e fusão TMPRSS2 podem detectar tumores de próstata mais agressivos A negative multi-parametric MRI can rule out up to 97% of clinically significant prostate cancer •RNM realizada previamente a biópsia em 65 pacientes •Detecção de CaP 50% •Se RNM negativa, 97% de chance para excluir câncer significativo Arumainayagam et al, EAU 2011