No País, 51% desconhecem a hepatite C

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Veículo:
JORNAL DA TARDE / BLOG ESTADAO (ON LINE)
Editoria/Coluna:
SITE
Data:
27 /09/2011
Local:
SSA/BA
Link: http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/no-pais-51-desconhecem-a-hepatite-c/
No País, 51% desconhecem a hepatite C
A maior parte da população brasileira não tem ideia do que é a hepatite C. A doença, que
atinge de 1,5 a 2 milhões de pessoas no País, segundo estimativas da Organização Mundial
da Saúde (OMS), é desconhecida por 51% da população de acordo com uma pesquisa
divulgada ontem pela Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH).
O levantamento – realizado em junho pelo Instituto Datafolha e apresentado durante a
abertura do 21.º Congresso de Hepatologia – foi baseado em entrevistas com 1.137 pessoas
de 11 cidades brasileiras. Entre os entrevistados, somente 8% citaram as hepatites virais
quando solicitados a nomear doenças graves que conheciam.
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Menos lembradas do que enfermidades como câncer, AIDS, diabete e tuberculose, as
hepatites são responsáveis por metade das indicações para transplante de fígado no País
(40% ocasionadas pela hepatite C e 10%, pela hepatite B). O tipo C é considerado o mais
preocupante, pois 80% dos casos evoluem para a fase crônica. No caso da hepatite B, menos
de 10% dos casos passam a ser crônicos e, na hepatite A, quase a totalidade é curada
espontaneamente.
De 2009 para 2010, houve um aumento de 4,7% das mortes por hepatites no País. Em 2010,
as três hepatites provocaram 2.518 mortes de acordo com o Boletim Epidemiológico das
Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Em 2009, foram 2.406 óbitos. No mundo, 1 milhão de
pessoas morrem a cada ano em decorrência das hepatites.
Apesar de atingir até 2 milhões de brasileiros, uma parcela muito pequena da hepatite C é
diagnosticada, de acordo com o médico Raymundo Paraná, presidente da SBH. “Nossa
assistência básica não está preparada para diagnóstico precoce das hepatites virais. O
diagnóstico tem que ser por rastreamento e não por sintoma.”
Segundo Paraná, a hepatite só apresenta sintomas nas fases mais avançadas. Daí a
importância de os grupos que se expuseram a situações de risco (transfusão de sangue antes
de 1993, relações sexuais desprotegidas ou exposição a seringas, alicates ou agulhas
compartilhadas) submeterem-se aos testes para verificar a presença dos vírus.
Na fase crônica, tanto a hepatite B quanto a C têm opções de tratamento que, na maioria dos
casos, impedem a progressão da doença para a cirrose ou para o câncer de fígado. Para o
especialista, as hepatites virais são doenças negligenciadas no Brasil: somente em 2002
foram criadas as diretrizes terapêuticas para a doença.
Além disso, acrescenta Paraná, as informações são escassas, como demonstra o
levantamento da SBH. “Há quanto tempo temos informações e campanhas na televisão, nos
jornais e no rádio sobre HIV? Esforço semelhante não é feito em relação às hepatites e
muitos brasileiros teriam a vida salva caso fizessem um simples teste”, diz o presidente da
entidade.
Os três tipos de hepatite:
Hepatite A – É transmitida por meio de contato pessoal ou água e alimentos contaminados.
Não há tratamento, os sintomas tendem a sumir naturalmente após semanas ou meses e
existe vacina para combatê-la
Hepatite B – Transmissão ocorre por intermédio de relações sexuais; de mãe para filho; por
meio de contato com cortes ou ferimentos de pessoas contaminadas; transfusões de sangue
feitas antes de 1993; compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear e escovas
de dente. Nem todos os casos precisam de tratamento, mas a evolução deve ser
acompanhada. Não tem cura, mas existe vacina capaz de amenizar o vírus
Hepatite C - É o tipo mais comum da doença e sua transmissão se dá com compartilhamento
de objetos cortantes, escovas de dente, transfusões de sangue e contato com cortes e
ferimentos de pessoas infectadas. Transmissão por via sexual ocorre, mas raramente.
Tratamento é feito à base de medicamentos. Doença tem cura, mesmo quando apresenta
fases mais crônicas
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